Quarta Tentativa
Tique-taque, Remus era uma bomba relógio, prestes a explodir, enquanto um pé desnudo se esgueirava pela boca de sua calça e para cima. Do outro lado da mesa, Sirius deu um sorriso inocente e Remus o fuzilou com um olhar.
- O que foi, Remus? Tudo bem com você? Você parece... hum... tenso – provocou Sirius.
Peter e James levantaram seus olhares para Remus a tempo de ver o garoto jogar seu livro com violência contra a mesa, se levantar e sair bufando da Sala Comunal da Grifinória.
- O que será que deu nele?– Peter indagou. - Não está perto da lua cheia.
- Não faço a mínima idéia – respondeu Sirius.
- É claro que não faz – disse James.
Sirius fingiu que não havia percebido o tom malicioso do amigo.
De certo, o comportamento de Remus – o sempre contido Remus - parecia estranho aos olhos dos amigos, mas o fato é que o garoto simplesmente não conseguia mais lidar com tamanha frustração. Cada olhar que ele trocava com Sirius, cada toque "casual", cada carícia escondida por baixo da mesa, cada beijo no canto de um corredor deserto, tudo isso aumentava a tensão a um grau insuportável.
E essa tensão precisava ser liberada de alguma forma. Foi por isso que Remus resolveu ir ao banheiro dos monitores. Lá havia uma banheira que mais parecia uma piscina e cujas torneiras despejavam águas perfumadas e espumas de várias cores e texturas. Era o lugar perfeito para relaxar.
A banheira ia se enchendo enquanto Remus se despia. Um vapor perfumado preenchia todos os cantos do banheiro. Remus entrou na banheira e sentiu seu corpo nu ser envolvido pela água morna. Ele recostou a cabeça na borda e fechou os olhos, concentrando-se nas sensações que aquilo lhe causava. Com uma mão cheia de espuma, ele acariciou o próprio pescoço, depois desceu até o tórax e, apesar da temperatura agradável da água, Remus pôde sentir seus mamilos durinhos sob as pontas de seus dedos. Lembrou-se de imediato de como Sirius enfiava a mão para dentro da camisa de Remus quando ninguém estava olhando e pinçava um de seus mamilos. Remus imaginava a cara de Sirius quando ele fazia isso, o sorriso satisfeito que estampava seus lábios quando ele sentia Remus arrepiado.
E foi assim, de olhos bem fechados, pensando em Sirius, que Remus esticou sua outra mão e tocou seu pênis dolorosamente rígido. Ele envolveu a ereção com firmeza entre os dedos e se pôs a deslizar a mão, para cima e para baixo. Remus já começava a ficar ofegante quando, pensando ter ouvido um barulho, ele abriu os olhos.
Lá estava Sirius, à beira da banheira, com os lábios entreabertos e o olhar fixo em Remus. Remus parou de se tocar na mesma hora.
- Por favor, continue – Sirius pediu, num sussurro que denunciava o quanto ele estava excitado com aquela cena.
Remus estava mais do que surpreso, perguntas cruzando sua cabeça, mas ele apenas obedeceu. Olhando nos olhos de Sirius, Remus levou sua mão até o pênis novamente. Não era uma boa hora para ficar acanhado, Remus se convenceu. Ele não podia negar para si mesmo o quanto fazer isto na frente de Sirius, para Sirius, o deixava excitado.
Sirius mal podia se conter, vendo um lado de Remus que ele não conhecia, um lado extremamente sensual. Havia uma chama em seu olhar. Seu rosto estava salpicado de gotinhas e a água de seus cabelos escorria por seu pescoço e seu peito. Sirius estava convencido de que nunca tinha visto algo tão belo.
- Oh, Remus, você fica lindo assim. Você é lindo. E você me deixa louco.
Mal havia terminado suas palavras, Sirius se livrou das roupas num atropelo e pulou na banheira, fazendo voar água para todos os lados. Remus achou graça da impetuosidade do garoto, mas seu riso foi abafado pelo beijo desesperado que Sirius lhe deu.
- Remus, Remus, Remus... – Sirius pontuava cada palavra com um beijo sobre a face de Remus e segurava seus braços com tanta força, como se o rapaz pudesse sair fugindo a qualquer momento. – Eu não posso mais esperar.
Remus também poderia dizer o quanto ele andava frustrado, o quanto ele queria, precisava de Sirius, o mais rápido possível. Mas ele não falou nada disso. Apenas enroscou seus dedos nas madeixas molhadas de Sirius e o puxou para mais perto.
Sirius o envolveu num abraço apertado, e os dois, extasiados, puderam sentir seus pênis comprimidos entre seus corpos, mas um pouco escorregadio por causa da água, o que causava uma sensação maravilhosa. Remus arfou quando Sirius teve que solta-lo.
Sirius, então, saiu da banheira e procurou por algo no amontoado de roupas caídas no chão. Depois, pegou uma das toalhas felpudas que ficavam sobre uma cadeira e a estendeu à beira da banheira. Ofereceu um braço a Remus, ajudando-o a sair da água.
Remus se deitou sobre a toalha, de bruços, convidativo. Logo, seu corpo foi coberto por Sirius, que lhe lambeu as gotinhas d'água de sua nuca e ombros.
Sirius se ergueu um pouco, seus joelhos apoiados entre as coxas levemente abertas de Remus. Suas mãos se encheram da carne macia das nádegas de Remus e este pôde ouvir a respiração ofegante do outro, o ar saindo em pequenos sopros de sua boca e, Remus achou ter ouvido, um sussurro que soava como "Moony".
Pouco depois, Remus sentiu suas nádegas sendo afastadas e um dedo escorregadio tocou sua entradinha. Remus prendeu a respiração por um segundo, mas relaxou quando descobriu que o dedo de Sirius, o abrindo e o acariciando por dentro, era ainda melhor do que ele imaginava. Quando Sirius colocou um segundo dedo, Remus já estava próximo ao êxtase, mas aquilo era só o começo.
E o mais incrível era que nada tinha dado errado ainda. Era bom demais para ser verdade. Talvez fosse um sonho, Remus chegou a pensar.
Mas era tudo verdade. A cabeça do pênis de Sirius sendo forçada contra sua entrada parecia real demais para ser um sonho. Intenso demais.
Os olhos de Remus se encheram de lágrimas quando Sirius enterrou seu pênis por inteiro dentro dele. Era uma dor intensa e, ao mesmo tempo, era a melhor coisa que ele já havia experimentado em toda a vida. Remus soltou um gemido gutural, profundo e contínuo, o qual foi se transformando em gemidos mais curtos e agudos conforme Sirius passava a movimentar seu pênis dentro dele e ele ia se acostumando à sensação, seu corpo moldando-se perfeitamente a Sirius.
Remus ouvia a respiração ofegante de Sirius próxima a seu ouvido, pontuada às vezes por gemidos, às vezes por beijos e lambidas em sua têmpora, seu pescoço e sua orelha. Mas Sirius não parava nunca com suas estocadas, firmes e ritmadas, levando Remus ao delírio.
- Moony, você é tão gostoso, tão apertado. E o jeito que você geme... Você está me matando de tesão.
A voz carregada de luxúria de Sirius, somada à fricção entre seu pênis e a toalha, foi o bastante para fazer Remus gozar, forte como nunca antes. Remus gritou, sentindo que estava se partindo ao meio.
Vendo a reação de Remus, Sirius alcançou o clímax logo em seguida.
Sirius rolou para o lado de Remus, tomou o rosto do menino em suas mãos e o beijou. Um beijo lento, satisfeito e cheio de ternura. Sentindo-se como se fossem as únicas pessoas no mundo e como se todo o resto parecesse tão distante, os dois ficaram ali por mais alguns instantes, suados e saciados.
- Você me seguiu, não foi? – Remus perguntou, entrelaçando suas pernas nas de Sirius.
Sirius confirmou com a cabeça.
- Eu ainda não acredito que deu certo – Remus prosseguiu. - Parabéns, Sr. Black, nós não somos mais virgens.
Sirius riu e, então, acariciando os cabelos de Remus e olhando no fundo de seus olhos, respondeu:
- Acho que fomos recompensados por todas as vezes que deram errado. É sempre assim, eu acho... Quando menos esperamos, acontece. Eu nem sabia que esse banheiro existia, e acabou sendo o lugar perfeito. Tudo foi perfeito. Eu passaria por todas aquelas frustrações de novo, se fosse preciso, para ter algo tão especial como foi o que aconteceu aqui entre nós.
- Sim, valeu a pena – concordou Remus, puxando Sirius para mais um beijo.
