Destinos Entrelaçados

Capítulo 3



Ok, já sei o que vocês imaginaram. A tal garota maluca que bateu no meu carro era a convidada de minha sempre adorável mãe. Lamento decepcionar a todos, mas não. – Se bem que, considerando quem era, eu preferia mil vezes enfrentar aquela garota irritante querendo me fazer pagar por um dano que ela mesma cometeu – Mas, não vou entregar tudo de bandeja não. Sofri muito nas ultimas horas e vocês têm que sofrer comigo, entenderam?

Vamos voltar ao momento em que cheguei em casa, senti o cheiro da droga de doce que Izayoi tinha me obrigado a pegar e, só porque meu dia ainda não estava completo, para ela me pegou antes que eu tivesse a chance de sumir com aquela droga. Sim, esse é um bom começo.

Estava eu, em toda minha infinita bondade, pensando em maneiras de matar a velha secretária estúpida, e assim acabar preso pelo resto de minha vida apenas para fugir de todas essas pequenas complicações que o destino insiste em trazer, quando minha adorável, e sempre bondosa – Não posso esquecer os adjetivos – mãe abriu a porta do carro e me puxou para fora pela orelha.

Não consigo me lembrar da ultima vez que me senti tão humilhado em toda minha jovem existência. O jardineiro e duas empregadas que haviam seguido Izayoi para fora, ali parados, olhando em minha direção - Como se estivessem presenciando a chegada de um ET à Terra – Enquanto minha bondosa mãe me arrancava do carro, de maneira nada gentil – Devo acrescentar – e esbravejava qualquer coisa sobre eu só arrumar confusão mesmo quando tinha que realizar coisas simples, como pegar uma encomenda na confeitaria e voltar para casa inteiro.

Por um momento pensei como ela sabia o que tinha acontecido, mas meus olhos foram atraídos para o amassado na frente do carro. Mentalmente amaldiçôo aquela garota estúpida e metida por ter se colocado no meu caminho. Estava tudo indo tão bem...

Cheguei a tempo na audiência, ganhei a causa, sai mais cedo do trabalho, passei na confeitaria, voltei para casa sem congestionamento... – Não, espera. Esse era meu plano. – Voltei para o escritório, consegui ignorar Kaede e suas risadas inconvenientes, peguei a pasta com os documentos e...

Arregalo os olhos, minha atenção na massa gosmenta e doce sobre o banco traseiro do carro, enquanto a lembrança do que fiz ao sair do escritório volta a minha mente.

Saí do elevador ainda resmungando contra a velha que insiste em tornar minha vida um inferno – Maior do que já é – Caminhei até a rua, olhando feio para toda pessoa que cruzou meu caminho, entrei no carro – Ainda praguejando e rogando pragas contra aquela velha coruja – Abri a porta, entrei no carro e joguei a pasta no banco de trás... Onde agora tudo o que se pode ver são três caixas viradas e uma droga de creme doce arruinando meu estofamento.

Fim do flashback. – Que legal, eu sempre quis dizer isso! - Bem na verdade ainda não é o fim e isso nem foi um flashback, mas tenho que fazer um aparte aqui.

Desgraças nunca ocorrem de forma isolada! – Eu sei que já deveria saber disso de cor, baseado em experiências anteriores, mas sabem como sou otimista... – Elas querem te pegar de qualquer forma, portanto se seu dia começar de maneira ruim, prepare-se! Certamente acontecerá coisa muito pior até que ele acabe.

Deixando as divagações de lado e voltando ao que realmente interessa, lá estava eu parado ao lado de uma Izayoi muito zangada, esbravejando sem parar sobre minha infindável irresponsabilidade e incompetência, tentando a todo custo puxar minha orelha – Claro que eu estava desviando, por mais concentrado em outros problemas ainda não me tornei completamente estúpido a ponto de deixá-la me tratar como uma criança desobediente – Enquanto pensava se teria tempo – Leia-se oportunidade – De voltar ao escritório e pegar uma cópia daquelas pastas – Isso é, havia cópias, não havia? Eu não posso ter simplesmente arruinado os originais...

- InuYasha! – Pulei ao ouvir a voz estridente pela irritação. – Você arruinou a sobremesa!

- Sua sobremesa arruinou meus documentos! – Devolvo no mesmo tom, vejo-a estreitar os olhos e afastar-se de mim.

Devo dizer que por alguns segundos tive aquela conhecida – e enganosa – sensação de alivio. Claro que isso durou no máximo um minuto, até que o bico fino do sapato de minha adorável mãe encontrou minha canela, para ser mais especifico.

Juro que pude vê-la sorrir satisfeita enquanto eu pulava em um só pé. – Agora me diga, que espécie de mãe é essa que fica feliz com a minha dor e sofrimento? Com a minha dolorosa frustração e... Err... Acho que exagerei no drama.

Bem, já que preciso ir buscar mais gelo para minha canela, vou finalizar o relato da minha chegada por aqui. Todos sabem que quando eu voltasse provavelmente teria esquecido todas as palavras mesmo...

oOoOoOoOoOoOo

Voltando ao que interessa – Sim, já coloquei gelo na mancha roxa que minha bondosa mãe deixou na minha perna, se é que interessa a vocês -, sabem aquela uma hora que eu tinha imaginado passar dormindo até o odioso jantar? Como vocês já devem ter percebido gastei esse tempo no telefone, implorando para a velha maluca - que chamo de secretária – tirar cópia daqueles documentos arruinados e trazer até minha casa.

Vocês acreditam que ela me fez implorar? E prometer hora extra por esse simples serviço?

É algo simples! Considerando que ela já está no escritório. - Ou pelo menos deveria estar! – Tirar cópias e trazer as pastas até aqui. De táxi. Que eu vou pagar!

Por que aquela mulher não aprende a dirigir continua sendo um mistério para mim. Claro que tenho uma teoria secreta quanto a isso... – Que vocês, queiram ou não, vou contar – Kaede é dona da companhia de táxis e está querendo me levar a falência!

Eu sei que vocês devem estar rindo, mas essa é a mais pura verdade! Aquela mulher só sabe me explorar desde o primeiro minuto que entrou no meu campo de visão e... Acho que me desviei do assunto... – Tenho que lembrar de castigá-la por isso de alguma forma depois. – Vamos voltar ao que interessa.

Desliguei o telefone ainda xingando Kaede, os planos de matá-la cada vez mais constantes em minha mente, e qual não foi a minha surpresa ao voltar os olhos para a porta da biblioteca e dar de cara com três pares de olhos em minha direção. – Lembrem-se que nesse momento eu ainda estava irritado, falando sozinho e rogando pragas na velha dona da companhia de táxis que só quer me explorar.

Os olhos castanhos e desaprovadores de Izayoi. – Naquele momento ela parecia não ter duvidas que eu realmente tinha enlouquecido. Quase pude vê-la pensando qual era o melhor psiquiatra do país para tratar do maluco do filho.

Outro par de olhos castanhos, inocentes e levemente assustados. – Nunca vi a dona na minha vida, isso quer dizer, até aquele momento. Uma garota que não parecia ter mais de vinte e cinco anos, a expressão inocente. Não consigo entender o que ela fazia com o indesejável recém-chegado.

Um par de frios e desdenhosos olhos dourados. - Muitos dizem ser parecidos com os meus, outros dizem que a única semelhança é a cor – Sim, meu odiado irmão. Parado ali na minha frente. Um sorriso irritante curvando seus lábios. Meu único consolo é ver os cabelos prateados dele. Não é o máximo ele estar ficando velho?

- O que foi? Nunca viu? – Eu sei, soei como uma criança birrenta, mas estava no limite. Meu dia foi uma droga! E estava se tornando pior a cada minuto...

- Idiotas falando sozinhos? Várias vezes...

- Sesshoumaru – A voz da garota mais parecia um sussurro, a mão que segurou a manga do paletó bem cortado quase infantil ao chamar sua atenção.

- InuYasha...

- Por favor, mãe... – Eu a cortei, os olhos fixos em Sesshoumaru – Diga que essas não são as pessoas que você convidou para o jantar...

- É sempre um prazer ver você também. – Sesshoumaru falou, respondendo minha pergunta.

- Merda, eu preferia fugir de uma garota desmiolada, babando em cima de mim do que...

- Você costuma receber garotas que babam em cima de você?

Silêncio. Um longo e constrangedor silêncio enquanto todos voltavam a atenção para a garota agarrada ao braço de Sesshoumaru. – Pelos deuses, ela não é apenas jovem, é burra também!

- Rin... – Pisquei, voltando os olhos para meu irmão, observando-o pigarrear desconfortável enquanto a garota olhava para ele de modo abobalhado. – Acho que Izayoi ia te mostrar o jardim...

- Eu? Jardim? – Izayoi perguntou, a costumeira expressão inocente, eu vejo como diabólica, surgindo em seu rosto. – Nessa época do ano nem tem flores, tenho certeza que Rin não gostaria de ver apenas galhos e folhas secas, não é mesmo, querida?

Eu preciso dizer que quase caí no chão rindo da expressão dos dois? Acho que o que me segurou foi a certeza que se fizesse isso chamaria a atenção de todos sobre mim e não teria mais um segundo de paz naquela maldita noite.

Aproveitando-me do fato que estavam ocupados demais lançando olhares - Confuso, falsamente inocente, completamente assassino - Entre eles, caminhei lenta e cuidadosamente – tentando não mancar – para fora da biblioteca.

- InuYasha?

Ignorei o chamado e continuei caminhando, tentando com todas as forças parecer indiferente aos passos atrás de mim. Qualquer pessoa que tenha um irmão sabe como me sinto, eles podem ser seus piores inimigos. Alguns dizem que seus melhores amigos também, mas até hoje não vi esse lado. Sesshoumaru sempre foi uma enorme pedra em meu caminho.

- Está ficando surdo ou apenas tentando me irritar?

- O quê? – Giro irritado para encará-lo e quase caio. Suspiro por ter sido rápido o suficiente para me agarrar a corrimão e assim evitar mais essa vergonha.

- O que aconteceu com sua perna?

- Nada que seja da sua maldita conta! – Viro novamente, preparando-me para subir a escada e posso jurar que o ouvi rir. Por que ele tem esse prazer obscuro de me ver sofrer? Por que todos adoram ver quando me dou mal?

- Está resmungando como um velho maluco.

'Familia' Aperto o corrimão com mais forço e continuo subindo os degraus o mais rápido possível. Fecho os olhos, ouvindo-o me seguir. Por que ele não me deixa em paz?

- InuYasha?

- O QUE É?

- Está mesmo de mal humor... – Ele sorri e eu giro os olhos – Esqueci que sempre foi desse modo... Um garotinho mimado que sai por aí resmungando quando não consegue o que quer.

- Fico lisonjeado que tenha viajado metade do país apenas para pronunciar essas palavras a seu adorado irmão. – Sorrio sarcástico e continuo a subir – Mas se não se importa, tenho coisas melhores para fazer...

Silêncio. Finalmente silêncio! Continuo a subir, um sorriso verdadeiro cruzando meus lábios enquanto desfruto desses poucos minutos de paz. Não quero pensar que em menos de meia hora terei que agüentá-lo no jantar, falando de todas as suas conquistas...

- Vim lhe pedir um favor.

Não quero gastar meu precioso tempo tentando imaginar o que ele veio fazer em minha casa e... – Provavelmente veio me pedir o dinheiro que pedi emprestado a cinco anos atrás... Eu tenho mais do que o triplo agora, mas não devolvo apenas para provocá-lo quando me liga cobrando...

- InuYasha!

Eu sabia que era bom demais para ser verdade... – Fecho os olhos e viro lentamente para ele. Posso ver a expressão contrariada em seu rosto, a maneira como os olhos dele evitam os meus e... Finalmente as palavras dele chegam a meu cérebro.

- Você disse que precisa da minha ajuda?

- Eu disse que preciso de um favor. – Sesshoumaru fala calmamente, voltando os olhos em minha direção, aquele maldito sorriso cínico aparecendo novamente - Se não estivesse ocupado demais em subir as escadas comum sorriso idiota no rosto teria ouvido da primeira vez... Corretamente.

Estreito os olhos, tentado a pular sobre ele e começar uma briga. Seria infantil e apenas lhe daria mais razão, mas não é isso o que me impede de completar meu plano. É a droga da perna latejando. – O que diabo minha mãe usa no sapato? Não devia doer tanto assim!

- O que... – Respiro fundo antes de continuar calmamente – Você pode querer de mim que não possa conseguir sozinho? – Ele apenas continua sorrindo e de repente a dor em minha perna parece pequena demais comparada a satisfação que terei ao acertar a cara dele. – Não pode ser dinheiro, você tem mais do que o suficiente e—

- Não é dinheiro, apesar de que se fosse esse o caso não seria um favor. Você me deve!

- Detalhes.

- Não é dinheiro. Pode parar de me olhar como se eu fosse roubar algo de sua preciosa casa.

- Idiota. – Suspiro antes de virar-me para continuar a subir os degraus – Quando resolver me contar o que quer, estarei em meu quarto. – Ouço a campainha tocar e ignoro.

- Não terminamos nossa conversa.

- Não discuto negócios parado no meio da escada. – Estremeço com o som irritante da campainha se repetindo em minha cabeça. Onde forma parar os malditos empregados?

- Não mandei você fugir do escritório.

- Eu não fugi! – Paro no topo da escada e ouço o prolongado som da campainha ecoar pela casa. Quem diabo pode estar se apoiando na droga de interruptor – ALGUÉM PODE ABRIR A MALDITA PORTA?

Sesshoumaru olha para mim em silêncio enquanto meus olhos buscam freneticamente por algum empregado que tenha vindo atender. Nada. Ninguém ao menos grita de volta. Fecho os olhos, tentando me controlar enquanto o som irritante parece aumentar de intensidade.

- MÃE! PORTA!

- Por que está gritando? – Posso ver Izayoi aparecer, olhando em minha direção reprovadoramente. – Não percebe que temos convidados? Ao menos finja usar a educação que lhe dei.

- Por que ninguém atende a maldita porta?

- Estão ocupados refazendo aquilo que você estragou... – Arregalo os olhos chocados quando ela dá meia volta, empurrando Rin para o jardim dos fundos. – Abra você.

- Mas mãe! – Posso ouvir o riso abafado de Sesshoumaru e um gemido angustiado escapa de meus lábios enquanto me debruço sobre o corrimão - IZAYOI!

- Você é mesmo mimado... - Ouço-o falar enquanto para minha incredulidade, começa a descer os degraus – É só uma porta.

- Não toque nisso! – Ignorando a dor, desço rapidamente os degraus que acabei de subir, tentando alcançá-lo – A maldita casa é minha, não quero você tocando em nada.

- Você realmente enlouqueceu, não é? – Ele continua caminhando, ignorando minhas tentativas de segurá-lo. – Estava gritando para que alguém abrisse.

- Não você! – Pulo sobre ele, empurrando-o para longe da porta antes que toque a maçaneta – Eu mesmo faço isso. – Ignoro o olhar chocado e arrumo minhas roupas antes de abrir a porta, no mesmo momento que a pessoa escolhe para tentar afundar a campainha novamente.

- Tome! – Antes mesmo que eu tenha alguma reação, uma pequena pilha de pastas é empurrada contra meu peito, minha única reação é abraçá-las para que não caiam no chão. – Agora me pague! – Pisco com a mão que quase acerta meu estomago e finalmente consigo reagir.

- Por que não desconfiei que era você tentando destruir minha casa?

- Pague! – Kaede continua com a mesma expressão impassível enquanto balança a mão na frente de meu rosto.

- Do que está falando?

- Nós combinamos que você ia me pagar.

- No próximo pagamento, sua velha mercenária!

- Preciso do dinheiro para o táxi.

- E eu com isso? Já tenho o que quero. – Sorrio – Não pode estar sem dinheiro, pague e eu lhe devolvo depois. – Abraço as pastas com mais força quando a vejo avançar em minha direção, tentando agarrá-las – O que está fazendo?

- Se não vai me pagar, vou levar isso de volta. – Ela segura uma das pastas com força e começa a puxar. Ela realmente enlouqueceu!

- Pára com isso, Kaede!

- Pague e eu solto.

- Não vou te pagar nada agora!

- Vou levar isso de volta! – Ela estreita os olhos, amassando algumas folhas enquanto luta comigo para pegá-las de volta.

Por todos os deuses, o que aconteceu com essa velha maluca? Resolveu adiantar o final de semana e começar a beber desde a quinta-feira?

- Está destruindo os documentos e eu tenho que ler! – Dou um passo para trás, tentando fazê-la soltar, mas o que ouço é o inconfundível som de papel se rasgando - Kaede, pára com isso!

- Só vou soltar quando você me pagar.

Será que ela não entende que se destruir os documentos eu não vou poder trabalhar? E consequentemente não haverá dinheiro? Ela só pode ter bebido!

- Kaede... – Respiro fundo, meus olhos inconscientemente buscando por algo pesado com que eu possa acertar a cabeça dela - Pela ultima vez... Solta essa droga! – Ela apenas gira os olhos e puxa com mais força, posso ouvir mais folhas se rasgando... Ok, vou definitivamente matá-la!

- Senhora? – Ouço aquela odiosa voz soando novamente, mal posso acreditar que esqueci a presença de Sesshoumaru com essa velha maluca me atacando. – Quanto ele lhe deve?

Não. Ele não pode fazer isso! Cá estou eu, lutando com uma secretária maluca e ele apenas fala algumas palavras que a fazem parar? Por que as coisas tem que ser tão fáceis para Sesshoumaru?

- Bem... – Ela vira para ele sorrindo, as mãos ainda segurando os papéis com força. – Apenas o dinheiro do táxi... Tenho confiança que InuYasha-sama vai me pagar o resto.

- InuYasha-sama? – Não consigo fazer nada além de piscar, incrédulo demais para ter qualquer outra reação. Ela me chamou de InuYasha-sama! Ela nunca me chama desse modo

- Entendo... – Sesshoumaru estende a mão para Kaede que prontamente a pega, soltando os papéis rapidamente – Terei o maior prazer de fazer isso para a senhora.

- InuYasha-sama? – Repito, incrédulo demais para ter qualquer outra reação. Ela me chamou de InuYasha-sama! Ela nunca me chama desse modo... É sempre 'idiota' , 'InuYasha' ou outras coisas menos polidas... E ela nunca sorri para mim!

Continuo parado no mesmo lugar, seguindo-os com os olhos enquanto conversam polidamente. Não consigo fazer nada além de observar o desenrolar da cena estático, chocado demais para esboçar qualquer outro tipo de reação.

O que fiz para merecer esse droga de dia? Tenho sido bom. – Ignorando o fato que a maioria de meus clientes É culpada - Trabalhado bastante. Pago minhas contas em dia. Até chamei Izayoi de 'mãe' na frente de outras pessoas...

Fecho os olhos, encostando-me a porta quando Kaede finalmente entra no táxi e o automóvel começa a se afastar. Sesshoumaru acena – Sim! Ele acenou! – Antes de começar a entrar novamente.

Tem algo de muito errado com a minha vida!

- Agora que resolvi seu problema... – Ele fala, passando por mim sem ao menos lançar um olhar mais atento em minha direção – Vamos ao que interessa. Espero você no escritório quando parar de agarrar essas pastas como se fossem o Chibi Inu.

- Chibi Inu? – Pisco confuso e posso sentir meu rosto esquentar. Do que diabo ele está falando? Chibi Inu? Baixo os olhos rapidamente. Eu não abraço o meu...

- Aquele bicho de pelúcia imundo que você vivia arrastando pela casa inteira quando pequeno. – Posso ouvi-lo rir, ao entrar no escritório, o que faz com que o rubor em meu rosto se intensifique – O que mais poderia ser?

O que quer que ele tenha falado se perde enquanto olho para as pastas com raiva. A culpa de tudo isso é daquela maldita velha! O que ela estava pensando ao me agarrar daquela forma?

Bato a porta com força e marcho para o escritório, completamente esquecido da dor em minha canela. Tenho que me consolar com o fato que Sesshoumaru quer me pedir um favor... Vou poder torturá-lo e no fim não aceitar. Sim. Isso seria o fim perfeito para esse dia miserável. Algo de bom para alegrar as horas finais de algo que não passou de um desastre atrás do outro.

Acomodo-me em minha cadeira, meus olhos observando as folhas amassadas com desgosto enquanto avalio todos os desastres que aconteceram apenas em um dia. – Tenho que me conter para não deixar escapar o suspiro frustrado preso em minha garganta – Ouço o pigarrear de Sesshoumaru, discretamente chamando minha atenção. Levanto os olhos, encarando-o em silêncio enquanto cenas desse dia passam a frente de meus olhos como em um filme.

Pisco depois de alguns minutos quando a imagem de um rosto feminino surge a minha frente. Olhos azuis me encarando como se eu fosse o pior dos homens a caminhar sobre a face da Terra. Claro, não basta ser torturado por minha família, desconhecidos tem que fazer o mesmo alguns segundos depois de me conhecer...

- InuYasha! Já acabou de sonhar com sua secretária maníaca?

Estreito os olhos, engolindo a resposta que ameaça deixar meus lábios, notando a expressão irritada de meu meio-irmão. Afundo na cadeira, e faço um sinal com a mão para que ele comece.

E pensar que o dia ainda não terminou...


N.A. – Oi, minna!

Obrigada pelas reviews, com certeza me deixaram muito feliz. Infelizmente o bloqueio não está colaborando muito, por isso a demora excessiva.

Infelizmente não dá para comentar individualmente aqui, mas agradeço a todas de coração!

Espero que gostem do capítulo :)

Kissus e ja ne.

Naru