Capítulo 03: All cats are gray by night
E no capítulo anterior...
No meio de sua caminhada para o escritório, ela acabou por se desviar para a biblioteca. Pegaria alguns livros para passar o restante da tarde e talvez mexesse um pouco nos seus apontamentos para as aulas dos próximos meses.
E assim ela mergulhou em seus estudos até a hora do jantar, quando suaves pancadas soaram à porta e Sprout colocou a cabeça loira para dentro. A outra estreitou os olhos. Havia alguma coisa estranha ali...
- Boa noite, Minerva. Está pronta para nossa pequena confraternização?
- Confraternização? – Minerva se levantou, fechando um livro de transfiguração avançada e encarando a colega – O professor Dumbledore disse apenas que íamos beber alguma coisa no Cabeça de Javali e...
- Mudança de planos! Nós vamos para Londres! – os olhos da professora de herbologia brilharam e ela finalmente entrou completamente no escritório da morena.
Foi só então que Minerva percebeu o que havia de estranho. Pomona Sprout estava vestida de rosa dos pés à cabeça – incluindo nessa conta o chapéu, ornado por belos girassóis.
- Londres? Mas a escola, ela vai ficar desprotegida e...
- Uma turma de aurores está em Hogsmeade hoje. – a outra respondeu, alegre, enquanto atravessava o escritório em direção aos aposentos de Minerva – Eles aceitaram muito gentilmente ficarem tomando conta da escola enquanto damos uma escapulida.
- Mas...
- Sem mas, Minerva. – Pomona abriu o guarda-roupa da outra professora – vamos ver o que você tem por aqui...
Havia uma profusão de vestidos pretos e capas de tweed quadriculadas – em sua grande maioria, vermelhas, como a cor da casa dos leões. Roupas adequadas para uma senhora de setenta anos de idade.
- Mas nada que sirva para uma jovem de vinte! – Pomona constatou, meneando a cabeça – Bem, teremos que utilizar seus dotes em transfiguração, querida.
- Pomona, isso é realmente necessário? Eu...
A loira tirou do guarda-roupa um longo vestido preto de gola alta, justo até a cintura. Tinha cheiro de guardado e parecia fazer muitos anos que não via o mundo fora do guarda-roupa.
- Aqui. Experimente esse. E tire essa gola.E as mangas.
- Mas está frio!
- Para isso existem capas!
Suspirando e totalmente incapaz de discutir com Sprout, Minerva obedeceu. Quinze minutos depois ela estava se olhando no espelho do banheiro, incapaz de se reconhecer.
Os longos cabelos negros estavam soltos, caindo sobre os ombros nus. O vestido assentava maravilhosamente bem no corpo jovem que ela agora possuía – o corpo perfeito para uma artilheira de quadribol. Pomona providenciara uma maquiagem leve, exceto pelos lábios, que agora estavam muito vermelhos.
- Eu estou parecendo... – ela murmurou, incrédula demais com seu reflexo.
- Está linda, não? – Pomona sorriu, alegre.
- Estou parecendo uma perdida! Merlin, o que minha mãe diria se me visse assim? – Minerva se perguntou, escondendo o rosto nas mãos.
- Não seja tão puritana, Minerva! Você só tem vinte anos. E ninguém vai saber que é você. Agora ponha sua capa e vamos logo com isso!
Suspirando, a morena prendeu o cabelo, colocando um chapéu ornado por um belo camafeu de cristal e uma pena negra que, por acaso, pertencia a Lorde Vertinari. Em seguida, abotoou a capa sobre os ombros e calçou as luvas.
Dumbledore já esperava por elas junto ao portão principal. Flitwick decidira não ir – preferira ficar no castelo com Hagrid tomando um bom chá. Quase todos os outros docentes tinham ido para casa, então só havia eles para a "confraternização" de que Pomona falara.
- Boa noite, minhas caras. – Dumbledore as cumprimentou, tirando o chapéu azul numa pequena mesura.
As duas responderam, Pomona um pouco mais alegre que Minerva. A professora de transfiguração estava cansada demais para discutir ou simplesmente para tentar entender o que estava acontecendo.
O grupo seguiu para os jardins, onde uma carruagem já os esperava para partirem para Hogsmeade. A viagem transcorreu rapidamente e logo eles estavam no Cabeça de Javali, onde Aberforth já os esperava à entrada.
- Aberforth! – Pomona o cumprimentou empolgada, pulando da carruagem e abraçando o outro homem rapidamente.
- Olá, Pomona. – ele riu, antes de se virar para a carruagem – Albus.
Dumbledore desceu, sorrindo para o irmão antes de estender a mão e ajudar Minerva a descer.
- Olá, Aberforth. – o diretor o cumprimentou, abraçando-o – Como estão as coisas por aqui?
- Tranqüilas. – o outro respondeu, antes de depositar sua atenção na última recém-chegada – Minerva.
A morena fez um aceno com a cabeça. Nunca se sentira muito confortável na presença do irmão de Albus Dumbledore. Ela nunca conseguia compreender o que se passava por trás dos olhos escuros de Aberforth – nunca sabia se podia confiar totalmente nele ou não.
- Então, vamos indo? – Albus perguntou, sorrindo – Moody está nos esperando em Londres.
- Moody estará lá também? – Minerva perguntou, estreitando os olhos.
O diretor assentiu com a cabeça, fazendo uma mecha de cabelos ruivos caírem sobre seus olhos.
- Ele está nos esperando no Dworsky's. Perto da Academia.
- Ouvi dizer que o Verruga de Velha deles é sensacional. – Aberforth observou – Mal posso esperar.
- E tem música ao vivo também. – Pomona continuou, sorridente – Celestina Warbeck vai estar lá. Eu trouxe até meus discos para ela autografar.
Minerva olhou pensativamente para a silhueta do castelo, que se erguia ao longe. Por que não ficara com Hagrid e Flitwick, tomando chá? Dois suaves "pops" a tiraram de seus devaneios. Sprout e Dumbledore tinham acabado de aparatar. Aberforth, por sua vez, a observava em silêncio, um sorriso estranho nos lábios.
- Bem, vamos indo. – ela falou, nervosa e, em seguida, aparatou também.
Quando reabriu os olhos, estava em um saguão parcialmente mergulhado na penumbra. Uma cortina de contas coloridas a separava do salão de onde vinham luzes vozes e música.
Mais um "pop" e agora Aberforth estava ao seu lado. Os dois se encararam por alguns instantes e, em seguida, encaminharam-se para o salão. Albus e Pomona já estavam parados em pé, ao lado de uma mesa, onde um outro homem esperava, rodeado de garrafas.
Moody levantou-se também quando ela se aproximou, seguida de perto por Aberforth.
- Não é à toa que eu sempre prefiro beber do meu frasquinho. – o auror observou, apontando para uma garrafa visível em seu bolso – Pregaram uma boa peça em vocês, não?
- Nada que não possa ser revertido. – Albus respondeu, sorrindo – Aquela é Celestina?
E em meu caldeirão...
Amortentia eu lhe dou
Não se vai esse amor...
- Ela é realmente magnífica, não? – Pomona observou, se sentando, os olhos extremamente brilhantes.
Minerva sentou-se também, percebendo tarde demais que agora estava entre Aberforth e Moody. Do outro lado da mesa, Albus e Pomona começava agora a discutir sobre os grandes cantores bruxos e seus legados.
- Uma pena, realmente, que os jovens tenham deixado as velhas baladas de lado. – o diretor suspirou – Eu gostaria um dia de fazer um baile em Hogwarts e chamar cantores dos velhos tempos.
- Você fala como se tivesse oitenta anos, meu irmão. – Aberforth piscou o olho.
- É verdade... Estou sempre me esquecendo da minha atual condição. – Albus respondeu de bom humor.
Os dois começaram uma discussão sobre suas infâncias e Minerva acabou por se virar para Moody enquanto Pomona tentava encontrar uma brecha durante a apresentação para ir até Celestina pegar um autógrafo.
- Como estão as coisas no ministério? – ela perguntou em voz baixa, olhando-o séria por cima dos óculos quadrados.
- Piores a cada dia que passa. Bagnold está perdendo o controle da situação. – ele suspirou – Crouch está crescendo lá dentro. Algumas pessoas podem achar isso bom, mas eu acho que ele vai acabar colocando os pés pelas mãos.
- Como assim?
- Ele está tentado passar um novo decreto... Autorizando os aurores a usarem maldições imperdoáveis.
Os olhos dela se arregalaram, enquanto Moody puxava a garrafa para fora do bolso, tomando um longo gole.
- Mas isso é... Terrível!
- Eu concordo. – ele sorriu, cansado – Mas o mais estranho da situação é ver alguém tão jovem entender o que isso significa. Mesmo que a juventude seja só na aparência.
Sem querer, ela voltou a corar e já se preparava para responder quando sentiu a mão de Aberforth pousar sobre seu ombro.
- Aceita dançar, Minerva?
Moody lançou um olhar um tanto irritado na direção do irmão de Dumbledore enquanto Minerva tentava encontrar uma desculpa para não aceitar o convite. Aberforth, no entanto, não esperou que a professora lhe respondesse.
Segurando-a pela mão, ele a forçou a se levantar e a guiou para o meio da pista de dança.
- Agora, será que você pode me dar sua mão esquerda? – ele perguntou, sério.
- Aberforth, o que pensa que está fazendo?
Ele sorriu, segurando a mão direita dela e colocando a esquerda sobre seu ombro, antes de puxá-la de leve pela cintura.
- Dançando com você.
Ela meneou a cabeça, enquanto a música continuava ao redor deles.
Eu queria abraçá-la
Talvez dizer que te amo
Meu coração agora parece
Um vidro de poção partido
Vazio sem você
- Ela é muito dramática, não? – Aberforth perguntou com a voz divertida.
Era em instantes como aquele que Minerva o achava extremamente parecido com Albus. E, ao mesmo tempo, completamente diferente. Albus sempre tentava deixar as pessoas confortáveis – Aberforth, por sua vez, tinha prazer em deixá-las constrangidas. E, ainda assim, os dois tinham um senso de humor muito peculiar.
- Acredito que canções de amor tenham sempre que ter um certo acento melodramático. – ela respondeu, sentindo-se quase sem graça pelo assunto.
- Você acha que amar tenha que ser sempre um melodrama também? – ele perguntou, forçando-a a encará-lo.
- Não um melodrama. – ela respondeu, incerta. Não estava em um campo que dominasse para poder manter aquela conversa – Mas há qualquer coisa que você não pode controlar dentro do "amor".
- E isso irrita você, não? – ele voltou a perguntar, sorrindo – Não poder controlar alguma coisa?
- Onde está querendo chegar, Aberforth? – ela perguntou, começando a se irritar de verdade.
- Albus me contou como você reagiu à transformação. Eu achei estranho, já que todos os outros gostaram imensamente da oportunidade de serem jovens outra vez. Você nunca suporta aquilo que não pode racionalizar. Isso não é bem uma qualidade dos grifinórios. Eu me lembro que você era mais impulsiva na época da escola.
- Você não chegou a me conhecer na juventude, Aberforth, então, não fale como se soubesse como eu era ou não era. – ela respondeu, respirando fundo – Albus convidou você a estudar em Hogwarts naquela época e você preferiu ficar na casa dos seus pais, aprendendo na prática. Isso não o levou muito longe, não?
- Me levou longe o suficiente para mim. – ele respondeu, sem se irritar – De qualquer maneira, você continua sendo um colírio para os olhos, Minnie.
Dessa vez, ela corou absurdamente.
- Foi você quem disse para aqueles quatro desordeiros que esse era meu apelido na época de estudante, não foi?
Aberforth sorriu.
- Talvez sim, talvez não. Eles são inteligentes, poderiam ter chegado a essa conclusão sozinhos. E Minnie é um belo apelido.
Ela revirou os olhos e suspirou aliviada ao perceber que a música terminara.
- Podemos voltar para a mesa agora?
Ele assentiu, guiando-a de volta para a mesa, onde Moody e Albus agora jogavam cartas. Aberforth fez uma pequena mesura com a cabeça para ela, enquanto Minerva se sentava, e voltou-se para Pomona, convidando-a também para dançar.
E, finalmente, depois de semanas sumida, a Silver volta a atacar! Instalaram a internet ontem e hoje vim rapidinho colocar capítulo novo e, adivinhem? Estou nesse exato instante em confabulações com a minha beta acerca de O Sétimo Selo. HUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUA...
Bem, como as coisas se acumularam enquanto eu estava fora (oh, céus, vocês não têm idéia do número de trabalhos que eu tenho que pôr em dia...), vou ter que responder suas reviews por aqui mesmo... Então, em primeiro lugar, agradecimentos a Beijos para Bebely Black, Sonora, Belle Lolly, Helena Black, Lily Dragon, Lele Potter Black, Miss H. Granger, JhU Radcliffe, Centaura, Devescovi, Naty, Mimi Granger, Mily McMilt, Lisa Black, Bruhh Black, Gabriela Black, Jules, Mariana, Mari G. Malfoy, Thatyz, Mellanie Black e todos que estão acompanhando a fic.
Sabe, eu ando me sentindo muito abandonada nos últimos dias. Tanto tempo sem reviews... Estou tão carente... Que tal iluminarem meu dia e encherem minha caixa de e-mails de mensagens? Hein? Hein? Façam a menina do pirulito feliz que ela faz vocês felizes com o último capítulo dessa fic.
Sim, porque ela é uma shortfic. Sendo assim, acaba no próximo capítulo. O final já está prontinho. Só depende de vocês ele chegar. Assim como Sétimo Selo. Como eu disse, ando me sentindo muito abandonada e extremamente carente. Isso acaba por me deixar sem inspiração. Sem inspiração, eu não escreveo. Se eu não escrevo... Não há prazo para o lançamento da fic... Entendido?
Bem, fora isso, a último aviso que eu tenho a dar é queas duas música que Celina canta nesse capítulo são invenções absurdas da minha pobre cabeça doentia... E que as imagens que inspiraram a fic, como pedidas, estão lá no profile. E, para que está ansioso por fics novas E LONGASSSSS, passem na comunidade "Fics da Silverghost" e dêem uma olhada nos trailers de Feito Cães e Gatos. E ajudem a pressionar a Mylla para que ela escreva o segundo capítulo de uma vez por todas (acreditam que ela está me enrolando desde dezembro?).
Sem mais delongas... Beijos a todos!
Silverghost.
