TÍTULO: O NASCIMENTO DE UM REI

AUTORA: Reggie_Jolie

CASANDO: Thranduil/(OC)

CENSURA: R

GENERO:Drama/Romance

BETA:

AVISOS: violência.

DISCLAIMER: Nenhum dos personagens me pertence. Todos vieram da mente brilhante de J. R.R. TOLKIEN, e, bem, essa é uma forma de homenagear esse autor de histórias tão brilhantes e fascinantes. Apesar disso os personagens originais (OC), e outros são meus e não podem ser usados sem autorização.

SUMÁRIO: Os Nazgul aparecem. O terror intala-se em Eriador e Rhôvanion. Thranduil envia seu amigo Thargon em uma missão.

" Outrora havia Sauron, o Maia, que os sindar em Beleriand chamavam de Gorthaur. No inicio de Arda, Melkor seduziu-o para sua vassalagem, e Sauron se tornou maior e mais confiável dos servos do Inimigo; e também o mais perigoso, pois podia assumir muitas formas; e por muito tempo, se quisesse, ainda pôde aparentar nobreza e beleza, de modo a enganar a todos, a exceção dos extremamente cautelosos." P365 O Silmarillion

NOTA DA AUTORA:

Os personagens abaixo pertencem a Tolkien, a descrição é somente para lembrar quem são e sua participação nessa fanfic.

Ereinion Gil-Galad, rei dos elfos. Sexto e último rei dos Noldor, firmou aliança com Elendil para atacar Sauron.

Amdír/Malgalad. Rei de Lórien, até Batalha de Dargolad

Celebrimbor. O maior artifice de Eregion, que fez os três anéis dos Elfos, é morto por Sauron.

Círdarn. Chamado de "o armador", elfo telerin, "senhor dos portos" de Falas; quando estes foram destruidos na batalha das lágrimas incontáveis (Nirnaeth Arnoediad); durante a Segunda Era era o guardião dos portos cinzentos no Golfo de Lhun.

NOTA DA AUTORA 1: No Atlas da Terra Média de Karen Wynn Fonstad, fala que Tolkien estabeleceu limites de velocidade e distâncias a seguir:

A PÉ: 24 A 30 minutos por milha

A cavalo: 9 minutos por milha (cavalos de Rohan); 8 por milha (cavalos dos Dúnedain).

O nascer do sol se daria por 7 da manhã e o por do sol as 5 de Dezembro a Janeiro; e 6 da manhã as 6 da tarde de Setembro a Março.

No hemisfério norte, a primavera acontece entre os meses de março e junho, recebendo o nome de primavera Boreal

CRONOLOGIA RESUMIDA.

SEGUNDA ERA

2251 Os Nazgûl aparecem.

2280 UMBAR é fundada pelos Homens do Rei.

2350 Os Numenorianos fundam Pelargir.

3261 Ar-Pharazôn, Rei de Númenor, vai às terras da Terra Média.

3262 Ar-Pharazôn vai a Mordor com uma grande força e demanda a redenção de Sauron. Sauron aceita ser tomado por Númenor na esperança de chegar a sua derrota por outros meios. Em tempo ele se torna um conselheiro confiável de Ar-Pharazôn e começa a corrompê-lo.

3310 Ar-Pharazôn começa a construir Grandes Fortalezas.

Will you still love me

Voce ainda irá me amar
When I'm no longer young and beautiful?

Quando eu não for mais jovem e bela
Will you still love me

Voce ainda irá me amar
When I got nothing but my aching soul?

Quando eu não tiver nada além de uma alma dolorosa?

I know you will, I know you will

Eu sei que você irá, eu sei que você irá
I know that you will

Eu sei que você irá
Will you still love me when I'm no longer beautiful?

Você ainda irá me amar quando eu não for mais bela?

Lana Del Rey. Young and Beautiful

1730

AMON LANC

ERYN GALEN

AIRIEN

Era primavera novamente. Ela estava acordada desde o nascer do sol. Airien não era do tipo que ficaria parada. Estava sempre em movimento. Havia dado o alimento para os filhos logo cedo e agora estava observando-os brincar com os tres inspecionava o trabalho de suas três aprendizes. A despeito de seus muitos pedidos, o irmão nunca viera morar com ela no palácio do rei. As crianças vinham todo dia e voltavam ao seu Talan. O cachorro Brog, estava entre eles. Havia o som inconfundivel de felicidade. Mentalmente ela agradeceu a Iluvatar por sua familia. Logo Oropher e Thranduil começariam a treiná-los com espadas, do mesmo modo que os irmãos faziam com seus sobrinhos. Pessoalmente ela achava cedo, Airien fez uma anotação mental, para convencer Thranduil a retardar tal acontecimento.

"Não!" o grito escapou da garganta de Airien com extrema rapidez.

"Não!"

Herenvar largou o chapéu vermelho que havia arrancado do solo, perto de uma árvore.

Thira, uma das ellith, pegou o menino pelas mãos e o trouxe.

"Abra a boca."

O menino principou a chorar. Mas Airien o forçou assim mesmo e somente quando certificou-se de que não havia engolido o cogumelo venenoso soltou-o.

"Nana (mãe)". Herenvar chorava.

"Eu só comi frutinhas," choramingou o menino.

"Senhora" chamou Rilriel. "Vamos levá-los para as Casas de Curar."

"Aye (sim). É o melhor a se fazer." Airien assentiu. Voltando-se para a primeira ajudante disse:

"Thira, deixe tudo aí. Voltamos outro dia"

"Mae (sim)" a ellith respondeu.

"Edrath!" Airien chamou o filho mais velho.

Só então ela se deu conta de que as crianças, Bárgon, Laimion e Bain, seus sobrinhos, estavam olhando para ela, completamente assustadas. Airien precisava reparar aquilo imediatamente.

Airen recompos-se rapidamente e disse:

"Vamos todos para o palácio. Vai haver um lanche lá. E depois vamos até a sala de treinos. Voces gostariam disso?"

Os rostos infantis iluminaram-se e ela pode perceber que lágrimas não mais estavam ali. Suspirando ela juntou as crianças e voltou para o palácio de Oropher.

O menino dormia calmamente, isso não impedia Airien de ficar olhando-o com receio. Ela ficara completamente apavorada. Ele podia ter morrido. Aquele cogumelo, o chapéu vermelho matava pessoas. E Herenvar era apenas uma criança.

"Senhora". Morwen a chamava.

"Senhora a criança dormiu. Pode ir descansar." disse a criada.

"Não. Vá dormir Morwen. Eu não saio desse aposento hoje até o pai deles chegar."

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THRANDUIL

Thranduil abriu a porta do aposento aposento comum, que partilhava com a esposa e filhos. Com o nascimento dos dois filhos, o casal havia mudado de aposentos. Ocupavam um quarto maior do lado norte, ele dirigiu-se então a porta do lado esquerdo e viu os filhos que dormiam tranquilamente. A luz proveniente de um lampião, iluminava fracamente o ambiente. Entretanto era o suficiente para que ele pudesse ver a esposa que dormia numa cadeira ao lado do filho mais novo. O cobertor que deveria estar cobrindo-a encontrava-se, agora, ao redor dos quadris, expondo seu corpo para ele. Ele ficou intrigado. Qual a razão dela estar ali? Infelizmente ele iria acorda-la.

Mãos masculinas passaram por seus braços e lhe rodearam o quadril. Airen sabia exatamente a quem pertenciam as mãos, suspirou seu aroma único, sândalo, canela e pimenta e disse:

"Senti sua falta!"

"Eu também." Thranduil acariciou os cabelos dela então perguntou:

"Mas diga-me porque encontro você no quarto de nossos filhos Hervess-nin.(esposa)"

"Você pode me odiar quando eu lhe contar tudo Herven-nin (marido)"

"Impossivel."

"O quanto você me ama?" Ela inquiriu.

"Como uma vez você me disse, te amo como jamais amei ninguém nesse mundo."

Thranduil ergueu-a nos braços e levou-a consigo.

"Thranduil" ela reclamou ao ser erguida.

"Os meninos."

"Vão dormir no lugar deles e você em nosso quarto. Como eu já disse uma vez, seu lugar é lá, comigo."

Ele depositou-a com cuidado na cama e disse:

"Durma! Você parece exausta. Amanhã e somente amanhã conversamos."

Então ela fez exatamente ao contrário. Esfregou os olhos tentando acordar.

"Durma! Thranduil estendeu a mão e pegou a dela. Entrelaçando os dedos aos dela, e trazendo-os aos lábios, ele beijou-lhe a mão.

Airien fitou-o por um longo tempo. Ao perceber que ele não iria conversar por fim cedeu, deitou-se ao lado do esposo que a abraçou. Algum tempo depois ambos dormiram.

Airen acordou antes do amanhecer, tremendo e paralisada de terror. Não conseguia se lembrar do sonho que a acordara, mas voltar a realidade foi igualmente assustador. Tinha sido impossível esquecer a situação. O pânico de perder Herenvar. Cogumelos venenosos. Como ele tinha achado aquele em especial. Senti-a se pior mãe do mundo.

"Voce quer conversar agora? E vai me dizer o que a assustou tanto assim Melethril (amada)?"

"Desculpe. Acordei você." Airien principiou.

"Esqueça isso." Thranduil passou as mãos pelo rosto dela.

"O que a atormenta tanto?"

Airen sentou-se na cama, entrelaçou as mãos em torno dos joelhos e fixou o olhar em Thranduil.

"Eu cometi um erro ontem. Distrai-me quando colhia ervas com minhas ajudantes e por muito pouco Herenvar não ingeriu um cogumelo venenoso. Ele podia ter morrido."

"Ele esta bem?" os olhos dele denotavam preocupação.

"Sim. Examinei-o. Mas mesmo assim. Não consigo deixar de me sentir culpada."

"Não. Não se culpe. Mas vamos olhá-lo mais de perto. Sim? São crianças, são curiosos. Não devemos deixa-los sozinhos. O que aconteceu ontem pertence ao passado. Vamos deixa-lo lá. "

Horas depois Airien terminava de vestir-se. Seu cabelo comprido estava preso para trás em uma trança, deixando o rosto à mostra e revelando os ossos malares altos. Inspecionou a própria roupa, era um vestido simples de um verde profundo.

"Airien" Thranduil bateu a porta chamando-a.

"É você Herven-nin?"

"Aye (Sim.)" Respondeu Thranduil

"O marido que me ama?" ela pilheriou.

"Não pode haver outro."

Ela abriu a porta do quarto de vestir.

"Muito bonito."

"Hannon Le."

Airien foi a primeira a chegar até onde estavam os filhos. Edrath e Herenvar. Morwen inspecionava a refeição matinal dos garotos. Ela sorriu e agradeceu.

"Ada!(pai)" Os garotos gritaram ao mesmo tempo ao verem Thranduil. A ausência dele era-lhes dificil.

2251

ERYN GALEN

OROPHER

Thranduil bateu a porta e entrou. O rei estava sentado a mesa com alguns conselheiros. Ele esperou e os mesmos foram dispensados. Ainda de pé, pois não fora-lhe indicado que sentasse, ele aguardou.

"Teve noticias de Málgalad?" Indagou Oropher

"Não. Nenhum mensageiro chegou senhor."

"Mas chegou uma patrulha recentemente." Afirmou o rei Oropher

"Sim senhor."

"Quais os relatos?"

Então Thranduil começou a relatar o que os soldados contaram. O que chamou a atenção do rei, foi o grupo de cavaleiros negros, que começou a rondar os edain que viviam nas imediações da floresta.

"E quem são estes Cavaleiros Negros ? O que pretendem? Precisamos mandar alguém investigar. Isso não é bom. É verdade que não devemos nos envolver com os edain, contudo não devemos permitir qualquer ameaça que porventura venha a se tornar um problema para nosso povo."

Thranduil aguardou que o rei continuasse e ele o fez.

"O melhor seria você mesmo ir, todavia não seria prudente deixar seus filhos e sua esposa sozinhos. As crianças são muito jovens. Quem você indica capitão?"

"Então me permita indicar Thargon majestade. Ele é fiel a nós."

"Pois bem. Envie Thargon, ele deverá descobrir quem são esses cavaleiros negros."

THRANDUIL

Ao deixar a sala do rei Thranduil tratou de procurar o amigo. Encontrou-o no salão de treinos com outros soldados. Os mesmos não pareciam exatamente contentes, e Thranduil perguntou-se o quanto duro o amigo estaria sendo com os soldados.

Thranduil deixou-se ficar um pouco entre as sombras observando o amigo, analisando-o. Tinha certeza de sua fidelidade, era habilidoso com armas, discreto, para viver em meio aos edain ele seria relamente perfeito. Não havia dúvidas, Thargon era o mais indicado para a missão de descobrir sobre os cavaleiros negros.

"Chega. Pediu o edhel (elfo)".

Thargon assentiu e afastou-se limpando a espada. Seus equipamentos estavam sempre em perfeito estado. Era um soldado nato. Thranduil sabia que podia confiar sua vida aquele amigo.

"Thargon Mellonamin," disse Thranduil tornando-se visivel.

O edhel parou o que estava fazendo e aproximou-se.

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THARGON

Ao cavalgar, repassou mentalmente os seus planos, tudo o que havia combinado com Thranduil e seu aran. Onde fosse possível, deveria passar despercebido. Era somente um viajante. Não deveria fazer prisioneiros. Ainda estava em Greenwood, em sete dias chegaria aos portões da floresta logo ele seguiria o rio Bruinen em direção aos povoamentos dos edain.

" Noro lim Malen" Thargon impeliu a montaria e começou sua viagem.

Era noite e Thargon ainda se debatia se fazia ou não uma fogueira quando ouviu as primeiras vozes. Eram orcs. Os planos para a fogueira foram postos de lado. Agora só chamaria atenção para si e para sua montaria. Aqueles orcs vinham de Gundabad. Disso Thargon tinha certeza. O elfo esperou em silêncio que as bestas se distanciassem, pois estava sozinho. E eles estavam em maior número. O rei Oropher tinha razão, alguma coisa muito estranha estava acontecendo por ali.

Ele desembrulhou o pão de viagem que fora feito por Airien.

"É chamado de Lembas. Vai ajuda-lo e muito." Ela havia dito ao presentea-lo com uma cesta.

Ao aproximar-se de Goblin Town, mais uma vez Thargon teve de ser extremanente cauteloso. Não convinha a um elfo sozinho chamar a atenção dessas criaturas em um combate aberto.

O terreno se nivelou diante dele, mas a mata continuava espessa, tapando boa parte da luz do sol por onde ele cavalgava. Aquele era o vau do rio Gladen. Ele havia estudado os mapas com Thranduil exaustivamente. Não podia haver erros, era um trabalho para o rei. O dia amanhecia. Estava frio. O vento soprava inclemente naquela manhã e era visivel que o sol não apareceria. Era uma vila de pescadores. Havia restos de fogueiras que eram usados para secar peixe. As redes de pesca estavam estendidas em suportes, esperando a hora de serem usadas. Com poucas e estreiras ruas.

Quando avistou a ponte de pedra baixa, reduziu o galope do cavalo e, trotando, se aproximou dela lenta e silenciosamente. Apeando da montaria Thargon levava o cavalo pelas rédeas em direção a uma placa que indicava uma taverna ou hospedaria. Ele torcia para que fosse os dois. Precisava de um quarto e de um banho.

Thargon entrou na hospedaria, os hospedes que estavam por ali, olharam-no com curiosidade, ele rapidamente fez uso da lingua comum dos homens, como não se banhava há dias, e tinha os cabelos soltos, não era vivisel que ele era um elfo. Conseguira um quarto e uma refeição.

Thargon dormira um dia inteiro. Quando descera ao salão da hospedaria, Thargon concentrou-se na comida e comeu o guisado, um pedaço de pão e um jarro de cerveja com rapidez. A jovem que o atendera, chamava-se Mara, a jovem falava muito, então Thargon começou a fazer questão de ser servido sempre por ela, e em uma semana descobrira rapidamente que havia anões por ali. Já que o povoado edain estava proximo das Minas de Moria.

SETE DIAS DEPOIS

Antes que chegasse a porta esta se abriu e dela sairam seis homens com armaduras completas, o que chamou-lhe atenção, aquela era uma vila de pescadores. Porque estes homens totalmente armados estavam ali? Indagou-se Thargon. Enquanto pensava sobre isso a porta voltou a se abrir e dois homens saíram da hospedaria, escoltando uma jovem.

A jovem vestia branco, e tinha a cabeça descoberta, seus cabelos ruivos eram rebeldes por natureza, e sua expressão, por mais que tentasse parecer austera, era infantilizada por inúmeras sardas. Era esguia, alta, jovem, de olhos negros e pelo que ele já aprendera dos costumes humanos, era solteira, devido aos cabelos soltos. O homem mais velho devia ser seu parente, pois a escoltava de perto. Ambos estavam envoltos em peles. O mais novo deveria ser o o noivo da jovem.

Quando os visitantes saíram da hospedaria Thargon pode finalmente entrar e dirigiu-se a uma mesa no canto.

"Bom dia. O Mesmo de ontem senhor?" indagou a mulher.

"Sim."

Sentada Mara observou o perfil do homem. O queixo duro e anguloso, os olhos claros, cheios de determinação. A mulher sorriu. Ainda não conseguia acreditar que ele estivesse interessado nela.

A mulher tinha a combinação de olhos mais estranhos que ele já vira. Um era verde e o outro azul. Os cabelos castanhos e falava pelos cotovelos. E era por isso que ele a procurava todas as noites. Podia simplesmente comer na cabana que havia alugado, mas ia sempre a taverna. Ele mesmo não sabia porque se demorava naquela vila pequena.

Era tarde quando ele saira da hospedaria. A lua cheia já estava alta no céu e estava tudo claro. Dessamarando Malen, ele montou e rapidamente trotou em direção a sua casa.

Aquela era uma região pantanosa. Os únicos sons que Thargon ouvia eram aqueles das criaturas da floresta e de alguns pássaros voando acima... Foi então que ele ouviu o grito. Alto. Assustador, quase inumano.

Quando ouviu o som ele entendeu tratar-se de orcs e havia mais. Sua montaria estava com o pelo completamente eriçado. O que não era comum.

Ignorando o medo Thargon apeou. Tocou a anca do animal que afastou-se. Malen voltaria quando chamada. Afastando as pernas, Thargon agachou-se. Os sons que lhe chegavam trazidos pelo vento não eram nada animadores.

Foi então que ele viu os orcs e eles não estavam sozinhos. Havia lobisomens com eles. Thargon desembainhou a espada e a adaga que trazia consigo e esperou.

O fato de um lobisomem sempre atacar primeiro o pescoço era previsível como o nascer do sol. Soltando gritos horrendos, os lobisomens lançaram-se para a morte. O eldar esperou até sentir a respiração quente no rosto antes de enterrar a lâmina nos dois peitos largos. Uma das adagas atingiu o coração, derrubando o lobisomem, mas a outra apenas feriu o alvo. Thargon esperou que o animal ferido o atacasse outra vez e lançou-o longe. Ouviu o som de ossos sendo quebrados e cartilagens se rompendo. A besta peluda tentou ataca-lo novamente, e enorme pata tentou alcança-lo, mas ele usou a adaga de novo. Sentiu, porém, as unhas riscar seu pescoço. Um erro estúpido. Os ferimentos não eram profundos . Precisaria fazer uso das ervas que a esposa de Thranduil lhe fornecera, ou encontrar um curador humano. Nenhuma das duas perspectivas o agradava.

Os orcs imediatamente investiram contra ele.

Iluvatar!

Deixando as bestas mortas de lado, Thargon principiou a vasculhar o lugar, e torceu o nariz ao ver as feridas da mulher: uma perna partida, feridas nos braços e nas mãos, provavelmente feitas enquanto se defendia e, a julgar pela dificuldade com que respirava, certamente teria alguma costela partida. Os demais humanos e alguns orcs que estavam na beira de estrada estavam mortos. Ele já conferira. Ainda não entendia porque a humana fora abandonada, mas não faria a mesma coisa.

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THARGON

Depois de quatro dias em que a velara, na sua moradia, a mulher acordara. Thargon virara-se e vira os olhos negros a olha-lo.

"Bom dia. Sente-se melhor? Pode conversar?"

A jovem fez menção de sentar-se e ele correu para ajuda-la.

Ela pestanejou várias vezes e depois percorreu lentamente o quarto com o olhar. Depois, cravou os seus olhos nele. Estavam cheios de perguntas, e também de dor.

"Queres um pouco de água? "

Thargon levantou-se e serviu um copo de água do jarro. Aproximou-o dos seus lábios para que bebesse. Ela tentou levantar a cabeça, mas o gemido que deixou escapar indicou a Thargon como aquele movimento lhe era doloroso.

Cada respiração lhe doía. Para mexer a boca e falar precisava de toda a sua força. Mas tinha de saber tantas coisas... e tinha de as saber naquele instante, antes que o pânico que a ameaçava se apoderasse completamente dela.

Utilizou a dor para se concentrar nos seus pensamentos. Era tão intensa...

"Dói-me..."

"Sim. Deite-se novamente. A curandeira deve chegar logo."

BRENNA

"Sou curandeira senhor. Tenho tudo o que é necessário para curar a jovem." disse Brenna. Os olhos da mulher mais velha examinavam atentamente a jovem ferida. Suas mãos habilidosas verificaram tudo o que ele fizera.

"Fez bem em me procurar, senhor. Contudo tudo o que você fez até aqui foi de grande valia."

"Nada mais do que limpar e lavar ferimentos Brenna."

"Ela deve permanecer deitada. Quando for necessário deve ajuda-la a ficar sentada. Não deve tentar andar ainda." Falou Brenna.

Kelda que estava quieta, vira nos olhos do homem um brilho estranho. Ao refletir ela sabia, que devia estar sendo um peso para ele. Seu salvador tinha um rosto sério, caracteristicamente masculino, e os olhos zangados não pareciam ser capazes de exibir ternura, muito menos um sorriso. Impressionante. Era a palavra mais correta para aquele homem, de uma beleza que ela nunca havia visto.

"Vou lá fora". Disse Thargon e saiu de modo que Brenna pudesse examinar melhor sua paciente.

"Muito bem minha querida. Você precisa de mais alguma coisa?" indagou a mulher mais velha. Alguns fios brancos se insinuando por entre a cabeleira negra.

"Não. Obrigada."

THARGON

Thargon sentou-se sobre a pilha de mantas onde dormia e observou-a através da suave luz das chamas da lareira. Certamente, estava a preocupar-se sem razão. Quando os homens do pai da jovem retornassem ela estaria a salvo junto com sua família. O que ele poderia fazer era deixa-la na hospedaria do povoado perto das Minas dos Anões, onde ele a vira pela primeira vez e tudo estaria resolvido. Não cabia a ele envolver-se em confusões dos edain.

Na manhã seguinte pegou nas suas armas e atravessou a vila rumo ao vau do rio Gladen. Deixara a jovem na cabana junto a Brenna, a curandeira da vila.

A SER CONTINUADO...