TÍTULO: O NASCIMENTO DE UM REI

AUTORA: Reggie_Jolie

CASANDO: Thranduil/(OC)

CENSURA: R

GENERO:Drama/Romance

BETA:

AVISOS: violência.

DISCLAIMER: Nenhum dos personagens me pertence. Todos vieram da mente brilhante de J. R.R. TOLKIEN, e, bem, essa é uma forma de homenagear esse autor de histórias tão brilhantes e fascinantes. Apesar disso os personagens originais (OC), e outros são meus e não podem ser usados sem autorização.

SUMÁRIO: Os elfos recebem noticias dos Nazgûl. Oropher envia Thargon para o reino élfico de Eriador. Os ataques de Sauron a Mordor, Gondor e a captura de Minas preparativos para a batalha da ultima aliança são intensificados.

CRONOLOGIA RESUMIDA.

SEGUNDA ERA

2280. A cidade portuária de Umbar é fundada.

2350. É construida Pelargir.

3429 Sauron ataca Gondor e captura Minas Ithil. Anárion defende Osgiliath e Minas Anor e Sauron volta para Mordor.

3430 A Última Aliança dos Homens e elfos estão formadas.

3434 As forças de Sauron são derrotadas na batalha de Dagorlad fora do Portão Negro. O Cerco de Barad-dûr começa.

3441Sauron volta Barad-dûr e briga com Elendil e Gil-Galad. Sauron é enviado para baixo e Isildur corta o dedo de Sauron juntamente com o Um Anel. O espírito de Sauron foge do seu corpo e esconde-se.

CAPITULO. DEZ. ENTRE OS EDAIN.

" Já os homens eram mais frágeis, mais fáceis de serem mortos por arma ou acidente, e mais dificeis de se curar; eram sujeitos a doenças e muitas enfermidades, e envelheciam e morriam". p 125 O Silmarillion

NOTA DO AUTOR:

Celebrado na China entre o 15º e o 8º dia do mês do calendário lunar, o Festival do Meio de Outono tem origem ligada a uma cultura tradicionalmente agrária, regida pelos ciclos da natureza, quando os povos ancestrais observavam a relação entre o movimento da Lua e as mudanças das estações, fato que influenciava diretamente a produção agrícola. O festival simboliza, portanto, um agradecimento dos chineses à Lua pela colheita, assim como reuniões familiares e oferendas para a Lua nos dias do outono, nos quais ela se encontra mais brilhante e redonda.

watch?v=GzkqG8gKJos Instrumentos musicais medievais

watch?v=unbWOERgqpI Danças medievais

THARGON

Aquela pequena vila de pescadores, celebrava também o Festival do Meio de Outono, o que para Thargon era uma grande coincidencia. Todos os moradores, velhos, mulheres, homens, crianças, jovens. A vila estava toda iluminada. O azul do céu dera lugar ao negro da noite. A luz dos archotes bruxuleava, lançando tons de vermelho, laranja e amarelo ao redor. Havia uma algazarra originada das crianças que corriam em meio a todos. Eles estavam na vila. Kelda, ao lado de Brenna, a curandeira, parecia genuinamente encantada com tudo ao redor.

Eles celebravam as colheitas abundantes. Havia muita comida e bebida. A taverna, The Children and Oak, onde Thargon se hospedara, estava cheia. De onde estava ele podia ver a porta abrir e fechar de vez em quando. Contudo era ali do lado de fora que se encontrava a maioria da população. Repentinamente o som de uma musica animada começou a tocar. Ao virar-se Thargon percebeu que um grupo de rapazes se dispusera a tocar. Eram instrumentos musicais diferentes do que já vira. Mas a musica fez com que as crianças e as jovens edains dessem as mãos e começassem a dançar.

Aquela festa iria adentrar a noite. Isso era certo. E para ele isso não representava problema algum. Quando ficasse cansado ele simplesmente iria embora. A musica cessou e a multidão aplaudiu vigorosamente. Ouviu-se o som de um carrilhão, uma rabeca e um alaúde, indicando nova melodia. Dessa feita mais animada ainda. As crianças deram lugar a doze pares que se dirigiram para o centro da vila, conforme a musica soava. Os doze pares em fila, começaram a movimentar-se, cumprimentavam-se com uma ligeira mesura, e então formaram um grande circulo. Eles começaram a dançar, batiam palmas de tempos em tempos, as mãos dadas, e movimentavam-se ora para a esquerda ora para a direita. Com um saltito e um rodopio as damas trocavam de pares. Dividiram-se, agora, as jovens em uma roda menor, os homens em outra, dançando em sentido contrário.

"É tudo tão bonito." Disse Kelda.

"Voce não conhece essa festa?" Perguntou Thargon

"Não."

"E porque você estava nessa vila Kelda?"

"Eu seguia viagem com meu pai, iamos até a casa do meu noivo."

"Sim. Em sete dias eles estarão aqui. Assim me garantiu o taveneiro. E você poderá ir para casa."

"Assim espero." a jovem sorriu. "Não pense que sou ingrata. Agradeço por você ter me salvado. Eu provalmente teria morrido no pantano."

Thargon viu o sorriso da jovem desaparecer e só então viu Mara, que trabalhava na hospedaria vir em sua direção.

"Com licença senhoras." Ele afastou-se na direção da mulher de cabelos castanhos e olhos de cores diferentes. Não era prudente para sua missão envolver-se com uma edain tão jovem. Kelda era uma tentação e uma distração para sua missão. Sete dias. Em sete dias poderia ir embora daquela vila e continuar sua missão.

Uma flecha assobiou no ar. E foi o suficiente para que as pessoas entrassem em pânico. A lua cheia com sua claridade tornava a todos alvos faceis. As pessoas estavam embriagadas. Defender-se seria muito trabalhoso para dizer o minimo.

No mesmo instante, os homens dispararam uma chuva de flechas e mais de dez pessoas tombaram sem vida. Mulheres da vila, gritaram desesperadas vendo seus homens mortos. Crianças choravam.

Thargon percebera que um dos arqueiros, usava uma camisa larga cor de açafrão sob a túnica curta que lhe deixava à mostra as pernas até os joelhos. Calçava sapatos largos e grosseiros e completara o traje com um manto rústico, que atirara sobre os ombros. O cabelo escuro e revolto aumentava a aparência de força e crueldade. Era um humano. E porque razão aqueles humanos estava lutando ao lado de orcs?

Ambos estavam mortos. E, a julgar pelas espadas ensanguentadas jogadas no chão, haviam lutado bravamente, até a morte.

Era uma batalha desigual. Havia mais orcs e as bestas pareciam não se importar se terminariam a luta com vida.

A seu lado encontrava-se um jovem edain, a espada suja de sangue. O escudo na outra. Thargon indicou um lado da vila e ambos dirigiram-se até lá. Não havia muito o que fazer. A não ser manter-se vivo. Logo mais adultos e jovens juntaram-se a eles. Não eram um grupo grande, mas teria de ser o suficiente.

Thargon assumiu a frente da batalha. Era um corpo a corpo. Ninguém ali possuia arcos, para atingir o inimigo a distancia.

Os orcs investiram gritando.

Os humanos fizeram o mesmo. O som de espadas chocando-se fez-se ouvir.

Em algum momento do combate, Thargon percebeu que havia anões lutando a seu lado. Os pesados machados de guerra, rachavam os orcs ao meio. Como ali era uma vila de pescadores, eles não tinham armaduras. Mas mesmo assim investiam contra o inimigo. Com um chute, Thargon desviou-se de um morto, e logo viu-se a frente com um orc.

Decepando-lhe a mão, Thargon pegou a criatura pelo pescoço. Queria interroga-lo. Arrastando-o levou-o até um poste e amarrou a criatura ali. Com sorte voltaria a encontra-lo vivo.

Horas depois a luta cessou. Aparentemente as criaturas voltaram para o buraco de onde sairam. A roupa em farrapos. Sangue em seu rosto. Thargon parecia tudo menos um elfo. Mas isso não importava. Apressado dirigiu-se até onde deixara o orc, para descobrir que estava morto.

Idiota. Recriminou-se. Deveria tê-lo interrogado imediatamente.

Pela manhã grande parte da vila tinha sido queimada. Vários corpos sem vida espalhavam-se por todos os lados. Espadas jogadas ao chão. Corpos amontoavam-se.

Brenna, a curandeira, auxiliada por Kelda, cuidava dos feridos. Seriam precisos vários dias para que as casas fossem reconstruidas. Os anões apesar de ajudarem na batalha, voltaram para suas minas e os edain ficaram a própria sorte.

KELDA

"Eu pensei que iamos esperar minha família."

A jovem parecia genuinamente confusa. Mas Thargon tivera dois dias inteiros para pensar na melhor decisão e por fim chegara a ela.

"Nao vamos ficar mais um minuto nessa vila. Ela já foi atacada duas vezes. Não sei a origem dos ataques. Mas não vou morrer aqui." afirmou Thargon.

"Arrume suas coisas. Convenci Brenna a vir conosco. Vou entrega-la a sua família."

"Não há possibilidade de ficarmos?" insitiu Kelda

"Não."

E ter que conviver mais dias com os olhares que essa edain lhe lançava. Jamais.A atitude mais correta seria desviar o olhar. Ela era jovem demais para ele.

" Espero estar na estrada pela manhã. Estamos entendidos?"

"Sim." Respondeu Kelda.

Thargon saiu da cabana em direção a taverna. Queria despedir-se de Mara. E assim evitaria pensar na jovem edain.

O dia ainda não havia amanhecido quando eles partiram daquela vila. Secretamente Thargon esperava nunca mais precisar por os pés ali. Havia névoa. Era uma jornada longa. Os tres cavalos dariam conta. Disso tinha certeza.

Os últimos raios de luz se transformavam em tons de violeta no crepúsculo que, em instantes, cobriria a região. Viajariam o maximo que podiam durante o dia, acampariam a noite.

Um pouco mais adiante, o caminho dobrava de forma acentuada para a esquerda. A floresta nesse ponto ficava um pouco menos densa, com pequenas lacunas na folhagem, pelas quais um ou dois raios de luz se moviam e brincavam com a estreita faixa de água que escoava pela rochosa lateral da colina.

"Vamos parar aqui. Logo vai anoitecer. Pela manhã retomamos nossa jornada."

Kelda e Brenna assentiram.

A clareira, iluminada por pontos de luz do sol, estava silenciosa e tranqüila no calor do dia. Kelda mergulhou os dedos no pequeno lago. Parecia uma eternidade desde a última vez que tomara um banho. Por um momento, ela se sentou na borda da água, sentindo na solidão refrescante, o silêncio contínuo do lugar.

Em geral a viagem prosseguia até a luz se extinguir. Então qual foi o espanto de Kelda e Brenna quando Thargon sugeriu aquela parada. Mas tão logo elas apearam, Thargon amarrou o cavalo em uma árvore e afastou-se deixando-as sozinhas.

Quando Thargon voltara trazia consigo tres aves. Que ambas prepararam para a refeição.

Durante a maior parte da viagem Kelda mantinha-se em silencio. Brenna a curandeira, a quem ela pedira que viesse consigo, era quem fazia a jovem falar alguma coisa. Então começara a chover. Era uma chuva fina e irritante. A chuva escorria pelo capuz e molhava-lhe o rosto. E assim passaram-se o sete dias de viagem.

Kelda sabia que no final daquele dia estaria em casa.

Não era um castelo grande. Mas era fortificado. E isso era importante para a segurança deles. Thargon recordava-se do que Kelda lhe contara. Havia um quarto grande no andar inferior, além do grande salão, que era reservado aos hóspedes, juntamente com mais quatro quartos em um segundo andar. Também contava com uma pequena torre para os guardas. O grande salão e as cozinhas ocupavam a maior parte do andar térreo. Possuía um estábulo.

O som dos cascos dos cavalos fez-se ouvir no pátio de pedra. Era a comitiva que trazia Kelda de volta a casa. Galinhas assutadas cacarejavam. Um bando de cães cercou-os, saltando e latindo. Kelda apeou, falando com eles, chamando cada cachorro por seu nome, causando um frenesi de alegria entre os animais.

"Irmã!" Caelean recebeu-a de braços abertos.

Era visivel a semelhança entre ambos. Os mesmos cabelos vermelhos e olhos negros. O rapaz excedia-a em altura.

A jovem ainda de braços dados com o irmão aprensentou a Thargon e Brenna.

"Muito obrigada. Não temos palavras para expressar o que você fez por nossa família. Já a davamos como morta ou escravizada pelas bestas. Ingvi ali, estava triste por perder a noiva." assinalou Caelean.

Thargon assentiu em silêncio.

O aperto de mão do humano era forte e determinado.

"Ofereço a você e a hospitalidade de meu lar."

Era um rapaz alçado a condição de chefe da família com a morte violenta do pai. Não devia ter mais do que 20 anos. Thargon acompanhou o rapaz e sentaram-se a uma mesa enorme. Uma serviçal adiantou-se com uma caneca de cerveja. Não era sua bebida favorita, aprendera a gostar do vinho, o que era comum entre os elfos, mas bebeu-a calmamente. A um sinal de Caelean, bandejas e travessas de comida, pães, queijos, frutas e carnes preenchiam a mesa.

Ingvi ainda tinha faixas nos braços, e apoiava-se numa muleta, a perna também estava enfaixada, resultado do combate que havia travado com os orcs.

"Foi você que cuidou de minha prometida?"

O olhar de Thargon se cruzou com o de Ingvi quando este bebeu um pouco de cerveja da caneca.

Parecia uma pergunta simples. Mas havia muito em jogo ali. Ele sabia que se respondesse sim, a reputação da jovem estaria arruinda.

"Não. Eu a encontrei. Mas Brenna a curandeira da vila, tratou dela." O que em parte era verdade. Thargon sabia que relatar que cuidara da jovem por alguns dias sozinho não ajudaria em nada.

O resto da refeição foi feito em confortável silêncio, e Thargon não lembrava do que havia ingerido. Só conseguia lembrar dos olhos do humano chamado Ingvi sobre si.

A SER CONTINUADO...