TÍTULO: O NASCIMENTO DE UM REI
AUTORA: Reggie_Jolie
CASANDO: Thranduil/(OC)
CENSURA: R
GENERO:Drama/Romance
BETA:
AVISOS: violência.
DISCLAIMER: Nenhum dos personagens me pertence. Todos vieram da mente brilhante de J. R.R. TOLKIEN, e, bem, essa é uma forma de homenagear esse autor de histórias tão brilhantes e fascinantes. Apesar disso os personagens originais (OC), e outros são meus e não podem ser usados sem autorização.
NOTA DA AUTORA: Os personagens abaixo pertencem a Tolkien, a descrição é somente para lembrar quem são e sua participação nessa fanfic.
Amdír/Malgalad. Rei de Lórien, até Batalha de Dargolad. Como Tolkien diz no Contos Inacabados que Oropher lutou ao lado dele, me pareceu plausível que Thranduil se sentisse mais a vontade em Lórinand, do que em Imladris.
SUMÁRIO: A cidade de Osgiliath é atacada. Isildur vai para Imladris. Ocorre o primeiro Conselho Branco. Os Elfos (Sindar e Silvan) partem para a guerra.
CRONOLOGIA RESUMIDA
2 ERA
3299
Nascimento do filho de Isildur, Elendur em Numenor.
3339
Nascimento do filho de Isildur, Aratan, em Numenor
3379
Nascimento do filho de Isildur, Ciryon, em Númenor
3429
Fumaça sobe da Montanha da Perdição. Sauron toma Minas Ithil e queima a Árvore Branca. Anárion continua a defender Gondor enquanto Isildur segue ao norte para Arnor.
3430
Elendil e Gil-galad formam a Última Aliança para se opor a Sauron. Nascimento do filho de Isildur, Valandil, em Arnor.
3431
O exército da Última Aliança se reúne em Valfenda.
CAP. 16. FOGO E CINZAS. PARTE II
OSGILIATH
Era madrugada, quando Anárion e alguns soldados sobreviventes ao ataque a Minas Ithil entraram em barcos. Os barcos não eram grandes, e os soldados moviam os remos num ritmo forte, buscando manter-se a salvo de qualquer flecha inimiga. Estavam vivos. Contudo eram fugitivos, perderam a cidade de Minas Ithil para o inimigo dos homens e necessitavam chegar a Osgiliath o quanto antes.
O único som que se ouvia eram dos remos tocando a água e impelindo os barcos a frente. E assim foi durante toda a madrugada. Viram o nascer do sol. O sol já estava alto e reluzia sobre a cidade. Via-se movimento na ponte de pedra, repleta de casas e torres. Os barcos passaram por debaixo da ponte dirigindo-se ao cais na margem do Anduin. O fundo do barco raspou o chão do rio e a lateral fez barulho ao deslizar pelo molhe de pedras. Um dos homens jogou uma corda, outro que se encontrava no ancoradouro a segurou, amarrando o barco. Anárion ergueu-se e subiu os degraus que o levavam para o alto. Os homens o seguiam. Todos ainda estavam com as vestes da batalha, a cabeça protegida com os capacetes pontudos, que exibiam asas nas laterais, uma capa cinzenta sobre os ombros escondia um pouco a cota de malha. A distância e a luz solar os protegiam dos orcs, que lutavam a noite.
Era ali na cidade de Osgiliath que, Isildur e Anárion, organizariam a defesa contra o inimigo.
A grande abóbada da Cúpula das Estrelas brilhava ao sol, era ali que estava Isildur, e era para lá que Anárion se dirigia. Velas brancas e grossas postas em candelabros na parede iluminavam o ambiente. Os dois irmãos rumaram para a sala onde estava uma das palantír (a Pedra de Osgiliath) e de lá começaram a traçar uma estratégia para a defesa dessa cidade.
Pode-se fechar as entradas da cidade, que conduzem a ponte principal.afirmou Isildur
Sim. Mas e o cais? Eles virão pelo rio com certeza. Insistiu Anárion
Então precisamos estabelecer a defesa a partir deles. Respondeu Isildur
Os irmãos começaram a discutir o que fazer, eles não tinham tempo para lamentar. Era imperativo que Osgiliath resistisse. A primeira coisa fora colocar grandes tachos na Ponte de Osgiliath, grandes vasilhas que cuspiam óleo quente em pilares na entrada e ao longo de todo o seu comprimento. Aquilo atrasaria e muito os atacantes. A ponte era larga, porém a maior parte da largura era tomada por construções ao longo de cada beirada. Então o número de soldados que poderiam passar por ela era reduzido. Se eles não podiam enchê-la de soldados, o inimigo também não teria espaço ali. Os molhes e a margem do rio era onde aconteceria toda a batalha.
E sua família? Seus filhos, sua esposa? Indagou Anarion.
Elendur, Arathan e Cyrion. Vou enviá-los para nosso pai. Mara sabe que irá para onde eu decidir e meus filhos também. Não creio que há muito o que eles discutirem. Mara é uma mulher e esposa. Nós homens decidimos o destino deles. Isildur respondeu
Anárion permaneceu em silêncio. Não havia motivo para quebrá-lo.
Seu próprio filho? Indagou Isildur
Ficará aqui comigo. Eu só tenho a ele.
Isildur lembrou-se de que Edith, morrera ao dar a luz ao menino. Desde então Anárion vivia só com o filho.
Não o enviarei nessa longa jornada. E assim encerraram aquela conversa.
DIAS DEPOIS
Os irmãos, Isildur e Anarion, estavam no Grande Mercado. Cavalos foram tirados de suas baias e esfregados; cães latiam e brigavam entre si, soldados acompanhavam seus senhores para onde eles fossem.
Estavam no chamado Grande Bazar. Homens, mulheres, crianças, velhos era como um formigueiro humano. Eram agricultores, os trabalhadores que serviam na Cúpula das Estrelas, os ferreiros, ceramistas e outros artesãos, comerciantes de vinhos e mercadores de tecidos, ansiosos para vender suas mercadorias.
O calor do sol subia pelas pedras, aquela parte da cidade não estava tão perto do rio assim, portanto era mais quente. Barracas cobertas repletas de gêneros alimentícios, temperos e outras coisas atraíam a todos. Aquela era uma área rica além do que era a porta de entrada para toda a região. Conquistar aquela cidade seria de grande importância para o inimigo
Vi homens com arco e flecha hoje indo em direção ao cais.falou Anarion.
Sim. Insisto que devemos manter o cais vigiado. Replicou Isildur
É uma boa estratégia
Então começou a soprar um vento e logo as nuvens assomaram no horizonte.
Vai chover. Disse Anárion
Sorte que o Bazar é coberto. Ou todas essas pessoas perderiam seu dia de trabalho. garantiu Isildur
A tarefa de ambos era ingrata. Deveriam estar alertas para um ataque que não sabiam quando aconteceriam.E precisavam inspirar força e coragem em todos ali. Logo a chuva despencou sobre a cidade. Os irmãos continuaram a andar pelo Grande Mercado. Cumprimentavam a todos sem distinção. Ouviam as pessoas que se aproximavam.
Algum tempo depois a chuva começou a amainar, embora trovões retumbassem perto e nuvens escuras ainda corressem no céu.
Bom. O tempo vai ficar assim o dia inteiro. Asseverou Isildur
Vamos embora.
DIAS DEPOIS
Senhor. Inimigos no cais. O soldado chamado Eldred falou.
Era cedo. O dia mal amanhecera, quando dois soldados, Eldred e Edmo, adentraram na Cúpula das estrelas. Anárion seguiu os soldados precisando ver de perto o contingente inimigo que enfrentaria dessa vez.
Como havia chovido na noite anterior o chão perto do cais, que era onde esperavam a incursão do inimigo, era um monte de lama. Estava a menos de 100 metros dos inimigos que o aguardavam. Olhando para cima Anárion viu os arqueiros posicionados como ele e Isildur haviam combinado.
A um gesto seu, as flechas voaram. Eram como uma chuva. E como a chuva elas atingiram seu alvo. Anárion quedou-se observando os soldados em silêncio. Eram bons homens, jovens e musculosos, rijos por passarem dias na sela, pelas batalhas e torneios combatidos. Todos ali tinha um único objetivo. Permanecerm vivos. Mais duas cargas de flechas e uma espécie de alivio começou a brotar no coração dele, e rapidamente ele o reprimiu. Aquele era apenas o começo, não era momento para sentir-se aliviado. Não ainda. Aquele não era o grosso das tropas inimigas, eram apenas batedores destinados a dar noticias sobre a cidade.
Com um gesto Anárion chamou um dos soldados que estava ali próximo.
Quero um prisioneiro vivo. Matem os demais. Disse Anárion.
Sim senhor, Respondeu Aethel.
Balion, avançar! — vociferou Anárion, sentindo o cavalo enorme se curvar debaixo dele em resposta. O irmão levara muito tempo treinando aquele animal. Ele não precisava estar ali, mas ele queria. Anárion sentiu quando o animal levantou a pata traseira chutando um inimigo e sorriu internamente. Seu irmão fizera um excelente trabalho com Balion.
Calma rapaz. Ele instou o animal, e percebeu que esse na realidade desejava empinar e chutar mais algué -se nos estribos para ficar mais alto enquanto girava com toda a força em resposta. Gritou de triunfo quando a espada pesada abriu um grande corte, não era um ferimento fatal, mas era o suficiente para que outro soldado terminasse o serviço.
Os homens ao seu redor atacavam com vigor selvagem, amassando e arranhando sua armadura, tentando quebrar as articulações metálicas ou ferir e rasgar Balion para que a queda do animal o derrubasse. Anárion percebeu que se tornara um alvo ali. E isso era perigoso e inútil. Não deveria perecer logo no primeiro ataque. Maldizendo a própria tolice ele fez o cavalo recurar. O animal obedeceu esmagando dois homens no processo.
Anárion!
Ele ouviu seu nome ser chamado e ao voltar-se na direção do som, viu um corpulento cavaleiro inimigo se aproximando com uma espada curva na mão, rompendo o bloqueio. Aethel esporeou seu cavalo, erguendo a espada. O soldado buscava trespassar Anárion, evitando os que ficavam a sua frente, quando a espada de Aethel o atingiu. O inimigo imediatamente voltou sua ira para Aethel, derrubando-o. Os dois caíram sobre o solo, uma mistura de lama e sangue. O homem caiu sobre ele, e assim que sentiu apoio abaixo, Aethel girou o corpo, derrubando o atacante e erguendo-se. A primeira coisa que viu foi a ponta afiada de uma lança. Não sabia de onde vinha e não importava. Apanhou-a e enfiou-a nas costas do inimigo com tanta força que quebrou a madeira. O homem caiu com o rosto no chão. Estava morto.
Quando o ataque findou, ele contemplou seus soldados, em ação. Pareciam cansados, sujos e maltrapilhos, abatidos ao peso das armas e armaduras. Logo dois soldados traziam-lhe o prisioneiro pedido. Eram dois homens alto, moreno, de cabeça raspada com brincos nas orelhas Um deles tinha uma cicatriz clara ao lado da boca dele, o brilho intenso dos olhos escuros. O outro tinha um nariz torto, como se tivesse sido quebrado antes. E mais uma vez Anarion não espantou-se de que havia homens servindo ao inimigo.
Os prisioneiro foram postos de joelhos diante dele. O que iria fazer não era nada bonito. Contudo era necessário.
De onde vocês vem? Perguntou Anárion
Os cativos nada responderam
A um gesto seu, o soldado chamado Edred, acertou a cabeça do cativo com o cabo da espada. O oponente balançou. Sangue espirrou. Em pouco tempo, seu olho esquerdo era uma massa de sangue, o rosto inchado.
Uma pequena comoção entre os soldados fez Anarion voltar-se em direção ao som e viu seu irmão aproximar-se.
Isildur e Anarion entreolharam-se.
Edred se adiantou sem qualquer aviso. Com um movimento cruel, girou a espada, cortando a garganta do homem mais próximo. O sujeito tentou segurar o pescoço com as mãos, subitamente engasgando no próprio sangue enquanto caía no solo.
Decidindo que já era suficiente Anarion adiantou-se.
Basta.
Os soldados afastaram-se.
Onde está seu senhor? Anarion voltou a inquirir.
Quando vocês atacarão a cidade?
O homem não respondeu nada. Havia lama do rio que ressecara em seu corpo. Parte dela havia caido e dava-lhe a aparencia de listras. O queixo inchado, um galo na têmpora chamava atenção.
Sabe que na hora que eu sair daqui, eles vão continuar e você vai morrer. Insiste em ficar calado? Podemos ser misericordiosos com você. Facilite nosso trabalho. insistiu Anarion.
O prisioneiro nada respondeu.
A um sinal de Anarion um novo golpe agora na mão do prisioneiro. Logo ela estava quebrada. Edred se ajoelhou ao lado do prisioneiro, olhando um instante nos olhos negros.
Senhor? Indagou Edred.
Mate-o. É inutil mantê-lo vivo. Não vamos conseguir informação alguma.Disse Anárion.
Como esperado, em cinco dias ouviram o som de trompas que anunciavam a chegada do inimigo. Vinham pelo rio. Traziam tochas acesas e ateavam fogo por onde passavam. Do alto da ponte Anárion, olhava uma cidade iluminada por pontos de fogo. O amarelo e o laranja tremeluzentes marcavam o lugar onde estava o inimigo e era para lá que eles deveriam ir.
O cidade foi sitiada. Durante toda a primeira noite, os arqueiros revidaram, com seus arcos de longo alcance; piche e óleo fervente foram despejados pela ponte abaixo. Os atacantes não esmoreceram, provocando incêndios em toda a cidade, nas estruturas de madeira. A ponte de pedra e o cais resistiam.
Pela manhã Isildur e sua família navegaram, pelo Anduin, indo ao encontro do rei Elendil, deixando Anárion, para defender o reino.
Ao redor deles as terras pareciam devastadas. Cabanas queimadas, cercas derrubadas e jardins pisoteados. E para a infelicidade de Anárion e dos que ficaram ali, chegaram reforços. Os numenorianos negros, que culpavam os homens de Gondor pela morte de Ar-Pharazon e pelo Akallabeth, vieram em grande contingente.
O cerco de Osgiliath durou cinco anos no total.
A SER CONTINUADO...
OBS: Os filhos de Isildur, Elendur, Arathan e Cyrion permanceram em guarda na passagem de Cirith Duath e não participam do cerco da Barad-dur. O filho mais novo de Isildur, Valandil. Nasceu em Imladris 3430 da segunda era.
Tolkien não nomeou a esposa de Isildur tampouco a de Anárion. Eu optei por escolher os nomes que achei mais adequados aos personagens.
