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Sumário: Voldemort foi destruído. O que mais é necessário para dois cabeças duras deixarem de esconder seus sentimentos? R/H.
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Disclaimer: Todos os personagens são da tia J.K. e eu não quero ganhar "nenhum pila" com eles.
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A Gota d'Água
Hermione e Vitor Krum ainda permaneceram por um bom tempo no Madame Puddifoot. Apesar das freqüentes cartas, ainda tinham bastante assunto para conversar: o que tinha acontecido em suas vidas desde a última vez que haviam se visto, como seria a festa de casamento, o escândalo que a imprensa faria... Hermione estava tranqüila, Vítor sempre havia sido um bom amigo, desejava sinceramente que ele fosse feliz.
No caminho até o Três Vassouras, Hermione pensava sobre como a vida pode ser estranha. Como estudante estava plenamente realizada, conseguira voltar a Hogwarts para terminar os estudos, seguia sendo a melhor aluna de seu ano, continuava a ser monitora, enfim, tudo aquilo que poderia desejar... Mas, não conseguia se manter resignada com o que não podia ter, algo que não dependia única e exclusivamente dela: o amor. Um amor que doía, mas que a fazia se sentir viva e desejar gritar para que o mundo todo soubesse o seu nome.( RONALD WEASLEY!) O que mais a atormentava era a dúvida, não ter certeza se ele a amava ou não.
Quantas vezes pensei ter visto sinais de que era correspondida? No quinto ano, quando ele me deu um perfume? Cada vez que ele não deixava Malfoy me incomodar? Quando ele aceitou ir a festa de Slughorn comigo, no sexto ano? Parecia fácil demais... Não! Eu estava errada! Eu o queria tanto que via coisas que não existiam... Então, de repente, ele começou a sair com Lilá Brown, aliás, começou a se "esfregar" publicamente nela, por toda Hogwarts... EU SOU UMA IDIOTA MESMO! Não, decididamente, não me amava! Essa foi a prova incontestável! Se amasse jamais chegaria perto de outra, afinal, tinhamos marcado um "compromisso"... Bom, íamos como amigos... Não! Não íamos como amigos! Eu jamais tinha dito que iríamos como amigos! Era um "encontro"! Será que nem isso ele percebeu? Que EU o convidei para sair? Homens! Quem consegue entendê-los?
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Harry, depois do trauma com Cho Chang, não gostava nem de passar na frente do Madame Puddifoot. Gina, um dia, o faria mudar de idéia, mas não seria hoje. Não, quando Hermione tinha uma "reunião particular" com Vitor Krum.Gina estava há vários dias pensando sobre este "encontro" de Hermione. Tinha certeza que Rony iria fazer uma escândalo. (Como eu posso ter um irmão tão lerdo desse jeito! Por que você não diz que a ama, seu imbecil? Ou, beija de uma vez e pára de atormentar a vida de todo mundo...)
Ron, depois de caminhar por toda a Hogsmeade, decidiu entrar no Três Vassouras. Continuava remoendo seus pensamentos e, apesar de seu rosto estar totalmente vermelho, sua expressão era indecifrável.Viu queGina e Harry estavam bebendo cerveja amanteigada e sentou-se com eles. Não conseguia nem falar. Não conseguia beber um copo d'agua sequer. Sentia-se totalmente frustrado, estava sendo corroído por um sentimento de total incapacidade. (Não posso fazer nada para mudar isso... Ela vai casar! Com ele...)
Gina tinha certeza que o estado do irmão estava, intimamente, relacionado com Hermione e Krum. (Mas se ele não quer falar... É melhor me preparar para mais uma "daquelas"...)
Hermione entrou, despreocupadamente, no Três Vassouras. Seus pensamentos a abandonaram quando ela viu seus amigos na mesa. Nem reparou que Ron não tinha um copo a sua frente.
"-Quando você ia nos contar Hermione?" – Ron gritou furioso.
Sua falsa! Sua Mentirosa! Estava se divertindo com aquele babaca! Ainda bem que eu não esperei prá olhar vocês se beijando! Que nojo!
"- Pára de gritar, Ronald! O que foi? Contar o quê?" – disse Hermione, começando a se irritar pelo tom ríspido de Ron.
Meu Deus, e depois falam que nós, mulheres, temos distúrbios de humor! Nunca tive uma TPM assim... Bom, talvez tenha tido um"discreto" mau-humor... Mas não vou deixar ninguém sequer imaginar que eu sei disso...
"-Quando vai para a Bulgária, com o 'Vitinho'?" – a voz de Ron era sarcástica.
Sua cretina! Como pôde? Como pôde? Com esse... Esse...
"- Depois da nossa formatura em Hogwarts..." – repentinamente ela percebeu que não tinha tido tempo de contar nada a ninguém. (O QUÊ? Como ele poderia saber...) " VOCÊ ESTAVA ESCUTANDO A MINHA CONVERSA COM O VÍTOR, RONALD WEASLEY?" – o olhar dela era mortal.
Idiota! Será que você nunca ouviu falar de privacidade! Realmente, você ultrapassou todos os limites, Ronald! TODOS! Onde já se viu? Escutar uma conversa particular... MINHA CONVERSA! Como você é infantil!
"- Isso não interessa! Sua mentirosa. Sempre... Sempre falando que eram 'só amigos', que só se correspondiam..."
Eu vi muito bem a "amizade" de vocês! Madame Puddifoot! Como você mente Hermione!
"- E é verdade. Qual é o seu problema com o Vítor, hein? O Torneio Tri-Bruxo foi há anos, Ronald! Eu não estou 'confraternizando com o inimigo'! Ele não é o imimigo, jamais foi. Lutou ao nosso lado contra Voldemort, você lembra disso?" – ela gritou, cada vez mais furiosa.
É verdade! Nós somos somente amigos. Seu estúpido, eu nunca namorei ele por SUA causa!
"-Você vai se casar com ele! E quando ia ME contar?" – disse ele, vermelhíssimo.
Mentirosa! Mentirosa! Por que você vai se casar? Sempre defendendo aquele filho-da-mãe! O que você vê nele? Hermione, você nem gosta de Quadribol!
"-Como assim casar? Eu não vou casar! E, se fosse? Você não tinha nada com isso! Quem é você prá se meter na minha vida? Se me lembro, a sua namorada era Lilá Brown... Aliás, não tem como esquecer, com aquele show por todos os cantos de Hogwarts!" – alfinetou ela, sem perceber, enquanto espumava de ódio.
E daí? E se eu fosse casar? Eu sou solteira e descomprometida. Qual seria o problema? Eu posso casar com quem quiser! Pelo menos eu não fiquei desfilando por toda Hogwarts, como VOCÊ fez! Pelo menos o Vitor não precisou do Neville prá informar que eu sou uma menina!
Gina e Harry se olharam e, numa concordância silenciosa, sabiam que essa conversa não ia ter um bom desfecho... Hermione tinha acabado de explodir uma coisa que estava presa em sua garganta havia um bom tempo, sem pensar... Isso não era bom!
"- E daí? A Lilá não tem nada a haver com isso! O assunto é você! Você estava sentindo falta da língua dele na sua boca? Como no Baile de Inverno? O que mais vocês fizeram, hein? Não adianta mais, você não tem como negar! Eu sei! Eu ouvi! 'A sua ida para a Bulgária já está planejada, Her-mi-ô-ni-ni!' Por Merlin, ele nem consegue dizer o seu nome direito!– gritou ele.
Cretina! Garanto que aproveitou bem seu tempo com o Krum... Onde será que ele andou colocando aquelas mãos nojentas? Aquele filho-da-mãe...
Gina e Harry se olharam, novamente, as coisas estavam indo de mal a pior! Ron confessara que tinha descoberto que ela beijara Krum, no quarto ano! Gina engoliu em seco. (Eu e a minha boca grande...)
- Ronald, você é desprezível! Do que você pensa que está me chamando, hein? Beijei! Beijei sim e foi muito bom! Mas, isso foi no QUARTO ANO! Nós não tivemos mais nada depois disso, só amizade! Por que EU não quis. Ele quer me apresentar a noiva.Veio me convidar para o casamento dele. Seu idiota!
Idiota! Grosso! E ainda me chama de vagabunda! Que absurdo! Se esfregando naquela vadia da Lilá Brown! Na minha cara! E vem com essa conversa, querendo me dar um sermão? Ronald Weasley me dando um sermão! Era só o que faltava... Quem é ele...
"-Mas, mas..."- Ronald não tinha mais palavras. Estava aliviado. (Ela não vai casar!) Mas, desta vez, talvez não fosse possível consertar tudo... As coisas que tinha dito...
Peraí... Por que ela se importa de eu ter namorado a Lilá?"-Ronald, porque você se esforça tanto para transformar a minha vida num inferno?"
Porque eu te amo tanto? Como você é obtuso, Ronald! Não, EU sou uma estúpida por te amar! O que eu estou esperando? Você se declarar? Eu sei que isso não vai acontecer nunca! NUNCA!
Ele a encarava, estático. (Eu estraguei tudo! Ela nunca vai me perdoar! Eu nunca vou poder dizer a ela...) Havia perdido Hermione de vez! E por nada! Sem jamais tê-la para si. Podia perceber, que ela estava espumando de raiva. Podia ver que ela procurava, a todo custo, conter as lágrimas que teimavam em querer surgir.
"- Não apareça nunca mais na minha frente, Ronald Weasley, nunca mais! Eu te odeio!" – As lágrimas a tinham vencido e corriam pelo seu rosto.
Então, ela ergueu a mão para lhe dar um tapa no rosto. (Por que você não me deixa em paz? Eu não posso mais suportar isso! Te amar dói, Ronald! Cansei! Eu preciso ficar longe de você! Isso! Longe, bem longe...).Mas, quando a mão de Hermione estava quase alcançando o rosto de Ron, ele segurou o braço dela. O quadribol tinha servido para alguma coisa, afinal... Ele continuava olhando, fixamente, para Hermione (Céus! Ela está chorando... EU fiz ela chorar... Outra vez... Hermione, por favor, não chore. Deus me ajude, eu só queria uma chance...).
Eles estavam perigosamente próximos. Não existiam mais palavras, coisas demais haviam sido ditas, o silêncio era constrangedor...
Quando ele segurou seu braço, para não levar o tapa, Hermione congelou. Ao sentir o toque de Ron, repentinamente, um arrepio percorreu todo o seu corpo. Era uma reação instintiva, não podia evitar, sempre acontecia quando se tocavam. Seu coração disparou, parecia querer sair pela boca, como da vez em que dançaram, no casamento de Gui e Fleur. Não conseguia entender o porquê disso acontecer, ele era o maior insensível da face da Terra, só a fazia sofrer e, no presente momento, ela só conseguia sentir o cheiro dele, ouvir sua respiração... Tinha raiva de si mesma. Infelizmente, autocontrole era uma palavra que ela desconhecia perto de Ronald Weasley.
Harry e Gina se olharam. ( Agora já era... Eles vão se matar!)
Mas, aí aconteceu a coisa mais estranha de tudo.
Hermione sentiu um súbito frio no estômago. E, então, uma explosão. Era todo aquele sentimento guardado por anos, todas as brigas que tiveram, todo o desejo, era tudo. Quando ela percebeu, "já era tarde demais" e suas línguas já haviam se encontrado num beijo quente e molhado. Parecia tão óbvio, tão natural, era como se já tivessem feito isso milhares de vezes, desde sempre. O calor que vinha da respiração dele se espalhava como uma onda por todo o seu corpo, fazendo ela sentir como se estivesse queimando. E, ainda, faltavam palavras, e ar também, mas não existiam palavras, nada. Sabiam tudo, todas as coisas, todos os sentimentos, o motivo oculto de todas as brigas.
"-Agora, sim, pode me odiar!"- disse Ron, meio inseguro. (Céus, ela não me deu um tapa!)
"- Ron... Cala a boca!" – disse ela, o puxando de volta para si. (Eu devo estar ficando louca!)
Mais estupefatos do que nunca, Harry e Gina se olhavam e olharam para os dois se beijando, e se olhavam novamente.
"-Harry, querido, você está entendendo alguma coisa aqui?" (Eles estão... O que foi isso? O mundo está perdido!)
"-Acho que isso é uma declaração de amor..." (Aleluia, irmãos... Acho que até ouço o som de sinos...)
"-Foi a coisa mais estranha que eu já vi... Mesmo vindo desses dois..." (Ufa! Achei que teria filhos antes desses cabeças duras se acertarem... Isso é, se o Ron me deixasse dormir com o Harry, algum dia...)
"-Nem me fala..." -Harry concordou.
E foi assim que começou. Literalmente sem palavras, sem explicações, sem um "Eu te amo", apenas começou e simplesmente não se largaram mais. Mas isso não quer dizer que seja fácil ficar juntos, ou que seja monótono. Porque afinal, eles são Ronald Weasley e Hermione Granger, ou seja, uma nova guerra havia começado no mundo mágico...
N/A: Desculpem a demora, mas as aulas da faculdade começaram...
N/A: Agradeço ao pessoal que mandou as reviews. Espero que leiam a seqüência, assim que ela sair mando um aviso...
N/A: Essa história continua em "No Limite da Razão" - Eles ficaram juntos, quase por acidente, mas ambos tem uma personalidade forte... O que pode acontecer quando seus hormônios parecem querer tomar conta da situação?
