Uma Mulher Chamada Sakura

Capítulo 7 – O dia da partida

§ Shoran §

Aquelas palavras me pegaram de surpresa. O que eu iria lhe dizer agora? Com passos lentos e hesitantes me aproximei mais de Sakura. Focalizava seu rosto que me encarava em completa expectativa. Será que eu deveria contar...?

Olhei fundo nos olhos daquele ser que tanto me fascinava. Ela era perfeita demais para ser real...

- Sakura, eu... Eu agi daquele modo porque eu...

Eu simplesmente não conseguia terminar aquela frase. Como posso saber se o certo é dizer-lhe? Neste exato momento? Inconscientemente dei mais um passo em sua direção, de modo que meu corpo tocasse levemente no seu.

Aquela ardência já conhecida tomou posse de meu corpo. Ele implorava pelo dela. Não agüentei mais. Num ato impensado, estiquei meus braços e entrelacei aquele corpo frágil e inebriante. Um calor me invadiu e nada pude fazer, a não ser pressioná-la contra meu corpo mais ainda.

Apoiei minha cabeça em seu ombro, e o perfume de suas madeixas douradas invadiu minhas narinas. Um cheiro doce que fez meu coração acelerar...

Senti o tempo parar quando seus braços alcançaram meu pescoço e suas mãos afagaram meu cabelo. Como desejei que aquele momento durasse para sempre. Mas não durou. Em determinado momento, ela se afastou de mim e me encarou. Olhei seu rosto. Mirei seus olhos. E não gostei do que vi.

Arrependimento. Ela baixou seu rosto e encarou suas próprias mãos.

- O que eu estou fazendo...? O que eu fiz? Não acredito que me permiti...

Minha alegria acabou naquele exato momento. Ela não queria ter me abraçado. Ela me olhou. As lágrimas estavam prestes a serem derramadas. Senti uma pontada no coração. Eu sou tão desprezível assim?

- Por que fez isso, Li?

- Perdão, Sakura. Eu não sei o que me deu... Desculpe ter agido de modo tão impulsivo... Prometo que não se repetirá...

Como doía dizer aquelas palavras. Ela continuava me encarando, com o rosto já banhado por suas lágrimas. Ela tinha nojo de mim...

- Não sei o que deu no senhor, mas que fique entre nós.

- Não se preocupe. Eu definitivamente não quero que alguém saiba o que aconteceu aqui.

Falei forçando um sorriso e uma voz irônicos. Era o melhor modo de disfarçar minha dor. Uma dolorosa tensão nos invadiu, e nem eu nem Sakura sabíamos o que dizer. Fomos interrompidos por uma voz ao longe, chamando pelo nome de Sakura.

- Sakura! Sakura!

Esta desviou seus olhos de mim para responder ao seu chamado.

- Estou aqui, Tomoyo!

- Aí está você, minha prima! Te procurei a manhã inteira. Que susto meu deu! Hum... Quem é este?

A morena perguntou apontando para mim.

- Ah, este é... – Sakura começou, mas foi interrompida por mim.

- Eu sou Shoran Li.

- Ah, muito prazer, senhor Li! Eu sou Tomoyo Daidouji.

A garota se apresentou pegando com certa ousadia minha mão. Logo que ela a largou, virou-se para Sakura agarrando seu braço.

- Vamos, Sakura. Você prometeu me ensinar a montar, lembra?

Sakura olhou para Tomoyo e logo fez um sinal afirmativo com a cabeça, seguindo adiante com sua prima. Já longe ela virou-se para mim.

- Depois, quando conversarmos novamente, você responde minha pergunta!

E foi embora. Me esqueci completamente de que ela havia me perguntado o porque de eu ter agido daquele jeito depois que a vi com Touya. Ainda bem que não a respondi naquela hora. Com certeza iria dizer que era porque a amava, mas depois disso... Não penso que seja uma boa idéia.

Deixei meu corpo cair na grama macia. Fechei meus olhos e dei um suspiro cansado. Experimentei tantas sensações novas de uma só vez só: dúvida, desejo, compreensão e rejeição. Uma seqüência de sentimentos bizarra.

Respirei fundo. Seu cheiro ainda estava presente em tudo. No campo, nas flores, em meu corpo... Isso é amar? Sentir essa dor e felicidade, misto de pensamentos e sentimentos, ao mesmo tempo? Me sinto tão confuso...

Quero que esse sentimento se extinga se não é recíproco, mas assim como temo não conseguir viver com ele, temo não conseguir viver sem ele. Uma vez que alguém conhece o amor, é como se ele virasse uma droga, e se vicia tanto nela que se recusa a viver sem...

Não, eu não iria querer que esse sentimento desaparecesse em situação nenhuma. Levantei-me do chão e caminhei lentamente até a casa.

Mal passei por aquela porta, já fui abordado por Fujitaka.

- Li, venha comigo. Tenho novidades, e o hall de entrada não é exatamente o melhor lugar para se falar disso.

O senhor me deu as costas e subiu as escadas, em direção à biblioteca, sendo seguido por mim. Quando lá chegamos, deparei-me com Touya à nossa espera. Virei meu rosto para não encará-lo. Era um tanto vergonhoso olhar em seus olhos depois daquele incidente.

Só o ciúme para me forçar a fazer uma loucura daquela. Estava cego dele, literalmente. Senti quando ele me lançou um olhar exageradamente demorado, para depois desviá-lo e focalizar Fujitaka. Sentamo-nos para começar nossa conversa que seria, obviamente, sobre aquela guerra.

- E então, meu filho? Quais são as novidades que ficou de nos contar?

Fujitaka perguntou assumindo uma expressão mais rígida em seu rosto. Touya limpou a garganta para logo começar a falar.

- Yukito disse-me que o Imperador finamente decidiu mandar os soldados para o campo de treinamento. Ele tinha esperança de conseguir mais homens, mas não havia mais capacitados. Só sobraram velhos e crianças e ele se recusou a mandá-los para a guerra. De nada serviria, de qualquer jeito.

Ele fez uma pequena pausa para respirar fundo.

- Acontece que os recrutas já estão nas terras do Norte, onde serão treinados. Só esperam por seu instrutor.

Ele terminou a frase me olhando.

- Isso significa que...?

Perguntei vendo ele demorar-se em terminar de dar as notícias e ainda me encarando.

- Isso significa, meu caro Shoran Li, que nós vamos partir para o Norte o mais breve possível para que cumpra a tarefa a qual o senhor é destinado. Se possível, partimos ainda hoje. Tempo é algo que nós não temos.

{{{§}}}

Já em meu quarto, entrei no banheiro que era ligado a ele e me dirigi até a banheira. Abri todas as torneiras e vi a água começar a sair. Iria levar alguns minutos até ela encher totalmente. Saí do cômodo, indo para o meu quarto novamente. Abri a porta de um dos armários e peguei uma toalha branca e felpuda lá dentro.

Minha cabeça ainda estava na biblioteca, lembrando do final de nossa conversa.

"- Acho que seria melhor levar todos que estão nessa casa, menos os criados, meu pai. Talvez até alguns poucos. Seria perigoso demais deixar Tomoyo, Kaho e Sakura sozinhas aqui, sem proteção.

- Mesmo com Sakura estando com elas?

Estranhei a pergunta de Fujitaka. O que ele queria dizer com aquilo?

- Mesmo Sakura estando com elas. Ainda é muito perigoso, e imagino que se forem fazer uma emboscada, Sakura sozinha não poderá fazer nada.

- Se você diz. Assim será feito, Touya. Comunicarei as garotas e levarei três criadas apenas. Deve ser mais que suficiente. Que vá Mieko. Deixarei que ela escolha as outras duas.

- Espero que seja possível partir ainda hoje, pai. Ainda é de manhã, imagino que haja tempo suficiente para nos aprontarmos. De carroças e carruagens deve levar no máximo dois dias para chegarmos no campo de treinamento.

Estava completamente isolado, posso até dizer, e a conversa acontecia só entre os dois. Fujitaka deu um suspiro cansado.

- Acho que não temos muitas alternativas. Será corrido, mas penso que nossa partida ainda hoje é possível. Alguma objeção, Shoran?

- Não, senhor. Quanto antes melhor, imagino.

- "timo. Infelizmente, vejo que a guerra é cada vez mais iminente. Isso é tudo, Touya?

- Por enquanto, sim."

Deixei meus devaneios de lado e fui em direção à banheira, que já devia estar cheia. Fechei as torneiras e despi-me. Entrei em contato com a água quente sentindo a tensão deixar meu corpo e relaxando.

Finalmente iria começar o treinamento. O que será que o destino me guardava?

§ Sakura §

Depois de se aproximar de mim, senti seus braços fortes me abraçarem com um firmeza e uma força aconchegantes. Fiquei estática, paralisada. Afinal que tipo de reação deve-se ter em situações como essa?

Eu não tinha a mínima idéia do que fazer. Sinto ele me abraçar mais fortemente a apoiar sua cabeça em meu ombro. Uma onda de felicidade passou por meu corpo, me fazendo arrepiar inteira...

Ele exalava um cheiro masculino e sedutor que me deixava louca. Sem pensar em mais nada, retribui seu carinho com prazer. Era tão bom sentir sua pele em contato com a minha. Afaguei seus cabelos curtos cor de chocolate.

Estava no paraíso. E eu definitivamente não queria sair de lá. Qual foi a última vez que me senti assim? Há quanto tempo. O último a me abraçar deste modo foi...

De repente, como se uma onda de razão tomasse lugar da felicidade, dei-me conta do que fazia. Aconteceu exatamente do mesmo jeito no passado e veja qual foi o resultado! Mais uma vez você se deixa levar, Sakura!

Mas... Ele é diferente. Ou não...? Eu não sei! Saí de perto de Shoran. Estava muito confusa. Eu não deveria ter feito isso! Olhei minhas próprias mãos. Mais uma vez... Mais uma vez eu fui fraca! Senti meus olhos úmidos.

- O que eu estou fazendo...? O que eu fiz? Não acredito que me permiti...

Eu já não aprendi minha lição? Já não sofri o suficiente? Mas e ele...? Por que fez isso? Mas que confusão. Minha cabeça está explodindo!

- Por que fez isso, Li?

Perguntei olhando-o e sem conseguir impedir as lágrimas saírem de meus olhos. Eu não podia estar... Eu não posso!

- Perdão, Sakura. Eu não sei o que me deu... Desculpe ter agido de modo tão impulsivo. Prometo que não se repetirá...

Senti uma dor no coração ao ouvir ele dizer aquilo. Eu não entendo! Não era aquilo que eu queria ouvir?

- Não sei o que deu no senhor, mas que fique entre nós.

Por que eu só culpava a ele? Eu também não o tinha abraçado? Enxuguei minhas lágrimas discretamente.

- Não se preocupe. Eu definitivamente não quero que alguém saiba o que aconteceu aqui.

Ele falou aquilo de modo irônico. Senti as lágrimas voltarem em meus olhos, mas não iria permitir que elas caíssem. Não mesmo!

Caímos em profundo silêncio.

- Sakura! Sakura!

Ouvi Tomoyo me chamando de longe, me procurando.

- Estou aqui, Tomoyo!

Ela veio em minha direção.

- Aí está você, minha prima! Te procurei a manhã inteira. Que susto meu deu! Hum... Quem é este?

Vi o olhar interessado que minha prima lançou em Shoran. Senti o ciúme me invadir.

- Ah, este é...

- Eu sou Shoran Li.

Shoran me interrompeu enquanto o apresentava. Se já não bastasse o ciúme bobo que sentia, agora a raiva me invadia completamente também.

- Ah, muito prazer, senhor Li! Eu sou Tomoyo Daidouji.

Ela pegou sua mão, a apertando levemente, em um cumprimento. Me surpreendi quando aquele pequeno gesto, claro que um pouco ousado para uma mulher, me deixou louca e com vontade de espancar minha prima Tomoyo. O que está acontecendo comigo, Deus do céu?

- Vamos, Sakura. Você prometeu me ensinar a montar, lembra?

Ela falou enquanto me puxava pelo braço. Mas do que ela estava falando? Tomoyo tinha pavor a cavalos! Olhei curiosa para ela que me lançou um olhar demorado como se dissesse "Estou te tirando desse, sua tonta! O que está fazendo?". Só assim me dei conta. Fiz um leve movimento com a cabeça concordando e começamos a andar na direção de minha casa.

Parei por um segundo e me virei para Shoran.

- Depois, quando conversarmos novamente, você responde minha pergunta!

E saímos de lá.

{{{§}}}

- Ai, Sakura! Ainda bem que eu estava por perto! Você parecia estar preste a ter uma crise de loucura!

- Você viu tudo, Tomoyo?

Ela ficou me olhando. Aquela demora começou a me irritar.

- Viu, ou não viu, Tomoyo?

- Eu estava preocupada com você, Sakura. Então eu saí à sua procura, mas não te encontrava em lugar nenhum. Então eu fui para a colina, pois ainda me lembro da afeição que sempre teve por ela. Te encontrei com um rapaz e não quis interromper, então fiquei te observando e...

- Em outras palavras, você viu tudo.

Ela me deu um sorriso amarelo e envergonhado.

- É que você parecia tão bem que eu não quis estragar aquele momento lindo. Imagino que um quadro com uma imagem daquela ficaria maravilhoso, Sakura! O que vocês acham de posar para mim depois?

- Tomoyo!

- O quê?

Não pude evitar que um sorriso aparecesse em meu rosto.

- Você nunca muda, minha prima.

- Bem, que seja. Aquela cena estava realmente encantadora, até que você se separou dele e, de repente, começou a chorar. Não entendi essa sua reação, pois quem iria chorar depois de abraçar um rapaz bonito como o senhor Li? Só você mesmo...

- Você sabe muito bem porque, Tomoyo.

O sorriso morreu em meus lábios. Tomoyo me abraçou, tentando me consolar.

- Não acha que deveria dar um fim nesses pensamentos? Já faz anos!

- Acha que não tentei, Tomoyo? Não é fácil, caso não saiba...

- Não é fácil, mas também não é impossível. Entenda uma coisa: a dor é inevitável. O sofrimento é opcional. Os sentimentos devem estar sempre em liberdade. Não se deve julgar o amor futuro pelo sofrimento passado.

Olhei Tomoyo surpresa. Suas palavras eram muito bonitas, mas...

- Suas palavras são muito bonitas, mas quem disse que eu amava Shoran?!

- Ninguém minha prima. Absolutamente ninguém. Alguma vez eu disse que me referia a ele? Você que quando ouve a palavra amor pensa automaticamente nele!

Ela disse com um tom divertido. Não acredito que caí na dela!

- Olha só quem fala! Estava se insinuando toda para o Shoran!

- Eu não tenho interesse nenhum nele, Sakura. Não que ele seja feio, longe disso, pois qualquer mulher apreciaria ter um homem como o Sr. Li. Fiz aquilo somente para comprovar se minhas suspeitas estavam certas.

- Que suspeitas?

- Isso terá que descobrir sozinha, querida Sakura.

Disse com ar misterioso. Afinal do que ela estava falando? Minha cabeça ficou mais confusa do que já estava.

- Já ia me esquecendo. Que intimidade que tem como Sr. Li! Até se chamam pelo primeiro nome...

Ela me disse com um sorriso no rosto. Nem precisei dizer nada, meu olhar disse tudo.

- Está bem, está bem! Me desculpe, Sakura.

- Vamos para casa, Tomoyo.

{{{§}}}

- Sakura!

Olhei para a porta do meu quarto, onde meu pai estava a me chamar.

- O que deseja, meu pai?

- Nós partiremos hoje, pouco antes do anoitecer.

Eu e Tomoyo nos entreolhamos confusas. Partir... Como assim?

- Partir para onde, tio?

- Vocês vão conosco para o campo de treinamento dos recrutas. É muito perigoso ficaram aqui, sozinhas e sem proteção.

Mais uma vez um sorriso apareceu em minha face. Nós iríamos junto com meu pai e os outros para o local onde os homens seriam treinados!

- Nós vamos também? – Não pude evitar de fazer a pergunta sonhadoramente.

- Não pense besteiras, Sakura. Você não vai fazer parte disso. Vocês ficaram sob os cuidados de Mieko, outras duas criadas e um soldado de minha confiança. Não quero saber de intervenções, entenderam?

Suspirei entediada, enquanto eu e Tomoyo acenávamos de leve com a cabeça, concordado.

- Arrumem as malas, garotas. Mas só levem o necessário! – Meu pai disse, fechando a porta de meu quarto.

- Então realmente vamos para a guerra.

Escutei Tomoyo dizer de cabeça baixa.

{{{§}}}

Terminei de prender meu cabelo e, com pressa, chequei se não havia esquecido de nada na bagagem. Dei um leve e aborrecido tapa na testa, quando percebi que havia me esquecido de um dos meus maiores e mais importantes tesouros: as katanas.

Abri uma das portas de meu armário, mas, para minha surpresa, estava vazio. Esqueci-me totalmente de que há poucos meses atrás meu pai havia retirado meu tesouro do meu alcance, e colocado-o num lugar em que ele pudesse sempre ver, e ter a certeza de que eu não as usaria sem sua permissão.

Corri até o andar de baixo. Estava muito atrasada e o horário de partida das carruagens já havia passado. Eu corria contra o tempo...

Finalmente cheguei na sala de estar, ofegando como nunca antes. Um ligeiro sorriso apareceu em meus lábios quando meu olhar encontrou as katanas. Rapidamente retirei-as da parede e, com o maior cuidado possível, enrolei-as em um tecido negro.

Subi as escadas pulando degraus, em completo nervosismo. Escondi minhas preciosas lâminas em uma das minhas malas, e pegando toda a minha bagagem, novamente, desci as escadas. Aquilo estava ficando cansativo.

Saí de casa com as malas quase escapulindo de minhas mãos. Nem ao menos para me ajudarem! Tudo bem que eu me atrasei, mas isso não é motivo para... Interrompi meu pensamento quando olhei bem ao meu redor.

Pisquei meus olhos com força para ter certeza se aquilo era real ou não. Mas a realidade era mesma aquela: nenhuma carruagem se encontrava lá. Nem mesmo uma. Eles... Não podem ter me deixado aqui! Podem?

Meu corpo foi de encontro ao chão, junto com minhas malas. Isso não pode estar acontecendo comigo... Não pode!

- Sakura!

Olhei ansiosa para o lugar de onde aquela voz vinha. Meu coração inundou-se de alegria, e um imenso sorriso tomou meus lábios, quando vi uma carruagem atrás de mim. Meu sorriso diminuiu quando vi que nela estava apenas Shoran.

- Onde estão os outros, Li?

Lembrei-me de Tomoyo. Viu como não o chamo pelo primeiro nome, minha prima! Pensei com um sorrido triunfal. Meu orgulho sumiu quando reparei o quão ridículo aquele pensamento era.

Shoran me encarava com um olhar nervoso, me repreendendo.

- Eles já foram, Sakura. Onde você estava esse tempo todo, senhorita?

- Eu havia me esquecido de uma coisa muito importante, e tive que voltar para buscá-la.

Ele abriu a porta da carruagem para que eu entrasse, enquanto subia no coche e pegava as rédeas.

- Espero que essa sua coisa seja realmente importante, pois nos fez ficar para trás de todos. E sozinhos ainda!

- O que está fazendo, Li?

- O que parece? Eu vou guiar a carruagem.

Olhei desconfiada.

- Não se tem um cocheiro para isso?

- Acontece que só eu fiquei aqui. Como já disse antes, todos já foram em direção ao campo de treinamento.

- Então o que estamos esperando? – Perguntei dando um suspiro vencido.

- Nós estávamos esperando a senhorita. – Ele disse enquanto sentia a carruagem começar a andar.

{{{§}}}

Era noite, e já estávamos na estrada há horas, mas aquele era o pior trecho pela qual já havíamos passado. Uma forte tempestade caía, fazendo um barulho estarrecedor. O frio já estava insuportável.

Buracos e galhos e raízes de árvores atrapalhavam nosso caminho, tornando-o mais perigoso e assustador ainda. Shoran deveria estar sofrendo...

A carruagem deu um salto, fazendo minha cabeça bater com força no teto. Ouvi um barulho que fez meu coração falhar por um instante: madeira quebrando.

A cabine pendeu para a esquerda, fazendo eu deslizar e me chocar novamente com ela. Minhas suspeitas estavam corretas: uma das rodas havia quebrado.

O que teria acontecido com Shoran...? Senti-me empalidecer. E se algo tivesse acontecido com ele? Involuntariamente, lágrimas caíram de meus olhos e eu senti aquele conhecido gosto salgado em minha boca.

Levei um susto quando a porta direita da cabine foi aberta violentamente, revelando um Shoran completamente arranhado. Um suspiro aliviado escapou de meus lábios.

- Você está bem, Sakura? – Ele me perguntava enquanto me estendia o braço. Concordei levemente com a cabeça, e peguei sua mão, conseguindo sair daquele lugar sufocante.

A chuva fria feria nossa pele, sem piedade. O desespero tomou posse de mim. O que acontecerá agora? Sem carruagem, no meio da chuva e da floresta, com frio, fome e completamente perdida... Poderia piorar?

Shoran pegou minha mão, puxando-me em, sei lá eu, que direção. Meu corpo tremia violentamente, de frio e medo.

- Vamos. Tókio fica a menos de um quilômetro daqui. – Ele disse-me com convicção.

Não sei de onde tirei forças. Talvez da esperança de encontrar um abrigo para essa chuva, talvez porque eu havia jurado sempre ser forte, ou talvez porque uma mão grande e quente segurava a minha com força, só sei que comecei a correr junto com Shoran na direção que ele havia indicado.

A vontade de deixar meu corpo desfalecer no meio daquele nada, e deixar minha vida nas mãos do destino era grande, mas algo me dava forças para continuar. E eu nunca desistiria assim de minha vida.

Tudo que sei é que corri. Nada mais. E de tanto que corri, a dor já não me importava mais. Muito menos o frio ou a fome, pois algo me dava esperança.

E é como se diz o ditado: "Porque crê em milagres, milagres começam a acontecer". E, realmente, um milagre aconteceu. De repente, não mais via o matagal verde que ocupava todo o meu campo de visão, mas sim a luz fraca da cidade de Tókio à noite.

- O que fazemos agora? – Perguntei. – Nós chegamos na cidade, mas a tempestade continua, e nós estamos sem abrigo.

- Você tem dinheiro?

Olhei em seus olhos que brilhavam em expectativa. Apalpei os dois bolsos exteriores do meu quimono, agora arruinado, sem encontrar nada. Procurei, rezando para todos os santos existentes, no único bolso interior da minha roupa.

De dentro dele, retirei um pequeno saquinho de moedas. Finalmente algo dava certo naquele dia!

- Tenho um pouco. Por quê?

- "timo! Venha, vamos procurar um hotel.

{{{§}}}

Shoran conversava com o dono do primeiro hotel que havíamos encontrado. Pareciam discutir o preço. O lugar me pareceu aconchegante, aquecido. Ainda mais se comparar com o que havia passado antes.

Senti uma mão em meu ombro, e virei rapidamente encontrando Shoran.

- Vamos. Não vejo a hora de dormir!

Eu também. Pensava enquanto subíamos as escadas em direção ao nosso quarto. Chegando no segundo andar, entramos em uma dos cômodos que havia lá. Shoran trancava a porta enquanto eu acendia a luz, olhando espantada para aquele lugar.

- Cama de casal???

Foi tudo que pude dizer.

Continua...

Oi, galera!

Finalmente, sem mais delongas, o capítulo 7! O que acontecerá com nosso querido casal agora? Bem, isso eu ainda não posso contar!

Não sei se vocês lembram das espadas que eu mencionei no começo da fic. Quem diria que elas iriam aparecer de novo! E como fator importante para o capítulo.

Aquele trecho em que a Tomoyo fala dos sentimentos e o ditado que menciono, são de autoria do Paulo Coelho, e o restante da frase de Tomoyo ( "... a dor é inevitável. O sofrimento é opcional."), eu desconheço o autor.

Gente, se encontrarem algum erro na configuração de itálicos, negritos, sublinhados, etc., me perdoem mas é que ando encontrando certos problemas com o site neste ponto!

Espero que estejam gostando da fic, pois faço o máximo possível para que ela fique boa, e do agrado de vocês!

E estou com um projeto novo... Desta vez de Inuyasha, um anime e manga que eu amo! Ainda não sei se vou postá-lo. Provavelmente sim, mas se o fizer só depois que escrever no mínimo os quatro primeiros capítulos (por enquanto só escrevi o primeiro). Um pouco antes de publicá-lo (se eu assim o fizer), eu coloco a sinopse em um dos capítulos de "UMCS"!

PAR"DIA DA VEZ

(by Lilaclynx)

"-Minha cabeça estava na biblioteca" Ho, pobre Shoran.... ele foi decapitado! Buá Buá Bu

"Deixei meus devaneios de lado e fui em direção à banheira, que já devia estar cheia. Fechei as torneiras e despi-me. " - Calma meninas, calma! E nada de espionar, hem! ELE É DA SAK-CHAN E NINGUÉM TASKA!!!

"Olhei Tomoyo surpresa. Suas palavras eram muito bonitas, mas...

-Suas palavras são muito bonitas, mas quem disse que eu amava Shoran?!" Reparem como ela é paga-pau na narração!!!

"-Que suspeitas?

-Isso terá que descobrir sozinha, querida Sakura." Francamente dizer isso e dizer "NÃO DIGO! PONHA SUA CACHOLA PARA FUNCIONAR!!!" é a mesma coisa!

Mais uma vez um sorriso apareceu em minha face. Nós iríamos junto com meu pai e os outros para o local onde os homens seriam treinados!

-Nós vamos também? - Não pude evitar de fazer a pergunta sonhadoramente, mal podia esperar para ficar junto daqueles homens treinando sem camisa, HOHOHOHO

-Não pense besteiras, Sakura.-viram até o pai percebeu que a mente da Sakura não era tão limpa assim- Você não vai fazer parte disso. Vocês ficaram sobre os cuidados de Mieko, outras duas criadas e um soldado de minha confiança. Não quero saber de intervenções, entenderam?-VIRAM? ATÉ GUARDA-COSTA ELE PÔS PARA IMPEDIR OS ASSÉDIOS DA SAKURA!

Rá! E quanto ao final.... vocês acham que o Shoran planejou isso? RÁ, PODEM APOSTAR QUE SIM!!! DESCUBRAM NO PR"XIMO ELETRIZANTE (que coisa mais Pokemon) CAPÍTULO DE POKEMON! ops DE UMA MULHER CHAMADA SAKURA!!! EEEEEEEEE

Há, sim!!! Gente, já ia me esquecendo das... FOFOCAS DA LILA!!!

Lila: OI GENTE!!! AQUI ESTOU EU DEPOIS DE UM "TIMO E ELETRIZANTE CAPÍTULO COM AS FOFOCAS DA LILA!!!

Platéia: Essa não.... achamos que ela tinha morrido...

Lila:ignorando a reação da platéia hoje iremos fofocar para toda net porque non teve paródia no último fic!!!

M-Sheldon: Todo mundo jah sabe! Porque eu tive que viajar!

Lila: Isso eh o que vc quer que eles pensem!

M-sheldon: Hã?

Lila: a verdade eh que vc eh uma alienígena do planeta NHO NHO NHO NHO NHOM e teve que voltar á sua terra natal para pegar sua torradeira da Hello Kitty que faz torradas com formato da cabeça dela!

Platéia: HOOOOOOOOOO

M-Sheldon: T.T ho naum! Fui desmascarada!

Lila: agora o jogo rápido bate bola da Lynx!!! M-Sheldon, qual o seu nome?

M-Sheldon: non posso dizer

Lila: tah, qual a sua idade?

M-Sheldon:14

Lila: Qual o seu nome?

M-Sheldon: Jah disse que non posso dizer!

Lila: Seu sonho?

M-Sheldon: que todos os seres vivos possam ter uma vida feliz um dia e...

Lila: Seu nome? interrompendo discurso da M-Sheldon

M-Sheldon: CHEGA! PASSA PARA PR"XIMA FASE LOGO!

Lila: hum, tah recebendo papel sabe-se lá de onde

Lila: NOTÍCIAS INCRÍVEIS MINHA GENTE!!! DESCOBRIMOS POR FONTE SEGURA

O NOME DA QUERIDA M-CHAN!!!

Platéia: HOOOOOOOOOOOOO!

M-Sheldon: O QUÊ!??

Lila: O NOME DELA EH...

Nesse momento M-Sheldon pula em cima de Lila e começa a tentar pegar o papel.

Lila: Ai, meu pé! BOM PESSOAL, VOLTAMOS OUTRO DIA SE EU NON PERDER O EMPREGO COM MAIS UMA RODADA DE "FOFOCAS DA LILA"!

Platéia: Droga... pensei que a M-Sheldon ia cortar isso...

Lila: SEI COMO VOCÊS ESTÃO INTUSIASMADOS! POR ISSO VOLTAREI LOGO, LOGO!!!

Platéia: Alguém aqui acha que a Lila é surda ou simplesmente burra?

Lila: possuída batam palmas senão corto suas cabeças fora e uso o sangue como tinta de dedo do Seninha!

Plateia: clap clap clap clap clap!

FIM DA PAR"DIA

AGRADECIMENTOS

Como sempre a Deus, meus amigos, minha família, minha querida Beta Carol, minha parodeadora Lila, todos que tem me apoiado e, claro, os que me mandaram reviews. Fico imensamente grata!!! São pessoas como vocês que me animam e encorajam a escrever:

Anaisa: Oi, amiga! Fico muito feliz em saber que está gostando da fic, pois esse é meu objetivo! Quanto à formatação do capítulo, me desculpe, mas é que eu não sabia usar muito bem o sistema do FF.net, e agora que estou melhorando graças à ajuda da Carolzinha! Dá para reparar pela formatação dos primeiros capítulos que eu não sabia fazer isso muito bem. Muito obrigado!

Yoruki Hiiragizawa: Eu sei, eu sei... Fui muito má acabando o capítulo anterior daquele jeito, mas eu precisava deixá-los curiosos. Espero ter conseguido! Sabe que isso ajuda muito em uma história. Falando em histórias, estou adorando as nossas conversas no msn, você é muito legal e divertida (o que isso tem a ver com histórias?) e o fato de poder ler suas fics só melhora (agora sim)! Sua resposta está aí, não foi ainda que ele falou, mas garanto-lhe... Não falta tanto assim! Obrigado por tudo, amiga!

MeRRy-aNNe: Oi, querida! Não, não foi o Touya!!! Ninguém os interrompeu (naquele momento), pois nem precisava. O Li acabou abraçando a Sakura ao invés de falar, e com a reação da Sakura... Ele perdeu um pouco a coragem (e quem não perderia? ¬¬'). Espero que a história continue te agradando, amiga! Thanks!

Anna Lennox:Oi, querida!!! Estou morrendo de vergonha! Não acredito que escrevi seu nick errado nos agradecimentos do capítulo anterior (escrevi 'Lennox' com um 'n' só)... Me desculpe, amiga! Por favor!!! Agora, fico extremamente feliz que esteja apreciando minha fic! Não faz idéia! Você está doente? Espero que melhore, e rezo por isso com todas as minhas forças!!! Estou muito ansiosa para ler as atualizações de suas fics! Não pude entrar no seu blog, mas entro assim que der! Muito obrigado!!!

Patty Sayuri Suyama:Oi, minha amiga! Patty, eu simplesmente não consigo suportar a idéia de você longe da gente... Vou sentir muito a sua falta, querida! Você sempre me dá muito apoio e incentivo, e, com certeza, vai ser muito difícil conviver sem isso... Suas histórias fascinantes, por um tempo ficarão paradas, nos torturando. Realmente, sentirei muitas saudades suas. Você foi verdadeiramente uma grande amiga para mim!!! Você não acreditaria se soubesse que chorei quando soube de sua partida! E esse seu último review então... Me deixou muito emocionada! Agradeço do coração todos os elogios que destinou para mim e que, infelizmente, não poderei comentar pois ocuparia espaço demais. Espero que consiga ler este capítulo, minha querida! E muito, muito obrigado!!! Você ficará marcada em meu coração para sempre!

Anygiel MG:Oi, fofa! Me desculpe por acabar a fic daquele jeito, mas era preciso. Foi pelo bem da minha história!!! Mas consegui deixá-los curiosos, não? Espero que sim, minha amiga, pois esse era um dos objetivos, hehehe! Muito obrigado pelos elogios e tudo mais!!!

Jenny-Ci:Oi, minha querida amiga! Desculpas por não ter lido antes? Imagine, amiga! Não sabe o quão feliz e honrada estou por receber um review seu!!! Você não faz idéia! Você me emocionou muito com seus comentários também! Fico lisonjeada que você, tão boa escritora, pense isso da minha fic. Como disse anteriormente, é uma honra! Seus elogios aumentaram muito minha auto-estima, me deixando revigorada e extremamente alegre! Seus dizeres foram tocantes e repletos de carinho e ternura! Fico com muito medo de que acabe por ficar entediante o fato de eu escrever a história em primeira pessoa e com o ponto de vista dos dois, me alivia saber que não fica tão irritante! Inclusive, se você soubesse como estava nervosa no começo, quando postei a fic! E eu adoro reviews gigantes! Espero que melhore e possa sair logo do hospital! Muito obrigado por seu apoio e amizade, eles são muito importantes para mim!

Rafinha Himura Li:Oi querida! Mas que saudades! Não imagina do quanto sinto falta de nossas conversas e seus escritos!!! É uma pena que esteja com problemas, pois isso impossibilita a comunicação entre nós. E entendo completamente a sua posição, você não tem culpa de nada! Só lamento não poder saber sua opinião... Torço para que sua situação melhore (nossa quanto "ão") Até mais, amiga!

Carol Higurashi Li: Não precisa se desculpar, essas coisas acontecem! Eu não posso exigir mais nada de você, pois você já faz favores demais para mim. Não consigo encontrar palavras que exprimam minha gratidão por tudo que faz por mim. Obrigado pelos votos de boa sorte, pelos elogios e tudo que faz por mim e mais um pouco. Você é maravilhosa, querida!!! Não trocaria você e nossa amizade por nada neste mundo (ou em algum outro), fofa!

Mari: Nem se preocupe com essas coisas, minha amiga! E acredite, eu sei o que é não ter tempo para nada, mas agora eu entro em férias e relaxo um pouco. Que bom que gostou do capítulo, isso me deixa muito feliz. É muito importante, para mim, saber sua opinião. Aqui está o novo capítulo!

Miki H: Fico feliz que mesmo não enviando muito reviews tenha enviado um para mim! Não sabe como é bom saber disso, minha amiga! Mais feliz ainda fico ao saber que gosta da maneira como escrevo. Fiquei nervosa quando comecei a escrever essa fic... Achei que seria um tédio lê-la, com cenas retidas para poder mostrar a opinião de cada um! Também te admiro muito, pois escreve muito bem, querida! Espero que continue gostando da fic!

Bem, por hoje é só! Espero que continuem acompanhando minha história, e não se esqueçam de deixar um comentário. Vocês não sabem como ajuda receber um (na verdade, a maioria sabe, mas entenderam o que eu quis dizer!).

Até o próximo capítulo!

M-chan