Título: Planeta Hermione
Autora: Cacá
Classificação: PG-13 (por segurança)
Ship: Draco Malfoy/Hermione Granger
Disclaimer: os personagens e todo o universo dessa fic pertence à J.K. Rowling. Isso lhe rendeu um bom dinheiro e ela vive confortavelmente na Inglaterra. Eu não ganho nada, só me divirto.
Nota da autora (envergonhada): comecei a escrever Planeta Hermione mil anos atrás, numa época em que os estudos pro vestibular se tornaram pesados. Optei por eles, vi meu nome no jornal e como já fiquei feliz, to voltando pra cá
I. A Grávida Temperamental
Draco acordou, nem precisou abrir os olhos para sentir a falta de Hermione na cama. Ela estava grávida de novo e tão gorda que deitada era como um planeta cuja gravidade o atraía até a colisão.
A ausência dela provocou arrepios no loiro. Hermione nunca conseguia levantar antes dele quando estava grávida. Alguma coisa muito ruim estava acontecendo, ele podia sentir.
Calmamente ele levantou da cama e esgueirou-se pelo corredor.
"A-há" sibilou, o telefone sumiu!
Correu o mais rápido que pode para alcançar a extensão.
- ... que idéia maravilhosa gina!
O grito de Hermione quase furou o tímpano de Draco, maldita sangue-ruim escandalosa.
- Ora mione são vinte anos nada melhor que uma festa para comemorar.
Ele tinha ouvido direito? Uma festa? Que idéia estúpida era aquela? A gravidez tinha enlouquecido hermione de vez.
"Lembrete mental: preciso matar a Weasley que usa saias".
Colocou a extensão no lugar vagarosamente e voltou pra cama. Fechou os olhos. Ele devia estar tendo um pesadelo, nada mais. Logo acordaria e tudo estaria bem.
- Bom dia, amor.
Não, ele não estava sonhando.
- Acorda Draco, precisamos conversar.
Onde estava sua varinha? ele precisa aparatar dali e pedir ajuda a Potter enquanto ainda respirava.
Implorando piedade a Merlin ele abriu os olhos e num tom simulado falou:
- Bom dia querida.
- É amanhã.
Amanhã era uma coisa que devia ser riscada do seu futuro. Só haveria depois de amanhã, onde ele estaria vivo se tivesse sorte.
- Eu sei.
- E o que é amanhã?
Hermione parecia um pouco irritada. Não era boa idéia provocá-la no momento.
- Nosso vigésimo aniversário de casamento.
Ela sorriu e sentou-se na cama que afundou ao mínimo toque.
- Então amor - que tom carinhoso era aquele na voz dela? fuja logo, seu covarde.
Quando fez menção de levantar-se ela perguntou
- Peraí, aonde você vai?
- hmm, tomar banho...?
- Não você fica aqui - disse apontando ameaçadoramente para a cama. Ele obedeceu, não era burro de desafiar o planeta Hermione.
- Eu estava pensando - novamente o tom carinhoso... - já que são vinte anos, podíamos fazer uma festa.
- Festa?
Oh, droga. sua voz havia saído desesperada.
- Porque a surpresa, querido?
O tom de carinho na voz dela estava o deixando nervoso e com arrepios.
- Não fiquei surpreso, acho que seria uma ótima idéia.
- Como assim seria?
- Ora, querida você está grávida de sete meses e as crianças não iriam nos dar folga.
- Mas isso eu posso resolver, querido. A gina falou que me ajuda a organizar e toma conta das crianças.
Porque ele ainda não havia matado a Weasley mesmo?
- Então... posso?
Ele detestava essa carinha quase inocente, o tipo que as crianças fazem quando querem um brinquedo novo e que se transforma em gritos histéricos meio segundo depois que você diz não.
Levantou-se rapidamente da cama. Quando estava protegido pela porta do banheiro, a olhou e disse "não". Ainda a ouviu gritar "draco malfoy" mas ele também gostava do seu nome e não era ruim ouvi-lo. Ligou o chuveiro para abafar o monólogo que ela tecia do outro lado da porta e foi tomar banho, um longo e demorado banho.
"Toc, toc".
- Amor, nós vamos comemorar. Vamos jantar fora que tal?
Silêncio.
- Papai!
- O que você quer Lucio?
- A mamãe foi embora.
- como é?
As palavras do seu pequeno herdeiro ecoaram na sua cabeça. Ela era Hermione granger, ela nunca abandonaria o próprio lar.
olhou para o pirralho e disse - saia!
Ele obedeceu.
Draco se vestiu e saiu do banheiro. O garotinho estava sentado na cama, balançando as pernas.
- Então o que você queria me dizer?
- A mamãe foi embora - disse o garotinho bem devagar.
- Como assim?
- ah, ela me acordou, me deu um beijo e disse que estava indo embora.
- Você entendeu mal.
- Não entendi, não.
- E como pode ter tanta certeza?
O garotinho olhou para cima, olhou para Draco e riu.
Apontando para o teto disse: - por isso.
Draco olhou e caiu sentado. Nunca mais daria risada quando os especialistas dissessem que mulheres grávidas são capazes de coisas inimagináveis.
Hermione havia escrito no teto!
E até lá ela conseguia manter o tom ameaçador.
"Draco Malfoy eu quero a minha festa. Se você não quer nem me procure, eu envio seu último herdeiro pelo correio assim que ensiná-lo a falar 'papai é um canalha'".
O garotinho riu.
Draco lançou-lhe um olhar "cala a boca ou vou jogar a cruciatus em você" e perguntou:
- Porque você tá rindo?
- Porque você tá com problemas, problemas sérios.
e continuou rindo.
Lucio tinha razão, ele estava com um problema bem sério: uma grávida surtada e fugitiva querendo uma grande festa pra comemorar o vigésimo aniversário de casamento. Pior que isso só ter que encarar Voldemort sem ser um comensal da morte.
Silêncio.
Choro.
Choro.
Mais choro.
- cala a boca!
- Mas não sou eu!
- Quem é então?
- A Mary ué.
- E porque ela tá chorando?
- Porque ela tá com fome.
levantou-se muito contrariado e foi até o quarto da caçula.
- Bom dia querida - disse em tom venenoso - você pode parar com o berreiro e me dizer o que quer?
- Ma'y qué mamãe.
- A sua mãe não está.
- Ma'y qué neneti!
Precisava ensinar a criança a falar o "r" e a parar de falar seu nome toda vez que começava uma frase. Peraí, ela tinha dito "neneti"? Mas que diabos era neneti?
- Lucioooooooo!
- Não precisa gritar eu tô aqui.
- E o que é neneti?
- é leite, oras.
- leite?
Malfoy parecia chocado. Sua cabeça estava entrando em colapso pela associação leite-neneti.
- Tá bom, tá bom. Lucio vai preparar o leite pra sua irmã.
- Eu não, vai você.
- Porque?
- Porque eu sou a criança e você é o adulto.
Era um bom argumento.
- E como eu faço isso?
- A mamãe apenas tira a mamadeira da geladeira e coloca naquele forno trouxa que ela ganhou da vovó.
- Ah. Mary fica quietinha que o papai já volta com o seu neneti.
Desceu as escadas esperando que um ladrão tivesse invadido a sua casa só pra poder quebrar a cara dele e assim se sentir um pouco melhor.
Mas não havia ladrão. Não havia hermione. E não havia café da manhã. Se aquilo era um pesadelo ele queria acordar, logo.
Abriu a porta da geladeira, pegou a mamadeira.
Abriu o microondas, colocou a mamadeira ali.
Olhou para os botõezinhos do aparelho. Hmm, vinte minutos devem ser suficientes.
Ligou e foi fazer um pouco de café.
O telefone.
- Alô - falou a voz do outro lado da linha.
- Potter, vem pra cá rápido!
- Bom dia pra você também Draco.
- Deixa de enrolação e vem logo.
- Mas eu ia ajudar a gina a fazer compras.
- ah, potter não seja tão cachorrinho de sua mulher e venha logo pra cá. É importante.
Ploc ploc
xiuuuuuuuu
- e pare de fazer sons estranhos não tem graça!
- mas eu...
Draco virou-se para o lado do microondas e viu uma fumaça sair.
- potter te quero aqui em cinco minutos.
E largou o telefone em cima da mesa.
Desligou o microondas. A mamadeira estava derretida e havia uma poça amarelada que devia ser leite.
Olhou para os lados, porque sempre que precisava amaldiçoar alguém as pessoas nunca estavam perto?
Subiu as escadas.
- Mary, não tem neneti você quer outra coisa?
- Ma'y qué neneti.
Malfoy revirou os olhos, suspirou e tentou ficar calmo. Mas será que a fedelha só sabia falar aquilo? Devia ter comprado um desses bebês que os trouxas vendem, eles pelo menos falam oito frases.
- Mary o papai já falou que não tem neneti, você quer outra coisa?
A garotinha abriu bem os olhos marrons, olhou draco com curiosidade e repetiu:
- Ma'y qué neneti
Draco perdeu de vez a paciência, encarou a garotinha e berrou:
- Não tem neneti Mary!
E o berreiro recomeçou.
Mas tinha outro barulho também.
- Papai, a campainha.
- Vai atender.
- mas eu sou uma criança.
- que já sabe abrir portas.
- e se for um estranho?
- Manda ele esperar que o papai já está descendo para bater nele.
- ok.
O garotinho desceu as escadas correndo e abriu a porta.
- hmm, oi tio harry.
- oi Lúcio, seu pai tá aí?
- claro. eu vou chamá-lo.
- que choro é esse?
- é a Mary querendo neneti.
Harry olhou para o garotinho que subia as escadas, ele tinha mesmo falado neneti?
- papai é o tio harry.
- ótimo - e foi à vez de draco descer as escadas correndo.
- olá draco! Pode me dizer agora o que era tão urgente?
E porque a Mary está chorando?
- ah, ela quer neneti.
Harry pensou que estava ficando louco e subiu as escadas. Malfoy o seguiu.
- oi Mary.
A garotinha parou de chorar.
- porque você estava chorando?
- puquê a ma'y qué neneti.
Harry se virou para Malfoy.
- o que é neneti?
Draco deu de ombros. - a mamadeira cheia de leite.
Harry riu, então era isso. Pegou Mary no colo e foi descendo as escadas na direção da cozinha.
- Draco que porcaria você fez aqui?
- Eu tentei dar um jeito na mamadeira.
- derretendo ela?
Lucio abriu a geladeira, - aqui tem outra tio harry, é só esquentar.
E harry esquentou. Mediu a temperatura e a alcançou para a garotinha, que esticou os bracinhos gorduchos para pegá-la.
- Ok, draco. Agora me diz o que está acontecendo aqui?
- a hermione enlouqueceu e foi embora.
