"- Que foi Ciça? Por que está parada aí feito uma estátua? – perguntou Mariana."
Ciça não estava conseguindo acreditar nisso. Sr Potter? Seria Potter como Harry Potter! Não, isso seria demais! Primeiro homem-cabeça, depois Tiago, e agora Potter, esse homem só podia estar no meio de uma crise de identidade, não era possível! E se fosse, porque ele teria mentido para ela a alguns instantes atrás.
"- Po... po... po...Potter? – gaguejou Ciça – Como assim Potter?"
"- Muito prazer Srta., meu nome é Potter sim. Harry Potter! – adiantou-se com a mão esticada."
"- Harry Potter? – "ele disse Harry, ele disse! Peraí, Harry Potter é um personagem de um livro!" os pensamentos de Ciça estavam cada vez mais confusos – Como assim?- ignorando a mão estendida do homem – Que brincadeira é essa? Que eu me lembre o nome do senhor é Tiago!"
"- Peraí. O que esta acontecendo aqui? Ciça onde você conheceu esse homem? – Mariana parecia apreensiva."
"- Acho que posso explicar Sra. Fogli – e nesse momento recolheu sua mão – nos conhecemos hoje no mercado e... – começou Harry."
"- E ele se apresentou como Tiago."
"- Exatamente. Mas meu verdadeiro nome é Harry Potter e... – Harry ia concluir quando Mariana o interrompeu."
"- Ei! Que engraçado, Harry Potter não é o nome do garoto daquele monte de livros que nós compramos para você Ciça? E por que o Sr deu um nome falso para a minha filha?- quis saber Mariana."
"- É mamãe, Harry é o nome do menino bruxo sim, e sobre essa identidade falsa também estou querendo saber – Alicia pensou por um momento em contar sobre a cabeça para a sua mãe, mas desistiu logo depois, as coisas já estavam demasiado complicadas para ela atrapalhar mais. Primeiro deixaria o homem se explicar. – pode continuar Senhor "Potter" – ela demorou pronunciando o nome dele."
"- Que bom! Antes eu gostaria de pedir desculpas a senhorita sobre a identidade falsa, mas foi preciso. Eu poderia falar aqui durante horas, mas uma coisa diz por si só, depois qualquer dúvida eu esclarecerei! – dizendo isso, Harry pegou um envelope feito de papel amarelado, e endereçado com tinta verde e entregou a Alicia."
À Srta. Alicia FogliR: Conde de Bonfim n.º: 45
Quarto ao lado da sala
Tijuca Rio de Janeiro
BrasilE do outro lado do envelope o brasão de Hogwarts selava a carta. O queixo de Alicia caiu.
"- O que isso significa? Que brincadeira é essa?"
"- Não é brincadeira nenhuma, senhorita. Leia a carta."
Alicia abriu o envelope com cuidado e ela dizia:
Escola De Magia e Bruxaria Hogwarts Diretor: Alvo Dumbledore( Ordem de Merlin, Primeira Classe, Grande feiticeiro, Bruxo Chefe, Cacique Supremo, Confederação Internacional de Bruxos)
Prezada Srta. Fogli,
Temos o prazer de informar que V.Sa. tem uma vaga na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Estamos anexando uma lista de livros e equipamentos necessários.
O ano letivo começa em 1º de Setembro. Aguardamos sua coruja até 31 de julho, no mais tardar.
Atenciosamente,
Minerva McGonagall
Diretora Substituta
"- Isso quer dizer... isso é..."
"- Exatamente o que você esta pensando! Srta. Alicia Fogli, você é uma bruxa! – disse Harry num tom de voz animadíssimo."
"- Tá! Digamos –Harry fez uma careta ao ouvir o "digamos" de Ciça – que eu acredite nessa história. Acho que o Sr me deve algumas explicações, não é?"
"- E à mim também porque eu não estou entendendo nada dessa história de Escola, bruxaria, Harry Potter! – disse Mariana com a carta de Alicia nas mãos."
"- Ok, eu vou explicar, duvido que a Sra. vá me entender logo de primeira, é meio complicado para vocês trouxas – Mariana fez uma careta ao ouvir essa expressão – quero dizer, vocês não-bruxos, então creio que depois Alicia lhe explique com mais atenção, então... – Ciça o interrompeu."
"- Desculpe mamãe mas creio que o Sr Potter – desenhou as aspas no ar – esteja certo, por que a Sra. não cuida do almoço enquanto, ele tenta me explicar essa história melhor, então quando o papai chegar eu explico a vocês o que eu conseguir entender- a mãe apenas confirmou com a cabeça e se retirou – obrigado mamãe, vê aí, acho que trouxe queijo suficiente – a mãe já estava na cozinha – então Sr Potter... – olhou dentro dos olhos dele – minha primeira pergunta é: por que o Sr não disse seu verdadeiro nome, hoje no mercado?"
"- Bem essa resposta é simples. O que você diria se eu dissesse que me chamo Harry Potter, num dia normal, dentro de um supermercado?"
"- Eu diria: Ah! Sim, claro que é, e eu sou Hermione Granger, muito prazer!"
"- Eu fiquei com receio, então disse o primeiro nome que veio a minha cabeça, a idéia era que a Srta. só me conhece aqui na sua casa hoje! Bem , foi encontrado na Srta. um teor muito grande de magia, o que revela que você, posso chama-la de você? É assim que as pessoas nesse país se tratam não é? Mesmo sem muita intimidade."
"- É, é sim, nós somos bastante simples quando se diz respeito a tratamento pessoal. Pode me chamar de você – só então Ciça olhou discretamente para a testa de Harry e pode reconhecer a cicatriz em forma de raio."
"- Então, o que revela que você deve estudar e se aprimorar na arte da magia."
Harry teve que explicar sobre os livros com seu nome. A verdade é que todas as histórias dos livros são verídicas, algumas até um pouco fantasiosas, mas todas aconteceram com ele, enquanto estudara em Hogwarts, depois que se formou, virou auror do Ministério da Magia, e hoje leciona a disciplina de Defesa Contra as Artes das Trevas em Hogwarts. J. K. Rowling é uma trouxa amiga de Harry, eles se conheceram a alguns anos atrás quando Harry namorara Nathalie, a melhor amiga de Rowling.
"- Nathalie era trouxa? – perguntou Ciça."
"- Era sim."
"- E como você a conheceu?"
"- Poderíamos deixar esse assunto para uma próxima conversa?"
Ciça assentiu com a cabeça. Não iria insistir nesse assunto, queria saber mais sobre Harry. Rowling ficou famosa depois de um bom tempo na maior "pindaíba" – ela queria escrever algo sobre o mundo maravilhoso que Nathalie lhe contava. Então pediu autorização a Harry para contar suas histórias e de seus amigos. Depois de muito insistir dizendo que trouxas jamais acreditariam nessas histórias, Rowling convenceu Harry, que teve que entrar com um pedido de autorização do uso da imagem mágica, junto ao Ministério da Magia. Depois de algum tempo, lá estava Harry Potter e a Pedra Filosofal, nas livrarias do mundo todo. O pior não foi o tempo de pesquisa que Rowling precisou para escrever o livro, nem ter que contar a ela todos os detalhes de suas histórias, e sim ter que ouvir por todo mundo mágico, que ele fizera isso para se aparecer, para ser famoso não só no mundo da magia, como no mundo dos trouxas também. Quando ele bem sabia que o motivo pelo qual abrira sua vida, era com a inocente razão de ajudar uma amiga.
"- Então tudo é verdade, o fofo, o quadribol, a capa de invisibilidade, seus pais, Voldemort. Tudo!"
"- É sim tudo é verdade – Harry estava feliz que a garota finalmente acreditara nele."
"- Então faz um feitiço aí para eu ver, e acreditar de vez em você!"
"- Qual feitiço você quer? – disse Harry pegando a varinha de dentro de suas vestes."
"- Um bem simples! Faz alguma coisa levitar aí!"
"- Qualquer coisa?"
"- Não, deixa que eu escolho – Ciça começou a olhar em volta procurando alguma coisa, olhou para a mesa de centro a sua frente e viu um pequeno objeto prateado – faz o cinzeiro de prata da mamãe levitar."
"- Vingardium leviosa!"
O cinzeiro começou a levitar, e ficou pairando pela sala a metros de distancia do chão, Harry fazia ele subir e descer, descer e subir, e estava orgulhoso de fazer aquela menina sorrir maravilhada com a mágica, era um feitiço simples, mas esse feitiço trouxe alegria de novo ao coração de Harry que a tempos precisava de um bom motivo para sorrir. E ao ver o sorriso radiante na face de Alicia , Harry abriu um lindo e sincero sorriso, que a muito tempo não se via naquele rosto.
Alicia adorara a idéia de ser bruxa, estava pensando no que ela poderia fazer portando uma varinha. Muitas coisas passaram na sua cabeça, coisas engraçadas, "como esse negócio deve facilitar a vida da gente". O almoço fora uma maravilha. Convidara Harry para ficar mas ele se desculpou dizendo que tinha algumas coisas para fazer no Brasil, e também começar a preparar sua viagem de volta; contara para seu pai a notícia e explicara melhor para sua mãe toda a história. Mariana achou a idéia um máximo. Aliás a mãe de Alicia era mesmo assim, tudo para ela era o máximo, principalmente quando se tratava de fazer compras e viajar. E como no caso de Alicia a menina teria que ir para a Europa a mãe logo se manifestou:
"- É uma experiência única! Eu fico preocupada lógico, com a minha menininha sozinha num país distante, vou sentir saudade também, mas... é a Europa! E é magia! Otto você tem que concordar que não é para qualquer um!"
"- Eu concordo, mas ela é muito pequena. Acho muito cedo para ela sair de perto de nós. Ainda mais para um lugar tão longe. Você sabe... da forma como ela chegou aqui... Alicia é tão frágil... não quero perder a minha garotinha. É melhor ela ficar!"
"- Você sabe que ela não irá nos perdoar se não a deixarmos ir! É o destino dela! Aliás o passado dela também!"
"- Como assim?"
"- Ah! Otto querido, você acha mesmo que descobriram esse negócio de magia nela agora! Ela dá sintomas dessa coisa a séculos, e nós sempre fingimos que era nada, falavam que ela não era normal, e nós dizíamos que ela era apenas diferente, especial."
"- Mas é isso que ela é, especial!"
"- Eu sei, mas por exemplo, quando na pré-escola, ela decorou todas as falas e a professora não queria deixar ela fazer o papel da princesa da peça de final de ano. Tadinha da garotinha que ficou com o papel, como era mesmo o nome dela? Ah Raquel! Até hoje ninguém conseguiu explicar as bolinhas coloridas no rosto da menina!"
