Nota: tá eu prefiro o Draco mas casei com o Harry nessa fic. E não contém spoiller do livro 6.
Cap. 5- O Mundo MágicoCiça se levantou no dia seguinte, se arrumou e ao ouvir uma movimentação no andar de baixo, foi direto para a cozinha. Quando chegou a sala e olhou pela janela percebeu que o dia estava lindo. A roseira estava ainda coberta por flores, e o vermelho das rosas estava mais vivo, mais brilhante. Quando passou pelo hall e viu o telefone, lembrou que tinha que ligar para a mãe para avisar de sua chegada, esquecera de fazer isso no dia anterior. Harry estava sentado na mesa, tomando uma xícara de chá.
"- Bom dia Ciça! Dormiu bem?"
"- Dormi sim, obrigada. Sabe Harry, eu preciso avisar meus pais que cheguei bem."
"- Eu liguei para eles ontem, mas pode ir, liga lá, o telefone fica no hall."
"- É eu vi. É engraçado você ter telefone."
"- Eu não uso muito. Mas Nathalie insistiu, e ás vezes eu acabo precisando dele. Vá lá ligar."
Ciça caminhou até o hall. Ela tinha feito ele se lembrar da esposa de novo, o semblante dele ficava tão triste quando ele falava nela. Ciça se culpou, pensou que evitaria tocar nesses assuntos de novo. Pegou o telefone, digitou uns números, e logo a mãe atendeu.
"- Alo mãe? Sou eu Ciça!... Eu tô bem mãe... Tá mãe... Vou me comportar... Tá... Tá... Vou obedecer o Sr Potter... Vou mãe... Fica tranqüila... Tá... Tudo bem... Manda um beijo para o papai... Outro para senhora... Tchau mãe... Ta, pode deixar que eu vou me comportar... Beijo, tchau."
"- Ouviu sua mãe, me obedeça! – disse Harry sorrindo."
"- Pode deixar."
"- Vamos tomar café. Hoje vamos ao Beco Diagonal."
"- Sério!"
A menina comeu, não esperava a hora em que conheceria o mundo mágico. Eles iriam comprar seus materiais, livros, vestes, um caldeirão, e... Uma varinha! Finalmente poderia fazer mágicas, tão maravilhosas quanto as que lia nos livros.
Eles foram para o Beco Diagonal via pó de flú. A viagem foi tranqüila, considerando que ao chegarem Ciça estava bastante enjoada e toda suja. Harry rapidamente fez um feitiço de limpeza na menina, e eles rumaram à Gringotes, o banco dos bruxos. Ciça estava adorando aquele lugar. Era bem diferente do que imaginara ao ler os livros, e mais diferente ainda do que aparecia nos filmes. Por mais que os trouxas tivessem imaginação nunca conseguiriam descrever aquele lugar como ele realmente era, tinha bruxos de todas as idades, e de todos os tipos também. Durante todo o caminho a menina esbarrava em várias pessoas, cada um mais diferente que o outro, alguns cumprimentavam Harry, outros passavam tão rápido que nem os percebiam ou então fingiam não perceber. Chegaram à porta de Gringotes.
"- Ciça, você ainda está enjoada?"
"- Um pouco, e se a viagem até o cofre for um pouquinho parecida com a descrição do livro, você pode ter certeza que antes da primeira curva eu estarei vomitando."
"- E agora? Não sei o que fazer. Preciso ir ao banco. Não sei se é seguro, mas... Acho que não tem outro jeito. Ciça você vai até a Madame Malkin, a loja de vestes, é só seguir direto por aqui – Harry apontou para o fim da rua – acha que pode ir sozinha?"
"- Claro! – e vendo ainda a cara de preocupação de Harry, completou – Você acha que eu não consigo chegar até o final da rua? Pode ficar tranqüilo, encontro você na loja de vestes."
Harry não queria deixar Ciça ir sozinha, mas como não tinha outra saída, ficou observando-a descer a rua durante um tempo. E entrou no banco certo de que Ciça o esperaria na Madame Malkin.
Ciça estava caminhando pela rua, avistou a loja de vestes logo à frente. Mas quando olhou para o lado reparou numa loja de animais, e curiosa encostou o nariz no vidro da vitrine. Viu um garoto mais ou menos da sua idade dentro da loja. Ela pensou que já que Harry deveria demorar no banco, não faria mal ela dar uma olhadinha na loja, ela não iria demorar mais que dez minutos, então entrou. O menino que ela tinha visto pelo lado de fora, estava em frente ao balcão esperando o vendedor, ele se virou e viu que Ciça se aproximava.
"- Oi! Hogwarts? – perguntou o garoto todo sorridente."
"- Oi! É, primeiro ano e você? – retribuindo o sorriso."
"- Eu também! Meu nome é Derick Straight, e espero ficar na Corvinal como toda a minha família. E você?"
"- Meu nome é Alicia Fogli, e para mim qualquer casa está boa. Minha família é trouxa, então não tem essa tradição né? Isso de casa. O que você esta esperando?"
"- Eu vim comprar um bicho para mim. Pensei em um gato, gosto de gatos. O vendedor foi buscar uns lá dentro para que eu possa escolher melhor – nesse momento o vendedor, um homem de uns cinqüenta anos, alto cheio de cabelos brancos e os olhos estranhamente parecidos com os de um gato, apareceu carregando várias gaiolas, com gatos de todos os tamanhos."
"- Bom Sr. Straight, temos esses aqui – disse o vendedor colocando as gaiolas em cima do balcão. Depois de algum tempo Derick escolheu um gato cinza com os olhos amarelados, pagou, então ele e Ciça saíram da loja. Sentaram-se do outro lado da calçada, no meio fio e começaram a conversar."
"- Qual vai ser o nome dele?"
"- Vai se chamar Toff!"
"- Toff? De onde você tirou esse nome?"
"- Minha avó tinha uma gata que se chamava Totoff, era muito parecida com esse aqui. Por isso em homenagem a minha avó, vou colocar o nome do meu gato de Toff. Eu sinto muita saudade depois que ela morreu."
"- Desculpa, sua avó morreu de que?"
"- Minha avó não morreu! Quem morreu foi a gata! Eu gostava muito da gata."
"- Ah! Tá! Foi mal!"
Alicia gostou muito da companhia do garoto. Ficaram conversando sobre Hogwarts, sobre as casas, depois sobre o mundo mágico. Derick queria saber mais sobre os trouxas, e Ciça explicava tudo para ele com a maior boa vontade. Ficaram conversando por muito tempo, e nem viram a hora passar.
Harry resolveu tudo no banco. Já estava se encaminhando para a loja de roupas quando uma coruja negra e de olhos amarelos passou raspando pelo seu rosto. Harry se assustou e a coruja deixou cair um envelope preto lacrado com um brasão, que ele não reconheceu, abriu a carta que continha apenas quatro palavras – O perigo esta próximo. Logo em seguida uma coruja branca muito parecida com Edwiges passa planando pela sua cabeça e deixa cair dessa vez não um envelope, mas apenas um bilhete com a caligrafia de que foi escrito as pressas, dizendo – Ciça. Harry saiu desesperado em direção à loja de vestes. Chegando lá não encontrou nem um sinal de Ciça, e foi informado que ela nem se quer apareceu por lá.
Harry não tinha a menor idéia do que fazer, de onde ir. Começou a correr como um louco por todos os cantos. Quando de repente, de longe observou uma cena: Ciça estava distraída atravessando a rua, e vindo em sua direção estava uma vassoura desgovernada, montada por uma garota morena de cabelos curtos, com uma cara de quem estava extremamente apavorada. A vassoura estava cada vez mais perto, quando um homem ruivo que aparece do nada, agarra Ciça e a tira da linha de risco da vassoura. Este homem era Ronald Weasley. A garota em cima da vassoura era Stephanie Straight, irmã mais velha de Derick. Assim como Harry, ela estava desesperada a procura do irmão que havia sumido. Ao reconhecer a garota, Rony começa a falar.
"- Srta. Straight! O que foi isso? Logo a Srta. nova Monitora Chefe de Hogwarts! Eu não esperava isso da senhorita!"
"- Desculpe professor Weasley! Meu irmão! Eu combinei dele me encontrar uma hora atrás em frente a Floreios e Borrões, mas ele não apareceu. Fiquei desesperada..."
Nesse momento Harry chegou, louco, agarrou Ciça pelo braço e começou a verificar se ela não tinha quebrado nem um osso. Deu-lhe um abraço forte, um abraço de alívio, e começou a falar coisas sem sentido para a menina.
"- Eu pensei que tinha perdido você de novo! Eu não ia suportar te perder de novo! Você me deu um susto! Eu não ia me perdoar se você tivesse sumido! Você está bem? Não quebrou nada? Ah! Tudo minha culpa!"
"- Calma Harry! A menina esta bem!"
"- Ah! Rony, que bom que você apareceu! Essa é a Ciça."
"- Então você é a Srta. Fogli – sorriu para a menina que ainda estava nos braços de Harry, ele olhou para o amigo e disse – Calma Harry, não se culpe. E você não vai perdê-la de novo – deu ênfase às próximas palavras – porque você nunca perdeu a Srta. Fogli, Harry – e deu mais ênfase ainda – ela não é a Cecília."
"- É, você tem razão. Eu estava preocupado, recebi estes bilhetes – entregou-os para Rony – fiquei sem saber o que pensar, mas isso é estranho não é Rony?"
"- Deixa-me ver – ele abriu os pedaços de papel – Ah Harry! Não se preocupe, ok? Alicia esta viva, sã e salva, inteirinha. Isso deve ter sido uma peça que quiseram pregar em você."
"- Rony, não somos mais crianças. Quem iria querer pregar uma peça em mim?"
"- Vai ver alguém queria deixar você preocupado, só isso. Provavelmente não tem nada a ver com o quase atropelamento da Alicia, por que essa menina – apontando para Stephanie – pilota uma vassoura tão mal quanto Neville."
"- É você deve ter razão. Mas você esta bem mesmo Ciça?"
"- Claro, foi só um susto. E a culpa é minha, perdi a noção do tempo. Estava conversando com meu novo amigo Derick, que também vai para Hogwarts – Ciça olhou para Derick que levava um puxão de orelha da irmã que o estava arrastando para longe dos professores dizendo coisas com "olha a vergonha que você me fez passar" ou "que idéia os professores vão ter de mim agora" ou "e o pior, o Sr. Weasley é professor de vôo, é capaz dele querer que eu volte para o primeiro ano para ter aulas com ele" e Ciça jurou ter ouvido um comentário bem baixinho "até que não seria nada ruim aulas particulares com ele" ."
Finalmente eles seguiram para a loja de vestes. Depois foram a Floreios e Borrões onde encontraram de novo com Derick e a irmã. Ciça pode perceber que Stephanie ficava vermelha toda vez que esbarrava com Rony pela loja. Compraram quase todo o material. Eles já estavam bastante cansados, quando veio o convite por parte de Rony.
"- E aí Ciça, que tal um sorvete?"
"- Claro!"
Dirigiram-se até a Sorveteria Florean Fortescue, onde Harry se lembrou dos dias que passou ali com o próprio Florean quando ele ainda era garoto, e ficara o resto das férias de verão num quarto alugado no Caldeirão Furado, no terceiro ano, após ter fugido de casa, depois ter feito a Tia Guida inflar como um balão. Foi naquele ano que Harry descobrira ter um padrinho, Sirius Black. Passou tão poucos momentos com seu padrinho, e depois que ele morreu, se culpou por nunca ter dito à Sirius o quanto gostava dele.
Os três foram se sentar numa mesinha enquanto aguardavam os sundays, Ciça então se lembrou das últimas palavras de Harry ontem, antes que ela adormecesse.
"- Quer dizer, que você é bom em fazer poção para dormir, Rony? – perguntou Ciça."
"- Eu? Não, nunca fui bom em poções."
"- Ué! Então, não foi você que se casou com a Hermione? – Ciça desejou não ter feito essa pergunta assim que viu a cara de Rony."
"- Não Ciça, infelizmente não sou eu o marido da Mione, ela se casou com o – Rony ia completar, mas Harry o interrompeu."
"- Eu devia ter lhe explicado isso Ciça. Acontece que o Rony e a Mione namoraram sim, mas eles terminaram depois de alguns desentendimentos. Então após algum tempo ela se apaixonou por um homem e se casou com ele."
"- Quem é o homem?"
"- O seu maravilhoso professor de poções – Rony fez uma cara de desprezo ao dizer isso – você já o conhece pelos livros, e o verá pessoalmente logo."
"- SNAPE ! – perguntou Ciça incrédula – Não acredito! O que ela viu nele?"
"- Bem, eu não sei Ciça, pergunte a ela. Você terá oportunidade, e veja, depois que se casou com Hermione, Snape tem se mostrado uma pessoa melhor, menos amargo ..."
"- Pare de defender esse cara Harry! Ou case-se com ele também!"
"- Rony, admita, ele melhorou muito."
"- Para mim ele continua, e continuará sempre sendo aquele seboso nojento. Aquilo lá é lobo em pele de cordeiro! Ciça, não se engane, ele pode parecer melhor agora, mas quem foi do mau um dia, será sempre do mau!"
"- Rony! Pare de tentar influenciar a Ciça! – e virando-se para Ciça, Harry completou - Não ligue para o que Rony disse, isso é apenas uma rixa antiga. Vá para a escola e lá tire, você, suas próprias conclusões. Ah! E esqueça as atitudes dele nos livros que você leu, fui eu quem contou a história posso ter exagerado, julgue-o pelas atitudes que ele tiver com você."
"- Do jeito que você fala Harry, parece até que Snape é um santo! – e vendo a cara de Harry – Tá bom, Ciça que tire suas próprias conclusões! Mas aposto que não serão muito diferentes das minhas. Tá bom! Já fiquei quieto."
"- Tudo bem, eu prometo tirar minhas próprias conclusões! Que tal mudarmos de assunto?"
"- Ótima idéia Ciça, então, o que falta no seu material?"
"- Já compramos tudo, só falta a varinha."
"- Então falta o principal – completou Rony."
"- Vamos à loja do Sr. Olivaras então!"
Eles caminharam até a loja, Harry se lembrara de quando esteve ali a cerca de vinte e poucos anos atrás, e não gostara nada do que ouvira daquele senhor. O mais engraçado é que o Sr. Olivaras continuava trabalhando, ele já era demasiado idoso, mas continuava lá em sua loja. Rony deixou Harry e Ciça na frente da loja e se dirigiu à Artigos de Qualidade para Quadribol, os dois entraram na loja, um sininho tocou no fundo assim que eles abriram a porta. Percebendo a presença deles, o Sr. Olivaras pediu que esperassem um pouco, estava atendendo um menino louro de olhos verdes claros, óculos de armação verde e lentes retangulares com os cantos arredondados, baixa estatura, mas com ar imponente. Alicia sorriu para ele, mas a retribuição do garoto foi um olhar frio de desprezo. Ciça ficou muito embaraçada, olhou para Harry como que pedindo auxílio.
"- Não ligue querida, vamos apenas esperar ele já deve estar acabando – Harry disse quase num sussurro."
Tão rápido quanto foram as palavras de Harry, fagulhas verdes saíram da varinha que o menino segurava. O garoto pagou a varinha e se retirou da loja sem se quer olhar para as pessoas que ali estavam. Ele não estava acompanhado de seus pais e sim de alguém que se parecia com um mordomo.
O Sr. Olivaras se aproximou deles. Olhou bem dentro dos olhos de Ciça e depois para os olhos de Harry, depois de novo para os olhos de Ciça e sorriu. A menina não entendia o sorriso daquele senhor mais retribuiu.
"- Azevinho e pena de fênix, vinte e oito centímetros, boa e maleável, não é mesmo Sr, Potter?"
"- Exatamente!"
"- Bom, então vamos conseguir uma boa varinha para essa linda garotinha! Qual o seu nome querida?"
"- Obrigada, me chamo Alicia Fogli."
"- Fogli, - Sr. Olivaras deu uma boa olhada de novo nos olhos de Harry – Srta. Fogli, qual o braço da varinha?"
"- Sou destra. – a menina esticou o braço, ele começou a medi-la. Depois de algum tempo foi até as prateleiras, ficou algum tempo parado em frente a elas, voltou e olhou de novo nos olhos de Ciça."
"- Posso até estar enganado, mas acho que sei exatamente qual varinha te dar – voltou para a prateleira, subiu em uma escada e pegou a varinha que estava mais perto do teto, desceu e a tirou de uma caixa dourada – um pouco grande para você, é verdade. Trinta e oito centímetros, mogno e pena da asa esquerda de um Pégaso, flexível. Vamos experimente."
Assim que Alicia colocou as mãos na varinha, sentiu um calor seguindo de seu ombro até os dedos. Ela ergueu a varinha e fez um Z como o do Zorro, começaram a sair faíscas coloridas, verde, vermelho, azul, amarelo, prata. O Sr. Olivaras ficou maravilhado e começou a aplaudir, um sorriso imenso se abriu no rosto de Harry.
"- Nossa! Logo a primeira! Parabéns Ciça!"
"- Realmente incrível, não me lembro de alguém ter acertado a varinha logo na primeira. Veja bem o que você tem nas mãos – Ciça olhou para a varinha – o Pégaso é um cavalo alado, está extinto há muito tempo. Essa varinha foi produzida por um ancestral meu muito antigo, foi ele quem começou a tradição de fazer e vender varinhas na minha família. Esta varinha esteve guardada durante séculos, e hoje você se descobriu dona de uma das varinhas mais raras que se pode imaginar."
"- Uau! Pode deixar que eu vou cuidar bem dela!"
"- Eu sei que vai, e ela também sabe, senão, não escolheria você! Bom, vamos deixar de conversa!"
Eles pagaram a varinha e saíram da loja. Se encontraram com Rony no caminho, Harry o convidou para jantar na sua casa mas Rony recusou alegando que ainda tinha alguns afazeres no Beco Diagonal.
"- Nos vemos em Hogwarts, Ciça!"
"- Claro, e obrigada pela companhia professor."
Eles se despediram, Ciça e Harry voltaram para casa de novo via Pó de Flú.
