Alicia ficou parada alguns segundos em frente à porta da sala do professor Potter, então respirou fundo e bateu na porta, não demorou muito Harry a abriu.
-Oi meu bem! Entre, você demorou.
-É que na verdade eu me esqueci... Sabe, muitas aulas... Muitos trabalhos...
-Claro Ciça, mas está indo tudo bem?
-Está, hoje tive aula de feitiços, transfiguração e Herbologia.
-E o que achou?
-Quase consegui terminar o meu trabalho de feitiços, só ficou faltando um pedacinho, então não ganhei os pontos que a professora Hermione dá para o melhor aluno. Em transfiguração o fósforo que eu tinha que transformar em agulha deu quase certo... Quase... Só que se você riscasse a minha agulha ela acenderia, então a professora Mcgonagall me mandou praticar, e em Herbologia... – Ciça olhou bem para Harry que tinha um enorme sorriso no rosto, e então a garota se calou.
-O que foi Ciça? O que aconteceu na aula de Herbologia?
-Nada, ela foi normal, eu queria te contar outra coisa, é que ontem... – ela relatou todos os acontecimentos da noite anterior, menos é claro a conversa com Julius, isso não dizia respeito a ela – não é estranho?
-Muitas coisas nesse castelo parecem estranhas – ele dizia isso, mas seu semblante parecia preocupado – não se preocupe, de repente foi algum professor, não pense nisso querida – deu um sorriso sem graça – mas eu fiquei muito orgulhoso de você estar na Grifinória – desconversou.
-Obrigada, eu estou bastante feliz, ainda mais que meu amigos ficaram junto comigo, menos Derick, lembra dele? O garoto do beco diagonal?
-Sim claro, a irmã dele é monitora da Corvinal.
-Pois é, Derick foi para Sonserina, ele ficou tão triste.
-Imagino que ele gostaria de ficar com a irmã.
-É sim, toda a família dele é do mesmo lugar – então Ciça se lembrou de algo – Harry?
-Pois não meu bem?
-Por que eu estou em Hogwarts?
-Não entendi.
-Estava conversando com meus amigos, e Julius me disse que existem escolas de magia no Brasil e que o certo era eu ter ido para lá.
-Você não gostou de ter vindo para Hogwarts?
-Claro que gostei, mas...
-Então não vejo o por quê dessa pergunta. Vamos mudar de assunto, quer dizer que você é amiga do filho da Mione?
-Sou sim, ele é muito amigo meu.
-Que bom, ele é um ótimo garoto. Mione e Snape fizeram um bom trabalho.
Conversaram sobre diversos assuntos, então deu a hora do jantar, Harry e Ciça desceram para o Salão Principal, todos já estavam lá, Harry a levou até a mesa da Grifinória e se despediu dela com um beijo na cabeça e um largo sorriso, encaminhou-se então para a mesa dos professores. Ciça foi sentar-se com os seus amigos.
-E então, descobriu alguma coisa?
-Nada Chris.
-Como assim nada?
-Ué, Julius! Nada de nada, ele desconversou, resumindo, não quis me dizer.
-E você não fez nada?
-E o que você queria que eu tivesse feito? Dito: "Ei Harry Potter, o cara que derrotou Voldemort, auror, professor de Hogwarts, ou você me diz o que eu estou fazendo aqui, ou eu vou chorar"?
-É, você tem razão...
-Mas é a sua vida! Se fosse preciso chorar, eu chorava!
-Não é assim Chris! A Ciça tem razão, acho que tem que ir devagar, ela vai sondar o professor Potter, ele vai acabar dizendo.
-Mas vocês não acham estranho?
-O que Chris?
-Ora Ciça, ele não querer te dizer! Deve ter algo de podre nessa história!
-Será?
-Eu heim! Ah! Vocês duas, vamos comer!
Na mesa dos professores Rony estava irritado olhando para Snape, que estava ao lado de sua esposa, observando furtivamente a mesa da Grifinória.
-Que foi Snape, por que você não para de olhar para os "meus" alunos e observa melhor os "seus" delinqüentes sonserinos juvenis?
-Weasley não ofenda os alunos, e vá tomar conta da sua vida – Snape nem se quer olhava para Rony enquanto cuspia essas palavras.
-Querido! – Hermione segurou o braço esquerdo de Snape – Pare com isso!
-Então diga para esse Weasley parar de se intrometer comigo.
-Rony, para de arrumar confusão, vamos parar com isso ok?
-Claro, Senhora "Snape" - era assim que ela se dirigia a ela desde que se casou – assim que o seu maravilhosíssimo marido parar de olhar com essa cara para os "meus" alunos.
-Obrigado pelo elogio Weasley, mas não estou olhando para os "seus" alunos, estou olhando para o "meu" filho, por acaso não tenho esse direito?
-Claro – Rony sempre se constrangia quando Snape tratava Julius assim, e Snape sabia muito bem disso.
-Que bom Weasley, sabe não estou muito satisfeito com o lugar onde o "meu filho" esta, nem com quem ele se encontra.
-Você esperava que Julius fosse para a Sonserina, imagino.
-Mas é claro!
-Graças a Deus que ele tem mais da mãe do que de você.
-Olha aqui, vocês dois querem parar de discutir, meu filho está no lugar certo, não por que eu quero ou por que Severo quer, e sim porque simplesmente é o lugar dele. E acabou o assunto.
-Calma querida – agora era Snape quem colocava a mão sobre o braço de Hermione – só estava deixando clara a minha opinião, posso não conseguir mudar a casa do meu filho, mas essas amizades...
-Qual o problema com as amizades dele? – Harry que ainda não tinha se pronunciado, agora parecia querer entrar na confusão.
-Aquelas garotas que estão em volta dele, não o quero com elas.
-Pois elas são Alicia Fogli e Christinne Mitchell, e as duas são ótimas garotas, e Alicia é minha amiga, e você sabe muito bem disso – e vendo a cara que Snape começava a produzir – e nem ouse falar um ai dessas meninas, ouviu Snape, não quero me aborrecer com você!
-Você é que não ouse me afrontar Potter, ou eu não me responsabilizo pelos...
-Será que meus professores podem parar essa conversa tão... Tão fervorosa, e começarem a jantar? – Dumbledore olhava calmamente para os professores a sua esquerda – a comida vai acabar esfriando, isto está me lembrando a época de escola de vocês três, quando Snape adorava aborrecê-los.
-Desculpe Dumbledore, isso não irá se repetir.
-Não prometa o que você não pode cumprir Rony, isso sempre aconteceu e sempre vai se repetir, só espero que não na frente das crianças, ou na hora da comida, discussões me causam mal estar.
O jantar prosseguiu calmo, ao final da refeição quando todos os alunos retiravam-se do salão principal, Rony e Harry encaminharam-se até um grupo de corvinais retardatários, dois rapazes e uma moça que reconheceram ser a monitora da casa.
-Srta. Straight como vão indo as coisas?
-Bem, professor Potter, mas se o Sr. me der licença, não posso me demorar muito, os alunos já estão subindo, e o senhor sabe eu sou monitora, eles precisam de mim, se eu não estiver por perto... Deus sabe o que pode acontecer, muito bagunceiros, mas o que fazer? são crianças ... Imagine o senhor que ontem ...
-A senhorita não estava com pressa? – Rony ria largamente da monitora tagarela.
-Claro, professor Weasley – Stephanie estava meio desconcertada – Ben, venha comigo! – dirigindo-se ao garoto do seu lado – Vem logo Ben! Você tem tarefas a cumprir, deixe Symon, ele vai depois.
-Sr. Sanandell pode ir, nós precisamos trocar uma palavrinha com o seu amigo.
-Claro professor Weasley! Vamos Stephanie.
Os dois saíram mais que depressa do salão principal, que agora já estava vazio, salvo alguns professores que ainda conversavam.
Symon Owell, era um rapaz alto, cabelos negros e pele parda, seus olhos castanhos transmitem rancor e tristeza, mesmo quando sorria, como agora, seus olhos permaneciam pesados, a face do rapaz deixava claro que a alegria e o amor estavam bem longe da realidade daquela vida tão jovem e já marcada pela dor.
-Em que posso ser útil aos senhores?
-Sr. Owell, gostaria de tirar uma dúvida.
-Pois não, professor Potter?
-Hoje você recebeu uma coruja, certo?
-Sim, eu e boa parte dos alunos!
-Claro, claro, mas o que me chamou a atenção foi a cor da sua coruja, hoje em dia, tempo de paz, é difícil alguém usar uma coruja negra.
-Os seguidores de Voldemort eram quem as mais usavam – Rony completou.
-Desculpe professores, a coruja foi do meu pai, e não vejo problema na cor dela. Meu pai faleceu há alguns anos, e minha mãe gosta de usá-la, a carta era dela, mas se por acaso for contra os regulamentos da escola, pedirei à minha mãe para trocar de coruja.
-Fique tranqüilo, não é contra o regulamento, apenas fiquei curioso ao ver sua coruja destacar-se das outras. Isso foi apenas para esclarecer.
-O senhor não achou que eu era um "comensal disfarçado de aluno", achou?
-Não, claro que não! Foi só curiosidade.
-Então com licença professores, já que tudo foi esclarecido, eu vou indo.
-Tudo bem pode ir – o rapaz se distanciou e Harry seguiu com Rony em direção os seus aposentos.
-Satisfeito Harry? A coruja é do pai dele.
-Tudo está bem claro, mas ainda não me convenci.
-Já te disse que você tá ficando paranóico?
-Paranóico? Não sou eu quem briga por um pai querer olhar para o seu filho, sou?
-Ah Harry! Não me lembre disso ok?
-Você tem que se controlar Rony.
-Eu sei, eu sei, mas eu não suporto esse cara, e você também não se controlou.
-Só não gosto quando ele fala mal dos meus.
-Sei. Harry, quando você vai contar a verdade?
-Não sei Rony, mas com certeza não agora.
O resto daquela noite passou tranqüilamente, assim como os outros dias, Harry estava cada vez mais gostando de dar aulas, ele sentia que fora feito para isso.
Alicia se sentia mais em casa a cada dia, Hogwarts era o lugar dela, era isso que ela sentia, estava aprendendo coisas novas, as aulas que ela mais gostava eram DCAT, feitiços, vôo e poções, mesmo com o "professor queridíssimo", ela adorava a arte de preparar as poções, e Snape continuava com o mesmo hobby: tirar pontos da grifinória, e quem caiu nas graças do professor esse ano foi a Chris, que era ótima em transfiguração e feitiços (mesmo depois daquele episódio do nome, ela se recuperou, e passou a adorar a matéria) mas poções definitivamente não era o seu forte.
Com Julius, as coisas estavam indo razoavelmente bem, ele se descobriu apaixonado por astrologia e o professor Luar vivia elogiando o garoto para os pais e outros professores, mas se você perguntasse ao menino qual o seu professor preferido ele lhe responderia sem sombra de dúvida que era o professor Weasley, de vôo, é claro que isso não agradou seu pai, mas este resolveu não se pronunciar dessa vez, para alegria de Julius.
