Título:
Traições
Autora: Cacá
Resumo:
Harry se envolveu com Blaise. Harry se envolveu com Draco. E foi
pego.
Ship: harry/draco, harry/blaise,
blaise/ron
Classificação: PG13/slash
fraco/drama (açúcar)
O
rosto ainda estava dolorido no lugar em que blaise o socara e a raiva
ainda fervilhava em seu estômago.
- harry... - a voz de
hermione parecia preocupada. Ele se obrigou a levantar o rosto e
encará-la.
- o que foi, mione? - perguntou num resmungo.
-
eu não fazia idéia... - ele realmente esperava que
ninguém fizesse idéia. Que ninguém sequer
imaginasse que ele estava tendo um caso com zabine.
- tudo bem -
mas ele também não esperava acabar se envolvendo com
malfoy quase ao mesmo tempo.
- harry - hermione chamou de novo -
você tá bem? - pensou um pouco. Sim, estava bem. Com
exceção da raiva corroendo seu sangue não havia
mais nada o incomodando. Tinha um caso com blaise. Tinha um caso com
malfoy.
- você precisa ir falar com eles - ele a encarou.
Falar o quê? Não havia nada a dizer, não havia
como explicar, a cena falava por si e não deixava espaço
pra dúvidas ou questionamentos. Mas ela tinha razão
precisava ir falar com alguém.
- você tá certa
mione - forçou um sorriso - eu vou lá falar com
ele.
Caminhou lentamente pelos corredores até que
avistou a cabeleira loira de malfoy. Parou, a raiva se mexendo
incômoda no estômago.
- eu não te falei,
potter?
- porque você fez isso malfoy? - draco riu, um
brilho estranho no olhar.
- porque você fez isso, potter? -
harry parou e analisou a pergunta. Não sabia o que responder.
Um sorriso assassino começou a se formar no rosto do
sonserino. - o garoto de ouro da grifinória se envolvendo com
duas pessoas ao mesmo tempo...
Harry o encarou - eu nunca prometi
fidelidade malfoy.
- você não precisava. Você
é harry potter. Ou melhor, você era harry potter.
Quem você é agora? Uma cobra fingindo ser um bondoso
leãozinho? - é, essa era uma boa definição.
Havia se transformado noutra coisa que continuava ocultando sob a
pele do herói do mundo mágico. Riu.
- talvez.
Draco
o encarou surpreso. Harry havia mudado, muito.
- agora responda
malfoy, porque você fez isso? - se draco explicasse, harry não
entenderia.
- não, potter eu não estou apaixonado
por você. - e era verdade, não foi por amor ou algo
assim. Foi por vingança. Foi pra ver harry perder o chão
e se descontrolar. Pra ver o quanto o leãozinho continuava
previsível. Foi pra contaminar uma das únicas coisas
que sobrara imaculada na vida do grifonório.
- eu não
esperava que estivesse - nunca tinha ouvido harry usar um tom tão
frio na voz. - mas isso explicaria muita coisa.
- harry! - ron
vinha correndo pelo corredor.
- converse com o seu 'amigo' e me
procure mais tarde.
- te procurar pra quê? - falou entre
dentes. Draco o observou cuidadosamente, - pra responder as dúvidas
que estão aí - apontou para a testa do garoto.
- não
existem dúvidas, malfoy.
Draco riu. Enfim o outro não
mudara tanto assim. Continuava distraído o suficiente pra não
perceber as perguntas brotando de todos os lados.
- harry... -
o ruivo parou, ofegante na sua frente. E quando abriu a boca harry o
interrompeu.
- não, ron.
- mas...
- não -
repetiu e saiu andando atrás de draco.
Estava correndo
e seus passos ecoavam nas paredes de pedra. Quando o alcançou,
puxou-o pelo ombro.
- do que você estava falando?
Draco
riu, se soltando. Ajeitou as vestes.
- como você se sentiu
potter?
- o quê?
- como você se sentiu quando
entrou lá e os viu juntinhos?
Harry parou. As imagens
daquela manhã voltando. A discussão com draco. O
sonserino havia descoberto tudo e parecia magoado. Mas não
havia tristeza nos olhos dele, havia algo diferente, uma raiva
controlada. Ele não sabia o que dizer, então não
disse nada. Foi draco quem quebrou o silêncio.
- você
não é o único.
Ele não tinha entendido
e se viu forçado a perguntar do que ele estava falando.
-
você não é o único - o loiro repetiu e foi
embora.
Ele o observou desaparecer pelo castelo enquanto as
vísceras pareciam congelar. Caminhou até a torre de
astronomia, precisava organizar os pensamentos e acabar com a
rebelião descontrolada que promoviam dentro da sua
cabeça.
Antes de chegar um corvinal do primeiro ano parou
na sua frente e estendeu o braço.
- o que é isso? -
perguntou.
- pediram que eu entregasse a você.
Harry
esticou a mão e pegou o envelope. Continuou andando até
chegar na torre. Lá abriu o envelope. Era a letra de blaise,
precisava vê-lo urgentemente.
Suspirou. Provavelmente draco
havia contado tudo. Com os ombros curvados rumou para o local
marcado. Mas quando abriu a porta.
Pensou em esfregar os olhos e
se beliscar pra ver se estava tendo um pesadelo.
Não
precisou, no momento seguinte blaise o chacoalhava e ron o olhava
desesperado. Achou que o ruivo ia começar a chorar enquanto
pedia desculpas.
Zabine apenas o segurava firmemente sem dizer
uma palavra. Tentou se soltar. Ouviu blaise mandar ron sair dali. O
garoto tentou protestar, mas obedeceu e bateu a porta quando saiu.
Então o sonserino o largou e sentou na cama.
- eu estou
apaixonado por ele harry.
Ficaram um tempo em silêncio.
-
e ele está apaixonado por mim.
Harry o olhou, aquilo estava
mesmo acontecendo?
- eu o forcei. Ele sabia do nosso caso e não
queria nem olhar pra mim pra não te trair.
- mas traiu -
respondeu.
- não, eu te traí - a calma no quarto era
assustadora. - mas você me traía com malfoy
também.
Harry arregalou os olhos, então ele sabia?
-
fiquei sabendo hoje, harry. Provavelmente pela mesma pessoa que te
mandou aqui.
'Malfoy!'
- fique longe dele, zabine.
- não.
-
como?
- o weasley é meu.
Harry se levantou, - como? -
perguntou com raiva.
- o weasley é meu namorado, potter.
Você goste ou não.
- não - harry respondeu
rangendo os dentes.
- como? - perguntou blaise rindo.
- você
não serve pra ele.
- você não pode decidir uma
coisa dessas.
- e porque não?
- porque você é
traiçoeiro como uma cobra - blaise riu. - uma cobrinha
peçonhenta, mas não tão perigosa.
Harry o
socou. - ele é meu amigo! - gritou.
Zabine limpou o sangue
do canto da boca - eu sei disso e acho você uma péssima
influência.
- o quê? - harry tremia.
- eu vou
tirá-lo de você, para o bem dele - antes de terminar a
sentença tinha voltado para o chão. Harry o encarou.
-
não você não vai. Não é forte o
suficiente pra conseguir isso.
- isso é o que você
pensa - Blaise levantou e o socou.
E continuou socando até
ron entrar e o tirar de cima de harry que estava quase
inconsciente.
Antes de desmaiar ele ouvira ron ensaiar mais um
pedido de desculpas.
Acordou na enfermaria. Madame pomfrey o
repreendendo pela briga e começando um sermão sobre
hábitos de homens civilizados. Quando hermione entrou ele
agradeceu fervorosamente a merlin.
- ele pode ir sim, srta
granger. Mas o mantenha longe de confusão.
Hermione
prometeu que o manteria. Mas cumprir essa promessa estava além
das forças da garota.
Harry encarou malfoy mais uma vez
e se deixou escorregar na parede, até estar sentado no chão.
O sonserino o encarava curioso. Não era hora pra falar ou
alfinetar o rival, o estrago já estava feito.
- porque você
fez isso? - a voz saiu baixa, era quase um lamento.
- vingança.
Se
encararam.
- vingança?
Draco se abaixou e fixou os olhos
nos de harry.
- eu já te amei um dia. E sofri por isso.
Agora quero que você sofra.
Harry o encarava, incrédulo.
Ele sorriu, sim aquele era o grifinório que ele conhecia.
Esticou o braço, tirou os óculos e o beijou.
-
porque você está fazendo isso?
- porque você me
ama harry. Vem, vamos sair daqui.
Talvez ele amasse mesmo malfoy,
mas não tinha certeza.
- sair daqui porquê?
-
porque você foi traído por uma das pessoas em quem mais
confiava e está arrasado.
- e você está feliz
com isso?
- mais do que você pode imaginar.
- então
me deixe aqui - disse, abaixando a cabeça e revelando as
lágrimas que segurava há tanto tempo
- não.
Harry
estava chorando. Era uma cena bonita e triste. Ver alguém tão
arrasado era um espetáculo que lucius o ensinara a apreciar
desde cedo. E era algo pelo qual ansiava há muito tempo. Ver o
grifinório sozinho, perdido, desesperado. Era só assim
que conseguia ver o lado humano de potter. O lado que ser herói
do mundo mágico ofuscava.
- não? - harry
perguntou.
- não - draco voltou a encará-lo. - você
tem que sair daqui pra que ninguém mais te veja assim.
-
porque? - sua cabeça estava dando voltas e ele já não
entendia mais nada.
- porque você é a esperança
do mundo mágico e tem uma imagem a manter - Harry riu.
Não
tinha nada a ver com preservar a imagem do grifinório. Pra
Draco o sofrimento de harry era algo que apenas ele podia admirar. Os
outros não eram bons o suficiente pra ver o santo potter
sangrar.
O forçou a levantar - vamos, logo tudo vai ficar
bem.
- você parece um grifinório falando - harry
alfinetou.
- hm, e você tem se comportado como muitos
sonserinos - harry riu. - eu vou cuidar de você.
- você
não me ama? - harry perguntou arqueando uma sobrancelha.
Draco
parou e pensou.
Encarou o vazio.
Ele não sabia. Talvez
ainda amasse. Talvez não.
- eu não sei - respondeu
sinceramente.
- porque tem se comportado como um namorado
histérico, possessivo e ciumento - harry tinha um ar
debochado.
- só nos seus sonhos potter.
Nota da autora: não, eu não tinha bebido ou tomado nada que prejudicasse meu estado mental quando escrevi a fic. Sim, eu sei que ela ficou meio estranha. Mas no final até que eu gostei ;P
