CAPÍTULO V
Pouco depois, no Talon"Ainda não tem os resultados do trigésimo nono distrito?" perguntou Lois, indignada ao telefone, enquanto pegava uma cadeira e subia para pegar algo ao alto de um armário da cozinha.
"É, eu sei que é meio cedo para saber, mas paciência não é muito o meu forte" continuou ela, estendendo o braço para tentar alcançar, fazendo com que a cadeira balançasse. "Mas me liga assim que tiver alguma novidade"
Ao desligar o telefone, Lois continuava tentando alcançar alguma coisa bem ao fundo do alto do armário.
"Ah, isso!" exaltou ela, após conseguir pegar um pacote, no exato momento em que a cadeira escorregou e ela estava prestes a cair, não fosse por Clark, que chegou repentinamente, e a segurou.
"Ei, Smallville!" exclamou ela ao vê-lo, embaraçada por ter sido surpreendida, justo por ele, com a embalagem de doces.
Clark, que ainda estava um tanto transtornado com os últimos acontecimentos, olhou ao redor, e viu que a torneira da pia estava aberta, enquanto enchia uma chaleira. Ele se aproximou e a fechou. A torradeira estava ao lado, no mesmo ângulo de onde Lois estava prestes a cair.
Imaginou então que faltava pouco para o acidente ter acontecido, não tivesse chegado a tempo para impedi-lo.
"O quê faz aqui?" perguntou ela, escondendo o pacote de chocolates debaixo de um pano de pratos. "Achei que só o veria à noite"
Embora estivesse triste e distante, tentando apenas impedir que coisas ruins acontecessem com as pessoas com as quais se importava, Clark sorriu, quase não acreditando que Lois poderia ter morrido por causa de um pacote de Ding Dong.
"Algum problema? Você está mais esquisito que o de costume -"
E enquanto a observava, feliz por tê-la encontrado a tempo de se ferir, Clark teve a certeza de que, assim como conseguiu salvar Lois, conseguiria impedir que seu pai se encontrasse com Lionel. Olhou para o relógio, e viu que faltavam poucas horas para o resultado das eleições. Imaginou então que poderia encontrar uma forma de impedir que seu pai chegasse ao celeiro para se encontrar com Lionel durante a festa de comemoração e, na pior das hipóteses, chegar a tempo de impedir que os dois se confrontassem.
Foi então que ele voltou a atenção a Lois.
"Hum. Não me diga que tem alguma coisa a ver com Lana Lang, porque ela já deve estar chegando para me ajudar com os enfeites, já que o pessoal do comitê de decoração me deixou na mão, e não estou nem um pouco interessada em ficar no meio de uma briguinha entre namorados -"
Clark arqueou as sobrancelhas, confuso. E ao assimilar o que Lois havia acabado de dizer, finalmente parou para pensar em Lana naquele dia que se repetia, e no novo rumo que as coisas estavam para tomar. Pensou, então, no que ele vinha sendo todos aqueles anos, desde que acreditava que ela era o único amor da sua vida, até quando passaram a namorar a partir do início do ano, e refletiu, principalmente, nos conselhos que ouviu das pessoas que realmente se importavam com ele.
Encarando Lois, lembrando de suas palavras da primeira vez que viveu aquele dia, perguntou:
"Lois, acha que sou infeliz?"
Ela enrugou a testa, confusa. Aquilo realmente a pegou de surpresa.
"Que tipo de pergunta é essa?"
E Clark não respondeu.
Lembrava não apenas das palavras duras porém verdadeiras de Lois na versão anterior daquele dia, mas também as de Chloe e de seu pai quando os dois se encontraram na festa da comemoração. Sorriu um sorriso amargo, lembrando que aquele era o último conselho de Jonathan naquela realidade cujo desfecho não deixaria se repetir. E muitas outras coisas se passavam por sua cabeça, como a certeza de que não era mesmo feliz com Lana, e que assim como tinha voltado no tempo para salvar seu pai, também tinha a chance de tomar novas decisões sobre seu futuro...
"Tudo bem" disse ela, subitamente. "Quer mesmo saber?" perguntou.
Clark apenas respondeu com um olhar, e apoiou as mãos sobre a mesa, pronto para ouvir o que Lois Lane tinha a dizer daquela vez.
"Bom, na maioria das vezes você parece que está caminhando no corredor da morte -" disse ela.
Clark enrugou a testa, surpreso com a comparação.
"Como?" indagou ele.
"Sério. Só falta o macacão laranja e as algemas nos pés e nas mãos... Ah, claro, e os policiais, um de cada lado" continuou ela, imaginando a cena. "E se eu não o conhecesse, pensaria que não tem dentes, pois quase nunca o vejo sorrir"
Clark arqueou uma sobrancelha, confuso.
"Foi você que perguntou" disse ela, sorrindo.
E ele também sorriu.
"Bom, vou quebrar esse galho pra você, Smallville, e vou falar o que eu realmente acho" disse Lois, então, cruzando os braços, enquanto ele a observava com atenção. "Se você é feliz ou não, cabe unicamente a você descobrir isso e encontrar um modo de melhorar as coisas. A felicidade não se conquista: ela é vivida. De qualquer modo, não acho que você tenha motivos para ser uma pessoa infeliz. Tem pais maravilhosos, amigos que realmente se importam com você, e... bem, a garota dos seus sonhos" concluiu ela, sorrindo.
Ele sorriu, e ficou imaginando por onde Lois Lane tinha estado todos aqueles anos antes de conhecê-la. Logo depois, imaginou por onde ELE tinha estado naqueles quase dois anos de convivência que nunca chegou a realmente conhecê-la. Estaria ele tão cego?
Balançando a cabeça, satisfeito com a resposta de Lois, Clark disse, enquanto se afastava, sem tirar os olhos dela:
"Vou pensar a respeito"
Enquanto Lois o acompanhava até a porta, confusa com a quietude de Clark e sua pergunta por demais de esquisita, ele ficou pensativo.
Havia mais coisas a respeito de Lois Lane do que ele imaginava, era seu pensamento constante.E na medida que descobria mais a seu respeito naquelas últimas horas, naquele mesmo dia vivido por duas vezes, descobria uma verdade única a respeito dela. Imaginou, então, que, depois que resolvesse as coisas com seu pai, impedindo-o de se encontrar com Lionel naquela noite, poderia conhecer melhor a garota que o fazia se sentir tão bem e à vontade e que, talvez, tal como Jonathan havia insinuado, pudesse ser a pessoa que estava bem diante de seus olhos.
Clark atravessou a porta do apartamento, e Lois ficou olhando para ele, do outro lado. E ele não conseguia tirar os olhos dela.
Seria possível? pensava ele. Seria mesmo ela a pessoa ideal para alguém como ele? Como alguém tão diferente dele como Lois Lane conseguia fazê-lo sentir-se tão bem? Será que o sentimento era recíproco?
"Lois -" disse ele, um pouco hesitante, enquanto ela o fitava com genuína atenção.
E ele imaginou se devia perguntar aquilo, e certo de que depois de fazê-lo a reação dela seria de duas uma - ou ela iria rir muito achando que era a piada do ano e no dia seguinte tudo voltaria ao normal, ou ela nunca mais iria tratá-lo do mesmo modo - ainda assim, ele sentia uma necessidade enorme de fazê-lo, de arriscar. Algo o impulsionava a fazer novas escolhas daquela vez. Era como se a experiência de perder alguém que ele amava o tivesse feito refletir mais a respeito de tudo. E era exatamente isso o que ele ansiava: o que acreditava que era certo e que o fazia feliz. Por isso, ele decidiu que era tempo de tomar um novo rumo:
"O quê acha de sairmos um dia desses?" perguntou.
Surpresa, ela o encarou.
"Como é que é?"
"Um cinema, um jantar. Você decide"
Lois o encarou com perplexidade.
"Você usou drogas ou coisa do gênero?"
Clark sorriu. Pelo menos, a reação dela havia sido a menos pior.
"Quer saber?" indagou ela, com uma careta. "Acho que você não está no seu juízo perfeito, então, por que não pensa melhor no que acabou de fazer e depois da festa da vitória conversamos. Até lá o efeito do quê quer que você tenha ingerido terá passado -"
"Mas eu não -"
"Agora eu realmente tenho muito o quê fazer por aqui, Smallville, e se não me engano, você também tem coisas pra fazer, então -" interrompeu ela, fechando a porta.
"Lois, eu -"
"Tchau, tchau, Smallville!" exclamou ela, sorrindo com um pequeno aceno, enquanto fechava a porta e o deixava para o lado de fora.
Completamente atordoado, Clark enrugou a testa, sem entender o que havia acontecido.
Enquanto saía do Talon, ficava pensando se teria feito a coisa certa. Atravessando a rua, ele não viu, mas Lana entrava agora na cafeteria. Clark então parou na calçada, e refletiu.
Tanto quanto o objetivo da sua volta no tempo, Clark também não conseguia tirar Lois Lane da cabeça. Ela lhe fazia bem. Estar com ela era bom e agradável. Ela o fazia rir. Nisso, ele sorriu sozinho. O que era isso? pensava ele. Que coisa estranha era essa que o fazia sorrir tão espontaneamente? Foi então que uma estranha inquietação se apoderou dele.
Não era justo, pensava ele, agora um tanto indignado. Quem ela pensava que era para fechar a porta na cara dele daquele modo? Ela sequer disse um 'sim' ou um 'não'! Por que ela o evitava tanto?
Decidido, Clark resolveu voltar ao Talon e tomar satisfações, certo de que não podia perder as novas oportunidades que lhe estavam sendo proporcionadas. Nisso, mais e mais pensamentos turbilhavam sua mente repleta de novas expectativas:
Por quê Lois? O quê alguém como ela fazia em Smallville? Justo Smallville? E quem ela pensava que era para ir entrando assim na sua vida e bagunçando tudo?
Ao entrar novamente no Talon, a passos apressados e cada vez mais determinados, Clark se aproximou das escadas, até que viu Lana parada em frente à porta do apartamento de Lois.
"Desculpe pelo atraso" disse ela.
"Imagina! Que bom que veio!" exclamou Lois, convidando-a a entrar.
Clark suspirou. Não seria dessa vez, pensou ele.
Por outro lado, antes de ir embora, imaginou se devia ouvir a conversa das garotas.
"Muito bem" disse Lois olhando para Lana, que estava visivelmente distraída. "Pode falar"
"Nada" disse Lana, sorrindo um sorriso nervoso.
"Deixe-me adivinhar: moreno, alto e desengonçado" insistiu Lois, sorrindo.
"Desengonçado?" indagou Clark, que ouvia a conversa, imóvel, aos pés das escadas no Talon.
"Bom -" disse Lana, confusa. "O quê você faria... se tivesse essa pessoa... ela tem alguns segredos e, bem, er... parece que não quer que você saiba a respeito deles... talvez porque, talvez porque não confie o bastante para compartilhá-los?"
"Depende" respondeu Lois. "Se essa pessoa é alguém com quem você realmente se importa, o que eu imagino que seja no seu caso, se for quem eu penso que é -"
Lana nada disse, e Lois continuou:
"Esse segredo já machucou alguém?"
"Não" respondeu Lana. "Acho que não"
"Então, chega a ser alguma coisa do tipo tráfico de armas ou algo como no filme 'Traídos pelo Desejo'?"
Lana sorriu.
"Não"
"Bom, então eu não faria coisa alguma"
Nisso, Lana a encarou, surpresa.
"Não o pressionaria. Tentaria ser sua amiga da melhor forma, e ajudaria o máximo que eu pudesse, estando sempre por perto quando precisasse, amparando no que fosse necessário, até que um dia ele finalmente se sentiria pronto para contar a verdade"
Aos pés das escadas do Talon, Clark sorriu ao ouvir aquilo. E não teve mais dúvidas a respeito de Lois.
"Sabe, sem ofensa, Lois, mas pelo pouco que eu a conheço, esse é o tipo de coisa que não imaginava a seu respeito" comentou Lana, surpresa.
"Pois é. Eu aprendi da forma mais complicada que se as pessoas guardam um segredo, mesmo de quem amam, é porque têm um bom motivo pra isso"
Lana sorriu um sorriso amargo.
"Agora, por que não me ajuda com essas caixas?" perguntou Lois entregando uma à Lana e abrindo a porta do apartamento.
Nisso, Clark, que escutou o suficiente daquela conversa entre Lois e Lana, acabava de deixar o lugar com sua super velocidade, antes que fosse visto pelas duas.
Mais tarde, no Planeta Diário"Chloe, preciso que me ajude -" disse Clark, acompanhando-a, enquanto desciam as escadas do jornal.
"Já sei. Tem a ver com Lana -" antecipou ela.
"Não, nada a ver com Lana" disse ele.
"Hum. Se não é Lana, então o quê aconteceu?" perguntou ela, confusa, dada a aflição de Clark.
"Pronta para colocar o chapéu no topo do Mural do Esquisito?" indagou ele.
Chloe o encarou, preocupada, e ele continuou:
"Eu já vivi esse dia antes"
Chloe então riu, acreditando que se tratava de uma piada:
"Okay, e o que você fez? Girou em torno do eixo da Terra?" perguntou. "Será que pelo menos pegou os resultados da loteria?"
"Está vendo essas flores?" perguntou ele, referindo-se a um ramalhete trazido por um funcionário do jornal que acabara de passar por eles. "São para a secretária"
"Margaret? Impossível! Ela é workaholic, e não tem um encontro há mais de um ano!"
Nisso, o rapaz deixou o ramalhete sobre a mesa de alguém e saiu, e não demorou muito para a dona da mesa, a tal da Margaret, encontrá-las e gritar alegremente pelo departamento.
Chocada, Chloe olhou para Clark.
"Mas como -?"
"E nesse exato momento, o seu chefe está demitindo alguém na sala dele" continuou ele, com as previsões.
Foi então que um sujeito saiu furioso de uma sala e passou pelos dois e várias outras pessoas. De dentro do escritório de onde ele saía, uma voz estridente gritou:
"Você está despedido!"
O homem furioso que atravessava o departamento, gritou, em resposta:
"Não pode me demitir! Eu me demito!"
E ele arrancou seu passe de jornalista e jogou sobre sua mesa, não muito longe da de Chloe, e deixou o jornal, enraivecido.
Chloe olhou surpresa para Clark, quase não acreditando no que estava acontecendo.
De repente, o telefone da sua mesa começou a tocar.
"Nem atenda. Discaram o número errado. É para um restaurante de comida chinesa" disse Clark.
Chloe suspirou, e atendeu. E encarou Clark, cada vez mais boquiaberta ao ver do que se tratava, respondendo:
"Não. Sinto muito, mas hoje não estamos funcionando direito -"
Após um instante encarando Clark, Chloe o pegou pelo braço e o levou a uma sala vazia, fechando a porta logo atrás deles:
"Muito bem, McFly, por que não começa me dizendo como e por quê?"
"Jor-El" respondeu Clark. "Eu fui até ele para tentar mudar as coisas"
"Mudar o quê? E por quê?"
"Meu pai -" respondeu ele, ainda tentando não lembrar de quando o encontrou cambaleante em frente ao celeiro. Mas a expressão de Clark já dizia tudo, e Chloe simplesmente lançou-lhe um olhar consternado.
"Mas como?" indagou ela, preocupada.
"Lionel Luthor" respondeu Clark. "Ele sabe meu segredo"
"Não pode ser -"
"Por culpa do Jor-El" continuou Clark. "Se ele não tivesse me trazido de volta, usando o corpo do Lionel -"
"Clark!" exclamou Chloe, que não admitia que ele continuasse com aquela coisa de que teria sido melhor se ele tivesse morrido.
"Ele ligou para o meu pai logo após o resultado das eleições. Marcou um encontro com ele no celeiro e tentou chantageá-lo, provavelmente usando o que sabe a meu respeito. Acontece que chegamos tarde demais. Ele teve um infarto fulminante -"
Chloe suspirou ao ouvir aquilo.
"E Lionel?" perguntou.
"Com certeza já não estava mais lá" respondeu Clark, com o olhar perdido, imaginando como podia fazer para que aquilo não acontecesse novamente.
"Mas é só você avisar o seu pai dessa vez!" sugeriu ela.
"Eu avisei" disse Clark.
Chloe enrugou a testa, certa de que Jonathan Kent talvez fosse mais teimoso do que imaginava.
"Mas se você me ajudar, acho que podemos fazer algo" disse ele. "Eu já mudei algumas coisas -"
"Que coisas?"
"Bom, em primeiro lugar, eu terminei com Lana -"
"Você o quê?" indagou Chloe, tão surpresa quanto confusa. "Não me leve a mal, Clark, mas isso é mais difícil de acreditar do que nessa coisa de voltar no tempo"
"É uma longa estória" disse ele, evitando o assunto.
"Tá, e... o quê mais você mudou?" perguntou ela, curiosa.
"Lois"
"O quê tem a Lois?" indagou, preocupada.
"Ela sofreu um acidente da primeira vez, porém, nada grave -" e antes que Chloe ficasse ainda mais preocupada, ele continuou: "Mas agora está tudo bem. Eu cheguei a tempo de não acontecer novamente -"
Chloe respirou fundo, e ele continuou:
"E porque eu consegui salvar a Lois, acho que posso salvar meu pai. Mas preciso da sua ajuda -" pediu ele.
Mais calma por conta da notícia envolvendo Lois, Chloe sorriu amigavelmente.
"Não se preocupe, Clark. No quê depender de mim, nada vai acontecer com o seu pai. Vou ao Talon hoje à noite e simplesmente não vou desgrudar do Sr. Kent" disse, tentando confortá-lo.
Clark sorriu, um pouco mais aliviado.
"Você disse que o seu pai vai receber essa ligação do Lionel, não é mesmo?"
"Segundo um dos membros do comitê, ele recebeu um telefonema e saiu apressado. Só pode ter sido Lionel -" respondeu Clark.
"Então vou fazer todo o possível para que ele não receba essa ligação" disse, com um sorriso. "Pode deixar comigo, Clark. Tudo vai dar certo"
Clark suspirou.
"Bom, então nos vemos mais tarde" disse ele, ainda preocupado. "Agora preciso voltar para a fazenda. Há muito ainda o que fazer até hoje à noite -" completou, enquanto abria a porta da sala e se preparava para ir embora.
"Espere, Clark!" chamou Chloe, e ele se virou para ver o que era. Houve uma pausa, e ela perguntou: "Você está bem?"
"Vou ficar assim que tudo isso acabar" respondeu ele.
"Eu quis dizer... com relação a Lana"
"Sabe, nessa outra versão do dia de hoje, várias pessoas abriram meus olhos em relação ao fato de que talvez Lana não seja a pessoa ideal para mim. Você foi uma delas" disse ele, pensando também em Jonathan e, principalmente, em Lois. "Antes de tudo isso acontecer, não conseguia me imaginar com outra pessoa que não ela. Acho que eu me enganei"
Houve um pequeno silêncio, e Chloe insistiu, curiosa:
"Tem algo mais, não é?" indagou. "Quero dizer, não precisa me dizer se não quiser, mas não acho que você simplesmente abriria mão do grande amor da sua vida por causa de alguns conselhos, senão já o teria feito há muito tempo -"
"Chloe, acho que sempre vou amar a Lana" disse ele, finalmente. "Sabe, ela sempre vai ser o meu primeiro grande amor. Vou carregar isso comigo pra sempre"
Comovida, ela sorriu, e ele continuou:
"Só que descobri que não fomos feitos um para o outro" completou, lembrando da cena entre Lana e Lex na mansão, mas pensando, principalmente, em Lois Lane.
Chloe arqueou as sobrancelhas, visivelmente surpresa.
"Fico feliz por você, Clark" disse ela. "Afinal, se alguém merece ser feliz, esse alguém é você. E não acho que você estava muito feliz com as coisas do jeito que estavam"
E Clark sorriu para a amiga, certo de que poderia sempre contar com ela.
Continua...
