CAPÍTULO VII
Cemitério Municipal de SmallvilleUma neve fina caía naquela manhã cinzenta.
Ao lado de Jonathan e Martha Kent, e em frente ao caixão que repousava na cova ao lado dos túmulos de Lewis e Laura Lang, estava Clark, que olhava fixamente as flores brancas e vermelhas que repousavam sobre sua superfície da madeira semi-coberta pela neve.
O silêncio era abafado pelos soluços incessantes de Nell Porter, que abraçada ao marido Dean, buscava forças para suportar a dor da perda da amada sobrinha que por muitos anos criou como se fosse sua própria filha.
Ao longe, Lex Luthor, entre várias lápides, pálido e com o olhar vazio e sem brilho, observava tudo, completamente arrasado.
Jonathan e Martha olhavam desolados para o caixão, e depois para Clark, que estava inexpressivo.
Enquanto chorava copiosamente, Nell era levada por Dean, e várias outras pessoas, amigos e colegas de colégio e faculdade iam embora, enquanto Clark continuava a não tirar os olhos do caixão.
Jonathan apoiou sua mão pesada no ombro do filho. Mas Clark nada fez, sequer se virou para vê-lo, e juntamente com Martha, seu pai se afastou lentamente.
Clark então se virou para vê-los ir embora, e suspirou.
E as palavras de Jor-El ecoavam na sua mente.
A vida de alguém próximo a você será trocada pela sua.
A vida que retornou a você será em breve tirada de alguém que você ama.
A roda do destino nunca pára.
Uma vez que você mude o curso dos acontecimentos, o universo vai encontrar o equilíbrio.
De repente, Clark sentiu uma mão tocar a sua. Embora soubesse quem era ao sentir seu perfume, ele se virou lentamente para vê-la. E a visão de Lois, por mais que o acalentasse, ainda assim, não o apartava dos pensamentos turbulentos.
Enquanto olhava para Lois, ficava imaginando se conseguiria trazer Lana novamente assim como a seu pai. Mas as palavras de seu Jor-El o afligiam. E de um jeito ou de outro, ele sabia que a vida de alguém que ele amava seria ceifada.
Não havia mais como mudar o destino.
Estava tudo acabado.
Era irreversível.
Clark suspirou e voltou seu olhar para a cova. Lana estaria sempre em seu coração.
O seu amor de juventude seria a grande lição para o futuro, para o verdadeiro amor de sua vida.
E a mão macia e quente de Lois gentilmente se desvencilhou da sua. Clark se virou mais uma vez para vê-la, mas agora ela se afastava dele, encontrando-se com Chloe que não estava muito longe.
As duas então se viraram mais uma vez para vê-lo, e foram embora, não sem antes Lois se virar mais uma vez para ver Clark, que novamente abaixou os olhos para o caixão de Lana.
Lentamente, ele se inclinou e apanhou um punhado de terra, o qual espalhou pela cova sobre a superfície de madeira enquanto lembranças de Lana vinham à memória.
E quando não havia mais terra entre seus dedos, ele se levantou, olhou ao redor, procurando um rosto amigo, procurando por Lois, mas ela já não estava mais lá.
E mais uma, e última vez, ele olhou para o caixão.
Continua...
