Cap 2- O reino de Tai e o príncipe Inu-Yasha
Fazia frio no enorme reino de Tai,
a neve não parava de cair. Branca, gelada e monótona, como diria o príncipe
mais novo, Inu-Yasha. Uma criança agitada, cabelo prateado, olhos dourados e
duas orelhas de cachorro no alto da cabeça. Era um menino de dez anos e ao
contrario do pai e do irmão mais velho, Sesshoumaru, era um meio Youkai, já
que em suas veias corria o sangue de sua mãe humana.
O Hanyou olhava a neve pela janela,
passara horas contando flocos que caiam. Era uma atividade extremamente tediosa
para uns dos melhores aprendizes de espadachim da corte de Tai, era um talento
excepcional, mesmo em termos de poder não superando o irmão.
Deu um suspiro alto e fechou os olhos
tentando dormir, era melhor do que contar flocos. Entretanto não conseguia,
mesmo aborrecido, não estava cansado. Andou devagar até o espelho, Levantou a
parte de cima de seu quimono e viu o ferimento que o impedia de fazer movimentos
bruscos.
Sem aviso, um leve aroma encheu o
ambiente, carne assada... Sentia a fragrancia enquanto lambia os lábios. Também
sentia o cheiro de chocolate sendo preparado, mas no inverno não era prudente
que tivessem chocolate... O que seria? Não importava, silenciosamente saiu do
quarto e olhou para os lados, depois de verificar que ninguém o vigiava, rumou
para a cozinha.
Roubar alguns petiscos era costume do
garoto quando os pais recusavam-se a dar-lhe guloseimas fora do horário de
refeições.
Seus passos eram leves e rápidos,
andava pelo corredor sem que ninguém percebesse, sorriu consigo mesmo. Era rápido
e silêncioso, um talento na espada, mesmo sendo um simples Hanyou, mas um dia,
jurava para si mesmo, seria um poderoso Taiyoukai.
Entrou na cozinha e viu a carne em
cima do balcão e correu para pegá-la. Seu olhar era guloso preparou as garras
até que....
-INU-YASHA!
Tremeu, essa voz era de sua mãe.
-Mamãe...
Ele virou e encontrou o olhar furioso
de sua mãe, Tsukimisou, a rainha do reino de Tai, era uma humana ao contrario
dele, de seu pai e de seu meio-irmão Sesshoumaru.
-Quantas vezes eu já disse para não
vir para cozinha roubar comida?
Ele abaixou a cabeça.
-Muitas mamãe...
-Então por que continua a fazer?
Ele olhou-a rapidamente e viu seu
rosto em fúria. Realmente estava brava, afinal, como dizia, isso não era
maneira de um príncipe comportar-se, mas algo dizia para ele que não nascera
para ficar na corte, e sim para algo maior...
-Sinto muito, minha mãe.
Ela suspirou e pegou a mão do filho
a colocando entre as suas, forçando-o a olhar em seus olhos.
-Inu-Yasha... –Seu olhar mudara de
raivoso para triste –Você é o melhor para mim, não precisa mostrar-se para
provar que é melhor que Sesshoumaru.
Ele deu a ela um sorriso.
-Eu sei disso mamãe, aquele idio...
Digo, meu irmão, não é melhor que eu.
Ela sorriu e soltou a mão do filho.
Iria falar-lhe algo, mas foi interrompida.
-Senhor Inu-Yasha? Senhora
Tsukimisou? -Perguntou uma voz, era uma pulga, Myouga, o conselheiro do rei Tai.
-Myouga! –Respondeu a rainha –O
que deseja?
-Temos visitas minha rainha –Disse
fazendo uma reverencia.
-Visitas?
-Sim, a sacerdotisa Kaede, há uma
garotinha linda com ela.
Tsukimisou pegou novamente a mão de
Inu-Yasha e disse:
-Vamos?
Ele, sem escolha, seguiu a mãe. Dabia
que a conversa iria ser monótona e seu irmão estaria lá.
Passavam pelos corredores, até
chegar no salão onde o rei e a rainha ficavam na frente de uma estatua do Buda.
-Tsukimisou! –Exclamou o rei
–Venha... Inu-Yasha! –Ele sorriu –Venham os dois... Já viram a senhora
Kaede e a linda menininha que traz em sua companhia?
Inu-Yasha olhou para as duas. Kaede já
conhecia, mas havia uma estranha, era uma menininha que estava sentada ao lado
da velha, olhos castanhos, cabelo negro, tinha uma expressão confusa e triste
na face. Usava um quimono azul maltratado e aparentava ter três anos.
-A linda menininha chama-se Kagome,
Tai-sama. Trago-a do templo para treinar, estamos viajando há uma semana.
-Que belo nome senhora. –Disse a
rainha sentando-se ao lado de Kagome, a admirando –Mas onde esta sua mãe?
Presumo que crianças dessa idade não são instruídas para serem sacerdotisas.
-Sim... –O rosto de Kaede tornou-se
sombrio- Mas ela vai ser. Estou levando para treiná-la numa das ilhas. Perto da
colônia de Izumo... O ambiente de lá é melhor.
-Mas ela é tão pequena...
–Respondeu ainda observando a garotinha.
-De fato senhora. Só tem três anos
e meio.-Suspirou –Mas já revelou algumas vezes seu dom.
O rei sorriu amarelo.
-Entendo... Inu-Yasha, Sesshoumaru,
venham cumprimentar a senhora Kaede e Kagome.
Os dois chegaram devagar. Sem
olharem-se nos olhos, falaram "olá" ao mesmo tempo.
-Como cresceram! Inu-Yasha era
praticamente um bebe da ultima vez que o vi. E Sesshoumaru... Bem... É um
prazer vê-los novamente.
-Igualmente... Senhora. –respondeu
Sesshoumaru friamente enquanto encarava a velha com raiva.
Os criados começaram a chegar com a
carne.
-Senhor Tai...? Não precisava.
Partiremos rápido! Só passamos aqui para cumprimentá-los.
-Não! Insisto que comam. Afinal a
viagem aqui não é fácil, especialmente para uma criança...
-Viemos a cavalo, ela veio comigo em
meu colo.
-Mas insistimos... Mesmo a cavalo,
que seja! A senhora é muito querida entre nós Senhora Kaede –Falou a rainha.
Kaede sorriu amarelo e começou a
comer devagar, a sacerdotisa não parava de olhar Inu-Yasha, algo nele chamava a
sua atenção, então, pensou:
"Esse garoto... Ele não devia
estar aqui, sinto. Ele tem um objetivo maior do que esse reino inteiro".
-Eu providenciei uma balsa. –Disse
Tai comendo seu ultimo pedaço de carne –É perigoso andar desacompanhado no
inverno e em um transporte pouco seguro.
-Tem razão senhor Tai, mas não há
razão para preocupar-se. –Respondeu Kaede.
A rainha continuava a olhar para
Kagome, a garotinha era tão triste... Pegou uma das flores que enfeitavam seu
cabelo, e colocou na mão da menininha.
-Hã? –Disse com a flor na mão
olhando para a mulher ao seu lado.
-Para você.
Confusa, Kagome olhou a flor e moça,
acabou sorrindo.
Tsukimisou, admirada pelo lindo
sorriso da pequena disse, sem deixar de corresponder-lhe o sorriso:
-São Tsukimisous, por isso meu nome
é esse, pela flor que minha mãe gostava.
-Tsukimisou? –Ela cheirou a flor
–Gosto desse perfume. Obrigada.
-De nada querida. –Passou a mão na
cabeça da menina –Kaede a garotinha é carismática quando sorri. Por que tem
de ser assim? Treinar tão cedo... Isso é uma pena, afinal ela é tão pequena.
-É preciso, todos irão entender no
futuro.
-Espero que sim, senhora Kaede.
–Disse uma voz saindo de atrás do Buda, um homem vestido de babuino entrava
na sala.
-Naraku. –Disse Kaede.
-É meu nome. –Ajoelhou-se –Meu
rei, senhora rainha, senhor Sesshoumaru, senhor Inu-Yasha. –Virou-se ainda
abaixado –Senhora Kaede e sua companhia sejam bem-vindas.
-Olá Naraku! Não quer provar na
carne? Esta muito boa. –Disse o rei gentilmente.
-Serei obrigado a recusar, Senhor Meu
Rei.
-Que pena Naraku! –Disse
tristemente Tai, em resposta.
Mas esse não deu atenção e
caminhou para Kagome, passou a mão em sua cabeça e disse:
-Que linda garotinha! Seu nome...?
-Mau. –Respondeu a garotinha.
-Seu nome é Mau, pequena?
–Perguntou Naraku curioso.
-Não –Falou balançando a cabeça
–O senhor é mau.
Naraku olhou intrigado para a garota.
-Eu devo parecer mau... Mas posso
garantir que não sou.
Kagome balançou a cabeça.
-Não, tenho certeza que você é
mau.
Ele riu.
-Tudo bem, mas que linda flor!
Posso...
-NÃO!
Assustado, o segundo conselheiro saiu
de fininho e disse:
-Boa tarde a todos. Tenho que ir...
Obrigado por oferecer comida, Senhor Tai... Mas receio que não poderei aceitá-la.
-Estranho... –Murmurou Inu-Yasha.
Kaede olhou para todos e levantou-se,
dizendo:
-Temos que ir! Desculpe por ela, mas
é uma criança... Agora realmente temos que ir.
-Certo Kaede-san. –Respondeu
Tsukimisou.
-Senhor, Senhora, príncipes, sábio
Myouga. Com a licença dos senhores. -Fez uma reverência e saiu.
-Claro. –Respondeu Tai.
Quando passou por Inu-Yasha, Kaede
murmurou:
-Um dia você voltara a encontrar-se
com Kagome, mas para algo muito importante príncipe –E continuou seu caminho,
sem dar conta de suas palavras, que futuramente mudariam a vida das duas crianças.
Continua...
