As faces de suas lágrimas
Por Kiki-chan
Cap 6- A outra face
Olhou ao seu redor. Não havia ninguém, ele não tinha a seguido. Entrou no quarto, violentamente soltou os cabelos deixando-os soltos, em seguida, abriu as janelas e sorriu. O vendo passeava pelo ambiente tirando o cheiro de enxofre.
Abaixou a cabeça e em posição de respeito uniu as mãos agradecendo pela noite maravilhosa que presenciava. Ficou admirando o céu por um tempo que não sentia passar, porém começou a sentir uma sonolência, uma sensação estranha. Um perfume de rosas invadiu suas narinas, de repente estava dormindo no chão.
Abriu os olhos novamente e sorriu, um sorriso sinistro.Olhou o corpo suspirando, enquanto prendia cabelo novamente. Olhou a lua sentindo o poder nas veias, o cheiro delicado e a lembrança de sua beleza selvagem se misturavam ao ar do quarto. Uma flor se materializou em sua mão logo quando os olhos castanhos encheram-se de ódio
-Onde será o quarto de Tai? –Disse num sorriso malévolo enquanto a flor queimava.
Saiu do quarto sorrateiramente com um meio sorriso nos lábios, olhava ao redor procurando portas. Olhava para todos os lados. Podia sentir o poder fraco emanado por ele, um poder demoníaco.
As portas passavam, olhava os quadros com curiosidade, mas também com magoa.
-Tolas... Sempre servindo e não recebendo nada, mas sempre será assim... Nem todas abriram os olhos... Como eu.
"Mas também fui mais tola que todas elas juntas um dia".
Olhou o próximo corredor, havia uma porta banhada a ouro. Aquele era o quarto dele, o cheiro de sua doença enchia aquele corredor, podia sentir o cheiro de mofo vindo de lá... Era incrível como um castelo nobre cheira horrivelmente mal quando algum cômodo ficava fechado.
Rasgou o a ponta do laço do obi colocando na frente do nariz, como uma máscara, girou a maçaneta silenciosamente, deixando a porta abrir sozinha. Fitou o tudo ao seu redor, viu uma tocha em frente ao quarto.A palma de sua mão ficou azul, a tocha veio até ela e entrou no quarto, procurando um lugar onde pudesse depositar o fogo.
Girou ao redor procurando, perdendo a paciência jogou na lareira, o brilho alaranjado iluminava parcialmente seu rosto. Tateou no quimono algum objeto cortante, não achava nenhum... Droga de garota... Era uma sacerdotisa e não tinha nem um punhal?!
"Deve ter... Provavelmente ficou nas vestes dela".
Olhou sobre a lareira e viu três espadas penduradas. Sorriu, delicadamente pegou a segunda, examinou sua lamina e caminhou para a cama do rei.
-Morra meu querido...
Sentou-se de joelhos em cima dele, pegou a espada, posicionou-a verticalmente, estava pronta para ataca-lo, era só mais alguns segundos... Mais alguns...
-Finalmente... Depois de tanto tempo... –Disse beijando de leve os lábios dele, mas em seguida voltou ao posicionamento original –Terei minha doce vingança.
Estava pronta.
-Senhor Tai?! –Exclamou alguém na porta.
Ela olhou para trás, viu uma senhora idosa na porta, sua respiração era ofegante.
-K-Kagome?!
Ela sorriu saindo da cama, ainda com a espada em mãos caminhou lentamente.
-Você quer me atrapalhar?
-Kagome, o que aconteceu?
-Responda-me! –Berrou olhando nos olhos dela.
Kaede pode ver nos olhos dela, mesmo tendo a mesma aparência, a mesma voz, o olhar não era o mesmo, o olhar daquele corpo era sombrio e carregava ódio.
-Você não é Kagome! Seja quem for saia do corpo dela! Agora! –Falou pegando um amuleto.
-Ora... Intrometida! Saia! –Disse enquanto desferia um golpe potente em direção a velha sacerdotisa.
O golpe por muito pouco errou, a idosa rolou no chão, enquanto olhava a outra retirando a espada cravada na parede.
-O que você fez com Kagome?
-Acha que eu não sou ela?
-Ela nunca faria isso...
-Sou o lado obscuro da alma... Eu não sou e sou Kagome, esse corpo infantil também é por direito de minha propriedade.
-O corpo dela não é proprier...
"Kagome" havia desferido um golpe rápido na outra, que começava a sentir o sangue escorrer pelas vestes, em desespero engatinhou para trás, porém tropeçou e acabou derrubando um vaso.
-Vou ter de mata-la.
Contra a sua vontade Kaede tremia.
-Você faz muito barulho, velha... –Falou ouvindo o eco do vaso.
***
-Mãe... –Falou Inu-Yasha ajoelhando-se –Estou indo dor...
De repente um barulho ecoou.
-O que é esse barulho?! –Exclamou num tom preocupado a senhora do reino.
-Vem do andar de cima... Será que... –O hanyou raciocinou e novamente olhou para o teto. –PAI! Mãe... O papai está lá!
Ela arregalou os olhos começando a chorar.
-Eu vou lá em cima mãe... –Sussurrou enquanto começava a correr.
***
Ela pegou um amuleto, assim formou-se uma barreira ao seu redor.
-Pensa que isso te protegerá?
A coloração de seus olhos tornava-se de um azul brilhante, ela sorria sinistramente.
-Agora vamos parar de brincar velha.
Começou a formar uma bola de energia na palma da mão. E crescia, crescia... O poder dela era estrondoso. Jogou a bola na barreira que se desfez imediatamente.
-Não irá dar certo... Desista velha. Heroísmo não funciona... Não acredito que em toda sua vida não aprendeu isso... Eles nunca darão valor! Sempre usarão mais e mais... Nunca te reconhecerão! E quando você pensa que você está fazendo a coisa certa eles te apunhalarão pelas costas... –Falou com raiva.
-Não é verdade! –Disse pegando outro amuleto.
-Essas suas brincadeiras de nada servirão. –Falou enquanto nas mãos de Kaede o amuleto começou a dissolver.
-Já acabou? Agora é minha vez.
Com uma das mãos tocou a lamina da espada, esta começou a pegar fogo, uma espécie de fogo negro. Ela era poderosa, mas ao mesmo tempo tinha um grande rancor, uma profunda cicatriz na alma.
De repente virou os olhos e viu, respirando aceleradamente; estava lá na frente do corredor um jovem com os olhos brilhando, ele fitava tudo enquanto seus olhos arregalavam-se.
-Garota... é você?
-Pare Inu-Yasha! Não é Kagome! Não a machuque!
-O que ela fez velha?
-Não me importunem! -Falou saltando –Não me atrapalhem! –Correu para o quarto de Tai –Não tenho tempo para brincadeiras!
Pegou a espada, ia decapita-lo, até que sentiu alguém a ferindo, eram garras afiadas.
Ela olhou-o com raiva.
-Saia do meu caminho! Não se preocupe com seu ele, procure preocupar-se com si mesmo... Já que será o próximo a ter seu sangue derramado aqui.
-Pare de falar asneiras!
-Isso não é...
Ela a derrubou no chão. Pegando-a com um de seus punhos a tacou na parede.
-Sendo ou não a garota ninguém encosta em um fio de cabelo de meu pai ou meu assim!
-Idiota.
Ele bufou de raiva e pulou para ataca-la novamente, porém esta desviou-se e saltou pela janela.
-Covarde!
Ela saltou também, porém quando pousou recebeu um golpe furando seu ombro.
-Acho que eu estava errada... Você será o primeiro a morrer.
Ele ficou imóvel, sentia o corte arder... Ele fora queimado e perfurado, a dor era imensa, suas pupilas dilataram e berrou com agonia da sua dor.
-Pelo que vejo está sentindo bem o efeito das chamas das trevas.
Ele não respondia, ficava imóvel. Fechou os olhos, tentando voltar a consciência, concentrou-se, tinha que agüentar, ele era forte, ele era um espadachim real e príncipe.
-Não vou perder de você... –Murmurou.
-É mesmo? Nem venceu Yura e quer me derrotar?
-Co-como você sabe?
-Eu sei de tantas coisas... Porém você não vai viver para descobrir.
-Cale a boca... –Disse se levantando aos poucos.
Ele retirou a parte de cima da veste de pelo do rato de fogo e a parte de cima de seu quimono, amarrando um dos pedaços no ferimento. Jogou a veste vermelha no chão e colocou-se em posição de ataque.
-Venha!
Ela correu até ele, porém desviou-se habilmente dando um soco no estomago dela.
-Levante!
O olhar da garota continha muito ódio.
-Você vai morrer agora! –Gritou.
Ela começou a correr na direção dele, as chamas da lamina aumentavam. Ele não sabia o que fazer... Era impossível saber.
**Flashback***
-Você confia demais em sua lâmina! –Falou o mestre.
-Está certo... Perdoe-me Sensei.
-Inu-Yasha-san, vamos! Tente novamente. E lembre-se: Nunca confie demais em sua lâmina jovem.
-Hai!
***Fim do flashback***
"A travessia da lâmina... É isso!".
Ela veio com toda a força, porém ele agachou, cruzando as mãos no ar acima da cabeça, prendendo a espada com as costas das mãos, as chamas negras queimavam-nas, porém agüentava, esse era o único jeito de impedi-la.
-Agora vai ver. –Falou cinicamente o príncipe.
Ele deu uma volta, fazendo a espada sair das mãos dela.
-Minha espada!
-Correção... Esta espada é do meu pai. –Falou pegando-a enquanto as chamas desapareciam por completo.
Ele avançou contra ela, porém para o azar do Hanyou, a "Garota" jogou-se no chão moveu a perna e rapidamente deu uma rasteira nele. Após isto, pulou em cima dele, segurando-o. Sem ele esperar ela fincou as unhas em sua cintura, perfurando fundo, fazendo escorrer sangue pelo chão. Inu-Yasha não falava, não conseguia; Era forte demais, chocante demais, a dor das unhas perfurando se misturavam dolorosamente com a pressão contra seus pulmões.
-Morra!
Ele queria gritar, ensurdece-la, tinha que resistir, com as ultimas forças que lhe restavam, preparou suas garras e enfiou-nas na cintura dela.
Ela apertou suas unhas com menos força na cintura dele. Havia sentido o impacto, as garras dele eram duras, afiadas e fortes. Em muito pouco tempo ela estava sentindo as garras dele na mesma altura que as unhas dela estavam nele. Gritou de dor. Logo o Hanyou percebeu a aura maligna desaparecer e viu o olhar da verdadeira Kagome novamente.
Tremeu, havia ido longe demais, se esquecido do que a velha avisara : "Pare Inu-Yasha! Não é Kagome! Não a machuque!".
Sem mais sentimentalismos pegou-a, viu seu face pálida, o sangue escorrendo... Precisava fazer seu sangue estancar. Viu a parte de cima do quimono caído, revelando que estava sem as faixas para cobrir os seios, sentiu um frio na espinha, precisaria tirar a parte de cima para fazer algo.
Balançou a cabeça, era a vida dela! Não podia ter isso em mente. Afrouxou o laço do obi, deixando o quimono deslizar. Agora via a sua cintura sangrando.
Olhou a redor e pegou a parte de cima de seu quimono branco, rasgou-o em dois, uma parte colocou cuidadosamente no ferimento dela e o a outra no próprio. Depois disse ficou fitando-a ... Ela era bonita, apesar de não parecer tinha um corpo bem formado e...
Teve vontade de socar-se, ele era sete anos mais velho que ela, enquanto ela usava fraudas ela lutava com espadas. Cobriu os seios dela com um pedaço do obi, e começou a examinar se não havia quebrado nenhum osso. No final da delicada operação somente encontrou duas costelas quebradas e uma pequena fratura em uma.
Colocou a mão em seu próprio ferimento. Estava cicatrizando, afinal era mais forte que ela. Seu poder de regeneração era avançado. Olhou para ela. Demoraria mais um bom tempo para cura-la. Revirou os olhos colocando o quimono de volta nela. Com um grande cuidado pegou-a no colo levou-a para dentro do castelo. Por fim, tudo terminara assim.
***
Trincou os dentes, olhava demoradamente para a lua, ela havia despertado.
-Você está surpreso com isso?
-Não. Sempre soube que aquela garota... Mas agora isso não importa. Precisamos matar a 100ª, não é mesmo?
-É... Ela poderá causar-nos problemas... Yura foi tola, não acha? Ao invés de mata-la de uma vez e pegar a adaga...
-Yura era fraca. Mesmo com todos os fragmentos morreu.
-Sim... Mas mestre... E o 99?
-Mataremos junto com a 100ª oras...Continua....
N/a: Desculpe a demora... Mas pelo penos esse cap saiu mais rapido não? ^____^ Bem, agora nas férias espero ter mais tempo para escrever... Obrigada a todos os reviews! ^____^, bem esse cap foi revisado por mim pq eu não tenho paciência para esperar mto... A minha "revisadora" demora pacas para devolver o cap... Desisto! Os caps irão ser revistos por mim... Se tiver algum erro me avisem, oks?
Já comecei a escrever o outro cap, ok? :) Bem... Então agora já vou indo.... Ah! Por favor comentem, sim? Reviews me estimulam muito a escrer! Sem elas eu fico mais devagar que meu irmão para me devolver dinheiro.... (ele demora... MUITO).
Reviews, reviews reviews please!!!!!!!
