Mares em Revolta

N/T – Vejam que beleza é a nossa língua natal, brasileiros, portugueses e afins. Neste capítulo a Eleanor teve que se referir ao Severus como Snape e à Sonora, como "Professor Snape". Mas, para nossa alegria, temos a variação de gênero das palavras! Dessa forma, sem estardalhaços. Ah, sim, e eu mantive o nome em inglês de Ana Abbott, pois esse 'Ana' é uma tradução muito infeliz de 'Hannah'.

Miri: Gostou, hein? Mas você vai descobrir que a Gina é bem determinada. E que daria uma ótima espiã... Obrigada por comentar!

Srta. Weezy - Obrigada e não se incomode, comente quando e se quiser!

Mimi Granger - Hahahahahahahah vc sempre consegue me fazer rir. Não, você não tem obrigação de ler as fics anteriores. A Incógnitos é do sexto ano e centrada no Draco, enquanto a Intenções Secretas é do quinto ano, centrada no Snape e na Sonora. Fique à vontade! E obrigada!

Carol Malfoy Potter - Obrigada. Continue por aqui e seus desejos serão atendidos.

Yasmine Lupin - Aqui está a atualização. E ah, só quem tem amigos de verdade (cofeucof) sabe como eles são importantes... Obrigada e continue por aki!

Sheyla Snape: Como eu acabei de dizer pra Yasmine, amigos são um artigo de luxo. Eu tenho uma amiga de verdade em quem eu confio... digamos como o Harry confia no Rony. E só eu sei o valor que ela tem pra mim. E que bom que você voltou, espero que continue acompanhando. Daqui, eu continuo traduzindo Obrigada!

Capítulo Quatro – Armadilha e Encrenca Dupla em Dupla

Harry olhou para a porta com grande ansiedade. "Eu não consigo acreditar que estamos mesmo fazendo isso."

Rony próprio parecia um pouco pálido, parado ao seu lado. "Eu sei. Voluntariamente entrando numa masmorra com o morcegão."

Harry virou a cabeça e encarou seu melhor amigo. Solenemente estendeu uma mão. "Rony, eu só queria dizer, antes que nós entremos e encontremos o nosso destino, foi um prazer vadiar por esses corredores com você todos esses anos."

Rony estava igualmente sombrio ao balançar a mão de Harry. "Eu também. Mas queria que tivesse durado mais."

"Oh, pelo amor de Merlin", disse uma voz aborrecida atrás deles. "Controlem-se e saiam do caminho." Harry e Rony se entreolharam e fitaram o teto conforme Malfoy passou por eles.

"Idiota maldito, ele não tem que se preocupar sobre ser 'acidentalmente' envenenado.", Rony murmurou.

"Realmente, Rony, você também não", veio a voz áspera de Hermione atrás deles. Além do mais, ela andava parecida demais com McGonagall aqueles dias, Harry pensou, com um sobressalto. "O Professor Snape é um excelente educador, e de verdade, brilhante em Poções. Você acha honestamente que ele não manteria a turma dos N.I.E.M.s para si mesmo?"

"Não, mas eu tinha alguma esperança", Rony grunhiu. Hermione deixou escapar um suspiro e, agarrando os dois pelas mangas, começou a puxá-los. "Ei, cuidado aí! Não quero começar a manhã todo machucado", Rony protestou ansiosamente por ela ter sido um pouco impulsiva e quase jogado os dois contra uma parede.

Eles afinal entraram e descobriram que seria mesmo uma turma pequena. Uma turma muito pequena, Harry pensou, olhando em volta. Malfoy se acomodara a um canto do fundo, parecendo sereno e nada desejoso de qualquer companhia. Não que Harry estivesse disposto a fazer tal papel. Maldito estúpido, ele não gostava dele. Não muito.

Hannah Abbott e Peter Barrow da Lufa-Lufa estavam logo ao lado direito, dividindo uma mesa e murmurando nervosamente. Ele reconheceu Padma Patil, da Corvinal, e duas suas amigas, Clarisse e Meg, ele imaginava que fossem seus nomes. Rony, Hermione e ele eram os únicos estúpidos o suficiente da Grifinória a ponto de se aventurarem naquela aula. Harry suspirou. Talvez ele não devesse tentar, afinal de contas, havia uma probabilidade enorme de que ele não conseguisse ser um auror no fim de tudo, e além do mais, ele andava se colocando no fundo do poço por qualquer pequeno problema ultimamente...

Logo em seguida a porta do escritório de Snape se abriu e o Mestre de Poções atravessou-a. Harry rapidamente saiu do caminho, jogando-se depressa na mesa mais próxima. A qual, ele observou com desgosto, era próxima a Draco e a um lado de Hermione. Idiota. Ele tinha a sensação de que acabaria precisando da ajuda de Hermione naquele ano...

"Então essa é a turma que devo nivelar para os N.I.E.M.s", Snape disse numa voz sedosa. Seus olhos passaram por todos eles. "Abbott. Barrow. Patil". Estes três foram então ameaçados com seu pior olhar. "Suas notas foram adequadas por muito pouco para esta classe. Terão que fazer muito mais do que isso para continuarem nela." Virou-se para outros dois corvinais. "Compton e Fisher. Vocês tiveram desempenho mediano do que eu preciso. Eu aceitarei nada menos do que excelência de alunos que queiram continuar em minha turma."

Ele voltou-se então para Draco. "Sr. Malfoy. Você tem a habilidade, mas eu não permitirei que se torne excessivamente arrogante. Tudo que é preciso são alguns poucos erros." Seu olhar atravessou a sala. "O mesmo para você, Srta. Granger."

Harry esperou enquanto Snape voltava sua atenção para Rony e ele próprio. "E por último mas certamente não menos importantes, Potter e seu fiel escudeiro Weasley. Eu não sei que demônio os possuiu para lhes convencer a tentar este curso, mas não se preocupem, não serão capazes de atingir as notas de Granger nem que somem as suas." Os olhos de Snape estavam provocadores e aborrecidos sobre Harry. Ele o encarou de volta. O morcegão não o assustava mais. Não, não quando ele tinha coisas maiores para ter medo. "Vocês estarão completamente sozinhos", o Mestre de Poções disse, um pouco zombeteiro.

Logo então, houve um ruído quando a porta da sala de aula se abriu, e entrou a Professora Stone – não, Professora Snape, Harry se corrigiu, incapaz de evitar que seus lábios se curvassem. "Ah, então, desculpem pela demora", ela exclamou, começando a caminhar direto para suas carteiras na frente da classe, "Eu quis estar aqui para o seu discurso de boas vindas, Severus, mas Minerva insistiu que eu deveria examinar naquele ensaiozinho bizarro que um dos segundanistas da Lufa-Lufa escreveram sobre gatos e marshmallows..."

Relanceando em Rony, Harry viu que também seu amigo estava se esforçando para engolir um sorriso. Mesmo Snape, vil e cruel como era, estava virando os olhos e lutando contra um risinho. "Sonora", ele cortou-a. "Por favor. Evite os detalhes." Ele indicou a turma com a cabeça. "Estou no meio de algo aqui."

Ela se acomodou atrás de sua mesa e gesticulou alegremente. "Oh, desculpe, vá em frente, vou apenas me sentar aqui e assistir."

Snape franziu a testa para sua esposa. Era engraçado pensar assim, sua esposa, silenciosamente refletiu Harry. "Você não tem tarefas para corrigir?"

Ela continuou sorrindo para ele, e passou a parecer meio suspeita para Harry. Era quase como se a Professora Snape pretendesse sentar e assistir enquanto Snape... Harry começou a sorrir. Ele sabia que Snape gostava dela, de fato. Ele gostaria de vê-lo distribuindo punições cruéis e incomuns enquanto sua esposa estivesse observando.

E aparentemente aquele era mesmo o problema de Snape, que parecia descontente e seriamente desapontado. Pobre coitado, ele não me pegou nos últimos dois anos, Harry pensou, ainda sorrindo, e se fizer isso agora sua esposa irá mata-lo.

O Mestre de Poções virou-se de volta para a classe com um tom bastante contrariado, para continuar desenrolando as regras e as expectativas do curso para aquele ano. Eles fariam algumas poções delicadas, algumas realmente difíceis e que Harry não tinha plena certeza de estarem permitidas por lei. Malfoy a seu lado agia como se tivessem anunciado que o Natal seria dali a duas semanas. Eles teriam que fazer tudo sozinhos, também. Sem parceiros. Aquilo não o chateou tanto, afinal de contas ele fora empurrado para cima de Draco nos últimos dois anos.

"Vocês começarão hoje preparando a Poção Mata-Lobo", Snape anunciou. "Haverá um processo de várias semanas até que se complete, e tudo será testado por um lobisomem por segurança". Os olhos de Snape brilharam àquilo, enviando um olhar malicioso na direção de Harry. Este congelou. Inferno sangrento, Lupin tomaria poções feitas por alunos? Bem, se ele queria um incentivo para estudar Poções, ali estava, ele pensou sem emoção. E com Rony seria exatamente a mesma droga.

Quando eles formaram uma fila para pegar os ingredientes, Harry se descobriu parado em frente a Malfoy. "Bem vindo de volta à diversão, Potter", o sonserino disse friamente. "Acha que consegue fazer tudo sozinho?"

Harry lançou um olhar por cima do ombro, divertindo-se apesar da situação. "Malfoy", ele replicou, "Você não faz idéia."

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Gina estudou sua varinha cuidadosamente. Giro e giro seguidos de um aceno para baixo, ela lembrou a si mesma. E maldição, seus irmãos haviam lhe ensinado o mesmo feitiço três anos atrás. Ela deveria conseguir executa-lo na primeira tentativa.

Ela apontou a varinha, armou-se e girou. "Indoctorine facadius!". E então sorriu quando o rosto familiar de Cara à sua frente emitiu uma luz trêmula e então mudou para depois parecer com aquela famosa cantora trouxa que vira na revista de uma de suas colegas de quarto. "Oi, Brittany!", ela exclamou.

Cara ergueu as mãos, examinando-as. "O que..." Seu queixo caiu. "Você não fez isso", ela exclamou, puxando uma mecha de cabelo detrás do ombro. "Sua maldita prostituta! Estou LOIRA!"

Gina riu à socapa. "Draco vai amar isso", disse.

"Não loira, qualquer coisa menos loira, vamos, seja minha amiga", Cara choramingou. "Por favoooooor..."

"Oh, muito bem, Srta. Weasley", a voz do Professor Flitwick interrompeu-as. "Olhem aqui, todos, a Srta. Weasley conseguiu de primeira." Seu diminuto professor rodeou Cara, que parecia indecisa entre enfeitiçar Gina ou pular mesmo no pescoço dela. "Trabalho maravilhoso, realmente, muito bom. Até mesmo as unhas das mãos..."

Gina apenas cruzou os braços e sorriu afetada enquanto Cara era submetida aos "oohhh" e "aaahh" do Professor Flitwick. Finalmente o pequeno professor afastou-se ao som de uma leve explosão que Colin causara do outro lado da sala, e Cara fuzilou-a com os olhos.

"Você sabe, eu terei que te pegar por isso", sua amiga informou-a.

Gina examinou as unhas. "Oh, mesmo?"

Cara ergueu sua varinha, parecendo realmente malvada, particularmente por parecer a sósia fiel da estrela trouxa 'super'-dotada. "Sim, porque eu não pratiquei nem de longe tanto quanto você", ela disse docemente. "E eu na verdade tinha a orfãzinha Annie em mente."

"Quem...", foi tudo que Gina teve tempo de dizer, antes que Cara acenasse com a varinha.

"Indoctorine facadius,", disse a Brittany má com um sorriso afetado.

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Harry estatelou-se sobre a mesa da Grifinória, sentindo-se totalmente liquidado. "Oh, deuses, eu vou morrer", ele murmurou. "Snape vai encontrar uma maneira de me matar."

Rony deu-lhe um tapinha nas costas, parecendo comparativamente alegre. "Relaxe, cara, não é como se ele fosse fazer isso com todos nós como testemunhas." Seu amigo ruivo baixou a voz. "Mas seja cuidadoso se resolver passear sozinho à noite..." Harry deu-lhe uma cotovelada nas costelas, cortando a conversa animadora.

Hermione estava virando os olhos. De novo. Ela fazia aquilo muitas vezes, Harry pensou. "Ah, vamos, ele foi muito calmo com você do que costumava ser no passado. Ora, você só perdeu dez pontos hoje!"

Harry grunhiu. "Por derrubar minha colher na mesa!"

"Você está colocando seus colegas em perigo com este comportamento violento, Potter", Rony imitou, rindo largamente, a boca cheia de sanduíche de presunto. (N/T: e olha que os americanos não assistem Chaves!) "Bem, antes você do que eu. Talvez essa coisa de trabalharmos sozinhos saia melhor no final."

Logo em seguida, uma pessoa se sentou bruscamente ao lado de Hermione, parecendo extremamente contrariada. "Eu vou matar a Cara", esta pessoa anunciou num tom familiar.

O queixo de Rony caiu, deixando à mostra uma porção bastante desagradável de comida parcialmente mastigada. "Uh, Gina?"

"Oh, brilhante dedução, Sherlock", a garota/pessoa retorquiu. "Qual seria a sua próxima pista?"

Harry encarou-a também. Céus. Não tinha certeza do que quer que elas tivessem feito em aula, mas o rosto de Gina estava naquele momento rearranjado como se alguém não tivesse sabido colocar as peças na ordem certa. Aquilo na parte de trás de sua cabeça era mesmo uma orelha?

Hermione estava gaguejando. "Cara fez isso? Ela ao menos praticou um pouco o feitiço antes de tentar?"

Gina bufou, pelo queixo, e pegou um sanduíche com mãos em forma de rins. "Aquela maldita desocupada fez isso comigo só porque eu a deixei loira. Ela virou uma supermodelo, e eu, uma atração de um show de horrores! E vai levar o dia inteiro até que o efeito passe!"

A cabeça de Rony se ergueu com grande interesse. "Então onde está Cara?", ele perguntou.

Harry reconheceu uma loira atraente e muito aborrecida falando com Draco na mesa da Sonserina, e cutucou seu amigo apreciativamente. "Eu diria que ela está com Malfoy"

Rony deixou escapar um assovio. "Wow", ele disse, admirando. Hermione fez uma careta; Rony não percebeu. "Sim, eu diria que não foi uma vingança muito justa, Gina. Ah, e você não se importaria de tirar algumas fotos de Cara enquanto ela está assim, não é? Apenas para colocar na sala comunal, para que os caras possam praticar um pouco."

"Praticar o quê?", Harry murmurou sob a respiração, e foi ameaçado por olhares mortais por ambas as garotas. Bem, ao menos parecia ser um olhar furioso, o de Gina.

"Eu não posso ir para as aulas desse jeito", Gina choramingou, enterrando o rosto nas mãos. E quase pareceu normal daquele jeito. "Vou para a enfermaria me esconder. Pomfrey não seria tão cruel a ponto de me mandar para as aulas."

Hermione pôs-lhe a mão no ombro de forma confortadora. "Claro que não. Eu direi a Cara para pegar a matéria pra você, afinal, foi ela quem te meteu nisso. Rony. RONY!", ela sibilou para o Monitor Chefe, ainda cobiçoso. "Se você conseguir tirar os olhos de Cara, que tal levar sua irmã para a ala hospitalar?"

"Eu não estava olhando para Cara, estava apenas apreciando o belo trabalho que Gina fez", Rony protestou, as orelhas rosadas. "Certo, Harry?"

Harry tossiu. "Claro", ele disse. Hermione ainda o observava com raiva. Será que Rony nunca se daria conta, ele pensou com um sorriso. Grande idiota sem noção. Talvez ele acabasse fazendo Hermione tomar alguma atitude drástica e demonstrar alguns daqueles sentimentos tão incômodos. Embora aquilo significasse que ele perderia a aposta, resultando numa triste perda de dois galeões...

Conforme seus amigos começaram a dispersar, Rony com Gina para a ala hospitalar, Hermione para a mesa da Sonserina, onde Cara/Loira estava sendo observada como se fosse uma veela pela maioria dos alunos, Harry estendeu a mão para outro sanduíche. Presunto era mesmo um bom recheio, ele estava pensando naquele momento.

E então uma cena explodiu de repente em sua cabeça numa rápida sucessão de flashes. A floresta. Noite. Lobos uivando. O calafrio dos Dementadores. O cheio de sangue, sangue fresco. A aqueles olhos vermelhos o perscrutando.

E então ele subitamente voltou. Estava no Salão Principal, com um pedaço de sanduíche pendurado na boca. A respiração entrecortada. Maldição.

Cuidadosamente ele baixou o lanche. Aquilo se encaixava com os outros. Mais com o quê, ele pensou, tentando se separar desesperadamente da emoção provocada pela visão, mas ainda sem o quando. Ele precisava do quando. Quando Voldemort atacaria?

Limpou as mãos num guardanapo e com muito cuidado deixou o Salão Principal. Ainda tinha Astronomia pela frente, e Hermione ralharia com ele se ele se atrasasse.