Mares em Revolta
Capítulo Doze – Força e Conflito
Gina franziu o cenho para a parede do dormitório. Um passo para frente, dois para trás, ela pensou desolada. Harry estivera terrível no treino de quadribol. Ele os esgotara durante três árduas horas, e quando eles foram finalmente liberados, todos tão cansados que mal podiam ficar em pé, ele ficou e continuou voando. Maldito garoto, ela pensou com raiva.
Rony lançara-lhe um olhar interrogativo conforme eles rumavam para os vestiários, e ela o encarou de volta. Seu irmão mais velho e normalmente estúpido tinha aquele olhar de "ahá" no rosto, para depois se virar e voltar para o campo. Gina silenciosamente lhe desejou sorte, já que provavelmente acabaria se descobrindo morta nos dias seguintes. Ela, enquanto isso, voltou para o dormitório e quase se afogou no chuveiro, e estava ponderando se esquecia de vez o dever de casa e apenas passava a noite fazendo nada.
Cara chegou saltitando no quarto, parecendo bem mais alegre do que estava naquela manhã. "Como foi o treino?", perguntou com alegria. Gina soltou um gemido fraco. Cara parou e olhou-a, erguendo uma sobrancelha. "Tão bem assim?", perguntou.
"Maldito Potter, maldito idiota, cara estúpido, e burro, que acha que pode simplesmente sair andando por aí...", Gina balbuciou de volta.
"Hmm", Cara disse, saltitando para se jogar na cama de Gina, perto da própria. Normalmente, Gina teria a chutado dali, mas estava muito cansada. "Harry detonou com vocês, hein? Alguma razão particular?" A voz de sua amiga estava um poooooouco esperançosa demais.
"... sala de aula vazia...", Gina balbuciou de novo.
Cara cutucou-a gentilmente. "Quer falar sobre isso?", perguntou baixinho.
Gina suspirou. Ela queria falar daquilo? Por um momento, ela se deixou sugar pela memória daquele... beijo? Merlin, no segundo em que ele pusera um dedo nela, ela se sentira como se pegasse fogo. Ela queria, não, ela precisava por as mãos nele, chegar tão próximo quanto era possível. E fora algo totalmente diferente do que ela sentira por qualquer outro garoto. Era hilariante e aterrorizador ao mesmo tempo, e ela não tinha idéia de como Harry fora capaz de fugir daquilo. Quando ele a erguera e a apertara contra a parede, e começou a roçar nela... ela estremeceu.
Cara entrelaçou seus dedos com os de Gina. "Algo que você queira saber?", sua amiga perguntou, parecendo muito séria. Gina apertou a mão da amiga de forma apreensiva. Cara sempre queria saber algo quando alguém estava mal.
"É sempre intenso assim?", Gina finalmente perguntou.
"Mas até onde você foi?", Cara indagou, surpresa em sua voz.
Gina limpou a garganta com força. "Ah, não tão longe, mesmo, quero dizer...", ela se atrapalhou um pouco, embaraçada. "Todas as nossas roupas ainda estavam nos lugares"
Cara bufou com cumplicidade. "Há um monte de coisas horríveis que se pode fazer ainda com as roupas", ela disse. "De qualquer forma. Intenso? É sempre assim comigo e com o Draco. É como... Como duas metades se juntando e formando um inteiro.", ela disse pensativamente. "É sempre... certo, eu acho. Quero dizer, às vezes é suave, às vezes é selvagem, às vezes é um meio termo. Mas é sempre... certo."
Gina se deitou e pensou. Certo... Era sempre certo... "Obrigada", ela disse, apertando de novo a mão de Cara. "Agora saia da minha cama, sua prostituta, para que eu consiga dormir um pouco. Depois desta tarde, claramente vou precisar de toda a força que conseguir reunir."
Cara gargalhou e escorregou para fora da cama. "Você está se referindo ao quadribol, ou à 'sala de aula deserta'?", ela perguntou, com um toque provocativo na voz.
Gina riu, depois grunhiu e rolou na cama. "Cale a boca", ela disse, a voz abafada por estar com a cara contra o travesseiro.
E ganhou um tapinha afetuoso no traseiro. "Bons sonhos", Cara disse. Gina suspirou quando ouviu a porta se fechando. Bons? Ela não tinha essa garantia. Mas tinha a sensação de que seriam.
-------
Cara desceu as escadas lentamente e deu uma olhada na sala comunal. Ela teria um encontro com Draco em pouco tempo, na Torre de Astronomia. Ela estremeceu um pouco, pensando naquilo Intenso? Sim, aquele era um modo de colocar a coisa, Gina, ela pensou com um sorriso malicioso. Francamente, ela mal podia esperar para por as mãos naquele garoto de novo.
Seu olhar foi capturado pelo irmão de Gina, Rony, sentado e quase desmaiado sobre uma poltrona diante do fogo, parecendo muito cansado. Hermione estava sentada próxima dele no braço da poltrona, com a testa franzida para o fogo. A Monitora Chefe ergueu os olhos e reconheceu Cara, acenando para que ela fosse até ali.
Cara se arrastou até lá para se jogar num sofá das proximidades. "Como está a Gina?", Hermione perguntou. Rony virou a cabeça para olhar para Cara,
"Derrubada", ela disse, dando de ombros. "Já dormindo."
"Maldito Potter", Rony grunhiu. "O treino foi um pesadelo. Se ele fizer aquilo de novo, vai levar uma detenção." E Hermione bufou diante desta.
"Claro que vai", ela disse secamente. Balançou a cabeça e olhou Cara. "Alguma idéia do que tenha feito aquilo com Harry?", ela perguntou, claramente suspeitando de algo pela curvatura de suas sobrancelhas.
Rony fez uma careta e murmurou qualquer coisa, e Cara o ignorou. Ergueu as próprias sobrancelhas com delicadeza. "Ela mencionou algo sobre uma 'sala de aula deserta'", disse com um sorriso satisfeito.
Hermione sorriu e abriu a boca, mas Rony a interrompeu. Ele na verdade se levantou, parecendo sombrio. "Harry e Gina? Numa sala de aula deserta?" Uh-oh, Cara pensou. "Maldito Potter...", ele murmurou, fazendo menção de sair andando.
Hermione se inclinou e o puxou de volta para a poltrona. "Sente, Rony", ela disse. Ela baixou os olhos para seu companheiro Monitor, e Cara se acomodou para assistir. Ela realmente gostava de observar aqueles dois casais.
"Mas Mione", Rony começou, ainda parecendo furioso.
Hermione balançou a cabeça para ele. "Não", disse firmemente. "Você fica fora disso. Gina sabe exatamente o que está fazendo", ela disse. "E isso é entre ela e o Harry se tiver algo de verdade. VOCÊ", ela o bateu no peito, "não tem fala nenhuma nisso." Rony abriu a boca de novo, mas Hermione imediatamente cobriu-a com a mão. "Não. Nem mesmo tente", ela o informou. "Além do mais, você andou torcendo para que eles ficassem juntos desde o quinto ano."
Rony resmungou alguma coisa debaixo da mão dela, e Cara nem teve idéia do que era, mas aparentemente Hermione sim. A Monitora Chefe sorriu largamente. "Sim, bem, tente não pensar nessa parte. Ela acontece sempre, você sabe. Você deveria também se acostumar com isso."
Rony balbuciou de novo, uma sobrancelha se erguendo dessa vez, e o sorriso de Hermione se tornou brincalhão. "Não, eu não acho que eu vá", ela disse recatadamente. Ahá, Cara pensou com outro sorriso.
Rony insistiu mais, olhando para Hermione, que balançou a cabeça com uma curva nos lábios. Então ela se encolheu um pouco, e seus olhos se arregalaram quando ela tirou a mão. Cara resistiu ao impulso de tagarelar, "o quê, o quê?", como parecia ter sido temporariamente esquecida.
Rony estava muito vermelho, mas sorria de forma contida. "Certo então, vou pra cama", ele disse, se empurrando de pé. Hermione apenas se sentou e o encarou. Rony assentiu para Cara. "Noite", ele disse. Então ele se virou para Hermione. Rapidamente, ele se abaixou e puxou a garota para cima, para envolvê-la nos braços, fazendo-a engasgar e se segurar a ele no susto, antes de baixá-la de volta à poltrona vazia. "Noite", ele disse de novo, e desapareceu nas escadas depressa.
Cara o observou indo, admirando as costas dele, que tomavam certas formas atléticas, claro, antes de se virar de novo para Hermione. Ela sorriu e ergueu uma sobrancelha. "Bem?", perguntou.
Hermione estava ficando loucamente vermelha, e seus olhos brilhavam. "Ele beijou a parte de dentro da minha mão", ela falou.
O sorriso de Cara aumentou. "Excelente", disse.
------
Harry tinha todo o dormitório para ele, e as cortinas cerradas à volta de sua cama. Ele finalmente puxou para si o pacote que Malfoy o entregara de manhã. Encarou o papel de embrulho marrom por um longo momento, ponderando.
Finalmente ele suspirou. Ele estava cansado demais para ficar com toda aquela enrolação. Apenas abra e lide com o que quer que seja, disse a si mesmo.
Rasgando e abrindo o pacote, encontrou um monte de papéis misturados, dois livros finos, e uma caixinha do tamanho de uma faz fitas de vídeo de Duda. Começou com os papéis, já que estes estavam por cima. Havia uma curta nota rabiscada no topo da pilha.
Potter,
Pensei que poderia precisar destes.
Os lábios de Harry se curvaram num esgar de sorriso. Malfoy, um homem de poucas palavras, ele pensou, e então voltou sua atenção para os papéis. Estudou o primeiro. Aquilo quase parecia... um feitiço? Ele examinou algumas outras páginas. Todas elas pareciam-se com feitiços. Algumas que não eram familiares a ele, mas a não ser que estivesse muito enganado, eram todas Arte das Trevas. Ele leu outra folha e estremeceu. Realmente Arte das Trevas.
Eram em várias caligrafias, em vários estados de complexidade. Harry tampou aquilo pensativamente. Ele faria cópias de tudo isso e mandaria Edwiges a Dumbledore com elas, decidiu afinal. Mesmo que aquilo fosse algo que ele preferia guardar para si mesmo, era algo que poderia ajudar os Aurores e todas as outras pessoas que estavam enfrentando os Comensais da Morte no momento. Quanto a suas próprias cópias, ele poderia mostrá-las a Hermione para que ela dissesse o que poder-se-ia fazer daquilo. Aquilo talvez a fizesse ajudar sem se destacar nem ficar no meio das coisas, ele pensou. Pondo os papéis de lado, Harry voltou-se para os livros.
Os dois volumes finos eram planos e encapados em couro. Harry abriu um e descobriu que era um tipo de jornal. Folheando as páginas, ele descobriu que aquilo era um jornal sobre... ELE. Leu algumas passagens com as sobrancelhas erguidas. Aparentemente Lucius mantivera um olho nele, até o final do quarto ano, quando Voldemort retornara.
Seus olhos vagaram por mais algumas passagens de seu segundo ano, e ele franziu a testa ao ver o nome de Gina se destacando. Ele soubera que fora o Malfoy mais velho quem dera o diário a ela. E agora, ali estava, tudo preto no branco, tudo que acontecera na época.
Harry fechou o livro com uma pancada e o jogou para o lado. Era algo que lhe alegrava não estar em mãos de mais ninguém, mas também não era algo que lhe ajudaria de qualquer forma para o que estava por vir. Ele ergueu o outro livro, e virou até a página de título. Aquele parecia ser outro jornal, desta vez cheio de anotações sobre... feitiços de rejunevecimento? Harry pensou com curiosidade. E virou mais páginas.
Interessante, ele pensou, finalmente jogando o livro de lado. Aparentemente Lucius ficara responsável por toda a pesquisa para tentar trazer Voldemort de volta. Rabicho fora apenas o instrumento que realizara tudo. Harry pensou na cena daquele cemitério. Talvez numa tentativa de se retratar pelo desaparecimento de todos aqueles anos, ele se perguntou.
Finalmente, Harry se virou para a caixa. Era uma caixa plana, de madeira, nada especial, nada bonita. Havia outra curta anotação escrita em cima dela, na letra de Draco.
Ele gostava de souvenirs.
Harry virou-o em suas mãos curiosamente, e ouviu algo chacoalhar a isto. No fundo ele encontrou uma pequena legenda, como que para diferenciá-la de outras. Ele examinou mais de perto.
Potter, lia-se. Harry encarou-a, chocado. Potter... suas mãos tremeram um pouco quando ele baixou a caixa. Já não sabia se queria abri-la.
Houve uma batida na porta, depois um barulho de passos e murmúrios. Harry pulou quando suas cortinas foram puxadas e o rosto de Rony apareceu na abertura. "Ei, o que é isso?", seu amigo perguntou ansioso.
Harry encarou a caixa, quase como se esperasse que ela se abrisse sozinha. "Do Malfoy", ele disse.
Rony franziu a testa. "Daquele panaca magricelo?", ele disse, e sentou-se na ponta da cama, inclinado contra a cabeceira. Lançou um olhar para os livros e os papéis. "O que ele te daria, e melhor, por quê?"
A primeira inclinação de Harry foi para chutar Rony dali, dizer que não lhe interessava, mas parou a si mesmo. Ele prometera que contaria ao amigo tanto quanto pudesse, desde que não o pusesse em risco. E ele não achou que aquilo poderia. "Ele conseguiu isso na sala secreta do pai dele na Mansão Malfoy", ele disse. E indicou os papéis com a cabeça. "Aqueles são feitiços, que eu não conheço. Imaginei que poderia mandá-los para Dumbledore e deixar Hermione dar uma olhada neles." Ele olhou os livros. "O de baixo tem anotações sobre mim. Aparentemente Lucius era um fã." Ele e Rony bufaram. "E o de cima é uma pesquisa para tentar trazer Voldemort de volta à vida."
"Inferno sangrento", Rony murmurou. "E a caixa?"
Harry deixou escapar um suspiro. "Não abri ainda", disse.
Rony o ergueu como Harry fizera e o virou nas mãos. "Diz 'Potter' aqui", seu amigo disse, lançando a Harry um olhar significativo.
Harry assentiu. "É", ele disse, sentindo os músculos de sua nuca ficando tensos.
Rony estendeu-lhe a caixa. "Você não vai saber se não abrir", ele disse.
Harry encontrou os olhos do amigo, subitamente agradecido que o amigo tivesse chegado e se jogado em sua cama. "É", ele disse, pegando-a. Com um esforço interno, Harry desdobrou a tampa e puxou-a.
Rony se inclinou e juntos eles observaram o interior da caixa. "Não são os...", ele começou.
Harry engoliu em seco. "É", ele disse de novo, a voz firme, pegando o que parecia ser uma foto de casamento estilizada. A imagem ainda estava intacta, intocada. A figura de dentro era trouxa, estranhamente. O homem e a mulher haviam sido capturados ao se inclinarem um para o outro, vestidos em roupas de casamento trouxa, felizes.
"Souvenirs", Rony murmurou. "Bastardo doentio". Harry estava um segundo atrás, a percebeu um momento depois a que seu amigo se referia. Uma onda de ódio atravessou-o e ele teve que baixar a foto com cuidado. Lucius estivera lá, naquela noite. Roubara suas pequenas lembranças e desapareceu depois que seu Mestre caiu.
"Você está bem?", Rony perguntou, atravessando a expressão dura no rosto de Harry. Este tentou conter a fúria, e olhou para seu amigo.
"Não", ele disse, tenso. Rony assentiu curtamente, baixando os olhos para a caixa.
"Desgraça", seu amigo disse, parecendo enfraquecido. Harry também baixou a vista, temeroso do que haveria ali.
Do fundo da caixa rasa, dois anéis dourados brilharam. Uma maior e mais fino, o outro menor e mais delicado. Um medalhão de ouro ficara ali perto, a corrente arrebentada como se tivesse sido arrancada do pescoço da mulher.
Harry não os tocou, não se mexeu, e ao invés disso sentiu a raiva crescendo dentro dele. Lucius estivera lá... assistira à morte de seus pais, assistira à derrocada de Voldemort, e antes de fugir com o rabinho entre as pernas, ele arrancou os anéis dos dedos de seus pais, e ainda arrancada a corrente de sua mãe. Era uma massa negra e uniforme de emoção que estava crescendo pela garganta de Harry, algo tão sombrio e amargo que poderia emergir dele a qualquer momento...
"Aquas!", Harry ouviu e então houve um jorro de água fria contra sua perna, forçando sua vista a se clarear. Rony estava sentado sobre os joelhos, parecendo pálido e muito tenso, segurando a varinha.
"Merlin, Harry", seu amigo disse. "Eu não sei como você fez, mas você acabou de pôr fogo na sua roupa de cama."
Harry baixou os olhos e, realmente, havia um pedaço de coberta chamuscada atrás de sua perna. "Merda", ele murmurou. Perdera o controle por um minuto ali. Ele poderia ter machucado Rony, ou ele mesmo. Fechou os olhos e respirou bem fundo, tentando deixar tudo de lado até que pudesse ir até a Sala Precisa trabalhar aquela raiva. Ele os abriu de novo e olhou para Rony. "Obrigado", disse.
Rony assentiu energicamente e guardou a varinha de volta no bolso. "Está bem?", perguntou, os olhos sérios.
Harry deu uma risada curta. "Não", ele disse, puxando sua varinha e fazendo cópias dos papéis. "Entregue estes para Hermione, certo?", ele disse, estendendo uma pilha. "Vou levar isso para Edwiges agora."
Rony franziu a testa, os olhos ainda preocupados. "Você devia levá-los você mesmo", ele disse, enquanto pegava os papéis.
Harry deu outra risada, amarga. "Sim, é exatamente o que eu devia fazer", ele disse. "Eu devia mesmo ir ver Dumbledore quando estou num humor ideal para destruir o que estiver na minha frente." Ele respirou fundo, buscando controle, erguendo o resto dos papéis e os livros. Cuidadosamente, ele fechou a caixa, e guardou com o resto. A fotografia, ele abriu as cortinas para colocá-la bem na cabeceira de sua cama.
"Entregue isso para a Hermione, ok?", ele pediu de novo, sabendo que soara ríspido, embora não pudesse fazer nada contra isso. "Diga a ela que vou falar com ela amanhã. Mais tarde". Pôs o resto dos itens em seu malão e trancou-o. Harry ergueu o último conjunto de cópias. "Vou levar estes agora", ele disse. "E talvez vá dar uma andada."
Rony se levantou também, sério. "Certo", ele disse. Conforme Harry tomou o rumo da porta, Rony segurou seu ombro, apertando-o com força. Harry parou por um momento, sentindo a raiva relaxar um pouco na tentativa de conforto do amigo. Virou-se e bateu sem força no ombro dele com os papéis, numa espécie de agradecimento, e continuou seu caminho até a porta.
Os corredores estavam escuros e silenciosos e Harry foi direto para o corujal. Ele precisava se livrar daqueles papéis e ir espancar alguns bonecos na Sala Precisa antes que perdesse o controle outra vez.
---------
Gina foi acordada por alguém sacudindo seus ombros. "Não", ela gemeu, ainda meio adormecida.
"Gina!", uma voz familiar sibilou. "Acorde. É a Hermione."
Por Hermione, Gina fez um esforço para acordar. Mais ou menos. Ao menos ela não começou a atirar azarações, o que ela teria feito se fosse seu irmão.
"Que é que há?", ela murmurou, piscando sonolenta.
O rosto de Hermione estava tenso e preocupado no quarto escurecido. Que horas seriam? Gina se perguntou. Tarde o suficiente para o resto do dormitório estar adormecido, ela percebeu. "É o Harry", e aquilo foi suficiente para acordar Gina de vez.
"Quê? O que está errado?", ela perguntou, empurrando os cabelos para trás e se forçando a sentar.
Hermione mordeu o lábio. "Ele recebeu um pacote hoje, do Malfoy.", ela começou. "Havia lá algumas coisas que aparentemente o pai do Draco tinha... havia uma caixa. Com...", Hermione pausou e engoliu em seco, seus olhos parecendo mais brilhantes que o normal. "Com os souvenirs daquela noite."
"Que noite?", Gina disse, sem entender. "Que noite... Ah!", sua mão se ergueu para cobrir a boca. "Não!"
Hermione assentiu. "Sim", ela disse, a voz falhando um pouco. "Harry saiu num humor péssimo, realmente péssimo, o Rony disse, e ainda não voltou."
Gina quis chorar, também, mas engoliu em seco com dificuldade e deixou a coisa de lado por um momento. "Vou descer e esperar por ele", ela disse.
Hermione fungou. "É, foi o que eu pensei", ela disse. "Vou fazer Rony ir para a cama. Pensei que você deveria ser a primeira pessoa a falar com ele. Você vai fazê-lo se sentir melhor, eu acho."
"Você não...", Gina começou, mas Hermione sacudiu a cabeça.
"Vou vê-lo de manhã, quando não vou cair chorando em cima dele", disse. "E ele estará mais pronto pro Rony, também."
Gina se levantou, pegando um cobertor e um travesseiro. Não sabia, afinal, quanto tempo ele poderia demorar. "Obrigada, Hermione", ela disse quando elas tomaram o rumo da porta.
Sua amiga agarrou seu braço. "Eu o amo, também", foi tudo que ela disse.
N/A – Honestamente, eu poderia sair continuando e não teríamos um fim para este capítulo! Acho que é melhor parar por aqui e deixar vocês apostando no que vai acontecer. O QUÊ acontecerá quando Harry voltar? (bwabhahahaha).
N/T – Ok, vocês viram que a autora curte nos fazer sofrer... Então só me limito a responder seus comentários!
Miri: Entendeu, né? Eu sei que existe coisa mais pesada... Mas serviu pra deixar a garotinha de 16 anos aqui toda vermelha. E o Rony... Ele é apaixonante. Eu adoro esse ruivo... Gostou do que ele fez dessa vez? Haha. Obrigada por comentar!
Aninhaaaaa: Sei, era bem isso que você estava esperando, né, sua pervertida? Hahaha. Obrigada, espero mesmo que a tradução esteja boa. Principalmente nos pedaços mais quentes... Já pensou o que pode fazer uma palavra mal colocada? Hehe. Obrigada!
Carol Malfoy Potter: Ele é cabeça dura, mas diz se isso não dá todo um charme pra ele... Mas nós sabemos que essa teimosia não vai muito mais longe, não é? Obrigada pelo comentário!
