Mares em Revolta

Capítulo Dezesseis – Contando o tempo

Se Harry estivesse um pouco retraído em Poções, ele imaginou que seus amigos poderiam enlouquecer na presença sempre agradável de Snape. Teve que colocar sua nova "visão" de lado e se focar, já que eles já estavam quase terminando a Poção Mata-Lobo. Ele estaria ferrado se errasse aquilo, pois poderia prejudicar Lupin num futuro próximo. Ele murmurou algo entre essas linhas para Rony quando a aula começou, apenas para perder dez pontos pela conversa. Francamente, ele estava esperando que Snape lhe tirasse pontos até mesmo por respirar.

Próximo dele, Malfoy estava calmo e encostado, observando uma poção provavelmente perfeita borbulhando em seu caldeirão. Maldito Malfoy.

Harry checou duas vezes a quantidade de raiz de gengibre que tinha que colocar, e então cuidadosamente mexeu no sentido anti-horário, usando a colher de madeira de doze polegadas. Ele deu uma boa olhada na mistura e viu-a mexendo e irradiando luz. Bem, parecia que ele não tinha arruinado o líquido daquela vez, e aquilo era alguma coisa, ele supôs, se recostando em sua cadeira.

Ele cruzou os braços e examinou a sala de aula sem realmente vê-la. Na verdade, ele estava pensando sobre o que acontecera antes da aula. Hogwarts... seria o lugar. Harry franziu a testa, contudo. Se era aquele o caso, por que tivera a visão dos lobos na Floresta Proibida?

Ele esfregou as têmporas. Que droga, aquilo era suficiente para deixá-lo por um fio. Hogwarts, Floresta Proibida. De qualquer forma, seria perto demais de seu lar. Provavelmente ele deveria contar a Dumbledore.

Como em resposta para seu pensamento, houve uma batida na porta da sala de aula, e Snape vociferou de sua mesa um "Entre!"

Uma terceiranista da Lufa-Lufa, cujo nome ele não se lembrava, empurrou a porta e abriu-a. "Desculpe, professor", ela disse numa voz fina e tímida, "mas o Professor Dumbledore gostaria de ver Harry Potter assim que for mais conveniente."

Os olhos astutos de Snape se fixaram em Harry. "Oh, mesmo?", ele murmurou. Depois assentiu com superioridade para a menina. "Termine isso e engarrafe, Potter, então poderá ir." A garota desapareceu de vista, e Harry foi deixado para encarar Snape em retorno. Nenhum comentário malvado? Ele pensou. Nada cruel ou insensível a dizer?

Um leve sorriso curvou a boca de Snape, não um muito simpático. Você está dormindo hoje, repentinamente ressoou em sua cabeça. Os olhos de Harry se estreitaram e com uma manobra mental ele expulsou Snape de sua mente. Maldição, ele estava.

Como resultado, Harry passou o resto do tempo esperando que a poção atingisse a consistência correta, reconstruindo suas paredes mentais. Tijolo por tijolo, empilhando-os, fazendo-os mais altos, mais densos e mais grossos. E testou-as ao provar a mente de Snape enquanto engarrafava sua poção. Deu um sorriso para o tampo da mesa enquanto sentia o outro tentando também invadi-lo, sem sucesso. Melhor assim.

Harry finalmente guardou suas coisas e caminhou até a frente da classe, garrafa de Mata-Lobo em mãos. "Pela graça do lobisomem que terá que provar isso, eu sinceramente espero que você tenha feito a coisa direito, Potter", Snape disse ao pegar a poção, com um pequeno sorriso sádico no rosto. "Você leu todos os efeitos colaterais de uma poção mal feita, não leu?"

Harry não deu ao velho morcego a satisfação de vê-lo temeroso. "Sim, senhor", ele disse num tom entediado. "Posso ir agora, professor?" Snape gesticulou com a cabeça na direção da porta em resposta, e assim Harry escapou.

Ele encontrou Dumbledore vagando pelo corredor que levava a seu escritório. "Ah, Harry", o diretor disse com um sorriso. Olhos azuis brilharam por trás dos óculos de meia lua sempre presentes. "Espero que não tenha ficado muito desapontado por ter que abandonar o restante da sua aula de Poções?"

Aquilo fez Harry romper num sorriso relutante. "Não, professor", ele disse, quase secamente. Não achava que Snape estava tão triste, também.

Os olhos do diretor brilharam ainda mais. "Bem, então vamos para o meu escritório, não? Acredito que tenhamos algumas coisas para discutir." Harry olhou para o velho bruxo, e então resistiu ao impulso de suspirar. Toda essa conversa. Francamente, ele estava começando a sentir falta do ano passado, quando não tinha que dizer nada a ninguém.

Dumbledore virou-se para a gárgula e disse "leite pasteurizado", guiando-o depois pelas escadas. Harry seguiu-o, perguntando-se sobre o que teriam que falar.

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Gina estava mais do que um pouco distraída durante Feitiços, e teve de ser cutucada diversas vezes por Cara, quando o Prof. Flitwick estava olhando para ela. Honestamente, como podiam esperar que ela se concentrasse num Feitiço de Camuflagem naquele momento?

Finalmente, Cara agarrou um pedaço de pergaminho em branco, uma pena e rabiscou uma nota, passando-a para Gina.

O que há com você esta manhã?

Gina fez uma careta e considerou deixá-la sem resposta, mas Cara cutucou-a nas costelas com a pena e encarou-a afetada. Ok, aquela idéia não era boa. Ela mordeu o lábio e pegou sua pena.

Harry falou com a gente esta manhã, ela finalmente escreveu.

As sobrancelhas de Cara se ergueram de imediato. E?

Gina lançou um olhar para Flitwick, certificando-se de que ele não vinha na direção delas. Não posso contar tudo agora, ela rabiscou. Mas nós devemos recomeçar a AD.

Cara sorriu alegremente a isto. Oba!

Gina riu de volta. Rony até mesmo disse que devemos chamar Malfoy. O queixo de Cara caiu e ela pegou o papel de volta. É, eu sei.

O seu irmão está finalmente crescendo?

Gina virou os olhos. Nah, ela escreveu. Então hesitou. Houve outro cutucão em sua perna. Ela suspirou e escreveu de novo. Harry me beijou, ela finalmente confessou.

Então uma mão apertou sua perna e Gina pulou em sua cadeira, sorrindo e enrubescendo. Cara estava sorrindo, realizada. E?

Ela enrubesceu mais. Ele me disse para encontrá-lo depois do jantar, ela relatou, sentindo a excitação e os nervos ferverem de novo.

"Ótimo!", Cara gritou sem controle, e então congelou, os olhos bem abertos e assustados. Cada olho na sala estava virado para ela, e o Prof. Flitwick parecia surpreso e curioso.

"Sim, Srta. McDouglas?", seu minúsculo professor perguntou, indo na direção delas.

Cara depressa baixou sua pena sobre as anotações e engoliu em seco. "Hum... sim. Bem, eu, é, estava..."

"Empolgada porque ela acha que acabou de entender como fazer o Feitiço de Camuflagem, Professor", Gina acrescentou.

"Exatamente!", Cara disse, aliviada. Então percebeu o que dissera. "Hum... Espere. Hum..."

"Bem, então Srta. McDouglas, venha até a frente da classe e demonstre o feitiço em mim", Flitwick disse alegremente. "Venha, nós temos muito tempo de aula para gastar nisso."

Cara engoliu em seco; a última coisa que estariam fazendo SERIA discutir os Feitiços de Camuflagem, e ela levantou-se, lançando a Gina um olhar cruel. Gina apenas recostou-se e sorriu. Hah. Talvez ela pudesse se concentrar em Feitiços agora.

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Harry caminhou pela entrada do Salão Principal, pensativo. Dumbledore começara a "conversa" contando a ele o que a Ordem estava fazendo. Várias pessoas estavam tentando encontrar Peter Pettigrew, na esperança de agarrar algum tipo de fraqueza de Voldemort num interrogatório. Dumbledore mencionou a pesquisa que estava sendo feita sobre o feitiço que ele usarra na ressurreição, decidido a encontrar uma falha no processo. Ficou sentado ouvindo, absorvendo tudo com os olhos estreitos.

O que finalmente o fez decidir foi que Dumbledore não o pressionou a dizer nada, afinal. Não, ele discutiu e informou Harry sobre os fatos como se ele fosse um membro crucial naquela guerra, o que ele de fato era. Aquele pouco de inclusão e de... respeito, ele imaginou, tombaram a balança a favor dele.

Harry contou a Dumbledore sobre o jornal de Lucius Malfoy, e como estava cheio de anotações sobre o feitiço da ressurreição. Eles concordaram em fazer uma cópia e mandá-la para os responsáveis por seu estudo. Harry não tinha nomes, mas aquilo não o incomodou tanto. Ele apenas precisava saber que aquilo estava acontecendo.

Eles discutiram os feitiços que ele havia mandado para Dumbledore. Harry mencionou que entregara uma cópia a Hermione, e para sua surpresa, o diretor considerou uma boa decisão. Ele não tinha dúvidas de que o Sr. Weasley e a Srta. Granger exigiriam um envolvimento no processo, e a pesquisa de feitiços era uma área na qual certamente a Srta. Granger poderia ajudar.

Então Harry recostou-se e considerou. Estava se sentindo confortável de verdade. Sentira um monte de coisas, sentiu que Dumbledore estava cumprindo sua palavra e não estava segurando nada para si. E então ele contou-o das duas visões. A primeira, aquela que viera pouco a pouco dos lobos e dos Comensais na Floresta Proibida e o segundo, de Hogwarts destruída.

Dumbledore ficou muito quieto a isto, recostara-se e pensou. O velho bruxo finalmente balançou a cabeça e disse a Harry que não tinha respostas para ele, apenas perguntas que não se terminavam. E agora Harry estava rumando para o almoço, pensando na mesma coisa.

"Ei, Harry", Rony vociferou. "O que está fazendo, está passando direto pela comida!"

Harry piscou e então sorriu, e era verdade, ele estava justamente passando do ponto onde Rony e Hermione estavam sentados.

Hermione olhou-o ansiosamente enquanto ele se sentava ao lado dela. "Como foi?", ela perguntou, com certa cautela.

Harry lançou-a um olhar de alívio enquanto estendia o braço para o prato de sanduíches. "Bem", ele disse. "Nós conversamos." Ele olhou para Rony e virou os olhos. "Eu pareço estar fazendo muito mesmo disso ultimamente", ele falou, pegando um pedaço de peru com pão. Hum.

"Você está compensando o tempo perdido", Rony falou, de boca cheia.

Hermione distraidamente engoliu umas fatias de fruta. "Então, e depois?", ela quis saber.

Harry engoliu e deu de ombros. "Ele acha que é uma boa idéia você trabalhar com os feitiços", disse.

Hermione enrubesceu. "Claro que é", falou Rony. "Inferno sangrento, quem mais eles poderiam arrumar para entender tudo isso?"

"Pare, Rony", Hermione começou, ainda parecendo muito satisfeita. "Você sabe que eles provavelmente têm montes de pesquisadores talentosos trabalhando naqueles feitiços. Eu ainda SOU apenas uma aluna, você sabe."

Rony virou os olhos. "Hermione, dizer que você é apenas uma aluna é como dizer que Harry é apenas um bruxo." Harry sorriu enquanto ela ficava violentamente rosada de novo.

Deu uma olhada pela mesa, percebendo que Gina não estava ali. "Cadê a Gina?", ele perguntou, dando mais uma mordida.

"Ela e Cara estavam aqui há alguns minutos, fofocando sobre alguma coisa de Feitiços", Hermione disse. "Elas pegaram uns sanduíches e foram embora."

Rony estava parecendo muito, bem, incomodado, Harry percebeu. "Alguma razão em particular para estar interessado nos detalhes da minha irmã, Potter?"

Harry olhou-o inocentemente. "Não mais do que o porquê de você estar sempre se perguntando onde a Hermione está", sendo que isto deixou a ambos muito vermelhos. Meu trabalho aqui está feito, ele pensou com um sorriso. Pegando um segundo sanduíche, ele se levantou da mesa. "Vou dar uma corrida até o dormitório", ele disse para o topo da cabeça de Rony enquanto este encarava seu prato. "Esqueci meu livro de Herbologia para esta tarde." E deu a Hermione, que enrubescia e tinha um olhar definitivamente brilhante, uma piscada cruel. "Divirtam-se agora, vocês dois. Nos vemos na aula."

Assoviando, ele saiu do Salão Principal. Ah, às vezes era bom ser ele.

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O treino de quadribol fora agonizantemente longo. Gina passou o tempo todo tentando não cair da vassoura enquanto seus olhos estavam pregados no capitão e apanhador. Inferno sangrento, ela conseguira tomar uma bela pancada de um balaço enquanto observava Harry discutindo jogadas com Rony. Estúpida, ela se repreendeu.

Ela optou por cabular o jantar, sabendo que não conseguiria comer nada daquele jeito. Cara descera as escadas voando, dizendo que voltaria logo para ajudar Gina a se arrumar. E agora Gina estava no banho, esfregando e lavando e tentando basicamente se afogar.

Com um suspiro, Gina fechou a torneira e saiu do box, com uma toalha na cabeça e outra envolta em seu corpo. Parou diante do espelho e encarou seu reflexo. O que acontecera com a garota corajosa que invadira a sala comunal e plantara um beijo em Harry diante de toda a Casa? Honestamente, ali estava ela, trêmula e nervosa porque ele tinha finalmente percebido o que estava bem na frente de sua cara nos últimos seis anos?

"Controle-se, Gina", ela disse para seu reflexo. "Você é uma Weasley. Onde está o seu orgulho grifinório?" E assentiu, decidida. "Sem mais chove e não molha. Você vai fazer o melhor que puder, e vai conseguir o que quer."

Ela sorriu, então rumou até o quarto para se vestir. Oh, esta seria uma grande noite.

Ela ainda estava pensando nisso ao andar até a porta da Sala Precisa e cuidadosamente virar a maçaneta. Respirando fundo uma última vez, ela ajeitou o cabelo, então abriu a porta e entrou.

Desta vez não era uma mera sala de treinamento. Não, desta vez era pequena e confortável, com um sofá fundo e fofo em frente a uma lareira acesa. Ela olhou em volta, apreciando.

Das sombras de uma janela, uma figura alta se endireitou e foi na sua direção. "Gina", Harry disse suavemente, e ela prendeu a respiração.

Deu um sorriso pequeno e disse, "Harry."

N/T: Por favor, não me matem! Lembrem-se de que estou apenas traduzindo!

Aninhaaaa: Haha foi um capítulo e tanto! Sempre fico vermelha junto quando traduzo essas coisas... No próximo capítulo vocês terão uma tradutora-pimentão aqui... Mas o Rony é mesmo muito fofo. E neste capítulo, então? Obrigada!

Miri: Sim, teremos Hogwarts. Hehe o capítulo estava grande em mais de um sentido, espero... E nossa, o Voldie adora dar esses sustinhos. E veja bem, mal passamos da metade da fic! Obrigada de novo!

Rodrigo Black Potter: Puxa, já saiu fazendo a estratégia! Que beleza! Mas faz muito sentido, sabe, afinal se ele sabe que vai ser lá, deveria preparar uma defesa... Enfim. Obrigada e bem vindo por aqui!

Virgin Potter: Serena! Ela já comentou coisas minhas sim, eu me lembro dela! Um beijo pras duas com um grande obrigada! E espero que os capítulos estejam do seu agrado!

Thata Radcliffe: Sim, eu sei que não aconteceu neste capítulo era o que você esperava... :D Mas agüente firme. Já dei uma analizada no próximo e vi que aquele lá é mesmo enlouquecedor... Agüente mais um pouco, por favor! E obrigada por comentar!

Camila Akiko: Você é portuguesa? Se não for, me enganou direitinho, você escreve como uma... E sim, eu vou mais rápido com comentários. O seu ajudou muito! Obrigada!

Srta. Wheezy: Tá brincando que você leu tudo de novo! Que coisa! E não ganhooooou não! Vamos discutir isso pra sempre, é? EU GANHEI! E obrigada...

Carol Malfoy Potter: Tudo bem, não precisa se explicar. Eu também andei demorando muito por causa da escola... Mas foi a minha RH que sofreu, não a tradução, porque não exige muita inspiração, entende? E sim, eles ficarão juntos, é só ir acompanhando... Já tem uma noção do que vai acontecer, não tem? E muito obrigada por tudo!

Mari Madeira: Sua insana, doida, maluca, caquética, desequilibrada... Que review foi esse, menina? A coisa mais Lovegood que eu já recebi! Pois vai ter que esperar mais, sua maníaca... Pelo menos até semana que vem, doidona! Eu também sou DG, você sabe, mas aprendi a gostar da Cara, como relatei na outra tradução...Adoro você, menina! E te perdôo sim... Afinal, você ganhou uma nota de fim de capítulo sem nem mesmo postar review antes! Isso é bom, não? Hehe. Obrigada mesmo! Vou ler suas fics e me desculpe a demora!

E é isso! Quantos comentários! Obrigada e continuem assim, pessoal!