Mares em Revolta
Capítulo Vinte e Cinco – Ao anoitecer
Foi uma longa semana. Uma semana muito longa. A cada dia Harry sentia como se estivesse se salvando por um fio mais frágil de se afogar, cada vez mais longe da margem. Ele passava sempre seus dias ou na Sala Precisa ou na classe de Defesa Contra as Artes das Trevas, e a cada noite ele forçava mais e mais os membros da AD.
E naquela noite, ele olhou sobre os alunos exaustos, sangrentos e sem fôlego e simplesmente se sentiu cansado. Com um aceno de varinha, ele lançou faíscas para o alto e assustou os outros. Harry esperou por um momento até ter a atenção de todos, então falou. "Pessoal, terminamos mais cedo hoje. Vocês precisam dormir e cuidar desses machucados. Vejo vocês amanhã à noite."
Houve uma comemoração entrecortada em um canto, onde alguns quintanistas da Corvinal estavam abaixados, sem ar. Grande surpresa eles estarem entre os mais cansados, Harry pensou. As pessoas começaram a conversar e murmurar enquanto rumavam para a porta, e Harry deu-lhes as costas. Ele não estava interessado em conversar com vinte alunos diferentes, do tipo que sempre tinha uma pergunta ou outra. Ao invés disso ele se inclinou contra o costado da janela e fitou os jardins escuros. Não havia estrelas aquela noite, ele pensou. A lua era apenas um disco prateado pendurado no céu. Remus estaria contando os dias logo.
Houve um leve toque em seu braço, e Harry olhou por cima do ombro para ver Hermione parada ali. "Você está bem?", ela perguntou, parecendo preocupada.
Harry pensou por um momento em contar a ela sobre aquela sensação agourenta da qual ele não conseguia se livrar mesmo quando dormia. Então ele baixou os olhos e viu as sombras sob os olhos de sua amiga, e o corte que ela tinha na bochecha. Deu um sorriso contido. "Estou", ele disse, tentando soar convincente. "Vá para a cama, Hermione. Sem dever de casa dessa vez."
Ele olhou em volta por cima dela e ergueu uma sobrancelha para Rony. Seu melhor amigo assentiu devagar, enfiando as mãos nos bolsos. Rony cuidaria dela, provavelmente de uma maneira sobre a qual Harry não queria se demorar pensando.
"Vamos, Mione", Rony disse, estendendo uma mão, "Venha". A voz do Monitor Chefe também estava cansada, conforme os dois saíam da sala.
Harry observou a porta se fechar, e quando tudo estava quieto e imóvel, ele se deixou cair. Deixou-se jogar na cadeira da janela, esfregando as têmporas, exausto. Não conseguia afastar aquela dor de cabeça que o perseguia havia dois dias. E os sonhos... Ele não dormia bem fazia uma semana.
Houve um ruído do outro lado da sala e Harry ergueu a cabeça, os olhos se estreitando. "Lumus", ele sibilou, e a sala se iluminou o suficiente para que ele visse uma cabeça ruiva familiar apoiada contra a parede. Ele suspirou. "Gina", disse. "Vá pra cama."
Gina ergueu uma sobrancelha. "Você está entrando demais nesse espírito de professor, não?", e crispou aqueles lábios adoráveis num sorriso malicioso enquanto ela se erguia de seu canto. "Parece que você anda precisando de um belo relaxamento."
Algo muito quente se revirou dentro de Harry. Ele se recostou, plantando as mãos no assento onde estava. "É?", ele perguntou, erguendo uma sobrancelha. Seu coração estava começando a bater um pouco mais depressa, e ele estava começando a esquecer a dor de cabeça.
Ela estava se aproximando silenciosamente agora, os lábios se movendo ainda com aquele sorriso no rosto. "Sim, 'é'", ela murmurou. E estava muito perto dele, perto mesmo. Ele podia ver o brilho do suor em sua pele, sentir a leve fragrância de seu xampu. Gina casualmente ergueu uma perna e se sentou no colo dele, com as duas pernas abertas. Ela se inclinou para a frente, levando as mãos até as dele.
"Que tal outro 'é'?", ela disse suavemente, e então o beijou. Beijos úmidos e profundos que tinham línguas e dentes se misturando. Então ela ergueu as mãos e deu um sorriso malvado. "Oi", ela disse e então puxou-o. Os dois seguiram rolando no chão e Harry se descobriu rindo. Claro, o riso parou bem depressa quando ela beijou-o de novo, e suas mãos correram até os botões e os fechos. Ele beijou-a, faminto, querendo-a mais e mais. Seus próprios dedos buscaram os botões de sua calça, sua blusa, escorregando para dentro a fim de tocar a pele. Ele se sentia como se a sua própria pele estivesse em fogo, como se houvesse uma urgência que não podia esperar.
Gina estava respirando com dificuldade quando ela ergueu a cabeça e o fitou de cima. "Oi", ela disse de novo e então desceu mais uma vez. Harry descobriu sua mão presa da camiseta, e a rasgou na impaciência. Gina estava em todo lugar, sua boca, suas mãos... Harry engasgou de repente quando seus dentes o beliscaram inesperadamente. Merlin, ela iria matá-lo e ele não ia se importar nem um pouquinho.
Ele tateou um pouco, tentando se livrar das roupas dela, até que ela se afastou e o ajudou. E então havia apenas a pele suave de mulher em suas mãos, e foi quando ele realmente se perdeu. Bocas e mãos e corpos se moveram e se misturaram e ambos engasgaram, e então o mundo girou e estremeceu até que só houvessem apenas os dois em seu mundinho passional.
Mais tarde, ele não soube quanto, Harry baixou de volta para a terra. Se ele estava cansado antes, ele estava realmente cansado agora. Mas dessa vez não era aquele cansaço-profundo-da-alma. Aquele era mais o tipo que passava depois de dormir.
"Não saia", Gina murmurou em seu peito, seu cabelo espalhado por seu braço. Harry pensou meramente em tirá-lo do rosto dela, mas não teve a energia pra tanto.
"Eu não acho que possa me mover", ele sussurrou de volta, fechando os olhos. Reunindo toda a sua energia, ele se esticou para a cadeira onde estivera e convocou um travesseiro. Para sua surpresa, um lençol veio junto. Aparentemente a Sala estava gostando de atender pedidos diferentes. Ele mal conseguiu jogar o lençol por cima dos dois antes de se ajeitar de novo. O amanhã estava chegando muito depressa. Estava vindo cedo demais. Ele o enfrentaria, mas agora ele estava tão confortável, com Gina aninhada ali contra ele...
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Foi Rony quem os acordou, infelizmente. Gina estava morna e confortável e dormindo melhor do que dormira toda aquela estúpida semana quando o Irmãozão resolveu fazer sua aparição.
"Maldição, Potter", ela ouviu um grunhido aborrecido e abriu um olho só.
"Se manda, Roniquinho", ela murmurou, sem erguer a cabeça. Ela não perderia seu lugar.
Ela sentiu o peito de Harry se erguer num suspiro. "Vá embora, Rony", o amor de sua vida disse acima de sua cabeça. "Ou eu vou perguntar o que você fez com Hermione noite passada."
Houve silêncio, então um resmungo baixo e o som de passos se afastando, seguidos da porta fechada. "Vou dormir de novo", Gina informou seu travesseiro, sonolenta.
Braços a trouxeram mais perto. "Ok", a voz de Harry disse. Ela bocejou e fez exatamente o que dissera.
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Cara observou Harry cuidadosamente no café da manhã. Ele estava parecendo tão firme no dia anterior, para de repente mandá-los mais cedo para a cama. Não que ela se importasse, ela estava quebrada e aquilo permitiu que ela ficasse bem junto de Draco um tempinho a mais.
Julgando pelo estado relaxado de Gina, ela sorriu para si mesma, Harry também tivera o seu momento de 'ficar junto'.
Cara estava justamente estendendo a mão para a manteiga quando Harry deu um grito de dor e levou a mão à testa.
"Harry, o que é isso?", Hermione perguntou, alarmada.
Harry teve que destrancar a mandíbula para responder. "Coloque todos em seus lugares. Agora. Nós estamos sem tempo." Todos eles se endireitaram e o fitaram, os olhos bem abertos. Cara não sabia o que pensar. Agora? Ele estava dizendo que Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado estava ali? Agora?
"Vão!", Harry sibilou, tirando a mão do rosto, os olhos duros e cerrados. Ele se levantou e foi até a mesa dos professores.
Rony se pôs de pé e gritou até ter a atenção de todos. "Ei, calem a boca!" E realmente as pessoas se calaram e voltaram-se para ele. "Certo. Então, é isso. Membros da AD, vocês sabem o que fazer."
"Alunos do primeiro até o terceiro ano, para suas salas comunais!", Hermione berrou. Ela estava pálida, muito pálida. E Gina... Uma mão escorregou até a sua própria e a apertou. Cara olhou de lado para sua amiga, mais do que branca. Nenhum deles estava realmente pronto para isso. E Draco...
Com uma sensação de pânico, Cara percebeu que Draco não estava ali. Onde ele estava? Será que sabia? Como ela poderia mantê-lo seguro se ele não estava ali...
"Draco acabou de passar pela porta", Gina sussurrou em sua orelha enquanto os alunos começavam devagar a se mover e a seguir instruções, os membros da AD os apressando tanto quanto possível. "Ele tem sua parte a fazer, você sabe."
Cara engoliu em seco e assentiu depressa. "Tanto quanto nós", ela disse. Draco a encontraria. Ele ficaria bem, tudo que ele tinha a fazer era separar os sonserinos que podiam ser confiáveis... Ela engoliu em seco e apertou a mão da outra de volta. "Vamos."
Ela olhou por cima do ombro e viu Harry se inclinando sobre a mesa, falando rapidamente com um grupo de professores. Rony e Hermione, enquanto isso, faziam todos irem mais e mais rápido, e... Ela olhou em volta, apressada. Havia muito poucos sonserinos à vista.
Cara suspirou e, soltando a mão de Gina, rumou para a saída do Salão Principal. Já era hora, era isso. Sua mão escorregou para o ombro e ela puxou a varinha. Ela apenas esperou que todos conseguissem sair vivos dali.
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N/T: Vale lembrar que eu não mando no tamanho dos capítulos... Eu só traduzo! E está acabando, viram? No próximo capítulo, clímax!
Rosangela: Ah, puxa, muito obrigada! Só tem uma coisa que eu queria que você lembrasse. Essa fic não é minha. É só minha tradução, viu? Feliz ano novo pra você também! E obrigada!
Keitaro: Ai, você já escreveu ou traduziu uma fic, Kei? Antes desta aqui eu não sabia como as pessoas são capazes de me enlouquecer pedindo atualização. É uma doidera. Mesmo. Mas traduzir é legal, ainda gosto. Obrigada por tudo, viu, moço?
Gisele Weasley: Olá! Que bom que você gostou. Bem, nós tivemos um pouco de action HG neste capítulo, não acha? Heheh. Obrigada!
Renata: Viva! O pregão não deu sinal! aplaude Que bom. Seu Natal deve ter sido mais calmo, então. Aqui está o capítulo novo... Espero que tenha gostado! Obrigada!
Miri: Pois é! É muito engraçado ver os dois conversando, conversando... Até que de repente eles percebem que NÃO são amigos. Hehe. Este também foi curto, mas não posso fazer nada! Obrigada!
Carlos Bert: Demorei o possível... Com outra fic em andamento. Obrigada e espero que os seus feriados tenham sido bons! Obrigada por comentar!
Rodrigo Black Potter: Oh não! Você leu a minha primeira fic! Isso que dá... Eu devia simplesmente deletar essas fics da minha conta. Mas tenho dó, sabe. Estão ruins, mas eu gastei tanto tempo trabalhando nelas... Eu abandonei a série, por isso você não deve se lembrar. A fic do sétimo ano, eu parei no capítulo 5. Ah certo, eu entendo. Boa viagem pra você! E obrigada também!
