Mares em Revolta
Capítulo Vinte e Seis – O Sinal da Violência
Sonora estava nas masmorras quando ouviu. Ela parara atrás de Severus naquela manhã, dizendo que estaria logo lá em cima e que ele não deveria esperar por ela, o grande idiota. Afinal de contas, depois da quantidade de "atividade" amorosa que ocorrera na noite passada, não era surpreendente que ela estivesse um pouco, ah, atrasada naquela manhã.
E sendo assim ela estava sentada na cama, terminando um de seus complicados feitiços para o cabelo que ela usava para manter aquela longa massa presa e segura quando ouviu. Um longo guinchado agudo que ecoou nas paredes de pedra. Sonora instintivamente se abaixou, sem saber por quê. Algo naquele som... era familiar e aterrorizante...
E então o castelo estremeceu. Estremeceu. A própria Sonora gritou para logo agarrar sua bengala e sair se arrastando da sala o mais depressa possível. Merlin, era aquilo, não, ela pensou freneticamente. Severus, onde estava Severus? Ela tinha que encontrá-lo, tinha que protegê-lo de todos aqueles Comensais da Morte que queriam a sua cabeça...
Alguma parte racional de seu cérebro alcançou-a um momento depois, e ela se virou depressa e envergonhada, quase tropeçando. As poções. Ela precisava das poções. Um aceno de varinha e ela se ia de novo, o amontoado de frascos seguindo-a conforme ela coxeava, descendo os longos corredores de pedra. Ela podia ouvir os sons das vozes acima enquanto se agarrava ao balaústre e se forçava a subir as escadas mais depressa. Vozes assustadas e nervosas, ainda que tentando murmurar e se controlar.
Ela estava respirando com dificuldade quando finalmente atingiu o Salão Principal. De fato, encontrou uma multidão. O diretor estava falando com os professores, e havia uma massa de estudantes, todos os mais velhos, reunidos em volta da mesa da Grifinória.
"Atenção", uma voz cortou o ar. "Ouçam, pessoal, é isso." Sonora ainda estava se sentindo fraca quando reconheceu o Sr. Potter subindo em cima da mesa. "Certo, aqui estão as tarefas."
Um aceno de varinha mandou um tipo de plano girando pelo ar e Sonora pensou ter visto Dumbledore acenar naquela direção, também. O plano se expandiu até que Sonora pudesse lê-lo claramente de onde estava.
"Alunos do sétimo ano aqui, aqui e aqui", o Sr. Potter dizia, apontando. "Vocês estão agrupados de acordo com suas casas, então usem as suas cores. Sextanistas, aqui. Quinto e quartanistas, de todas as Casas, para as torres. Vocês vão atirar de cima. E não discutam, é onde precisamos de vocês, não porque eu queria afastar qualquer um. Já cuidamos das crianças menores. Professores", ele acenou para os professores reunidos à volta de Dumbledore. "Nós precisamos que fiquem na frente junto com os setimanistas e os sextanistas. Se vocês vão ficar lá", ele voltou-se para os alunos. "É porque têm nossa confiança. Então dêem uma boa olhada. Nós parecemos saber quem está do lado de Voldemort", houve uma estremecida coletiva com o nome, "Mas não há garantia de que eles não ataquem mesmo assim. Olhem bem por onde andam."
Sonora forçou suas cordas vocais a trabalhar. Era por isso que ela viera, afinal de contas. "Harry!", ela chamou, erguendo a voz tanto quanto podia. O garoto deveria ter as orelhas de um gato, ela pensou quando ele se virou para ela.
"Professora?", ele perguntou, um pouco impaciente.
Ela mandou o engradado da direção da mesa dele. "Isto é para os alunos daqui. Uma proteção contra a crucio, embora temporária." E o rosto do Sr. Potter se iluminou quando ele baixou os olhos. "Um gole para cada um vai servir", ela gritou. "Passe isso, e depressa."
"Certo então, passem isso por aí, pessoal, e não mais do que um gole", Harry dizia conforme os frascos eram retirados do engradado. Sonora estava distraída, entretanto, vigiando a mesa dos professores e procurando por Severus. Onde ele estaria?
Ela viu McGonagall, Dumbledore, Sprout... até mesmo viu Hagrid. Mas em lughar algum viu a cabeça obscura de seu marido. Ela estava se sentindo ainda fraca por aquela corrida/arrastamento pelos corredores, e sua perna doía. E agora seu coração estava martelando ainda mais ao começar a temer pela segurança de seu marido.
"Assim que tomarem sua dose, para os seus lugares", veio a voz de Harry de novo, soando um pouco aguda em seus ouvidos. "Nós não temos muito tempo, mexam-se, mexam-se..."
Sonora se apoiou na parede, seu coração batendo muito depressa, e sua mão encontrando o pingente à volta de seu pescoço. Era seu pequeno pedaço de Severus... claro que ele encontraria seu caminho naquilo tudo e sairia bem...
Gina tomou seu gole daquela poção exageradamente doce e estava agarrando sua varinha nervosamente enquanto ela e outros sextanistas tomavam seu caminho até as portas frontais. Sua tarefa era proteger a entrada. Os setimanistas e professores deveriam se espalhar pelos gramados em suas posições e tentar abater os Comensais da Morte de lá. Até onde Hermione conseguira imaginar, o único ponto fraco nas defesas de Hogwarts eram os portões na entrada. As paredes do castelo, explicara ela, eram feitas de mais do que pedras. Havia algum tipo de feitiço antigo de proteção que costumavam atribuir ao próprio Merlin. Mas o portão era algo que os Fundadores tinha arrumado, de modo que era possível que Voldemort o quebrasse.
E então ali estavam todos eles, esperando convergir os Comensais da Morte para os portões do castelo e encurralá-los. Gina estremeceu quando eles se aproximaram da entrada. Ela se perguntou se os professores teriam conseguido chamar os Aurores; certamente toda aquela magia que eles haviam sentido havia alguns minutos teria alertado alguém em Hogsmeade, não é? O Ministério? Alguém?
Cara estava avançando à frente dos outros sextanistas, parecendo pá frente dos outros sextanistas, parecendo pntido havia alguns minutos teria alertado algulida, porém determinada. Eles não tinham visto traço algum de Draco, ou de Snape, inclusive, desde os avisos de Harry. Um jorro de ar frio invadiu o ambiente quando Cara e outra garota qualquer da Corvinal puxaram e abriram as portas, e Gina teve que piscar para afastar aquela sensação ardida nos olhos. Ela ouviu pessoas engasgando atrás dela e observou a distância.
Ela viu a fumaça se erguendo entre as árvores, na direção de Hogsmeade, e seu coração caiu. Todas as pessoas que viviam ali... o que provavelmente significava que houvera Aurores ali, e que se Voldemort já estava avançando para tomar Hogwarts, não poderiam esperar muita ajuda vinda do vilarejo. Ela engoliu em seco. Estava tudo nas mãos deles.
"Certo, vamos nos espalhar, e sem sair da posição, pessoal, vocês não vão querer ser atingidos nas costas por um colega por acidente", Cara estava gritando conforme gesticulava para o resto deles. Gina seguiu-a quase cegamente, sua mente já se apressando para uma pergunta mais urgente. Onde estava Harry?
O coração de Harry estava martelando com tanta força, que ele temia que alguém o ouvisse. Rony e Hermione ainda não tinham voltado da tarefa de verificar a segurança das salas comunais; eles deveriam juntar-se a ele em posição para defender os portões da frente. Eles insistiram em ficar logo ao seu lado, apesar de tudo que ele tentara dizer. Nada mudara em suas mentes.
Neville e Simas estavam abaixados num canto oposto a ele, a bem uns cem metros de distância. Harry podia mais senti-los do que vê-los. Na última vez em que ele vira Neville, o garoto estivera doentiamente pálido e tremendo um pouco. Ele torceu para que Neville acabasse reencontrando toda a coragem que demonstrara nas últimas semanas. Os hábitos de uma vida inteira eram difíceis de abandonar.
Draco deveria estar com os dois grifinórios, mas ainda não havia sinal dele. Pela centésima vez nos últimos minutos, Harry se preocupou pensando numa guerra dentro das paredes de Hogwarts, e que Draco estaria preso nela. Maldição, ele estava se preocupando com a segurança daquele sonserino cretino? Aquela guerra ERA uma pura maluquice.
Sua mente foi até Gina. Ele sabia onde ela deveria estar, e não tinha dúvidas de que ela estava esperando, varinha em mãos, por o que quer que estivesse vindo. Fique em segurança, ele pensou silenciosamente.
Foi tudo que ele teve tempo de pensar, porque houve uma onda de poder que o atravessou, jogando-o de costas para trás e explodindo em dor dentro de sua cabeça. Os portões foram jogados para dentro e o ar se encheu co poeira e cascalhos. Uma peça foi atingir o lado da cabeça de Harry, fazendo pelo menos que a dor interna fosse esquecida por um momento. Harry ao menos conseguia pensar através daquela ferida sangrenta, e se forçou a ficar de pé.
Ao fazer isso, figuras vestidas de preto começaram a aparecer da nuvem de poeira. Merda, Harry pensou, e ergueu a varinha.
"Estupefaça!", ele gritou, e a batalha começou.
Draco estava arrebanhando os quatro últimos sonserinos para a "porta dos fundos" quando Snape apareceu.
"Professor?", começou Draco, antes que fosse interrompido.
"Mexam-se, depressa", Snape sibilou numa voz suave para as crianças. Os assustados primeiranistas trataram de correr na direção que ele indicara. "Nós temos um proble...", Snape começou em voz baixa, antes que houvesse um jorro de luz amarela repentina da qual ele se esquivou por muito pouco. Draco instintivamente fez o mesmo, batendo a porta atrás dele e murmurando o maior feitiço de tranca que conhecia.
"Protego", Snape sibilou e entre os dois se formou um escudo que os imunizou de quem quer que estivesse atirando maldições.
Houve um riso agudo. "Seus malditos traidores! Pensaram que nós não sabíamos o que estava acontecendo?", e Draco reconheceu a voz. Pansy. Aquela maldita prostituta, estivera apenas esperando para encurralá-lo, não é? Ela nunca perdoara sua saída do lado das Trevas, seguida de sua perda de poder e controle no quinto ano. Ele pensou que ela ficaria contente em fazê-lo passar o inferno durante seu período de testes e então fingiria que ele não existia. Mas pelo jeito estava errado.
Ele examinou a forma imóvel de Snape. O Mestre de Poções estava murmurando feitiços sob a respiração enquanto mantia o escudo. Draco viu Pansy, vestida de preto, e uma onda de colegas atrás dela.
"Nós não podemos segurar todos eles com o escudo", Draco falou em voz baixa para o homem ao seu lado.
"Eu sei", disse ele, soturnamente. "Você está pronto?"
Draco pôs mais força na mão que segurava a varinha, os músculos trêmulos na antecipação. "Pronto", ele disse. E Snape rompeu o escudo.
N/T: Olá! Desculpem a demora, como sempre...
Miri: Sim, finalmente as coisas vão ficar emocionantes. Ah, e obrigada por comentar duas fics num review só Me poupa muita coisa... Nem me fale dessa HL! Está tudo fugindo do meu controle! Hehe. E obrigada!
Carlos Bert: Obrigada! Espero que perdoe o tamanho do capítulo...
Mimi Granger: Sabe como é, mesmo com esse negócio de responder reviews, eu prefiro responder aqui... Tem gente que não é registrado, sabe? E sim, afinal a batalha. Afinal a fic está terminando! comemora E obrigada por comentar!
