DISCLAIMER: Todos os personagens da série "Sir Arthur Conan Doyle's The Lost World" são propriedade de John Landis, Telescene, Coote/Hayes, DirecTV, New Line Television, Space, Action Adventure Network, Goodman/Rosen Productions, e Richmel Productions (perdoem qualquer omissão).
Nota: não, eu não sou dona dos personagens. Mas isso não me impede de amá-los...
Agradecimentos especiais a todos os que deixaram reviews (Aline, Nessa, Rosa, Kakau, Di, Clau, Maguinha, e a quem mais tenha deixado review que ainda nao tenha aparecido aqui no meu email)... Desculpe o obrigada curtinho, mas eh um caso de pouco acesso a net... BEIJOS e SAUDADES...
Capítulo 5 – A expedição continua
'Andamos o dia todo e nenhum sinal, de nada.' Marguerite comentou, desanimada.
'Quem ouve você poderia até achar que teria sido bom ter topado com alguma encrenca...' Roxton comentou, sorrindo. Eles tinham acabado de parar para montar acampamento, recolhido lenha para a fogueira, e a noite tinha caído.
Ela riu de volta 'Não seja bobo, você me entendeu. Tudo isso é muito estranho, John, e eu não tenho um bom pressentimento quanto a isso.'
Ele ficou sério. Em todo o tempo que a conhecia tinha aprendido algumas coisas sobre aquela mulher, e uma delas era confiar em seu sexto sentido, que dificilmente falhava. 'O que foi, Marguerite?' Ele podia notar que ela estava desconfortável com algo, e se aproximou mais dela, abraçando-a.
Ela se encostou nele, aproveitando por alguns momentos a segurança e o calor que o homem que ela amava sempre lhe transmitia. Quando estava com ele, ela tinha a sensação de poder passar por qualquer coisa.
'Eu não sei dizer, John, mas algo está errado, e muito errado. Não quero parecer covarde, mas acho que devíamos voltar para a Casa da Árvore assim que amanhecer.' Ela não gostava de sentir esse tipo de medo impalpável, mas sabia que quando ele aparecia significava problema, mesmo quando ela não soubesse explicar que tipo de problema.
Ao invés da reação comum dele, de simplesmente exortá-la a continuar na excursão, ele concordou: 'Tudo bem. Amanhã, assim que amanhecer, voltamos para a Casa da Árvore.'
Ela quase não podia acreditar nos seus ouvidos. 'Ora, John, eu nunca imaginei que algum dia você ia realmente seguir os meus instintos ao invés dos seus.'
'Acontece, Marguerite, que pelo menos dessa vez os nossos instintos estão em sintonia. Eu não gosto nada de não ter encontrado nenhuma trilha de animal ou homem-macaco durante todo esse tempo. O que quer que os esteja aterrorizando e afastando do nosso território é perigoso, porque em todos esses anos nós aprendemos bem o quanto é difícil mantê-los longe de nós...'
Ela involuntariamente sentiu um arrepio de medo atravessar-lhe o corpo. John percebeu e abraçou-a mais forte. 'Ei, estamos juntos nisso, esqueceu? Apenas essa noite, e amanhã bem cedo voltamos para a Casa da Árvore'.
Eles acenderam a fogueira e comeram alguma coisa.
Marguerite continuava desconfortável. Era como se algo ou alguém pudesse vê-los. Mas ela estava sozinha com John. Ele viu que ela se levantou e como uma autômata apagou a fogueira.
'Marguerite, o que você está...' ele tentou, mas ela fez sinal para que ele ficasse em silêncio e apenas respondeu ao aproximar-se de seu ouvido.
'Não sei do que estamos fugindo, John, mas algo me diz que a fogueira não vai espantar essas pessoas. Pelo contrário, pode atraí-los para nós. Afinal, não acho que estejamos fugindo de animais ou homens-macaco, e sim de seres mais evoluídos.' a voz dela era baixa e assustada, incoerente com a Marguerite que ele conhecia.
'Você tem razão, mas por outro lado não estamos livres do perigo de algum dinossauro ou homem-macaco nos atacar.' ele estava perplexo, definitivamente estavam num beco sem saída. 'Vamos subir nessa árvore e nos acomodar ali em cima. Pelo menos assim teremos mais chances se algum homem-macaco ou raptor resolver nos visitar – pois contra eles, e sem uma fogueira, nós seríamos presas fáceis.'
Eles subiram numa árvore próxima e se acomodaram num galho bifurcado. John se encostou ao tronco, e Marguerite se sentou com as costas apoiadas em seu peito. Ele podia senti-la estremecer levemente ao encontro dele.
'Está com frio?' ele perguntou, passando os braços ao redor dela.
'Não, John, devo estar um pouco assustada, é só isso.' Ela respondeu, um pouco aérea.
Ele sabia que definitivamente algo ia dar muito errado. Marguerite não se assustava à toa, e quando ela se alterava de maneira tão evidente é porque algo sério estava para acontecer.
Mesmo sem poder ver o rosto dela, sabia o quanto ela estava tensa, pela postura e pela respiração dela. Ele a puxou contra si, acariciando seus cabelos e suas costas suavemente, até senti-la relaxar um pouco.
Ele poderia ficar assim o resto de sua vida, com a mulher que amava nos seus braços. Queria que não estivessem tão preocupados com o que quer que pudesse estar acontecendo no platô.
'John, você está ouvindo um barulho bem longe daqui?'
Ele parou, tentando apurar o ouvido, sentindo-a alerta. Mas não ouviu nada.
'Não consigo distinguir nada, Marguerite, tem certeza que ouviu algo?'
Ela parou, e esperou um pouco, antes de responder.
'Pode ser que eu tenha cochilado, pois ouvi gritos distantes, como se tivesse havido algum tipo de ataque. Mas agora não ouço nada. Deve ter sido apenas minha imaginação, desculpe.'
Ele sabia o quanto ela detestava parecer covarde, e também sabia que ela podia perfeitamente ter ouvido algo com o seu sexto sentido. Até conhecê-la, Roxton não acreditava nessas coisas. Mas, depois de tudo que tinham experimentado nesse platô, e depois de tudo que tinha visto Marguerite realizar, sabia que ela podia perfeitamente ter ouvido algo que os ouvidos dele não tinham percebido. Embora ela não admitisse, e às vezes nem percebesse, mais de uma vez tinha salvado a todos ou pelo menos antevisto alguma situação apenas com os olhos da sua mente, da sua premonição.
De qualquer forma, aquela não era uma boa hora para trazer o assunto à baila. Como era algo que ela não admitia, ela sempre acabava tentando se esquivar, e para isso não hesitava em começar uma briga ou discussão, tentando se proteger de ter que expor os poderes que tinha e que não sabia explicar... Ele, por outro lado, tinha certeza que isso fazia parte do pacote de dons que ela herdara sendo filha de um rei cigano e de uma suma sacerdotisa druida (para mais detalhes, veja a fic "Flamenco").
Portanto, John resolveu esquecer o assunto, pelo menos por enquanto...
'Tente dormir agora, amanhã teremos um dia longo de caminhada de volta à Casa da Árvore.'
Ela suspirou e se aninhou contra ele, já sentindo as pálpebras pesadas depois de toda a caminhada do dia. 'Eu amo você, John, nunca se esqueça disso.'
Ele a abraçou mais forte, sentindo-a finalmente relaxada dormindo contra ele. E ele nunca se esqueceria.
Eles foram acordados no meio da noite.
John despertou primeiro, mas ficou ouvindo, imóvel.
Quando os ruídos ficaram mais fortes, Marguerite acordou também, mas antes que pudesse fazer qualquer comentário, sentiu a mão de John cobrindo sua boca, em sinal para manter-se o mais quieta possível.
Eles ouviram vozes, conversas zangadas, e muitos passos.
Em pouco tempo, um grupo grande se aproximava de onde eles estavam. Falavam em duas línguas estranhas e não pareciam se entender.
Só quando se aproximaram é que foi possível fazer uma idéia do que se tratava. Um grupo grande, de mais de cinqüenta guerreiros, vestidos com peles de animais, vinha cercando um grupo que parecia de prisioneiros.
Roxton percebeu Marguerite tentando lhe dizer alguma coisa, e quando olhou para ela pôde ler em seus lábios silenciosos 'zangas'. Só então ele entendeu: os zangas eram prisioneiros desses homens.
Eles reconheceram vários guerreiros zangas sendo conduzidos pelos estranhos. E não só guerreiros: velhos, mulheres e crianças os acompanhavam. Mesmo Jarl e Assai. Felizmente todos passaram por eles, e continuaram sua caminhada, sem parecer tê-los notado.
Só quando eles tinham se afastado o suficiente é que os dois se atreveram a falar, ainda assim em voz muito baixa.
'Parece que os zangas foram capturados.' John tentava manter-se calmo.
'Eles estão em perigo, John?' Marguerite estava realmente assustada.
'Eles estão com problemas, mas pelo menos baseado no que vimos nenhum deles parecia ferido, e os homens não os estavam maltratando.'
Ela ficou em silêncio.
'O que foi, Marguerite?'
Ela continuou calada.
'Você acha que o que ouviu antes de adormecer pode ter sido o ataque deles, não é?' ele perguntou, erguendo o queixo dela e forçando-a a olhar para ele.
Os olhos cinza azulados o fitaram com amor, mas ela continuou calada. Estava confusa, e pelo menos ele lhe poupava ficar dando explicações. Ele podia lê-la sempre, tão facilmente, que a impressionava, mas pelo menos não a assustava (principalmente porque era John).
'Nós não fomos ver o que tinha acontecido, John.'
Ah, a sua Marguerite. Anos e anos de culpas acumulados não a tinham exatamente ensinado sobre como olhar, em perspectiva, o que realmente ela podia ou não fazer. E nesse caso, nenhum deles poderia ter feito nada. Mas precisava comunicar isso a ela. Não a queria acumulando mais uma culpa no passado que ele tinha a tanto custo conseguido compreender, mesmo que superficialmente.
'O barulho era muito distante, Marguerite. Nunca chegaríamos a tempo, você sabe disso. A aldeia zanga fica a pelo menos duas horas de caminhada daqui. Além disso, nem tínhamos certeza absoluta de que algo estava ocorrendo, você sabe, você ouviu apenas por um breve instante, depois tudo voltou ao normal.'
Como ela continuasse em silêncio, ele lhe perguntou.
'O que está se passando nessa cabecinha agora? Não está achando que teve culpa pelo que houve, não é? Porque se for, esqueça, Marguerite, não foi culpa sua, não havia nada que você pudesse fazer.'
Ela não respondeu diretamente à pergunta dele, mas disse: 'Precisamos ajudá-los.'
'Precisamos primeiro voltar para a Casa da Árvore para avisar nossos amigos, Marguerite. Se cairmos prisioneiros não serviremos para nada.'
Ela balançou a cabeça, negativamente. Já tinham perdido tempo na noite anterior, quando ela julgara ter ouvido algo. Não queria cometer o mesmo erro novamente.
'Podemos nos dividir, John. Você volta para avisá-los, eu sigo o grupo, e vocês me encontram depois seguindo minha trilha.'
John adivinhava o que se passava na mente dela.
'Se eu propusesse isso, só que invertendo os papéis, você aceitaria?'
'Como assim?' Marguerite inclinou a cabeça para um lado, agora prestando atenção no que ele dizia.
'Se eu dissesse: podemos nos dividir, Marguerite. Você volta para a Casa da Árvore para avisar Ned, Verônica, Challenger e Summerlee sobre o que vimos, e enquanto isso eu sigo aqueles guerreiros e os zangas, e depois você me encontram seguindo minha trilha. Você aceitaria?'
'Não, mas...'
'Nada de mas. Nenhum de nós deve correr perigos desnecessários. Já está começando a amanhecer. Vamos voltar agora para a Casa da Árvore.'
Eles desceram e começaram a caminhar de volta o mais rapidamente que conseguiam, sempre atentos para verificar se não estavam sendo seguidos.
Dessa vez o chão estava coberto de rastros. Eram dezenas de pegadas, de todos os tamanhos, marcados pelo grupo que atravessara aquele caminho pouco antes. John prestou atenção e confirmou que não havia sangue junto aos rastros, o que vinha corroborar que nenhum dos prisioneiros parecesse estar ferido.
Mas não se demoraram examinando as pegadas. Tinham visto mais que as pegadas e sabiam que os guerreiros eram muitos, portanto as pegadas não diriam mais que aquilo que eles já tinham presenciado.
Portanto, seguiram caminhando sem parar, preocupados em sobreviver e em voltar para a Casa da Árvore, para alertar seus amigos.
Agora estava claro que corriam perigo, e que ficar na Casa da Árvore não parecia uma opção viável, já que o grupo de guerreiros parecia bastante grande, e esperto. Conhecendo os zangas há tantos anos, sabiam o quanto eles eram bons para se defenderem, e também sabiam o quanto eles tinham aprendido nas longas conversas com Challenger e John, para terem sido dominados. Mesmo sabendo dos perigos do platô depois da tempestade elétrica, é porque o ataque daqueles invasores tinha sido realmente bem montado e altamente eficaz.
Nenhum dos dois conversou no caminho, mas os pensamentos eram compartilhados por ambos. Sabiam que teriam decisões extremamente importantes para tomar tão logo encontrassem os outros. Afinal, teriam que se proteger, e fazer o possível para libertar os zangas. Uma missão de resgate, o resgate de seus amigos. Mas para isso, precisavam antes chegar sãos e salvos à Casa da Árvore. E tinham ainda longas horas de caminhada pela frente. Portanto, poucas palavras e pernas para que te quero...
CONTINUA...
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