DISCLAIMER: Todos os personagens da série "Sir Arthur Conan Doyle's The Lost World" são propriedade de John Landis, Telescene, Coote/Hayes, DirecTV, New Line Television, Space, Action Adventure Network, Goodman/Rosen Productions, e Richmel Productions (perdoem qualquer omissão).
Nota: não, eu não sou dona dos personagens. Mas isso não me impede de amá-los...
Di: obrigada pelos seus comentários. Os casais são parecidos sim, acho que exatamente pelo que você disse antes... Todo mundo, independentemente do passado, quando encontra amor no sentido verdadeiro da palavra, é capaz de evoluir e se tornar uma pessoa melhor... É no que eu acredito... Mas muita coisa ainda vai rolar, porque a vida parece que está o tempo todo querendo que provemos quem somos, e quem nos tornamos, não é mesmo? Beijão e espero que você continue acompanhando!
Claudia: Sis querida! Please, num fica deprê não... É que suas duas reviews chegaram juntas, quando eu já tinha publicado o capítulo... Quanto às cenas tristes... Bom, como eu comentei no primeiro capítulo da fic... Nessa estória tudo é intenso, aventura, amor, tristezas, etc... Pelo menos é assim que eu vejo... Então, prepare os lencinhos de papel, porque tem muita coisa ainda por vir... Beijão pra você, tô com saudades!
Aline: pois é, my dear pupil, homens nem sempre sabem o que dizer... E dizer que "estamos ficando velhos" é uma queimação de filme total, é atolar o pé na jaca! Há há há, desculpe a confusão com o título... É que você sabia o título original, e acho que devo ter te deixado meio lelé quando apareci com essa outra fic, né? Sobre suas dúvidas, muitas serão sanadas... Mas nos próximos capítulos... Sobre os zangas, especificamente: eles foram subjugados porque a tribo que os atacou era muito mais numerosa que eles, e estavam mais bem armados – afinal, eles também subjugaram nossos valentes exploradores... É muito diferente lutar contra os homens-macaco e lutar contra outras tribos (porque entre humanos a diferença passa a depender mais da tecnologia e menos da estratégia, né?). Sobre as outras perguntas, continue lendo pra saber... XOXO!
Rafinha: nossa! Obrigada! Beijão e espero que você continue gostando...
Rosa: salve, salve, simpatia! E não é que a moçoila está mais que em dia? Estou adorando ver sua pontualidade, minha amiga! Nossa, seu comentário está cultíssimo – permeou-as – WOW! Obrigada... Você sabe que ainda tem muito por vir, então se segure na cadeira (seu escritório ainda tem cadeira?) e continue lendo! Beijos saudosos!
Maga/Morrighan: deu tempo, deu tempo! Olha, preciso te dizer que você me deixou emocionada/encabulada hoje quando me contou que, porque não tinha tido tempo de ler a fic na tela, tinha imprimido pra ler no ônibus e no intervalo da facul. De verdade. Você fez uma escritora de fic feliz he he he. Bom, eu espero que você continue acompanhando e que a fic faça jus à sua dedicação como leitora...
Quanto às inadimplentes: Nessa, where are you, my dear pupil? Ok, I will give you a break this week, but just because it was your birthday on Monday... However, I will be waiting for double reviews next week, ok? ;-) XOXO! TowandaBR, fala sério… Deixou um review no capítulo 6, não deixou reviews nos anteriores (de enquanto estávamos viajando), nem nesse! Isso é que é se tornar inadimplente... Acho que vou pedir ajuda pra Rosa pra cobrar você, que tal? He he he, brincadeirinha, muita saudade de você. Vamos viajar de novo? Jess: snif, snif, você num me ama mais! Faz séculos (leia-se capítulos) que num lê e num deixa review, snif snif snif (Cris Drama Queen – convivência demasiada com a Si dá nisso...). Vê se aparece, saudade de você! Beijão!
Capítulo 8 – O passado ameaça o presente (ou o futuro)...
Quase uma semana havia se passado desde que eles tinham encontrado a vilazinha próximo a Óbidos.
No dia seguinte à chegada deles à vila, o filho do Sr. Pereira da Pinta, que se apresentava como Júnior, tinha vindo buscá-los.
Tinham ido para Manaus com Júnior, e ficaram instalados na sede da fazenda dele, com muito conforto. As crianças estavam maravilhadas, e Verônica também, tendo um pouco de contato com tantas coisas que apenas conheciam de ouvir falar, comentadas primeiro por Challenger, depois por Ned e por Roxton e Marguerite.
Mas mesmo para Challenger, Summerlee, Ned, Roxton e Marguerite, muitas coisas eram surpreendentes. Afinal, em vinte e cinco anos, várias coisas tinham sido inventadas, e várias outras invenções que eram novidade quando tinham vindo ao platô tinham sido popularizadas.
Juntos eles puderam conversar com Júnior – que se lembrava vagamente deles (afinal, quando eles tinham ido ao platô ele era apenas um rapazote de onze anos). Contaram suas aventuras e, conforme tinham combinado entre si, mencionavam um lugar maravilhoso, a floresta onde tinham ficado perdidos por todo aquele tempo, mas não mencionavam o platô em si, nem os animais fantásticos que tinham encontrado lá. Mesmo assim, podiam ver o olhar de incredulidade nos olhos do homem que os recebera: afinal, para Júnior, eles tinham passado mais de vinte anos perdidos numa floresta (já que o platô não era mencionado), sem encontrar seu objetivo – e eles não pareciam nem um pouco com pessoas que tivessem ficado tanto tempo andando totalmente a esmo. Eles mesmos tinham que concordar que as aventuras deles – as que eles não podiam contar para Júnior - pareceriam definitivamente ainda mais mirabolantes para alguém que nunca tivesse estado no platô.
Por sua vez Júnior tratou de atualizá-los em relação ao que estava acontecendo no mundo. E demorou pouco para que eles fossem inteirados do fato do mundo estar mergulhado uma vez mais em uma grande guerra mundial.
Para Verônica e as crianças, a guerra não passava das histórias que Marguerite, Challenger, Summerlee, Ned e Roxton tinham contado, e mesmo isso já era impressionante. Porém, para os outros adultos, aquela era uma lembrança real. E principalmente para Marguerite, eram mais que lembranças. Eram possibilidades, e compromissos. Ela oficialmente ainda tinha um vínculo de segredo – como o que Challenger tinha – pelos trabalhos desenvolvidos na época da Primeira Guerra Mundial – e tinham também que acostumar-se a mudar a forma pela qual se referiam à guerra de 1914.
Verônica notara imediatamente o impacto da notícia em Ned. Tinha conversado longamente com ele. Sabia que ele tinha partido da Casa da Árvore, tantos anos antes, após um reencontro inesperado com a experiência dele na guerra depois de ser ferido com os dardos envenenados do platô (episódio "Brothers in Arms" da terceira temporada). Ao longo dos anos, Verônica aprendera que aquela fora uma experiência traumática para Ned, que o fizera crescer através da dor e do contato direto com a morte. Mas eram apenas lembranças, e ele não tinha nenhum vínculo ou compromisso com essa nova guerra.
Mesmo Summerlee e Challenger discutiam longamente sobre a guerra, e muitas vezes a discussão se acalorava, quando Challenger mencionava insistentemente que Summerlee havia escolhido seu projeto como cordeiro de sacrifício para ser abortado na época do roubo do iridium (episódio "Tapestry" da terceira temporada)... Os outros não podiam deixar de rir um pouco, porque nesses momentos os dois pareciam os cientistas que competiam entre si quando tinham apenas chegado ao platô...
Roxton tinha percebido imediatamente a mudança de atitude da herdeira, tão logo soubera da guerra. Ela conversava longas horas com Júnior, principalmente quando os outros não estavam por perto, e parecia distraída, e tentava manter-se distante de todos eles. O mais difícil era ficar longe de Roxton.
Por dois dias ela conseguiu evitar o assunto, mesmo quando estavam juntos. Mas no terceiro dia ele não a deixou escapar da conversa.
'Eu vi você conversando longamente com Júnior hoje.' Ele começou.
'Ora, John, não vá me dizer que você está com ciúmes.' Ela disse, tentando desviar o assunto.
'Isso também' ele riu 'mas não, não é esse o motivo de eu estar comentando com você.' Ele ficou sério, observando-a. Viu que ela percebeu, e se afastou um pouco dele, caminhando pela varanda, dando as costas para ele, e cruzando os braços sobre seus seios. Depois de dez anos juntos, ele já tinha aprendido que aquela era a postura que ela adotava quando se sentia atacada, quando se sentia acuada e achava que precisava se defender.
'Marguerite, você sabe que eu detesto quando você foge assim da conversa. Parece até que não confia em seu marido.'
'John, não estou fugindo, estou bem aqui, do seu lado.'
'Você já me disse isso antes. E sempre estava fugindo. Vire-se e olhe para mim, por favor.'
Ela não fez o que ele pedia, mas também parou de se afastar. Então, ele se aproximou, segurou-a pelos ombros e virou-a, fazendo-a ficar de frente para ele. Mas ela não o encarou – temia que ele pudesse ler através de seus olhos, como ele fazia tão facilmente.
Mas ele conhecia o jogo. Sem deixá-la ir, ele segurou o queixo dela, obrigando-a a encará-lo. Numa situação normal, ela já teria se rendido, o abraçado e derretido em seus braços. Mas não agora. Ele viu no olhar dela a Marguerite dos primeiros anos de platô. E o que viu nos olhos dela o assustou. Havia um pouco de medo, sim, mas o que o assustou foi ver a resolução que havia nos olhos dela.
'Marguerite, o que essa conversa toda de guerra está fazendo com você?' a voz dele era grave, mas compreensiva. Ele sentia como se uma mão de gelo apertasse o coração em seu peito, pois apesar de tê-la ali tão perto ele pela primeira vez nos últimos anos, estava sentindo-a distanciar-se dele, e isso o amedrontava. Ele sentiu-a ficar ainda mais tensa depois da pergunta dele.
'Eu não estou entendendo sobre o que você está falando, John.' Ela disse, afastando-se dele fisicamente.
Ele sabia que se permitisse que ela se afastasse agora, seria muito mais difícil aproximar-se dela novamente depois. E não se deu por vencido.
Pegando-a pela mão, ele a obrigou a olhar para ele novamente. E colocou o coração em suas palavras: 'Marguerite, nós já passamos há muito dessa fase de segredos. Acho que nesses anos já provei que você pode confiar em mim. E eu sei que posso confiar em você. Porque não podemos conversar sobre isso como dois adultos que somos?'
Ele percebeu que tinha atingido um ponto fraco com o comentário dele, porque ela suspirou e sua postura perdeu um pouco da tensão, mas ela ainda não disse nada.
'Venha, vamos sentar em um lugar tranqüilo, e você me fala o que está te preocupando.'
Dizendo isso, ele a guiou pela mão para um banco próximo ao lago da fazenda, onde poderiam conversar sem serem interrompidos. Ele se sentou, encostando as costas contra o tronco de uma árvore que fazia sombra no banco, e esticando suas longas pernas no banco.
'Assim parece que você quer ficar sozinho nesse banco, Lord Roxton.'
'Digamos que pretendo que você fique muito mais próxima do que imagina.' ele disse, puxando-a para sentar-se bem junto dele, o rosto dela a um palmo do dele, o corpo dela apoiado contra o largo peitoral dele.
'É confortável aqui.' ela disse, aninhando-se.
Mas ele a desacomodou, forçando-a a continuar olhando para ele: 'Nós não viemos aqui para namorar, ou para que você dormisse, Marguerite. Nós precisamos conversar.'
Ela não conseguiria enganá-lo. Ele realmente sabia a que tinha vindo. Ela suspirou novamente. Sentia o coração pesado em seu peito, e preferia que as coisas fossem diferentes.
'E então, minha querida, vai me dizer o que se passa em sua mente com toda essa conversa de guerra?' ele perguntou, tendo-a segura em seus braços.
Ela hesitou um pouco antes de responder, mas não tinha como fugir.
'Estou preocupada, John, você sabe muito bem que como Parsifal eu sou de grande interesse para a Inglaterra, e nunca fui oficialmente liberada de todos os meus compromissos. Além disso, também sou de grande interesse para alguns inimigos, que nunca achariam ser tarde demais para se vingarem das derrotas sofridas no passado.' ela respondeu, com voz firme e impessoal. Aquela era a Marguerite prática que ele vira tantas vezes.
'Isso eu já imaginava, Marguerite.' Ele a obrigou a encará-lo, olho no olho. 'O que estou perguntando é o que você acha disso, a pessoa Marguerite, e não a agente Parsifal.'
Ela finalmente deu um minúsculo sorriso. Sabia que ele ia perguntar isso. Só com ele se sentia assim vulnerável e exposta. Felizmente só com ele não havia perigo em sentir-se assim.
'Estou com medo, John. Não gosto de ignorar o que vai vir pela frente. Desde que soube da guerra vejo vários possíveis cenários se desenrolando, e nenhum deles é agradável, posso garantir a você.' A voz dela adquirira aquele tom grave que a invadia quando estava verdadeiramente preocupada com algo.
'Eu entendo, Marguerite. Mas acho que precisamos conversar sobre tudo isso juntos. Eu e você. Com Ned, Verônica, Challenger e Summerlee. Lembre-se: você não está mais sozinha. Nenhum de nós está sozinho em mais essa aventura. E tenho certeza que juntos podemos resolver isso tudo, da melhor maneira possível. Além disso, estamos bastante longe da guerra por aqui.' Ele tentou explicar.
'John, você não entende. Enquanto estivermos aqui, isolados do mundo, conseguimos manter esse jogo. Mas, se de alguma forma formos descobertos, eu significo perigo e ameaça para todos vocês, para cada um de vocês...' demorou um pouco para completar '... e para você, em especial.' Ela disse, baixando os olhos.
'É isso que você teme?' ele questionou, com carinho.
'É como se estivéssemos de volta àquele momento em que vocês descobriram sobre o Oroborus, e em que Verônica e Challenger se feriram por minha causa. Só que aumentado muitas vezes.' Ela disse baixinho.
Ele não sabia o que lhe dizer... Sabia que o passado dela era nitroglicerina pura, mas não sabia como mostrar a ela que ainda assim eles dariam um jeito em tudo. Antes, porém, que ele dissesse algo, ela se empertigou em seus braços e se afastou um pouco, olhando-o com uma decisão em seus olhos cinza azulados que o assustou.
'O que foi, Marguerite?' ele não entendeu quando ela realmente tentou sair do círculo de seu abraço.
'Na verdade, eu sei o que precisa ser feito desde o primeiro momento, John.'
'O que você tem em mente?'
'Nada...' ela hesitou. 'Fique sossegado, tenho um plano aqui.' Disse, apontando para sua cabeça, e esforçando-se por se desvencilhar dos braços dele e por levantar-se.
Mas ele não se enganaria. Sabia que se fosse um plano, ela dividiria com todos. Ela estava disposta a fugir, a se afastar deles todos, como uma forma de protegê-los.
Ele apertou o abraço em torno dela.
'Está me machucando, John!' ela olhou, incrédula, para ele.
'Marguerite, pelo amor de Deus me ouça agora, sim?' e a súplica e a urgência no olhar dele a fizeram se aquietar e encará-lo.
'Eu não preciso que você me diga que raio de plano é esse... Você quer fugir, não é? Se afastar de nós, ficar longe de nós, para se proteger?'
O choque de ouvi-lo verbalizando suas idéias a pegou desprevenida, mas ela tentou não demonstrar. Era o que tinha em mente sim, e pela primeira vez detestava a idéia de John poder lê-la tão transparentemente.
'Não, John...'
'Não tente me enganar, Marguerite. Você sabe que não poderia. Mas ouça: se você fizer isso poderá estar nos salvando, eventualmente, protegendo nossas vidas. Mas estará se perdendo. E estará perdendo a minha vida também. Você entende isso?' ele disse, lentamente, gravemente, sem desviar sequer por um segundo seus olhos castanhos dos olhos cinza azulados dela.
Ela olhava fascinada para ele. O amor daquele homem podia definitivamente ser classificado como incondicional.
'John, eu entendo isso sim. Mas...'
'Mas o quê, Marguerite? Há muitos anos, numa caverna, eu disse que ficava com seu sim, e o que os "mas" ficariam para depois!'
'Agora é diferente, John. Meus "mas" não são conjecturas ou inseguranças. São perigos reais. Não só para você – embora principalmente para você - mas para os outros também! Inclusive para as crianças. Eu sou um alvo móvel, e quem estiver comigo vai estar sob a mesma mira.' Ele sabia que ali quem falava era puramente a mulher-razão, e que era difícil argumentar contra ela.
'E como é que nós sempre enfrentamos as situações de perigo no platô, minha querida?' a voz dele se suavizou, por um momento. Precisava trazê-la para a sua linha de raciocínio.
Ela abriu a boca para responder, mas se calou, abaixando os olhos.
'O que você ia dizer? Em grupo, não é mesmo? Como a grande família que somos. Por que você não pode dizer isso?'
Ela sentia um torvelinho inundá-la. Sabia que por um lado ele estava certo, mas por outro os perigos do platô eram nada se comparados às ameaças que os seres humanos representavam, ainda mais em tempos de guerra.
'John, nossas aventuras do platô não são nada diante da guerra. Qualquer vínculo comigo colocaria cada um de vocês em plena linha de fogo, como alvo de aliados ou de inimigos. Nossas vidas, no palco da guerra, não são mais que joguetes das decisões das forças e poderes acima de nós. Lutar contra elas é pedir para sermos esmagados...' a tristeza era nítida em sua voz, mas a mesma decisão que tinha se instalado anteriormente era visível.
'E também estou triste. Você sabe que isso significa que temos que nos separar, sim. Eu devo desaparecer, por enquanto, até estarmos prontos para voltar para o platô. Até lá, eu não existo.' E a voz dela agora era apenas um sussurro.
'O quê?' Ela podia ver toda a cor sumir do rosto dele.
Ela estava muito tensa, enquanto se dirigia a ele, encarando-o. Podia espreitar pela janela dos olhos aveludados dele uma mistura de emoções contraditórias, a linha máscula do maxilar se delineando conforme a conversa progredia.
'Eu não gosto nada disso, Marguerite. Simplesmente está fora de cogitação.'
'Se eles souberem do vínculo profundo que eu tenho com cada um de vocês, eles vão usá-los para me chantagear, John. E aí eu serei obrigada a fazer o que quer que eles me peçam, pois eu não suportaria saber que eles teriam feito algum mal a vocês.' Os olhos cinza azulados dela mostravam a lógica certeira do seu raciocínio, e ao mesmo tempo um pesar enorme pela grande responsabilidade em seus ombros.
'Mas não é justo, Marguerite.'
Ela riu uma risada amarga, tão amarga que ele poucas vezes a vira rir assim.
'Lord John Richard Roxton, quantas vezes eu vou ter que lhe repetir que a vida não é justa?'
Ele percebeu que, apesar dele estar sofrendo, aquilo tudo devia estar doendo ainda mais nela, apesar dela estar se esforçando por não demonstrar. E resolveu que cuidaria dela, pelo menos no que pudesse.
Ele ergueu a mão e acariciou-lhe a linha da face. Viu imediatamente que seu gesto inesperado a tomou de surpresa, e suavizou-lhe a expressão séria. O que ele não esperava era ver os olhos cinza azulados que ele tanto amava de repente marejados de água.
Ela tomou a mão dele que acariciava seu rosto, beijou-lhe a palma da mão, enquanto duas lágrimas tentaram escapar de seus olhos, mas ela as limpou rapidamente.
'Não há nada errado em sentir medo ou em estar triste com tudo isso.' A voz dele era rouca e também estava triste.
'O problema, John, é que de agora em diante eu preciso das minhas máscaras, da minha armadura. Só assim eu vou agüentar o que agüentei antes. Eu nunca tive nada a perder antes. Hoje eu tenho. E não quero perder. Mas para isso tenho que ser ainda mais forte do que jamais fui, e ser muito mais cautelosa, sem arriscar tanto quanto arriscava no passado.'
'Você não precisa fazer isso. Prometa-me uma coisa: nós vamos conversar, racionalmente, com Challenger e Summerlee, Ned e Verônica. E vamos discutir isso em grupo, como sempre fizemos. Tenho certeza que eles, assim como eu, não concordam com sua idéia, e que juntos vamos encontrar alguma alternativa que não exponha nenhum de nós – nem você – a qualquer perigo.' O coração dele se confrangia só de imaginar todas as agruras, riscos e perigos envolvidos com o futuro deles enquanto estivessem fora do platô e em época de guerra.
Ele a abraçou, em silêncio, e finalmente deixou que ela se aninhasse contra ele. Ficou ali, sentindo o corpo dela contra o dele, as batidas do coração dela contra seu peito largo, acariciando-lhe os cabelos longos e sedosos, sentindo o aroma dela sobre sua vida. Não conseguiu conter duas lágrimas amargas diante da grandiosidade da situação e do perigo a que o simples fato de estarem fora do platô naquele momento da história colocava sua mulher amada. E, pela umidade que sentiu em sua camisa, sabia que ela também estava chorando.
Para onde aquele mundo louco os guiaria?
CONTINUA...
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