DISCLAIMER: Todos os personagens da série "Sir Arthur Conan Doyle's The Lost World" são propriedade de John Landis, Telescene, Coote/Hayes, DirecTV, New Line Television, Space, Action Adventure Network, Goodman/Rosen Productions, e Richmel Productions (perdoem qualquer omissão).
Nota: não, eu não sou dona dos personagens. Mas isso não me impede de amá-los...
Di: pontualézima sempre, sempre a primeira a deixar review... Minha pontualidade britânica foi interrompida pela Greve Geral, mas estou de volta na área... Marguerite é minha "heroína", e embora ela sempre sofra – porque acho que ninguém faz o que ela já fez "impunemente" – ainda assim acredito que ela seja a personagem mais admirável da série... he he he. Espero que você continue acompanhando a fic...
Emanuela: oi, moça! Como eu comentei, essa não é uma fic romântica, infelizmente. Mas tem outras no forno que tem mais romance, então, aguarde e confie... Por enquanto, só dá pra ir acompanhando as venturas – e desventuras – dos nossos exploradores fora do mundo perdido...
Claudia: o Thorne bem que merecia o espinheiro. Porque as desventuras da Lady estão só pra começar. Haja trabalho e imaginação dos outros exploradores para salvá-la! Beijão!
TowandaBR: o caraca véio foi ótimo... Bateu uma saudade da nossa viagem pelos EUA snif snif snif. E eu cobro MESMO, moça! Quero review em TODOS os capítulos, sem pular nenhum... Senão, já sabe, eu corto as leituras antecipadas das fics – há há há, até parece que eu consigo, né? Mas agora você está em dia, então, assim como eu cobro publicamente, eu também reconheço publicamente (num sou um anjo? He he he) Beijo!
A.Tireiumpaunogato: Aline, esse seu nick foi tudo – me lembrou uma viagem à Natal (RN) quando três amigas minhas me chamaram na sacada do quarto do hotel – as três estavam na piscina nadando, segundo elas em "nado sincronizado", atirei o pau no gato lol. Não preciso dizer que a mais normalzinha sou eu – que babo colorido há há há. Você está agora totalmente em dia com as reviews. Sobre o enjôo no navio, que bom que ficou realista! Porque eu tenho estômago de avestruz e nada, nem pedra, me enjoa há há há. Mas as aventuras da herdeira estão só começando, e as artimanhas dos outros exploradores também. Ainda tem muita coisa por vir! Beijão!
Jess: Menina, você voltou! E colocou tudo em dia! Ai, fiquei feliz agora, você fez uma escritora de fics mais feliz, com certeza! Sobre as ironias do destino, muitas outras ainda vão acontecer na fic... Continue acompanhando! Beijão!
Nessa: ninguém merece mesmo, mas como eu costumo dizer, ninguém faz tudo o que a Marguerite deve ter feito, mesmo tendo as razões dela, impunemente. É difícil atar todas as pontas de uma vida de perigos. Significa estar sempre andando no fio da navalha, dançando com o diabo na beira do abismo, como ela diz em "The Secret". E assim sempre se arrisca a se cortar – ou a cair... Muitas águas vão rolar ainda... Beijão!
Maga: pois é, Baronesa Von Helsing contra-ataca, e a intrépida trupe está de mãos atadas no Brasil. Mas a inteligência e o trabalho em equipe podem surpreender os mais ferrenhos inimigos... Beijão!
Inadimplentes: D. Rosa, não me venha com churumelas de que sua net não está funcionando, porque você ficou sem net muuuuito depois de eu ter publicado o capítulo 12 – Buá buá buá, você num me ama mais (drama Cris queen he he he). Kakau: estamos na torcida pelo seu sucesso no vestibular (e pelo seu também, Becka), mas quando você voltar, vou esperar reviews em todos os capítulos, viu?
Capítulo 13 – O perigo mora ao ladoO trem tinha um balanço macio, e Marguerite nem se importou com os bancos pouco reclináveis. Tudo que ela precisava, naquele momento, era de algumas horas de sono. No hotel tinha tido a chance de tomar um bom banho quente, comer alguma coisa leve – sabia que depois de tantos dias sem comer direito, o melhor era não abusar – e de vestir roupas limpas, confortáveis e quentes. Ela sabia como dormir "com os olhos abertos", isto é, cochilar sem se desligar do que estava acontecendo ao seu redor, e foi assim que passou as horas seguintes.
Naquele momento, precisava se desligar de Roxton e dos outros amigos. Precisava ser a agente Parsifal, pelo menos mais uma vez.
'Mas é uma missão suicida! Todos aqueles agentes a conhecem!' Churchill exclamava.
'Ela não sabe disso...' Thorne retrucou.
'Por que não mandou um outro agente fazer isso? Alguém que eles não conhecessem?'
'E mandar o agente diretamente para a morte? Não, não pretendo queimar meus cartuchos...'
O que Thorne não sabia é que Churchill tinha conhecido a Baronesa.
'Há alguma forma de abortarmos a missão?' Churchill trovejou.
'Impossível. Ela está incomunicável.' Thorne respondeu, sem entender.
'Compreendo. Veremos, então.' Churchill disse, sabendo que os dados tinham sido lançados. O que Thorne não sabia é os dados sobre sua própria carreira não tinham sido lançados ainda, mas estavam nas mãos de Winston Churchill...
No meio da noite ela foi acordada por um dos funcionários da companhia ferroviária – devido aos bombardeios ocorridos nas linhas férreas, era necessário agora fazer longas voltas para ir até Berlim. Não teve problemas, já que seus documentos alemães, providenciados por Thorne, estavam em ordem, e seu alemão fluente não levantava qualquer suspeita.
Trocaram de trem mais três vezes, antes de finalmente se aproximarem da plataforma de destino, em Berlim, já no dia seguinte. Ela estava descansada e refeita, tanto quanto poderia estar em tão pouco tempo. Sabia o que precisava ser feito, e sua única meta era cumprir o mais rapidamente possível sua missão, e desaparecer – afinal, aquela era sua especialidade. Além disso, tinha dinheiro, o que poderia ajudá-la a voltar para o Brasil, e também completar a missão de voltarem para o platô – o que, depois disso tudo, era o que ela mais queria.
A missão não era difícil: tinha que encontrar um determinado oficial alemão, e liquidá-lo. Nenhum segredo a desvendar. Nenhum código a obter. Parecia fácil demais... Enfim, se esse era o preço para ficar livre, ela completaria a missão, com sucesso e rapidamente.
Ela pegou sua pasta e sua bolsa, onde o peso de uma minúscula pistola beretta com cabo de madrepérola lhe causava segurança. Ajeitou o seu vestido como qualquer madame faria, e desceu do vagão, aceitando a ajuda do funcionário da estação. Olhou em volta e dirigiu-se rapidamente para uma das laterais da estação, onde pretendia encontrar um táxi. Mas não chegou a completar sua caminhada. Sentiu seu sangue gelar reconhecendo um alto oficial alemão que caminhava impaciente pela plataforma – era um dos homens a quem ela tinha causado grandes perdas graças às suas ações como agente dupla. Ela displicentemente se desviou para o lado, mas uma mulher não passaria desapercebida ali, e ele se aproximou para ajudá-la...
Maldição, foi tudo o que ela conseguiu pensar.
Ele se aproximou e interrompeu-a.
'Posso lhe ser útil?' ele disse, depois de olhar os documentos que ela lhe estendera antes mesmo que ele pedisse, sem olhar para ele.
'Não, senhor. Apenas preciso de um táxi.' Ela disse em seu alemão perfeito, levantando os olhos – pois levantaria suspeitas de outro modo – e rezando para que ele não a reconhecesse sob o véu que descia do chapéu que ela usava.
Mas nenhum véu poderia disfarçar o rosto inesquecível da mulher. Ao vê-la, o homem empalideceu, agarrando-a pelo braço com violência.
'Sua &$#$#.' ele disse, num tom de voz que mais parecia um rosnado. 'Espero que não tenha esquecido que por sua causa todo o meu pelotão foi perdido na guerra. Por sua traição, por sua ação como uma agente dupla.' Ele vociferou, e ela se lembrou de ter ouvido a mesma acusação no Brasil – agentes alemães ou ingleses, todos tinham se sentido prejudicado pelas ações de Parsifal, acima dos interesses de um pelotão ou de outro, mas acima de tudo alinhados à estratégia de guerra da Inglaterra. 'Jurei que a encontraria, mas já tinha perdido minhas esperanças de pôr minhas mãos em você uma vez mais.'
Ela tentou se desvencilhar dele, chutando e batendo, mas ele era um homem forte e vigoroso, e rapidamente tinha jogado a bolsa dela – com a arma – no chão – e apontava a própria arma dele – uma Mauzer – para ela. Não era mais tão prudente continuar a luta.
'Queira me acompanhar.' Ele disse, num tom irônico, mas apertando a arma contra ela de forma que ficasse bem claro que aquilo em nenhum momento significava um convite, mas uma ameaça...
Saíram sem notar que atrás de um jornal, um homem os observava. Tão logo ele a levou para o carro, o homem levantou-se, dobrou o jornal, e deixou a estação, sem esperar o trem.
'Presa novamente?' a voz de Roxton era o próprio desmaio.
Ele ouviu por mais alguns instantes, antes de interferir novamente. 'Entendo.' Mas ele não estava mais calmo. Ele ouviu mais um pouco. 'Fico lhe devendo mais um favor. Obrigado. Estarei aguardando ansioso qualquer notícia que puder me dar.' Os outros podiam ouvir o som zumbido da linha desconectada, mas Roxton ficou ali, sem recolocar o telefone no gancho.
Verônica, depois de olhar significativamente para os outros, aproximou-se. Tirou o telefone da mão dele, depositou-o no gancho. Depois, tocou-lhe o braço amistosamente. 'Venha, vamos nos sentar. Todos queremos saber o que seu amigo lhe disse.' Ele levantou os olhos e pareceu despertar de seu devaneio. Mas Verônica não gostou nada do que leu naquele olhar.
'Ele disse que Marguerite foi presa por um oficial alemão, tão logo desembarcou na plataforma.' Roxton disparou, depois que todos tinham se sentado.
'E o que isso significa, exatamente?' Ned questionou.
'Como assim?' Roxton pareceu indignado ante a pergunta do jornalista.
'Isso pode fazer parte da missão dela, Roxton.' Challenger tentou acalmar os ânimos.
Depois de pensar um pouco, Roxton finalmente acrescentou, num suspiro. 'Eu não tinha pensado nisso.' Ele olhou para Ned, que entendeu o pedido implícito de desculpas.
'Desculpe, mas eu acho pouco provável que ser presa possa ser parte de algum plano.' Summerlee aliou-se a Roxton.
'Ele lhe contou como aconteceu?' Verônica interveio.
'Disse que assim que ela desceu e pareceu procurar um táxi ou um transporte, esse homem a abordou, inicialmente lhe oferecendo ajuda, e então aparentemente reconhecendo-a – segundo ele, o oficial usou palavras de baixíssimo calão quando a reconheceu.' Roxton repetiu, mecanicamente.
'Reconhecer não me soa como algo bom quando se trata de um agente secreto.' Ned comentou, começando a entender que aquilo não parecia parte de um plano.
'O que mais ele descobriu?' Verônica perguntou, depois de cutucar ligeiramente o braço de Ned – não era necessário piorar a situação.
'Seguiu-os até um quartel onde o oficial entrou com Marguerite, e se ofereceu para continuar observando e nos enviar qualquer novidade.'
'Então, temos que esperar agora, Roxton.' Challenger disse, num tom conciliador. Mas conhecia bem o caçador para saber que nada aliviaria a preocupação dele.
Depois de um longo silêncio, Roxton disse:
'Creio que temos que começar a pensar num plano B...'
'Como assim?' Ned quis saber.
'Já estamos nessa angústia há quase um mês. Enquanto isso, nossos amigos zangas estão presos no platô, e nós já temos o material necessário para voltar. Não é verdade, Challenger?'
'Na verdade, sabemos que podemos montar o balão facilmente em algumas horas quando atingirmos novamente a borda externa do platô, Roxton.' Challenger respondeu.
'Ótimo. Acho que temos que começar a traçar os planos para que vocês voltem e ajudem os zangas. Eu ficarei aqui até Marguerite voltar.' Ele disse, resoluto. Estava dividido porque sentia que Marguerite estava em perigo, mas sabia que os zangas também estavam.
Os outros iam interrompê-lo, quando Verônica interveio:
'Você está certo sobre podermos planejar nossa volta – acho que todos ganharemos se pudermos dedicar nosso tempo e nossas mentes para essa tarefa: voltar e ajudar os zangas. Mas isso será apenas uma distração para todos nós, Roxton, para que todos possamos suportar o tempo à espera de alguma notícia de Marguerite. Nós saímos do platô juntos. Nós só voltaremos ao platô juntos.' Verônica fitara cada um dos outros enquanto falava, e tinha a tranquilidade de estar verbalizando em voz alta aquilo que todos os outros pensavam.
Roxton apenas olhou para cada um deles, antes de dizer numa única palavra a gratidão que tinha por aqueles grandes amigos: 'Obrigado.'
'E agora, o que estamos esperando? Mãos a obra!' Summerlee incitou, levantando-se para ir buscar os mapas de que precisariam para traçar sua jornada.
'E ainda precisamos descobrir como transformar o balão numa máquina do tempo!' Challenger comentou, num tom de voz mais animado do que ele realmente se sentia.
A luz forte estava diretamente posicionada contra seus olhos claros. Ela estava pálida e suas roupas estavam sujas. O rosto magro denotava os dias seguidos de maus tratos e falta de alimentação. Era a repetição do que vivera há pouco mais de um mês, naquele quartel brasileiro.
'Eu vou perguntar apenas mais uma vez...' o homem repetiu em alemão. Ele e um outro oficial, que também a conhecera anteriormente, se revezavam no interrogatório.
'Conte-nos o que queremos saber, maldição!' a voz de nenhum deles era amigável, e em sua cabeça exausta elas ecoavam como se vindas de alto-falantes.
'Vamos, Baronesa, não há tempo a perder.'
'Quem são seus contatos? Para quem você está trabalhando? Queremos nomes!'
As perguntas eram muitas, não eram as mesmas a cada interrogatório. Eles tentavam confundi-la mudando o que perguntavam, mudando o nome pelo qual a tratavam.
Mas ela não falaria. Não podia contar o que eles queriam. Não que ela soubesse tudo – nem ela sabia tudo o que tinha se passado há mais de vinte e cinco anos atrás. Mas mesmo o que ela sabia seria suficiente para colocar muita coisa a perder.
Tudo de novo. Se repetindo no carrossel do tempo. Achava que ia enlouquecer.
E como vinha fazendo desde o começo do interrogatório, ela mais uma vez manteve os olhos abertos, apesar do incômodo da luz, e apenas mais uma vez sacudiu a cabeça em sinal negativo.
Os homens se entreolharam. Definitivamente a mulher tinha uma vontade de ferro. O modelo perfeito para um espião do quilate dela.
'Ela não tem mais utilidade.' O oficial alemão que acompanhava aquele que a prendera falou.
Mas o oficial que a prendera tinha uma idéia diferente.
'Ela pode não ter falado, mas se voltar às mãos inglesas, poderá ser novamente útil. E ela ainda pode falar, dada a pressão e o tratamento certo... Qual o próximo transporte?'
'Mas ela é cidadã inglesa...'
Ele retirou a certidão de nascimento dela do bolso... Os olhos de Marguerite sequer faiscaram – ela já sabia o que precisava saber (para maiores detalhes, veja a fic Flamenco).
'Na verdade, ela tem nacionalidade Austríaca dado um de seus últimos casamentos – a Viúva Negra de Viena. E, além disso, não é ariana... Tem descendência cigana...' um brilho maléfico perpassou seus olhos.
'Entendo...' Sabia o que viria a seguir.
'Embarquem-na no próximo transporte para Ravensbrück.' o alemão disse, e saiu da sala.
Dois soldados que apenas observavam o interlúdio entre os oficiais simplesmente deram de ombros, levantaram-se e arrastaram a mulher algemada de volta à cela solitária que ela ocupava nos últimos dias – a ordem do comandante era tácita. Ela, como sempre, não abriu a boca para reclamar, apenas deixou-se levar. Quando eles trancaram a porta deixando-a ali, Marguerite finalmente desabou na enxerga. Estava exausta.
Mas agora ela precisava se concentrar, sua preocupação era com o futuro. Ravensbrück. Ficou pensando se já ouvira algo especial em relação àquele nome, mas nada lhe vinha à mente. Nenhum quartel-general do exército alemão, nada. Se bem que muita coisa poderia ter mudado nesse meio tempo. Como poderia escapar? Não pretendia permanecer prisioneira, nem estava disposta a entregar os pontos, muito pelo contrário. Precisava fugir, precisava de alguma forma liberar-se de seu compromisso, e então encontrar um meio de voltar para o Brasil, encontrar John e os outros, desaparecer do mapa – no platô.
O carro mal se afastara carregando a prisioneira, quando o Conde se aproximou de um dos soldados, oferecendo-lhe um cigarro.
'Bonita mulher.' Ele disse, em tom casual.
O soldado alemão respondeu num grunhido: 'É uma cadela judia.' E cuspiu no chão, antes de colocar o cigarro aceso de volta na boca.
'Não me pareceu judia.' Ele disse, hesitante, pois judia ou não nenhuma mulher merecia o tratamento de cadela ou aquele desprezo que o soldado tinha demonstrado.
'É isso, ou alguma outra coisa. Afinal, foi levada para Ravensbrück, e eu lhe asseguro que nenhuma ariana jamais foi levada para lá como prisioneira.' Ele riu maldosamente.
'Entendo. E Ravensbrück é?' O Conde perguntou. Ele já tinha ouvido falar de Ravensbrück, naturalmente. Mas queria ouvir a definição do soldado. Queria, sinceramente, estar enganado...
O alemão o observou longamente, como se estivesse falando com um ser de outro planeta, antes de responder. Em que mundo aquele homem vivia, que não sabia o que era Ravensbrück, a menos de oitenta quilômetros dali?
'Um campo de trabalhos forçados...' ele finalmente respondeu. 'Para mulheres apenas...'
CONTINUA...
REVIEW! REVIEW! REVIEW! REVIEW! REVIEW! REVIEW!
Estão vendo esse botãozinho GO aí embaixo? Isso, bem no canto inferior esquerdo... Taí! ;-)
