DISCLAIMER: Todos os personagens da série "Sir Arthur Conan Doyle's The Lost World" são propriedade de John Landis, Telescene, Coote/Hayes, DirecTV, New Line Television, Space, Action Adventure Network, Goodman/Rosen Productions, e Richmel Productions (perdoem qualquer omissão).
Nota: não, eu não sou dona dos personagens. Mas isso não me impede de amá-los...
Aline: há há há, adorei sua reação ao Thorne... Eu odeio ele também, desde o episódio do "The Secret". Tanta empáfia, bah! Eles realmente são um time, e entendo o que você quer dizer. No mundo de hoje, a gente se sente até meio alienígena quando têm a rara felicidade de ter amigos que jamais virariam as costas para nós... Felizmente acho que eu, e você também, somos pessoas que fomos "presenteadas" com essa rara felicidade he he he (nossa, profundo messsssmo). Quanto a ser normal nem farei comentários – eu não sou normal há há há! Sobre aquele capítulo, amiga, se segura na cadeira porque a aventura está só começando, e a Marguerite só se mete em fria, caramba... Agüente firme aí! XOXOXOXO!
Jess: oi, linda! Que bom ter você de volta... Sim, é o mesmo campo de concentração da Olga Benário (se quiser mais detalhes, leia as notas de rodapé desse capítulo, porque eu coloquei bastante informação lá). Sobre ela se encontrar com a Olga, isso seria impossível históricamente... Infelizmente, Olga foi para Ravensbruck em 1939, e morreu lá em 1942. E Marguerite só chegou lá no finalzinho de 1944... Agora, sobre expectativas de fuga, tudo é muito difícil... Basta lembrar que os prisioneiros mais antigos dos campos costumavam gravar nas vigas do teto frases como "Aquele que aqui entrar perca toda esperança" (lembra-se daquela frase que a Marguerite lê na entrada da tumba em Trapped? Bem por aí!). Enfim, felizmente nem em Trapped e nem nessa fic as pessoas perdem as esperanças! Espero que você também não as perca e continue lendo! Beijão!
TowandaBR: oi, Si! É uma agonia mesmo, né? Mas acho que é assim que todos os amigos se sentem quando gostam muito de alguém e têm que enfrentar situações em que o único apoio possível é o apoio moral, em que a única ajuda possível é fazer com que o amigo saiba que gostamos dele, não é mesmo? Felizes daqueles que podem ter amigos assim, porque por maiores que forem os problemas vão sempre encontrar algum calor e alento em seus corações por saberem que têm amigos assim... Espero que a "mensagem subliminar" tenha chegado aí, minha querida Mike-Thommy-Wasowski... Beijo no seu coração...
Nessa: malvada, eu? Desde sempre! Eu sou Cristina Maria, esqueceu? Sobre o sofrimento da Marguerite, é difícil explicar. Mas acho que talvez esse seja o momento em que ela vai ser capaz de se perdoar. Porque, assim como o Roxton, culpa e peso do passado é algo que carregamos até que nós mesmos nos tenhamos perdoado. E o que vejo em Marguerite no seriado, em todos os "nãos" e "mas" que ela diz, é um reflexo das culpas que ela carrega consigo e que ela mesma não consegue perdoar... O mesmo acontecia com o Roxton quanto ao irmão dele... Mas essa situação pode fazer nossa ídola repensar muita, muita coisa... Sobre a luz no fim do túnel, só posso dizer: tenha fé! Lembra que você me explicou um dia que todo mundo, todo mundo mesmo, têm direito à defesa? Acho que na vida, mesmo longe dos tribunais, é assim também... E a chance está lá, basta que as pessoas saibam como procurar... Aguarde e confie – lembre-se que Marguerite tem cinco amigos que vão ajudar na busca... XOXOXOXO!
Di: você voltou! Espero que tenha aproveitado muuuuuuito suas férias! Não, Marg não está grávida... Como explicamos em Sacrifício Doloroso, a lança de Eos acabou com qualquer idéia dela ter filhos... O enjôo era causado mesmo pelo navio (lembra do episódio All or Nothing, o primeiro da segunda temporada, em que ela bebe e depois tem que andar naquele barquinho com os outros exploradores, e ela pede um tablete para enjôo? Então, a idéia veio dali que ela realmente poderia enjoar em embarcações rápidas em que ela não estivesse remando, assim como muita gente enjoa em carro quando não está dirigindo)... Mas, grávida ou não, a loucura é algo que vai passar muito perto – e só o grupo de amigos poderá fazer algo para impedir que a loucura que foi a II Guerra Mundial engula nossa heroína... Beijão e bem-vinda de volta!
Maga: mulher, que bom que você voltou e está colocando suas "contas" em dia! Acampamento só para mulheres, faxinar? Se fosse só isso pode contar que ela estaria feliz, Maga... Mas ela está indo para um campo de concentração feminino, onde muitas pessoas foram exterminadas, e mais uma vez ela vai ter que dançar com o diabo no fio da navalha (ou na beira do abismo, como ela mesma gosta de dizer). Enfim, eu aposto minha ficha nos exploradores, e aconteça o que acontecer não perca as esperanças! Beijão!
Rosa: você também voltou! Que lindiu! Estou emocionada, de verdade! Seu speedy sarou? Ou você ainda está na linha discada? Como assim o pé de pimenta secou completamente? Isso é muito, muito perigoso, substitua-o imediatamente, moça! É, a angústia de Marguerite – e dos exploradores – está só começando... Mas toda aventura tem dessas coisas, e o que não nos mata nos faz mais fortes... Então, vamos nós para mais um capítulo... Beijos, saudades!
Inadimplentes: Claudia Roxton (Sis), Kakau, cadê vocês? Saudadessssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssss…
Capítulo 14 – Uma estrela...Depois de menos de meia hora rodando de carro, eles pararam em frente a uma estação de trem. Os soldados abriram a porta do furgão e a empurraram violentamente para fora – porém as armas brilhantes nas mãos deles a intimidaram de reagir como gostaria. Ninguém fez perguntas, ninguém respondeu. Um dos soldados entregou um papel a outro, que apenas assentiu, e a empurraram novamente a um vagão de gado – pelo menos era assim que ela definiria aquele vagão que não tinha janelas ou assentos – e onde já se apinhavam pelo menos oitenta outras mulheres tão ou mais desgrenhadas que ela.
Perguntou em inglês e em alemão para onde iam, quando a porta se fechou a sua frente finalmente barrando um pouco o frio intenso que vinha de fora, e o trem começou a se mover lentamente. Demorou um pouco, e finalmente uma mulher de aproximadamente sua idade lhe respondeu amargamente, em poucas palavras:
'Ravensbrück: a fábrica da morte.'
O trem arrastava-se por horas infindáveis, até finalmente parar em uma estação com a placa Ravensbrück. Não havia comida, água, nem lugar para que se sentassem, e como gado elas viajavam, em pé. Só as que eram finalmente vencidas pela exaustão desabavam pelo vagão. Marguerite procurou um lugar próximo aos basculantes de ventilação. Apesar do frio intenso, logo após o trem começar a se mover ela notara que o mau cheiro intenso do vagão e o abafamento dos corpos amontoados poderiam vencê-la, ainda fraca da viagem de navio sem alimentação adequada. Pelo menos os basculantes traziam lufadas de ar fresco que a impediam de dormir e cair no torpor que poderia fazê-la resvalar para o chão, de onde estava certa que, se caísse, não levantaria jamais. Quando o trem parou e as portas do vagão se abriram, as mulheres se arremessaram para fora, deixando para trás uma massa inerte de corpos desacordados ou mortos, Marguerite já não era capaz de definir. Ela mesma tinha a sensação de estar saindo de um pesadelo.
Tão logo seus olhos se habituaram à claridade intensa refletida na neve, ela pôde ver o ambiente que a cercava. Uma extensa cerca de arame farpado, onde podia ver sinais de eletrificação – porém muitas vezes mais forte e mais ampla do que vira por tantos anos na Casa da Árvore... Dentro da cerca, vários galpões de madeira escura contrastando com a brancura da neve. As mulheres que a tinham antecedido na descida do vagão já formavam uma fila sob as ordens severas dos guardas, fila essa que se dirigia para o interior do campo. Ela apressou-se em obedecer e colocar-se em fila, tão logo notou as fortes pancadas que os soldados não hesitavam em distribuir para aquelas no começo da fila que insistiam em se desorganizar.
Ela apurou os ouvidos, e atenta percebeu que as perguntas se repetiam. Na mesa onde a fila terminava, um dos soldados tinha alguns papéis, recolhia o passaporte das recém-chegadas, fazia algumas perguntas, e de acordo com as respostas duas filas se dividiam.
Uma, longa, seguia pela lateral do campo, passando por um galpão mais distante.
A outra amontoava-se em fileiras para o lado dos galpões.
Marguerite observou também que as que respondiam SIM às perguntas específicas do soldado à mesa eram as que ficavam. Ele perguntava se a mulher tinha habilidade com pequenas peças, se tinha boa visão, e se sabia costurar. Sim a qualquer uma delas levava o soldado a carimbar o passaporte e transferir a mulher para o grupo à direita, na direção dos galpões.
Seu coração se apertou. Para onde iria a outra fila? Não tinha expectativas de que eles fossem para um lugar melhor que aquele. Pela pergunta do soldado, ele buscava uma "utilidade" nas prisioneiras. Se fossem úteis, ficariam. Se não eram úteis, seriam mandadas embora... Para onde? A fila continuava andando lentamente, e em sua mente a dúvida a assaltava. Sabia que se fosse sincera responderia sim às três perguntas do soldado, e portanto seria deixada no grupo à direita – que parecia ser o grupo a permanecer no campo. Responder não era a dúvida de ir para algum lugar ainda mais desconhecido. O que a mulher dissera no vagão: "A Fábrica da Morte"? Bom, talvez ficar fosse menos arriscado para ela.
Quando deu-se conta, estava frente a frente com o soldado. Estendeu seu passaporte, que tinha agora junto a sua certidão de nascimento – aquela que procurara por tantos anos, mas que agora pouca diferença fazia. O homem de rosto implacável, olhos frios e linhas duras apenas repetiu mecanicamente as perguntas, às quais ela respondeu também com voz firme sim, em alemão. Notou que o homem, ao folhear seu passaporte, passou por algo que ela não notara: Um triângulo vermelho com um grande Z rabiscado ao lado. Não entendeu o que significava, naquele momento, mas tinha certeza que aquilo não tinha estado ali antes. Ele apenas carimbou o passaporte e o devolveu a ela, fazendo um aceno com a cabeça para que ela se juntasse ao grupo da direita.
E assim a separação prosseguiu até que toda a fila tivesse sido questionada. Junto à Marguerite, aproximadamente trinta outras mulheres. Todo o restante se alinhava na fila que se afastava de onde elas estavam. A mulher que lhe falara da fábrica da morte estava no grupo com ela, e olhava intensamente para a fila que se afastava, intencionalmente encarando Marguerite de vez em quando, como se quisesse lhe dar a entender que aquela outra fila ia para a fábrica da morte. Mas Marguerite não estava entendendo nada. E ninguém falaria, pelo menos por algum tempo.
Finda a separação, ela com esse pequeno grupo de trinta mulheres foi conduzida a um outro galpão, agora por soldados do corpo feminino da SS, onde foram obrigadas a se despir e abandonar seus sapatos, apesar do frio cortante. Marguerite surpreendeu-se com sua própria magreza depois daquele mês e meio de provações, mas quando olhou ao redor discretamente viu que as outras estavam ainda em pior estado de sofrimento e privações.
Antes que pudessem se vestir, havia uma fileira de cadeiras, onde atrás de cada cadeira duas soldadas esperavam – uma com uma tesoura e outra com uma máquina na mão. Marguerite não conseguiu evitar um tremor – que não era de frio – ao notar que as prisioneiras, mal se sentavam, tinham seus cabelos soltos, e imediatamente cortados o mais rente que a tesoura conseguia, e que eram cuidadosamente separados. Depois, outra soldada passava a máquina no menor comprimento possível do cabelo. Algumas mulheres protestavam, outras choravam em silêncio, mas isso não mudava nada. Ficou petrificada por um segundo, respirando devagar, mas tudo era muito rápido, e em alguns minutos faltavam apenas elas e outras três que preencheriam perfeitamente as quatro cadeiras em que o procedimento se repetia.
Ela se dirigiu para o seu lugar como uma autômata, lutando contra as lágrimas que teimavam em subir aos seus olhos diante da indignidade daquela ação contra elas. Em menos de um minuto estava acabado. Suas longas madeixas negras, cacheadas e macias estavam numa pilha junto com os cabelos de outras mulheres.
Ainda como que anestesiadas, receberam um uniforme listrado, que devia ter sido branco e preto um dia, mas que agora alternava faixas de cinza claro e cinza escuro, de tão gasto – apesar de limpo, naquele momento. Também receberam um par de tamancos de madeira e couro. Tão logo se vestiram e se calçaram, foram solicitadas a mostrar seu passaporte, frente ao qual as soldadas lhes entregavam um ou dois triângulos de tecido, de cores variadas, mas que pareciam seguir uma regra. Quando Marguerite exibiu o seu, entregaram-lhe dois triângulos: um vermelho e um marrom, com um Z no centro, mais agulha e linha. A soldada rapidamente explicou a todas que os triângulos deveriam ser costurados sobrepostos – para as que tinham recebido dois – de maneira a formar uma estrela. Marguerite despiu a camisa do uniforme e apressou-se a cumprir sua parte da tarefa, mas foi interrompida pela soldada que fez com que ela invertesse a ordem dos triângulos, devendo deixar por cima a estrela marrom com o Z no centro, afirmando que "Zigeuners" tinham que ser facilmente distinguíveis... Marguerite obedeceu sem questionar – agora sabia o que significava o Z do triângulo marrom: cigana...
Depois, foram todas levadas a um galpão no final da alameda coberta de neve do campo. Marguerite notou que além da claridade que lhe machucava os olhos, algo mais a incomodava. Sim, havia fumaça no ar. E um cheiro estranho, acre, que ela não conseguia distinguir com o frio cortante que fazia... Tão logo entraram no galpão, em que as camas nada mais eram que uma armação de madeira com prateleiras, as portas pesadas de madeira do galpão se fecharam atrás delas... (1)
'Eu não posso acreditar que isso exista...' a voz de Ned soava incrédula na linha. O conde estava lhe explicando a situação toda, tentando não alarmá-lo, já que Roxton felizmente estava fora quando o telefone tocou.
'Não há provas, Sr. Malone, porque eles não permitem que ninguém que não seja da SS ou prisioneiro se aproxime de tais lugares. Oficialmente são campos de trabalho escravo, mas os rumores apontam para campos de extermínio. De qualquer forma, os rumores são muito intensos para serem desprezados. E meus contatos têm informações muito consistentes para que eu possa ignorá-las.'
Ned estava triste, e preocupado.
'Mas, e Marguerite?'
'Não temos nenhuma outra notícia dela, exceto que eu a vi ser embarcada para Ravensbrück... Você pode contar ao Lord Roxton? Continuarei investigando e farei o que estiver ao meu alcance.'
'Contarei a ele, claro. E muitíssimo obrigado por nos ajudar e nos manter informados, Conde.' Ned desligou o telefone.
Depois, respirou fundo, encheu-se de coragem, e saiu atrás de Roxton...
'Como assim um campo de trabalho escravo?' Roxton estava praticamente gritando, lívido, enquanto Malone tentava acalmá-lo inutilmente. Ele não dormira aquela noite, esperando pelo momento em que o conde lhe telefonaria com alguma potencial notícia de Marguerite. E sabia que as notícias poderiam não ser boas, mas nada, absolutamente nada, o preparara para ouvir o que estava escutando da boca de Ned agora.
'Calma, Roxton, eu preciso de sua ajuda de maneira inteligente...'
'Ned, como você espera que eu me sinta? A MINHA esposa está num campo de trabalho escravo, talvez um campo de extermínio, e você espera que eu fique calmo! Já pensou se fosse com Verônica?' Roxton explodiu.
Ned respirou fundo tentando se acalmar – Roxton estava exaltado. Precisava que Roxton também se acalmasse, mas podia entender a fúria do amigo. Já imaginara centenas de vezes o que faria ou pensaria se fosse Verônica no lugar de Marguerite. E não conseguia sequer imaginar. Mesmo a situação toda com Marguerite era tão irreal que ele ainda tinha dúvidas.
'É claro que pensei, meu amigo, e é por isso mesmo que quero ajudá-lo a ajudar Marguerite, mas para isso preciso que você se acalme e preste atenção. O conde me explicou tudo o que sabe sobre Ravensbück...'
Roxton estava tentando se controlar, inspirando e expirando compassadamente, mas não era fácil.
'Algum meio de fuga, Ned?'
'Parece que não, Roxton. Esses campos são inexpugnáveis, segundo ele.'
Roxton exalou pesadamente o ar que enchia seus pulmões. Sua vontade era gritar, mas sabia que não ajudaria em nada.
'E então, Ned?'
'Ele disse que continuará observando, Roxton. Você sabia que ele é vice-presidente da Cruz Vermelha sueca? Ele vai tentar ajudar como puder.'
Não, Roxton não sabia. Mas nesse momento não sabia o que isso adiantaria. Entrou na casa, jogando seu corpo pesadamente sobre a poltrona, e deixou-se afundar no couro macio, tentando relaxar e não pensar no pior.
Marguerite precisava estar viva, era tudo o que ele conseguia pensar. Depois de algum tempo esforçando-se por controlar-se, ele finalmente deixou que as lágrimas de preocupação rolassem por seu rosto, trazendo-lhe um pouco de alívio.
Nesse momento, Ned entrou na sala, sozinho. Tinha explicado aos outros um plano, e combinado com eles que queria falar com Roxton, a sós.
'Roxton?' ele disse, em voz baixa, não desejando sobressaltar o amigo.
O caçador imediatamente olhou para ele, os olhos ainda molhados. 'O que é, Malone?' A voz dele tinham um tom grave e melancólico.
'Eu tenho uma idéia sobre o que podemos fazer...' o jornalista começou, tímido.
'Uma idéia diferente de nos sentarmos e esperar?' Roxton ironizou. Mas se desculpou imediatamente. 'Desculpe, Ned, essa situação toda está me enlouquecendo. Sente-se e vamos conversar sobre a sua idéia, meu amigo.' Ele disse, num tom conciliador.
Ned apenas deu-lhe um tapinha amigável no ombro, e sentou-se à frente dele.
'Fui olhar meu passaporte, e tenho uma entrada nele que me coloca como "agente de imprensa em tempos de guerra". A data é de novembro de 1914... E creio que não seria necessário ser algum gênio em caligrafia para transformar aquele 1914 em 1944...' Ned propôs.
Um brilho se acendeu nos olhos de Roxton... 'Continue, Malone...'
'Bom, eu poderia tentar embarcar em um navio gratuitamente, com base nisso – nosso problema é dinheiro, então...' Ned continuava tímido, apesar da idéia ser brilhante.
'Qual o problema com você, Ned? Sua idéia é muito boa!' Roxton estava começando a se entusiasmar.
'Estou com raiva de mim mesmo por não ter pensado nisso quando Marguerite foi levada.' Ned suspirou, constrangido. A idéia apenas lhe ocorrera depois da conversa com o Conde.
'Está tudo bem, meu amigo. Nunca é tarde... Eu apenas não gosto da idéia de você ir... Preferia que eu mesmo fosse.' Roxton disse, preocupado. Não queria pensar em colocar mais um dos seus amigos em perigo.
Mas Ned já esperava por isso. 'Já falei com Verônica sobre essa idéia, Roxton. Comentei também com os outros, antes de vir aqui. Todos concordam que é uma boa idéia, e que os riscos são baixos. O máximo que pode acontecer é descobrirem que eu não sou da imprensa mais e me fazerem desembarcar. Minha idéia, chegando à Londres, é ir procurar o Conde Folke, onde quer que ele esteja. E estarei a salvo com ele, acredito. Pelo menos estarei mais perto dos acontecimentos, conheço Marguerite, enfim, poderei tentar ajudar mais.' Ele completou, mais seguro de si.
'Não teria como lhe agradecer, meu amigo.' Roxton disse, tocado.
'Já me sinto grato se você simplesmente confiar em mim para essa missão, Roxton.' Ned disse, sério, estendendo-lhe a mão.
'Tenho certeza que não há ninguém mais nobre que você para realizá-la, garoto.' Roxton respondeu, apertando-lhe a mão, e puxando Ned para um abraço agradecido.
Notas:(1) Localizado na antiga Alemanha Oriental perto de Furstenberg, o campo de concentração de Ravensbrück foi construído no outono de 1938. Em maio de 1939, com a transferência de prisioneiras de Lichtenburg tornou-se o único grande campo de concentração feito exclusivamente para mulheres.
Inicialmente o campo oferecia condições higiênicas e uniformes limpos, mas já tinha punições e trabalho escravo como norma. As condições pioraram com a guerra e a super população.
Durante sua existência cerca de 132.000 prisioneiras de 23 países, junto com centenas de crianças, passaram por Ravensbrück, estimando-se que 92.000 foram vítimas de fome, fraqueza e execuções.
Para Ravensbrück foi levada Olga Benário, esposa de Luis Carlos Prestes, em 1939, depois de ser deportada do Brasil em 1936 e de passar por um hospital e por uma prisão. Em Ravensbrück as prisioneiras eram classificadas em categorias conforme os triângulos afixados em suas roupas. Por exemplo: um triângulo amarelo indicava que a prisioneira era judia. O triângulo marrom, muitas vezes trazendo a letra Z no centro, indicava que a prisioneira era cigana. E o triângulo vermelho indicava uma prisioneira política (anarquista, comunista, ou, como no caso de Marguerite, suspeita de algum crime de guerra).
No inverno/primavera de 1942, algumas mulheres, incluindo Olga Benário, foram executadas na câmara de gás no centro de eutanásia de Bernburg. Posteriormente Ravensbrück teria sua própria câmara de gás e fornos crematórios.
CONTINUA...
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