Eu andava devagar. Acho que ainda estava mastigando umas coisas na minha cabeça. O InuYasha era o cara que tinha quebrado o amigo do Kouga... Eu me lembrava como se tivesse rolado a segundos... O Ginta sangrando no rosto, um talho que ia da têmpora até o queixo, chorando. E, de acordo com o Kouga, a coisa tinha que estar muito feia pra ele chorar.
- Mana? – o Souta me chamou, ainda segurando minha mão, falando bem baixinho, como se tivesse com vergonha – Esse moço vai almoçar lá em casa?
Apontou pro Kouga com a cabeça, que andava do meu outro lado, com os braços cruzados. Foi aí que me toquei: o Souta não conhecia o Kouga. Era a primeira vez que eles se encontravam. E agora ele ia ter uma impressão muito errada do meu namorado. Beleza que o Souta era só um pirralho, mas eu não queria que meu irmão pensasse que eu namorava um cara ruim. O Kouga não era mal, só leal aos amigos.
Chegamos na frente do templo e eu me abaixei pra ficar da altura do Souta.
- Olha, tem arroz na geladeira e pega uma daquelas lasanhas prontas no freezer. Eu não vou almoçar em casa, ta? Avisa o vovô. Você pode fazer isso pra mim?
Ele fez que sim com a cabeça, ainda olhando pro Kouga atrás de mim. Dei um sorriso pra ele e me levantei, dando um beijo na testa dele.
- Mana... – ele segurou minha mão e me olhou com uma cara séria que não era normal dele – Foi... Foi ele que tinha machucado seu braço?
Fiquei um tempo quieta, meio surpresa com a pergunta.
- Não, não foi ele – respondi passando a mão no cabelo dele – Agora sobe lá, vai!
Ele sorriu meio forçado e correu pelas escadas.
-Pronto? Podemos conversar agora? – o Kouga disse. Me virei pra ele e cruzei os braços.
- Conversar sobre o que? – pergunta besta! Tudo bem, eu não tinha mais nada pra dizer mesmo...
- O que você estava fazendo com aquele cara?
- Ele é amigo do Miroku – respondi fingindo nem me importar – e tá estudando comigo.
- Isso não responde o que eu te perguntei! – ele descruzou os braços e chegou mais perto me encarando de cima pra baixo.
- Ele é minha dupla num trabalho... – respondi começando a ficar de cabeça quente com aquele stress todo.
- Dupla? Kagome, deixa eu te lembrar quem esse hanyou sujo é! Foi ele e mais uns amiguinhos dele que deixaram o Ginta naquele estado que você viu naquele dia!
Fiquei quieta. As imagens tinham vindo na minha cabeça que nem um flash. Eu e o Miroku estávamos andando pra minha casa quando passamos por um terreno baldio, que o Kouga e os amigos dele usavam pra jogar bola. E eles estavam lá. Ele e mais uns três amigos agachados perto de alguma coisa, falando meio baixo. O Miroku se adiantou pra ver o que rolava e eu só segui junto. Quando me viu, o Kouga se levantou e me abraçou. Ouvi o Miroku sussurrar um palavrão. O Ginta contava, aos soluços, que uns caras tinham encurralado ele ali e desceram o pau, sem mais nem menos. Foi a primeira e única vez que eu vi o Miroku sem aquela cara de gozação. Os olhos dele não tinham aquela coisa de "levo tudo na brincadeira"...
- Ei, você ta me escutando? – Kouga disse meio alto, virando meu rosto pra ele.
- Não fui eu quem escolheu as duplas – disse baixinho, ficando com raiva da cara acusadora dele.
- Mas precisava ficar zanzando por aí com ele? Todo mundo por aqui fala desse cara! Você não tem noção o tanto de gente que daria tudo pra ter a cabeça dele numa bandeja? E se você andar com ele vai sobrar pra você também!
- Nós não somos amigos Kouga, não se preocupe – respondi cada vez mais fria. Na minha cabeça martelava a idéia de que o Kouga estava mais preocupado com a reputação dele do que comigo. Quer dizer, se ele perdesse a garota dele pra um hanyou, que já tinha dado um cacete no amigo dele ia ser demais pro orgulho dele. E a minha garganta tava coçando de vontade de dizer isso.
- Tudo bem então? – ele falou me abraçando, colocando as mãos um pouco embaixo demais. Ta, lógico que ele já tinha pegado na minha bunda, mas não em lugares públicos, e ele não podia ter escolhido um momento pior. Aquilo foi demais!
- Não! – respondi empurrando ele pra longe.
- Não o que? – ele perguntou confuso.
- Não ta tudo bem! Nada ta tudo bem! – explodi e ele ficou me encarando como se eu tivesse jogado um balde de água fria nele – Por que parece que na verdade você esta mais preocupado com você mesmo do que comigo! É demais pro seu ego a sua namorada andar com um cara mal falado não é?
- Então você anda com ele? – ele perguntou me olhando com raiva.
- Esse não é o ponto, Kouga! – comecei passando a mão nos cabelos e suspirando.
- É exatamente esse o ponto! – ele gritou, me cortando – Kagome, ele é perigoso, eu não quero ver você machucada!
- As pessoas daqui nunca me machucariam, e você sabe disso – respondi dando de dedo nele – O que importa pra você é a vergonha de ter uma namorada amiga de um hanyou.
- Kagome, por que você ta falando isso? Você sabe que não tem nada a ver! – ele foi chegando perto abrindo os braços, pra me abraçar, mas eu saí fora. Ele ia vir com aquela mão de Miroku de novo. De novo, começou a vir uma idéia na minha cabeça, mas essa era diferente. Veio a idéia de que ele só estava comigo por sexo.
- Acho melhor você ir... – falei baixo, abraçando meus ombros. Tinha uma mescla de raiva e tristeza entro de mim.
- Só depois que você me falar porque a gente ta brigando... – ele disse depois de me dar um olhar de "ah, fala sério" o que me deixou mais de cara ainda.
- Vai logo! – respondi, tentando evitar uma briga. Ele se aproximou de mim e pos uma mão no meu ombro, e a outra no meu queixo, fazendo eu olhar pra ele. Não sei porque, mas eu senti nojo do toque do Kouga naquela hora. Era repulsivo sentir a mão quente e macia dele apertando meu ombro. Agora que penso nisso, acho que me senti assim por causa da idéia sobre sexo.
- Me diz o motivo da briga que eu vou! Você não pode estar fazendo todo esse drama por causa daquele cachorro imbecil.
- Drama? – gritei me soltando das mãos dele. Umas pessoas que passavam na rua começaram a olhar pra nós – Você tem um problema com um cara porque ele é rico e pode ter tudo o que você sempre quis. Você só não quer admitir que se morde de inveja dele e seria um pouquinho demais pra você ele ser mais rico, mais forte e ainda pegar mais do que você né? Eu sou só uma desculpa que você arranjou pra ir lá quebrar a cara dele, agora que vocês estão em mais gente. Mas sabe de uma coisa Kouga? Dar um pau nele não vai te deixar mais rico!
Ele me olhou com os olhos arregalados. De novo, eu tinha ido longe demais, só que dessa vez não me arrependia nem um pouco. A idéia de que todas essa historia de "só quero o seu bem" era tudo balela e que ele estava dando pulos de alegria por dentro por que tinha um motivo pra brigar com o InuYasha me emputeciam.
- Então a gente ta brigando porque eu quero ter uma vida melhor do que nesse buraco? – ele perguntou de punhos cerrados, nem me olhando direito de raiva.
- Não... –disse sentindo os olhos enxerem de lagrimas de raiva e tristeza – é que vai ser sempre assim. A gente é muito diferente. Eu só não tinha idéia que você era tão hipócrita. E já que você não vai embora eu vou.
Eu achei que ele ia me xingar ou falar qualquer coisa grosseira, ou quem sabe ia vir correndo atrás de mim e dizer que me amava e dar milhões de motivos pra explicar que o que dizia não fazia sentido, mas ele não foi. O que me fez chorar mais ainda. A maioria das cosias que eu tinha dito ali era só porque eu tava com raiva...
Virei na esquina e a vontade de olhar pra trás e correr atrás do Kouga foi quase maior que eu. Mas o meu orgulho venceu pra variar. Sentei num banco que tinha no meio da rua, ao lado de uma velhinha que estava com uma roupa que seria bonita se não estivesse praticamente mofada e com uma bolsa no colo. Ela tava esperando alguma coisa pacientemente. E chorei. Só chorei, em silencio, soluçando um pouquinho. Não deu pra dizer quanto tempo eu fiquei ali, mas acho que não foi pouco, por que minha barriga começou a reclamar. Eu não comia nada desde de manhã.
- Moça, moça – a velhinha do meu lado encostou no meu ombro. Achei que ela ia perguntar se eu estava bem e tudo mais, só que ela só mandou: - Desculpe incomodar, mas você me dizer que horas são? É que minha filha vai passar aqui as dez.
- Claro, só um pouco – respondi fungando e procurando o relógio que eu tinha tacado na bolsa. Eu achava ele muito feio pra usar no pulso – São... uma e meia.
Olhei pra ela com medo de que ela fosse se juntar a mim na choradeira. Era óbvio que a filha dela tinha se esquecido dela. Mas na real ela sorriu e disse:
- Obrigada! Sabe, qualquer que seja o motivo, você não devia chorar tanto. Meu marido faleceu ontem e eu estou esperando a minha filha me buscar para o enterro. Claro que a perda dele me dói muito, mas pelo menos agora minha filha vai poder ajeitar a vida dela com a herança. O segredo é ver as coisas pelo lado bom. Ah, aí esta ela. Foi muito bom conversar com você.
Fiquei olhando pra velha de boca aberta enquanto ela entrava num carro caindo aos pedaços com uma mulher dirigindo. A velha mal tinha entrado e a mulher começou a berrar com ela, mas a velha continuava sorrindo. A mulher era loira e tinha um olhar duro e um rosto que podia ser bonito, mas era como se a vida dela fosse tão ruim que os problemas roubaram a beleza dela. Uma outra parada me chamou a atenção. Ela fumava, o que só a deixava mais feia ainda. Nunca imaginei que dava pra ficar tão feia fumando. Bom, eu também não imaginava que uma velhinha como aquela pudesse pensar nos outros quando o marido acabou de morrer. Ela provavelmente estava muito triste por dentro, mas ainda sim arranjou forças pra sorrir, me dar um conselho e agüentar aquela filha estranha dela. Na mesma hora me deu vontade de correr até o Kouga e pedir desculpas, mas ele já devia estar lá longe. Então, qual era a única coisa que me restava? Lógico, encher a cara! Eu não acreditava que bebida resolvia os nossos problemas, mas que ajuda a esquecer, isso ajuda. Fui até o bar que o InuYasha trabalhava. Como era de tarde ele não estaria lá. Sentei no balcão e procurei umas notas na mala. Só consegui catar umas moedas.
- Me dá o que você tiver aí que eu possa pagar – falei jogando as moedas na frente do cara. Ele contou o que tinha, catou um copinho e encheu com uma pinga mais barata que devia ter ali. Bebi metade de uma só vez. A pinga desceu queimando a minha garganta. Olhei em volta. Não tinha quase ninguém, só uns velhos desocupados jogando baralho e me olhando esquisito. Virei o resto do copinho e mandei:
- Vê mais uma! – e empurrei o copo pro barman, que me olhou com uma cara de quem não bota fé.
- Cadê a grana, pirralha? – mandou. Dei uma encarada nele por causa do "pirralha". Ele devia ter uns 25, no máximo. Minha vontade era xingar o cara, mas pra conseguir um fiado eu tinha que pagar um pau.
- Deixa pendurado aí, eu juro que pago depois, eu venho aqui sempre...
- Nunca te vi por aqui... – o idiota falou me medindo. Comecei a ficar de cara. O dia estava uma merda. Até beber até cair dava discussão. Respirei fundo. Era fiado.
- É por que eu venho de noite, porra. Agora manda aí.
O cara sorriu:
- Identidade.
Meu deus! Que ódio que me deu nessa hora. Eu tava a ponto de levantar dali xingar todo mundo e derruba umas cadeiras enquanto ia embora quando alguém sentou do meu lado.
- Qual é, libera um suco de cevada pra minha amiga! Ta na minha...
O barman olhou com ódio pra Sango, que pos uma nota de dez em cima da mesa.
- Valeu – falei dando um gole grande e encarando o barman com um sorrisinho. Depois, virei toda a bera de uma vez só e sorri pro copo. Quem me visse agora ia me achar a alcoólatra.
- Eu nem devia te pagar uma! – A Sango disse me medindo – Foi se divertir por aí e me deixou pra trás... Mas é que pra você vir aqui de tarde a coisa deve ta foda!
- Foi mal... Idéia do cachorro... – falei pegando o segundo copo que o barman encheu na minha frente
- Ah é? E foi bom pra você, fica pertinho dele? – a Sango começou a me cutucar na barriga e a se rachar de rir mas eu continuei séria.
- Foi o caramba! Por culpa dele eu e o Kouga brigamos feio – falei lembrando de tudo o que a gente tinha discutido e sentindo um aperto na garganta que eu conhecia muito bem... Eu queria muito chorar...
- Por que, o que rolou? – era sempre nessas horas que a Sango aparecia. Acho que ela sabia de longe quando eu tava precisando. Contei tudo o que tinha acontecido com detalhes, enquanto ela continuava pagando pra mim, mas eu não queira mais saber de cerva, eu ia na vodka barata mesmo. Teve uma hora que juntou a tristeza e a bebedeira e não deu mais pra segurar. Cai no choro nos braços da Sango, que só ficou agradando minha cabeça. Até foi bom eu não ter comido nada porque mesmo tendo ficado pior que o normal eu já teria vomitado se estivesse com alguma comida na barriga.
Depois de enxugar meu rosto com a mão, ela catou um cigarro na minha bolsa e me passou,acendendo pra mim. A minha mão tava tremendo muito pra eu conseguir fazer isso sozinha. Depois de umas três tragadas senti o nervosismo passando.
- Quase me esqueci como isso me faz bem! – falei dando um gole no tubão que a gente tinha preparado. Tubão é uma bebida boa e barata. É só misturar cachaça com coca-cola. A Sango olhou torto pro meu cigarro mas depois sorriu.
- Ta, mas me explica direito uma coisa. Vocês chegaram na frente do colégio do teu irmão e o Kouga viu vocês juntos... Mas como que eles começaram a discutir?
- Foi porque o InuYasha... – parei de falar. Eu tinha me esquecido! Provavelmente a Sango não tava ligada que foi o InuYasha que quase apagou o Ginta. E eu não podia chegar e falar, ia ferrar a amizade dos dois.
- Por que o que, Kagome? – fiquei um tempo quieta, meio em transe, sem saber o que falar.
- Por que o Kouga tem ciúmes de mim! – respondi no fim, sentindo o maior peso na consciência por mentir pra ela. Mas que droga, o que eu ia fazer também? Fiquei com mais vontade ainda de beber até cair, então resolvi que ia prender ela comigo no bar, pra continuar pagando meu tubão. Olhei no relógio. Já eram 5 horas. – Pede uma porradinha.
- Certeza?
- Vai logo! – reclamei. O cara trouxe a vodka e o refri de limão e deixou no balcão. Certeza que ele tava ligado que eu ia tornar a garrafa inteira, se ela ficasse do meu lado, o que pra ele significa uma coisa: Lucro! Lucro! Lucro!
Misturei as duas bebidas e antes de bater falei:
- Um brinde a essa vida de merda – bati e virei.
- Ó, só vamos para com os exageros aí, Kagome... – A Sango falou depois de bater também – Vai acabar sobrando pra mim cuidar de bêbada.
- Sabe, eu queria morar em um lugar onde não tivesse essa parada de ricos e pobres – falei suspirando. Dei um sorriso. De repente uma luz se acendeu dentro de mim – Tipo no campo...
Nossa, eu adorava o campo! Comecei a falar que nem precisava ser um lugar muito grande, só um lugar onde a mamãe trabalharia numa boa, sem aquela cara de desgosto. Eu podia sentar debaixo de uma arvore pra ler ou fazer caminhadas pela plantação de trigo, passando a mão neles, sentindo aquela coçeirinha gostosa. Já que era pra sonhar, então o vovô não precisaria mais da cadeira de rodas e seria um velho alegre que nem antes. Ele e o papai trabalhariam juntos, se ajudando e ensinariam o Souta a andar a cavalo e bateria nas costas dele dizendo que ele estava virando um homem de primeira... Aí sim, daria pra ser feliz do jeito certo.
Abri os olhos. Não estava no bar e nem no meu quarto. Levantei num pulo de susto, o que foi a coisa mais besta que eu podia ter feito. Parecia que a minha cabeça ia rachar em duas de tanta dor de cabeça. Dei uma olhada melhor e reconheci o quarto do Miroku. Mas eu não tava com a Sango?
- Sango? Miroku? – falei com a voz rouca. A garganta tava toda machucada por conta do álcool que mandei ver. Ninguém me respondeu. Só ouvi uns roncos do quarto da frente. Era a mãe dele.
De repente senti tudo girando e eu saí correndo pro banheiro. Eu já conhecia essa sensação...
Depois de botar até as tripas pra fora, voltei pro quarto do Miroku. Vi a minha mala encostada na parede. Peguei e joguei no ombro e fui saindo fora, mas a barriga começou a doer, de fome dessa vez. Eu nunca tinha ficado tanto tempo sem comer. Fui até a cozinha e preparei um sanduíche de alface, pra pegar leve com o meu estomago. Fui devorando na maior, até a hora que eu tive a idéia de gênio de olhar no relógio.
- Puta merda! – xinguei enfiando o resto do sanduba na boca. Eram onze e meia e eu tinha que estar em casa antes que a minha mãe. Sai correndo do prédio, sentindo o ar gelado no meu rosto. Devia ter afanado um casaco qualquer no armário! Me encolhi e comecei a andar com pressa pra casa, sentindo a cabeça rachar em duas e rezando pra que a mamãe não estivesse lá ainda, quando...
- Kagome! – alguém me chamou de trás. Me virei e vi o Hakkaku, amigo do Kouga, parar na minha frente e tentar recuperar o fôlego.
- Calma, cara. Respira! – falei estranhando o jeito como ele tremia quando encostei nas costas dele. Depois que ele parecia um pouco mais sossegado perguntei: - Qual o rolo?
- O Kouga! E aquele cara de cabelo cinza e olho amarelo... – ele começou passando a mão na cabeça e eu tive a impressão que ele ia chorar de nervoso – Eles tão brigando lá no terreno baldio. Por favor, Kagome vai lá, o Kouga vai ficar numa pior! Caralho, por favor, Kagome!
- C-calma! – falei sentindo um medo gigante tomar conta da minha cabeça – Me leva lá!
Saímos correndo no maior pau enquanto o Hakkaku me resumia a historia toda... Eu nem prestei atenção direito, só imaginando no que ia dar tudo isso.
- A gente tava parado no terreno, como sempre. E o hanyou passou por nós na dele, fumando. Aí o Kouga começou a provocar que ele não era homem o bastante pra se enfrentarem que ele usava você pra emputecer ele. Sei lá o que mais, eles discutiram um monte, falaram do Ginta também, altas paradas.
Virei a esquina e vi o terreno de longe. Dava pra ouvir uns sons e ver uma galera em roda, mas não deu pra ver nem o Kouga nem o InuYasha. Corri mais um pouco e vi o Miroku, parado, olhando. Acho que ele me chamou, não me lembro. Eu estava tão chocada que quase não sentia minha cabeça doer.
Kouga estava de pé, com o braço esquerdo meio estranho, que ele tentava deixar parado. Devia estar quebrado. O rosto inchado pacas e vários cortes.
E o InuYasha se levantava devagar... A boca inchada e sangrando assim como o nariz. Tinha um talho na cabeça, que manchou todo o cabelo prata dele. E a marca de três garras no peito, que jorrava sangue. Ele mal se agüentava em pé. Era muito fácil de se tocar quem levava a melhor.
- Miroku, por que ninguém ta ajudando? – perguntei tremendo de frio e de nervoso – Vai lá separar a briga!
- Eles não deixam... – O Miroku falou serio – E quem tentar se meter eles vão passar por cima... O InuYasha já era...
Olhei de novo pra ele, com a camisa rasgada e cheia de sangue.
- Já ta na hora de terminar isso – O Kouga disse. Cacete, o tom de voz dele me deu um arrepio... Tava muito... Frio, cruel. – Você esta me deixando entediado.
- Pfff – O InuYasha riu, mas estava todo ofegante – Eu só preciso quebrar o seu outro braço que a briga acabou...
- Antes disso... Vou quebrar o seu pescoço!
Os dois correram na mesma direção.
- Acabou... – O Miroku sussurrou do meu lado. Mas a noite só tinha começado...
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Oi gente! Desculpa, vo deixar os agradecimentos pra outro dia...
Mais valeu por terem comentado, valeu por esperarem muuuuito tempo pra esse capitulo sair, e tudo mais!
Agradecimento especial pra Nandykboo, Nika, Mirza... amo mto vcs!
Beijões moçada, valeu ;
