O Fracasso

A noite em que Kanon estivera lá em casa, fora um tanto quanto longa. Primeiramente pela tortura a qual fui submetido, em segundo porque Milo tentou se redimir a noite toda, me pedindo desculpas. Mas eu o amava tanto, talvez mais a cada segundo, que não poderia ficar zangado. A escolha da pessoa era totalmente dele.

Eu não nego que a experiência me fora bastante válida! Jamais eu me meteria com aqueles gêmeos novamente, ou pelo menos não na mesma situação. Mas agora me cabia a obrigação de achar alguém que se parecesse comigo em alguns aspectos e levá-lo até Milo. Meu problema principal era quem levar. Eu conhecia algumas pessoas que até se pareceriam, mas ninguém que pudesse preencher os requisitos.

Foi assim que eu cheguei até um prédio escuro em uma certa manhã. Eu estava tão absorto em meus problemas e confusões internas, que não notei quando meus pés me levaram até aquele prédio. Era até um pouco isolado, perto da minha casa, num bairro nobre de Athenas. Eu parei na calçada, fitando o edifício até me decidir que poderia entrar para talvez conversar...

Eu subi pelo elevador pensando em como o encararia se ele estivesse em casa. Talvez aquilo não tivesse sido uma boa idéia. Eu deveria estar indo para o trabalho e não estar ali para conversar. Mas já era tarde e eu acabei tocando a campainha. Quem me atendeu, por sorte não foi quem eu esperava.

"Kamus?" Ele me olhou de cima, como sempre eu o via fazer. Retirou os óculos e dobrou o jornal que tinha nas mãos. "Entre." Ele sussurrou com um discreto sorriso, não mais que o necessário.

Eu o acompanhei, quem ousaria não acompanhar? Ele era tão altivo e autoritário, mais até que eu. Acho até que quando era mais novo eu tinha medo dele, mas isso não vem ao caso. Eu entrei e me sentei ao seu lado na mesa da cozinha. Ele me ofereceu café, mas eu já havia comido, por isso neguei.

"O que te trás aqui?" Frio e direto, era uma característica muito peculiar dele e presente em mim também.

"Pra falar a verdade eu também não sei, esperava poder descobrir quando te encontrasse." Ele pousou a xícara de café na mesa e me olhou por trás daqueles olhos azuis frios como os meus e tão mais experientes e sorriu.

"É por causa daquela brincadeira entre você e Milo?" Como ele sabia sobre aquilo? Ele lia pensamentos agora?

Mas realmente, só poderia ser por causa do jogo que eu e meu amante mantínhamos nas últimas semanas. Eu demorei um tempo até ter uma resposta formada em minha cabeça, algo convincente e esclarecedor. Mas ao abrir a boca o que saiu foi totalmente divergente ao que eu tinha imaginado.

"Não é uma brincadeira... Como você sabe disso?" Ele sorriu mais uma vez, dessa vez sarcástico.

"Você não acha isso uma brincadeira? Pois eu penso que sim, uma brincadeira de crianças. Mas isso não vem ao caso agora, vem?" Eu neguei com a cabeça, ouvindo suas palavras como se ele fosse um mestre e eu o discípulo obediente. "Eu soube pelo meu irmão."

Eu franzi as sobrancelhas e compreendi que só poderia ter sido. Quem mais contaria a ele o que se passava entre eu e Milo? Sim, o irmão dele tinha estado lá em casa, portanto sabia do que se passava.

"Certo, eu deveria ter imaginado."

"Não se preocupe com isso, eu não contei a ninguém." Isso era bom, pelo menos minha vida sexual não cairia na boca dos outros por ele... Mas quanto a Aioros eu não podia dizer o mesmo.

"Obrigado."

"Era o mínimo que eu poderia fazer." Talvez ele pudesse fazer algo mais... "Então, vocês estão se saindo bem?"

"Eu estou. Eu ainda amo o Milo da mesma forma... Talvez até mais." Ele afirmou com a cabeça e tomou um gole de café.

"E ele?"

"Ele eu não sei. Nós não falamos muito sobre isso." Realmente nós não falávamos, mas eu gostaria de saber se Milo ainda me amava da mesma forma, mesmo depois de Aioros.

"Claro, é natural... Ele ainda deve se culpar muito por ter pensado no meu irmão." Ele sorriu malicioso e eu vi seus olhos brilharem ao focar meu pescoço. Eu puxei a gola da blusa mais para cima e desviei o olhar, um pouco constrangido.

"Ele vai superar. Eu não fiquei zangado." Talvez um pouco dolorido, mas não zangado.

Ele não falava muito, nem eu. Era sempre assim. Eu era de poucas palavras, só falava o necessário e Saga apenas falava quando havia algo importante a ser dito. Enquanto eu pensava em tudo que havia de comum a nós dois, outra pessoa entrou na cozinha. Ele parecia pronto para sair de casa, até terno ele estava usando. Até onde eu sabia Kanon trabalhava em casa, Saga também.

"Vai sair?" Kanon parou me olhando e eu senti meu estômago afundar. Mas ele não se abalou, desviou o olhar fitando o irmão e o respondeu.

"Vou, mas volto no início da noite, você vai estar em casa?"

"Kamus, eu vou estar em casa?" Que pergunta era aquela? Como eu deveria saber? Saga era uma pessoa cheia de enigmas... Deveria ser muito complicado entrar na mente dele e entender algo.

"Eu... Como deveria saber?" Pelo menos eu ainda tinha meu sangue frio para me salvar daquela pergunta. Saga riu e virou a cabeça encarando o irmão.

"Ainda estamos indecisos, não me espere, mano." O que ele queria dizer com aquilo? Kanon sorriu e afirmou com a cabeça, abriu a geladeira indiferente a minha curiosidade. Aqueles gêmeos deviam estar se divertindo muito me fazendo de bobo.

"Bem, estou indo então. Até mais, Kamus." Kanon me lançou um daqueles sorrisos maliciosos, como os daquela noite e parou ao lado de Saga. Eu desviei o olhar para minhas mãos, que nervosavemente brincavam com um guardanapo.

Como estava um pouco silencioso eu olhei discretamente pelo canto do olho na direção dos dois. Kanon estava inclinado, com uma das mãos apoiada na mesa. Os dois falavam tão baixo que eu não ouvia. Depois eu vi que eles se beijavam, nada absurdo, só um selinho rápido, mas o suficiente para me deixar um pouco corado de vergonha.

"Onde estávamos, Kamus?" Eu levei um susto ao ouvir a voz grave de Saga me chamar. Kanon não estava mais na cozinha, só estava eu e Saga.

"Hum... Falávamos de Milo."

"Sim, Milo. Como ele est�? Da última vez que nos encontramos eu estava de saída e não pudemos nos falar." Eu o encarei confuso, mas achei que eles deveriam ter se encontrado quando Milo falara com Kanon.

"Ele está bem, fisicamente melhor que eu." Eu me permiti um sorriso e fui acompanhado por Saga. Ele se inclinou para frente na cadeira, me olhando profundamente nos olhos, como se lesse minha alma.

"Seja sincero comigo... Você veio até aqui pelo mesmo motivo que Milo veio para falar com meu irmão?" Eu engoli em seco, ele estava sério agora. O fato de não saber o que ele pensava me deixava realmente nervoso.

"Eu... Eu... Não sei." Respondi quase sinceramente. Eu suspeitava que realmente tinha ido até ali para fazer aquela proposta que tinha feito a Aioros uma vez. "Talvez tenha sido."

"Entendo que esteja confuso. Pessoalmente eu não entendo como você pode ter o sangue frio de ver Milo com outra pessoa. Eu não teria a mesma coragem. Admiro isso em você Kamus... Essa falta de medo do amanhã é o que te faz especial." Eu ergui as sobrancelhas, Saga estava me elogiando? E não era um elogio qualquer, ele falava que eu era especial. Eu poderia considerar aquilo algo sincero e construtivo.

"Obrigado, Saga." Foi a única coisa que pude responder. Na verdade eu poderia passar horas falando sobre tudo que admirava nele.

"Foi só uma constatação de um fato." Ele me sorriu gentil e continuou. "Mas sei que você é teimoso e não vai dar o braço a torcer, você vai até o final com isso por pirraça. E Milo vai fazer o mesmo."

"Não é pirraça!" Eu fiquei indignado, eu levava aquela proposta muito a sério.

"Está bem, é uma vontade enorme de provar que sua tese está correta. Eu entendo isso em você. Mas entenda, talvez não seja a melhor maneira de provar o amor entre vocês."

"Agora é um pouco tarde, Saga." Eu cruzei os braços, o encarando com uma expressão séria.

"Certo. Você pode me dar algum tempo para pensar sobre isso?"

"Pensar sobre o que?" Por que ele sempre me deixava confuso?

"Sobre o que te trouxe aqui." Ele sorriu malicioso e eu engoli em seco. "Fique tranqüilo, não sou sádico como meu irmão... Eu não machucaria Milo."

"Está bem." Por que ele! Eu poderia ter escolhido outra pessoa, mas agora estava feito. Me restava esperar pela resposta.

"Ótimo. Eu ligo para você durante o dia."

"Certo." Eu olhei o relógio e me levantei. "Preciso ir, Saga, estou um pouco atrasado."

"Naturalmente. Eu te acompanho."

Foi assim que eu consegui a segunda pessoa para o "teste". Saga tinha todos os requisitos para se parecer comigo e ao mesmo tempo ele tinha outras características que se diferenciavam das minhas. Ele era perfeito para o "trabalho". Mas escolhendo ele eu quebrava a idéia de nunca mais me meter com aqueles gêmeos.

oOoOo

Já estava entardecendo, a noite não tardaria a cobrir o céu avermelhado de Athenas. Estava esfriando, o outono se aproximava lentamente e isso era bastante agradável do ponto de vista de Kamus. Naquela tarde em especial o calor seria irritante demais.

O francês encontrou-se com Saga na casa deste, Kanon ainda não havia chegado. Os dois, então, tiveram bastante tempo para conversar e por as idéias na mesa. Saga estava sério, mais frio que o normal e Kamus estava nervoso com a perspectiva do que faria a seguir. Os dois, sentados na mesa da cozinha, traçavam seus planos para fazer tudo com calma.

oOoOo

Milo tinha chegado cedo àquela noite. Levara trabalho para casa, mesmo sabendo que Kamus não gostava, era o jeito de adiantar as coisas. Tomou seu banho, jantou e sentou-se no computador para trabalhar. Já passava das oito quando o telefone tocou. Estranhou isso, mas poderia ser Kamus.

"Alô?"

"Milo?"

"Sim."

"É o Saga... Poderia me fazer um favor?" O que Saga queria com ele?

"Claro..."

"Pode vir até aqui?"

"Mas... Kamus deve estar chegando e..."

"Não se preocupe, eu já avisei a ele... Apenas, venha."

"Está bem, estou indo."

Era muito estranho que Saga o chamasse até sua casa, mas Milo não estava pensando. Trocou de roupa e pegou o carro, mesmo sendo perto preferia ir de carro. A rua era muito escura e deserta. Milo sentiu um frio na barriga ao pisar dentro do elevador... Mas era bobagem, ele só iria conversar com Saga.

Mal tocou a campainha e Saga abriu a porta. Ele usava apenas uma calça jeans, estava com os cabelos presos em um rabo solto e usava os óculos. Ele estava estranhamente parecido com Kamus, se fosse ruivo Milo o confundiria. Mas não era seu amante, era Saga. Com o mesmo olhar frio e o mesmo sorriso malicioso parecido com o do irmão.

"Entre, Milo." Os gregos se encararam e o loiro entrou no apartamento, olhando a penumbra em volta. Estava tudo escuro, exceto por uma luz fraca que vinha do quarto.

"Saga... O que aconteceu? Está faltando luz?" Impossível, os outros apartamentos tinham luz. Mas ele não teve tempo de responder, sentiu uma venda tapar sua visão e mãos frias segurarem as suas.

"Está tudo bem, Milo... Eu não vou te machucar, apenas me acompanhe." Milo sentiu novamente o frio na barriga. Aquelas mãos frias e a voz grave em seu ouvido pareciam estranhamente com Kamus.

O escorpiano foi levado até o quarto, havia um cheiro forte de vela no lugar, provavelmente era delas que vinha a luz fraca. Milo foi encaminhado até a cama, onde sentou-se, vendado ainda. Saga parou bem a sua frente com um sorriso calmo no rosto... Ele sabia exatamente como deveria e poderia proceder.

Milo virou a cabeça, tentando perceber algo além do cheiro de velas. Os lençóis eram macios, de seda... Estava quente ali dentro, por causa das velas. E havia mais uma pessoa ali dentro, Saga parecia quieto demais, talvez estivessem conversando baixinho. Seria Kanon? O que eles tramavam contra si?

"Saga?"

"Desculpe Milo, me distraí." O mais velho ajoelhou-se em frente ao loiro e o beijou, só um leve roçar de lábios, que deixou Milo arrepiado.

"Hum..." O escorpiano demonstrou um sorriso e abriu as pernas, dando espaço para que o outro chegasse mais perto. "Há mais alguém aqui?"

"Não. Só eu e você." Saga passou os dedos pela blusa de Milo, retirando-a sem tirar a venda. Milo arrepiava-se só com o contado da mão fria em seu peito quente. Ele se parecia com Kamus imensamente.

"Que estranho... Achei que houvesse mais uma pessoa." Milo voltou a girar a cabeça nas duas direções, sentia-se observado, mas não ouvia outra voz se não a de Saga.

"Impressão sua." Saga fez com que Milo se deitasse no meio da cama e subiu por cima dele, prendendo suas mãos na cabeceira com algemas.

"Para que isso?" O escorpiano se assustou um pouco ao sentir suas mãos presas, mas o outro riu.

"É só pra você não fugir... Eu não vou te machucar." Pra que repetir a mesma frase? O que estava acontecendo?

Mas as perguntas foram esquecidas quando lábios quentes tocaram sua pele. Eram macios, sedosos. Milo arrepiou-se novamente e se remexeu na cama. Sentiu os cabelos compridos tocarem sua barriga, enquanto o dono deles lambia seu peito. Era tão bom... Aqueles beijos... Kamus... Sim, talvez ele realmente só quisesse Kamus, mas como Saga se parecia tanto com ele?

Novamente seus pensamentos foram arrancados quando aqueles lábios quentes tocaram os seus e uma língua penetrou sua boca. O escorpiano respirou fundo, enquanto procurava tocar aquela língua fujona com a sua. Mas a boca se afastou e dedos tocaram seu membro por cima da calça. Sim, ele estava inegavelmente excitado. Aquela mão apertou a carne rígida e depois se afastou.

A sensação de ser privado da visão deixava tudo mais excitante e Milo procurava captar qualquer som diferente, enquanto era tocado daquela forma tão íntima. Mais beijos, dessa vez em seu ouvido, uma língua quente o lambendo, deixando seu corpo em chamas. As mãos frias abriram sua calça jeans e a puxou para baixo, deixando-o só de cueca.

"Saga... o que está fazendo?" Um dedo em seus lábios o fez calar e as mãos frias desceram sua cueca também o desnudando completamente.

O loiro gemeu de leve e se remexeu excitado com toda a situação, mas não parava de pensar no que Kamus diria se visse aquilo. Era a única coisa que aqueles lábios e aquelas mãos não podiam roubar de sua mente. Mas isso não importava, pois aquela boca quente conseguia impedi-lo de fazer qualquer coisa quando descia sobre sua virilha, lambendo e chupando a pele clara, até chegar ao membro já bastante desperto.

"Saga... pare..." Mas não recebeu resposta. Seu membro foi sugado com volúpia, fazendo com que ele gemesse alto, sem controle. Milo queria poder tocar o outro, ver o que ele fazia, mas estava preso.

Aquelas sensações o estavam tirando do controle de seu corpo. Ele abria mais as pernas, permitindo que aqueles dedos frios tocassem a fenda entre suas nádegas. A língua experiente, quando não estava provocando seu membro, descia para lamber sua entrada. Um dedo fora enfiado dentro dele e um gemido de satisfação foi a resposta. Aquela boca ainda o provocava, vez por outra dando leves mordidas, sugando sua ereção, enquanto o dedo o alargava.

Ele já não queria mais que parasse, queria que aquela boca e aquele dedo continuassem exatamente onde estavam. Mas eles o abandonaram assim que pensou querê-los para sempre. Milo gemeu em protesto, mas foi calado por um beijo rápido. Aquela boca estava deliciosa demais. Sua boca procurou acompanhar a outra, mas não a encontrou. O que conseguiu foi sentir um membro pressionar sua entrada, estirando seus músculos em busca de passagem.

"Ahn..." O loiro mordeu os lábios, jogando a cabeça para trás. Seus cachos dourados, espalhados pelo travesseiro, formavam uma verdadeira cascata de ouro no branco frio da seda. "Ahn..." Estava dolorido, mas sabia que iria ficar bom. Tentou esquecer a dor que sentia, enquanto aquele membro se enfiava dentro de si. "AHN..." Uma estocada seca e funda o fez gemer mais alto. Milo arqueou as costas e puxos os pulsos, tentando se soltar em vão.

As mãos frias estavam quentes... Elas tocaram seu rosto em um carinho suave, como se pedissem desculpas pela estocada que o machucara um pouquinho. Mas aquela sensação de estar sendo rasgado era boa... Fazia seu corpo queimar e vibrar ao mesmo tempo. Aqueles toques suaves da mão, agora quente, eram deliciosos e davam arrepios que percorriam sua coluna inteira.

"Ahn... Dói..." Ele murmurou tão baixo que nem ele mesmo ouviu. Mas as estocadas diminuíram de intensidade, se tornando mais suportável aquela dor chata. As mãos tocaram suas costas e Milo sentiu um corpo quente e macio tocar o seu em um abraço mais excitante.

As estocadas continuaram, mais rápidas e mais fortes... Queimando, rompendo, excitando... Milo arfava e gemia sem controle nenhum, abria mais as pernas, dando mais espaço ao outro que o possuía com intimidade e força. Era bom, era quente, era incrível. Era como Kamus. Estava irremediavelmente apaixonado.

Sentiu seu corpo estremecer e o líquido quente escorrer molhando seu abdome, ao mesmo tempo em que escorria por entre suas coxas. Ouviu um gemido contido, muito baixo vindo do corpo quente acima do seu. Remexeu-se na cama ainda mole pela sensação do orgasmo. O corpo quente saiu e um lençol frio e fino tocou sua pele, até a cintura. Suas mãos foram soltas e a primeira coisa que Milo fez foi tirar a venda.

Primeiro viu Saga sentado ao seu lado, encostado na cabeceira com as algemas na mão. Depois sentou-se na cama e virou o rosto para a figura ruiva, apenas de blusa a sua frente. Milo engoliu em seco ao notar o olhar frio do amante e a semelhança incrível que ele tinha com Saga.

"Kamus..." Sua voz saiu falhada, como se temesse errar alguma sílaba. O ruivo afirmou com a cabeça e o fez deitar novamente, se deitando por cima.

"Por que você veio até aqui, Milo?" A voz fria do francês encheu o ambiente, Milo arrepiou-se novamente e procurou ajuda em Saga, que negou com a cabeça.

"Porque Saga me chamou..." Ele respondeu desviando o olhar. Não era desculpa.

"Então se eu não estivesse aqui você iria transar com ele...?"

"Não... Eu... Eu..."

"Você me traiu." A voz sempre doce do francês estava rude e seca. Milo sentiu seus olhos se encherem de lágrimas, mas segurou-as.

O ruivo levantou-se da cama e vestiu o resto das roupas sob o olhar atento de Milo e Saga. Depois fitou o amante com os olhos molhados e surrou, sem vergonha de admitir sua derrota.

"Eu talvez tenha errado... Mas eu nunca esperaria isso de você." O francês virou-se e acenou para Saga, saindo do quarto em seguida.

Milo ficou estático, sentado na cama sem saber se corria atrás de Kamus ou se continuava ali. Fitou Saga que ainda o observava e ergueu as sobrancelhas buscando entender o que tinha acontecido.

"Eu sabia que Kamus ia se machucar. Você ainda é muito imaturo... E ele também." As palavras de Saga pareciam corretas, mas eram doloridas de serem ouvidas. "Eu disse a ele que tivesse certeza de que esse jogo teria final feliz. Eu não toquei em você... Foi ele quem fez tudo, mas você pensou que tivesse sido eu e mesmo assim se entregou." Milo baixou o olhar e se cobriu melhor com o lençol. "Você foi fraco nesse ponto. Se amava Kamus, por que se deitou "comigo"?"

"Eu não... Eu não sabia..."

"Que ele estaria aqui? Ora Milo, por favor, é essa a idéia que você faz de uma desculpa?" O escorpiano negou com a cabeça. "Kamus está magoado e com razão... Você aceitou o meu convite de vir até minha casa e em momento algum negou que quisesse se deitar comigo. O que você não sabia era que ele estava aqui."

"Eu sou um idiota... Eu deveria ter reconhecido ele... O cheiro..."

"Hum... Não, você deveria ter pulado fora quando ouviu minha voz no telefone. Não devia ter vindo, Milo. Agora já é tarde, descanse e amanhã você tenta se reconciliar com ele."

"E você acha que ele me perdoa?"

"Ele te ama. Agora durma... Pode ficar por aqui." Saga levantou-se e fez o amigo se deitar, cobrindo ele com o lençol.

"Saga... Sobre esse jogo... Acabou?"

"Não sei, Milo. Mas conhecendo Kamus como eu conheço... Acabou de começar."

Milo concordou com a cabeça, virou para o lado e adormeceu. Dois erros seguidos era demais. A próxima pessoa seria alguém correto, um anjo seria bom o bastante para Kamus. Ou um Deus, quem sabe?

Continua...

oOoOo

N/A: Caraca... Escrevi tudo em uma noite, isso que eu chamo de inspiração!

Olhem só pessoinhas, o Milo fez bobagem dessa vez... Magoou o Kamyu, tadinho do francês. Mas ele ainda ama o Kamus... Ah sim, ele ama!

Vocês acharam que o Saga foi meio filho da mãe, pra não dizer outra coisa? Ele meio que armou uma situação... Afinal, ele está do lado de quem? XD Ah! Outra coisa, não sei se vocês perceberam ou pensaram nisso... Como o Saga conhece Kamus tão bem? Eles parecem se conhecer faz tempo... O Kamus admira muito ele... Por que isso?

Ilia-chan: Um comentário procê: UAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUHAUHA... O Kamus não merecia mesmo, mas eu amo ele demais!

To com saudade de você, quando a gente se vê no MSN?

Persefone-San: Ele tirou foi da minha mente perturbada essa idéia sem noção! XD E o Milucho tadinho, deu azar... Ah! Você lê mentes... u.u

Chibiusa-chan Minamino: Você não é mais a única que lê mentes! XD Mas é... pensei no Kanon quando você disse, eu acho... o.õ Enfim, eu resolvi não comentar a cor do cabelo deles, já que ninguém tem certeza de nada.

Bem... Não precisam ficar com tanta raiva do Milo assim! Se coloquem no lugar dele... Com o Kanon ele deu azar... Fazer o que! A culpa é da escritora psicopata que adora fazer os outros sofrerem! XD (não me matem)

Mas eu adorei esses reviews, vocês com raiva são legais, vocês brigam com os personagens e eu acabo ficando com pena deles... Muito legal isso, continuem xingando e reclamando, eu to adorando!

Oh só, última coisa... Vocês vêm alguma possibilidade de a fic não ter final feliz? Eu não vou conseguir nunca deixar Milo e Kamus separado... Então não precisam mais se preocupar com isso!

Bjus procês.