Começando de Novo
– Espero que você já esteja satisfeito quanto ao... 'Jogo'. – Kamus iniciou a conversa, largando na mesa a xícara de café vazia.
– Hum... Não sei...
– Milo!
– Ah, Kamus... Até que eu gostei de assistir...
– Você bebe... – Milo sorriu safado e mordeu a bochecha do francês, sabia em seu íntimo que Kamus pensava da mesma forma. Conhecia seu amante e sabia que ele gostava de se exibir daquela forma na cama.
– Hum... Você sabe que fica gostoso na cama, mais do que já é assim!
– Oui... – ele fez uma cara de compreensão – Você precisa de uma terapia... – Kamus tentou, mas não conseguiu esconder o sorriso de satisfação por ouvir o elogio.
O que acontecia era que nenhum dos dois era capaz de mentir, se conheciam bem demais. Não que isso fosse ruim, na opinião de Milo era muito bom. Kamus normalmente era muito fechado e falava pouco. Conhecendo aquele francês tão bem era fácil saber o que ele pensava e queria.
O grego tinha certeza de que o jogo mexera muito com seu anjo e sabia também que Kamus estava mais seguro de si, agora que tinha a confiança de Milo e vice-versa.
– Meu anjinho... Será que depois dessa maratona sexual você ainda tem energia para mim?
– Você sabe que sempre tenho... Para quantas vezes você quiser.
– Desse jeito você me deixa arrepiado! – Kamus piscou um olho sorrindo malicioso, enquanto abraçava o amante por trás.
– Vou te deixar muito mais que isso... – Ele sussurrou no ouvido de Milo, de propósito, sabendo que seria a gota d'água para fazer o outro se render ao seu charme.
E aquele escorpiano nunca resistia, Kamus sabia fazê-lo se entregar totalmente, sem medo de nada.
– Vamos, Milo... Abra as pernas pra mim...
Milo obedeceu à ordem sussurrada, apoiou as mãos na pia e abriu mais as pernas. Naquele ambiente tão frio, que era a cozinha, ele conseguia estar com calor. Claro que isso tudo era provocado pelos beijos que Kamus distribuía por seu pescoço.
As mãos de Kamus passaram por dentro do short que Milo usava e escorregaram até a forma arredondada das nádegas do grego, apertando as duas, até marcar a carne branca com os dedos. Ainda teve a coragem de sorrir satisfeito com o gemido de dor que ouviu.
– Doeu, amor?
– Hum... Não... – Era mentira. Ele havia sentido dor, mas não queria dizer e Kamus sabia muito bem disso.
Talvez por conhecer Milo tão bem, o francês continuou apertando aquela bundinha firme, mas aos poucos foi soltando e suas mãos desceram, arranhando o par de coxas grossas.
– Ahn... Kamus... O que vai fazer?
Kamus não respondeu com palavras, ao invés disso ele colou o corpo no de Milo, deixando que sua ereção se esfregasse entre as duas nádegas macias.
– Ahn... Ka-Kamus... Hum...
Aqueles gemidos começaram a ecoar pelas paredes azulejadas da cozinha, despertando os sentidos do ruivo. Ainda era dia e ambos não usavam mais que shorts, pois haviam acabado de acordar. Mas o fato da janela estar aberta não deixava nenhum dos dois com receio de transar bem ali.
As unhas do aquariano chegaram às costas do grego, então, arranhando aquela pele bronzeada e deixando marcas avermelhadas por onde passava. Logo o short de Milo estava jogado no chão e o francês tinha bastante espaço para lamber aquela bundinha empinada e a entrada, que já se contraía.
O corpo de Milo estremecia de leve e com isso ele empinava mais os quadris para trás, tentando fazer com que Kamus prolongasse as lambidas até quem sabe seu membro. E o francês se mantinha muito perto, mas ao mesmo tempo longe de tocar a base do membro do grego.
– Por favor, Kamus... Ahn...
Kamus continuou a provocar, mas agora uma de suas mãos masturbava o amante, no mesmo ritmo que ele lambia toda a área por entre as pernas de Milo. Aquilo era capaz de provocar um tesão absurdo no loiro.
Um tesão capaz de atordoar os sentidos confusos do loiro e levá-lo ao limite entre a sanidade e a completa falta de consciência no que fazia ou gemia. Com aquela língua entre suas pernas e a mão que o masturbava, Milo conseguia chegar bem próximo a esse limite sem volta, onde tudo o mais no mundo desaparecia, deixando lugar apenas para Kamus.
– Hum... Kamus, por favor, não me provoque tanto assim...
O ruivo deu uma mordida farta em uma das nádegas brancas e levantou-se do chão. Ao colar seu corpo no do outro, sentiu todo aquele calor emanar das costas quentes que o aconchegavam e suspirou. Estava tão feliz agora que não tinha pressa nem de respirar.
– Vem cá Milo...
Ele andou de costas, trazendo o amante junto em um abraço sensual. Sentou-se em uma das cadeiras perto da mesa e deixou a bundinha de Milo bem ao alcance de seus lábios, porém não se atreveu a tocá-la novamente, era tentador demais, contudo não deveria ceder tão facilmente. Suas mãos deslizaram suavemente pelo contorno da coluna do escorpiano, traçando o limite entre os músculos muito bem trabalhados.
– Milo... Por que você é tão gostoso?
– Porque você gosta de mim assim... – os olhos azuis travessos viraram para encarar os de Kamus, petulantes e maliciosos. – Não gosta, meu anjo? – ele deu um de seus sorrisos pervertidos, comendo o ruivo com o olhar.
Kamus estremeceu, não conseguia desviar seus olhos daquele par de safiras profundas como o mar. Virou o amante de frente e então conseguiu fitar cada detalhe do corpo a sua frente, ao invés de prender-se no hipnotizante olhar.
O francês suspirou mais uma vez, vendo aquele corpo tão másculo afastar as coxas grossas, em um instante Milo passava suas pernas uma de cada lado das de Kamus, deixando sua ereção bem à mostra. Aquele membro tão próximo ao seu rosto parecia respirar a cada pulsar de suas veias e chamava-o com sussurros ou talvez gemidos constantes e inquietos.
Os olhos de Kamus não se desgrudavam daquele pedaço de carne palpitante, querendo entender como ele podia ser tão perversamente sensual. Suas mãos se renderam rapidamente e ele apertou o par de coxas morenas com firmeza. Seus lábios já estavam a poucos milímetros de seu objetivo final. Milo chegou a lançar os quadris um pouco para frente, diminuindo a distancia entre seu sexo e a boca de seu amado.
– Você pensa em me dominar assim?
– Você não me resiste, francês. Venha, quero sentir esses seus lábios.
A boca de Kamus entreabriu-se, mas ele não deixou que a ereção de Milo nem sequer roçasse seus lábios, ao contrário disso, ele levantou-se e o beijou, invadindo sua boca com uma língua ávida de paixão. Os braços de ambos procuraram o conforto dos corpos um do outro, enlaçando-se e comprimindo os peitos desnudos.
Milo encostou o amante na mesa, puxando com força o short de seda que este ainda usava. Sua agressividade era tanta que a pequena peça de roupa rasgou-se e foi atirava com violência no chão. Kamus nem sequer reclamou, limitou-se em recuperar seu fôlego e puxar o loiro para outro beijo sufocante.
Em pouco tempo o ruivo foi deitado na mesa, em meio a pratos, talheres e xícaras, seus braços estendidos chamavam pelo corpo de Milo, que se inclinou sobre o seu. As ereções firmes nos baixos ventres dos dois se encontraram, pulsando uma contra a outra, provocando-se mutuamente.
A tortura só teve fim quando o loiro guiou seu sexo para a entrada de Kamus, penetrando-o aos poucos, depois de uma longa preparação manual. Seu membro fora rapidamente envolvido pelo corpo quente do amante e aconchegado em seu interior úmido e apertado.
Naqueles movimentos sensuais e cadenciados, eles extinguiam suas forças entre gemidos e nomes sussurrados. Juras de amor eram trocadas e palavrões entre uma doce palavra e outra. Os cabelos ruivos de Kamus se espalhavam pela mesa, enquanto que os cachos loiros de Milo se grudavam em suas costas suadas.
O prazer foi invadindo seus sentidos atordoados, chamando seus corpos sedentos para o clímax, para que derramassem um sobre o outro a semente que os unia há tanto tempo.
Kamus foi o primeiro a alcançar o ápice, derretendo-se entre os abdomes colados, tentando abafar um gemido entre um beijo. Logo depois Milo perdeu-se naquela sensação maravilhosa, jorrando seu liquido dentro do amante e caiu sobre este, exausto e feliz.
OoOoO
Algumas horas mais tarde, em meio a lençóis, biscoitos e uma xícara de café pela metade, Kamus terminava de jogar longe a última parte do jornal de domingo. Milo, entrelaçado entre suas pernas, repousava preguiçosamente em suas costas, ainda devorando os cookies de chocolate.
O sol de meio-dia esquentava o quarto, ameaçando tirá-los da cama, mas nenhum dos dois tinha disposição suficiente para sair do aconchegante ninho de amor. Nem o inquieto francês ousava se movimentar demais e gastar sua energia com coisas idiotas, pois deveria poupá-la para algo interessante, como sexo, por exemplo.
– Sabe, Kamus... – o loiro comentou largando o pacote de biscoitos.
– Hum?
– Tinha um rapaz no apartamento da frente hoje cedo... Acho que estava nos olhando pela janela da cozinha... Com um binóculo.
Kamus ergueu as sobrancelhas e virou a cabeça para trás. Milo ainda estava deitado sobre seu corpo, repousando a cabeça em suas costas nuas. Aquele preguiçoso nem se mexia, apenas continuava falando para algum ponto da parede do quarto.
– É mesmo?
– Sim, angelos. Acho que ele gosta de você. (Anjo)
– E por que acha isso?
O escorpiano finalmente saiu do lugar, ajeitou-se melhor na cama e puxou o amante para um beijo demorado. Por algum tempo não respondeu à pergunta que perturbava o ruivo, queria apenas beijá-lo e sentir o calor entre seus corpos. Mesmo que o francês tentasse apressar as coisas para obter logo informações preciosas.
– Milo... – ele não agüentou esperar muito, gemeu por entre os lábios colados, afastando-se um pouco. – O que ia dizer?
– Muito curioso?
– Apenas diga. – Kamus retrucou com sua inabalável indiferença.
– Acho que você gosta de um voiyer... Talvez devêssemos começar com uma nova aposta.
Os olhos de Kamus se arregalaram e ele sentou-se na cama como se não acreditasse no que ouvia. Depois desses longos dias de sofrimento e miséria Milo ainda tinha a coragem de pronunciar a palavra aposta em sua presença? Mesmo depois de terem agüentado todo esse ciúmes, sim porque aquele escorpiano era muito ciumento, e tudo o mais ele ainda pensava em apostas?
Definitivamente não era uma boa idéia. Eles tinham superado tudo, tinham se entendido e todas as coisas idiotas que Kamus tinha para perturbá-lo foram apagadas. Agora Milo trazia outra idéia estúpida para o quarto dos dois? Outra coisa para separar suas vidas?
– Milo... Do que está falando?
– Você é lindo Kamus... Não suportaria te dividir com ninguém... – o ruivo concordou com a cabeça, mas ainda sem entender. – Mas pense... Eu adoraria te exibir por aí...
– Está falando em quê?
– Estou dizendo que... Imagine se ao invés de eu assistir você com outros, os outros nos assistirem?
Kamus balançou a cabeça negativamente algumas vezes desejando que não tivesse realmente ouvido aquilo. Milo achou que fosse apanhar, mas ao invés do punho do francês ele sentiu um travesseiro em seu rosto o acertando em cheio.
– O que foi que eu disse?
– Besteira! Faça o favor de nunca mais repetir isso!
– Mas por que Kamus?
– Parce je t'aime, Milo, et je sais que vous m'aimez... Não precisamos provar a ninguém isso, pois nosso amor só diz respeito a nós mesmos. (Porque eu te amo, Milo, e sei que você me ama...)
Milo concordou e puxou o francês para um beijo estalado na bochecha, arrancando o perigoso travesseiro de suas mãos.
– Adoro quando você fala francês... Me lembra o quanto você fica sexy na cama...
– Milo!
– O que foi que eu disse?
FIM!
N/A: Então... Acabou... (XD) Eu fiz o melhor possível, mas acho que não saiu como eu esperava. Talvez eu esperasse algo mais longo, né! Mas não deu... Deu nisso aí.
Bom, não tenho muito o que dizer. Só quero agradecer, como sempre, a paciência de quem leu e comentou, apesar da minha demora em postar cada capítulo. Valeu por não desistirem de mim!
Ah! E agradecer à minha beta queridíssima, pq ela sim teve paciência...
Eu espero que vocês ainda não desistam de mim, porque outras duas fics estão por vir... Huhuhuhu...
Beijo grande pra todo mundo que passou por aqui!
Fernanda: Oh... espero que tenha gostado. Outra coisa... eu te prometi alguma fic no churrasco? Porque eu sinceramente não me lembro de muita coisa daquele dia... XD
