Não, eu não morri! Tampouco fui abduzida por alienígenas. Também não fui processada pela Rumiko por ter zoneado seus personagens (ainda não...). Eu só estava estudando mesmo! Desculpem a demora, então eu não vou me prolongar nessa nota, porque o cap ta enorme, e vocês vão me xingar bastante por isso. Beijos, boa leitura, e obrigado a todos que mandaram reviews...
Belíssimo Casamento!
Sesshie acordou com o barulho sutil dos pássaros empoleirados na mureta da varanda. Olhou para o lado na cama, e não encontrou Yuri. Levantou-se, colocando uma roupa branca (uau, que novidade ele de roupa branca!) e foi para a sala de banho, apenas para lavar o rosto.
Ao sair do quarto, ficou um tempo embasbacado com a correria de serviçais pelos corredores, até que se lembrou que ia se casar, logo eles estavam arrumando o castelo para a cerimônia ao anoitecer. Desceu as escadas para o salão principal, observando os grandes vasos com flores coloridas que eram colocados sobre os estragos causados no chão de mármore branco, por conta de seu ataque de raiva dias atrás, quando se transformou em sua forma de cão gigante e destruiu metade do lindo palácio.
Passou por Shippou, o filhote de raposa mais velho de toda a Sengoku Jidai, e sutilmente o interpelou.
- Hei, seu youkai imbecil... – chamou pelo kitsune – Você viu a srta Yuri por aí?
- Er, bem, eu... – disse Shippou tentando se lembrar de algo – Ah, já sei! Ela está no quarto da srta Kagome.
- Mas já? – reclamou Sesshie – Ela mal acorda e já vai contar as novidades para as amigas? Essas mulheres...
- Elas estão experimentando a roupa do casamento... – explicou Shippou arrancando um pirulito sabe-se lá de onde, e mastigando-o – E disseram que os homens não podem se aproximar do quarto.
- NANI? – gritou Sesshie – Não posso aproximar-me do quarto no MEU palácio, para ver o que se passa com a MINHA noiva? Desde quando?
- Desde o momento que a srta Kagome deixou isso muito bem explicado – respondeu a pequena raposa.
- Explicado para quem? – irritou-se o alto, gostoso, musculoso, forte e cheio de si, youkai.
- Para aqueles dois ali no canto... – disse Shippou apontando para Inuyasha e Miroku caídos no chão, todo estropiados - ...por enquanto. Mas ela disse que explicará a qualquer um que quiser ir lá perguntar.
Sesshie olhou com desprezo para o meio-irmão, cuja boca aberta mostrava a falta de dois dentes. O monge parecia mais inteiro, com apenas um pouco de cabelo faltando no topo da cabeça.
- Melhor deixá-las em paz... – concluiu Sesshie – Mas que fique claro que este Sesshoumaru não tem medo daquelas mulheres loucas...
- Com certeza...- disse Shippou sumindo do salão.
Sesshie caminhou lentamente até o hanyou e o monge, e agachou-se ao lado deles com um enorme sorriso no rosto.
- Vocês são mesmo dois paspalhos – zombou ele – Apanham de mulher. Isso jamais acontecerá com o grande Sessho...
- Cale-se, maninho! – disse Inuyasha tentando se sentar – Sua noiva querida é quem arrancou os cabelos do Miroku.
- Glup! – fez Sesshoumaru se calando.
- Eu só perguntei se ela queria ter um filho meu... – gemeu Miroku ainda tonto com o soco que tinha tomado de Sango antes de Yuri arrancar seus cabelos.
POW!
- Ai! – gemeu o monge com o soco que agora tomava de Sesshie.
- Ela vai ter um filho meu... – disse Sesshie – Quer dizer, eu acho que ela vai, bem, talvez já esteja esperando um filho meu...
- Dane-se! – resmungou Inuyasha – Como a Kagome me bate depois do presente que eu dei para ela? Ela é louca ou o quê?
- Presente? – perguntou Sesshie e Miroku surpresos – O que você deu de presente para ela?
- Um diamante! – respondeu se achando o todo-todo o hanyou – Eu dei um lindo e enorme diamante para a Kagome. E disse a ela, que nunca dei um presente de tal valor para a Kikyou.
- Um diamante? – perguntou Sesshie lembrando-se de algo – Por um acaso, não seria o mesmo diamante que eu escondi naquela gororoba que eu preparei para o meu jantar com a srta Yuri, seria?
Inuyasha engasgou, tossiu, perdeu o ar, ficou roxo e quase caiu para trás com a pergunta.
- Hã? Como? Onde? Quem? O quê? – perguntou o hanyou embaraçado – Diamante que estava no rámen? Imagine! De onde você tirou essa idéia, maninho querido?
- Inuyasha... – rosnou Sesshie exigindo a verdade.
- Er, bem, sabe como é, né? – tentou se explicar – Eu pensei que você não fosse precisar mais daquilo...
- E não vou mesmo... – disse Sesshie fazendo uma cara de nojo – Afinal, você tinha engolido o diamante, sinal de que ele só pode ter saído por um único caminho...
Miroku ficou pálido com a informação. Olhou para Inuyasha com cara de "Quê?", e depois caiu para trás, desmaiado, deixando Sesshie espantado.
- Mas o que deu no monge? – perguntou o youkai.
- Eu pedi a ele que mordesse o diamante para ver se era mesmo de verdade... – disse Inu sorrindo envergonhado – Agora ele vai mesmo me matar. Depois de ter quase acabado com a vida dele, preso naquele banheiro, soltando gases a noite toda...
- Me poupe desses detalhes nojentos... – interrompeu Sesshie – Pouco me importa o que você e o monge passaram essa noite num banheiro tão pequeno como aquele. Eu prefiro ajudar meus servos a arrumarem todo o palácio a ouvir essas histórias horríveis...
Neste momento, algumas dezenas de serviçais que estavam sofrendo carregando coisas pesadas de um lado para o outro, largaram os objetos e sorriram felizes para o youkai, imaginando que ele ia mesmo ajudá-los.
- ALGUÉM DEU ORDEM PARA VOCÊS DESCANSAREM? – gritou Sesshie assustando os servos – VOLTEM A FAZER SUAS OBRIGAÇÕES, ANTES QUE EU USE MEU CHICOTE NAS COSTAS DE VOCÊS, SEUS SERVOS PATÉTICOS!
- Você é um exemplo de patrão... – comentou sarcasticamente Inuyasha – Eu o invejo.
- Até nisso? – disse Sesshie com indiferença – Além do mais, eu não os mantenho esses servos como escravos para que eles possam fazer o que bem entendem...
- Danem-se os servos! – excomungou Inuyasha – Eu quero pedir a você, que não conte a Kagome de onde eu tirei o diamante.
- E o que eu ganharia com isso? – disse Sesshie balançando os ombros.
- O que quiser – desesperou-se o hanyou – Desde que você mantenha esse segredo entre nós.
- O que eu quiser? – disse Sesshie exibindo seu sorriso maquiavélico – Qualquer coisa?
- Sim... – respondeu o hanyou – Desde que não seja a Tessaiga!
- NANI? – gritou o youkai – Justo o que eu quero eu não posso pedir?
- Eu também não sou tão leso, né Sesshie – disse Inu – Eu já imaginava que você pediria a espada do papai.
- Então, seja menos esperto, pois senão, alguém vai saber de onde você tirou aquele belo diamante... – chantageou Sesshie.
- Para o que você quer a Tessaiga? – disse o hanyou – Você nem sequer pode segurar ela...
- Eu não a quero para lutar, seu imbecil – disse Sesshie – Eu sei que ela me repele, assim como a nobreza repele você. Eu só a quero por um dia, emprestada. Depois eu a devolvo.
- E você vai fazer o que com ela? – estranhou Inuyasha – Já que não vai usá-la em uma luta.
- Eu a quero... – Sesshie deixou os olhinhos dourados brilharem e ficarem no formato dos olhos do gato do Shreck – Eu a quero... apenas para usá-la no meu casamento!
Inu (gota).
- Quê? – indagou o irmão surpreso.
- Eu só quero que todos se lembrem do meu casamento e digam: O Lorde Sesshoumaru estava tão belo, em sua roupa branca, carregando na cintura a espada que um dia pertenceu ao seu pai, Inu no Taisho Sama, mostrando o quão ele era digno de tal herança...
- Mas ela não foi sua herança... – disse Inu cortando a alegria do meio-irmão.
- EU SEI! – gritou Sesshie – Mas eu posso sonhar, não é? E você deveria ajudar seu meio-irmão a ser mais feliz no dia do seu casamento.
- Está bem! Está bem... – disse Inu – Mas eu só entregarei a Tessaiga na sua mão na hora do casamento. Sabe como é, né? É melhor evitar que você fuja com ela antes.
- Cale-se! – ordenou Sesshie – Eu não fugiria do meu próprio casamento.
- Tanta gente faz isso... – disse Inu lembrando-se de algo – Hei, eu mesmo fugi de me casar com a Kagome...
- Você é um imbecil covarde e que deve ter medo de mulher – disse Sesshie de forma sutil e elegante – Merece mesmo gostar de um vaso de barro ambulante.
- Não fale assim da minha amada Kikyou! – irritou-se Inu.
POW!
- Ai! – gemeu Inu antes de cair duro no chão.
Sesshie olhou para a escada, e notou Kagome com um olhar furioso. Olhou para o meio-irmão caído no chão e notou o galo na testa do hanyou, causado pela escova de madeira que a reencarnação de sacerdotisa havia lançado, acertando o namorado com a precisão de um jogador de baseball.
- Strike one! – disse ela dando as costas e voltando para o quarto.
Sesshie balançou a cabeça desanimado. E pensar que era possível que logo ela fosse tia de seu filho, apesar dele não saber se ia mesmo haver algum filho.
Enquanto isso, no quarto de Kagome...
- Ai, você não achou que aquele diamante que a Kagome ganhou do Inuyasha estava com um cheiro estranho? – perguntou Sango enquanto prendia uns grampos no cabelo.
- Eu não senti nada... – disse Yuri sentada com algodão nos pés, esperando as unhas pintadas num tom branco perolado secarem.
- Vai ver que eu senti porque ela mandou eu morder para ver se eram mesmo de verdade – concluiu Sango.
Kagome abriu a porta do quarto, assustando as outras ao mostrar sua cara de fúria.
- Credo, Kagome – disse Sango – Aconteceu algo?
- Justo hoje, que eu pensei que o Inuyasha ia se tocar do quanto me ama e me pedir em casamento de verdade...sem desistir disso depois, eu encontro ele falando daquela barrenta renascida dos infernos.
- Quem? – perguntou Yuri boiando na conversa.
- A Kagome se refere a uma ex-ex-ex-ex-namorada do Inuyasha – explicou Sango – Umazinha que morreu há 50 anos atrás, mas voltou dos mortos para infernizar a vida da Kagome.
- Nossa... – disse Yuri abismada – Isso é o que se pode chamar de ex... A infeliz é mesmo obstinada.
- Vamos deixar aquele pulguento do Inuyasha pra lá – disse Kagome – Vamos nos concentrar apenas na noiva. Nós vamos deixá-la maravilhosa, Yuri.
- Sei... – disse a princesa ainda desconfiada – Mas eu preciso mesmo usar esse negócio esquisito que você me deu?
Yuri apontou para a cama. Jogado sobre ela, estava um novíssimo espartilho vermelho da Victoria's Secret, que Kagome havia comprado para usar com Inuyasha, mas que após ele desistir do casamento tinha decidido queimar numa fogueira, mas o guardou para que pudesse fazer isso na mesma fogueira em que um dia pudesse queimar junto Kikyou e Naraku.
"Vai demorar..." pensou Kagome, desistindo assim de tudo e presenteando Yuri com a delicada peça.
- Vai usar isso, sim! – disse Kagome – Aposto que o Sesshie vai saber apreciar uma coisa dessas.
- Eu espero que sim... – disse Yuri sem nem mesmo imaginar como se colocava aquilo.
Passaram toda a manhã presas no quarto, escolhendo kimonos para vestirem, sendo que Kagome indicou a Yuri um lindo traje vermelho, feito em seda e com bordados em pérolas verdadeiras. Sango escolheu um modelo mais largo, já que se sentia estufada, e ficou com um kimono verde escuro, com desenhos de flores de cerejeira pintados a mão. Kagome escolheu um belo e simples kimono preto de seda, e justificou que poderia guardá-lo para outras ocasiões.
"O enterro da Kikyou. Há há há!" pensou sorrindo como louca e assustando as amigas "Embora, eu preferisse usar algo mais colorido nesse dia maravilhoso em que a barrenta retornar ao inferno...".
- Está bom? – perguntou Yuri se olhando no espelho experimentando a roupa, mas sem o espartilho junto.
- Está ótimo – disse Kagome – E vai ficar ainda melhor quando você estiver usando o espartilho. Agora, parece que está faltando algo...
Elas se entreolharam, tentando descobrir o que faltava.
- Já sei! – disse Sango – Falta uma linda coroa de flores nos cabelos!
- Isso mesmo! – concordou Kagome – Você precisa de uma linda coroa de flores nos cabelos. Vamos pedir para Rin buscar algumas flores no jardim.
- Não! – disse Yuri com um sorriso – Eu mesma escolherei as flores que usarei na minha coroa. E eu vou buscá-las no meio da floresta, já que foi lá que eu vi as mais lindas flores que existem.
- Você vai até a floresta? – disseram as outras duas juntas.
- Sim...
- Então eu vou junto... – ofereceu-se Sango.
- Não, senhora... – disse Yuri – Eu preciso ir sozinha. Além do que, a srta está grávida, e só me faltava ter que carregar você no colo de volta para cá, só por você ter passado mal.
- E eu? – disse Kagome – Quer que eu vá junto?
- Com esse troço nos cabelos? – disse Yuri apontando para os bobs que ela usava – Mas, nem pensar! Eu só vou me trocar, depois eu aviso o Sesshie e eu vou buscar minhas lindas flores.
De volta ao salão principal...
Sesshie estava bocejando com o tédio que era ficar olhando os outros trabalharem. Jaken corria como uma barata tonta pelo palácio, carregando vários kimonos nos braços.
- Está escolhendo o que vai usar essa noite, Jaken? – zombou Miroku que acabava de acordar do desmaio.
- Cale-se, monge pervertido – disse o pequeno sapo – Essas são roupas para a menina Rin escolher.
- Mas elas também servem em você – riu Miroku – Aproveita e escolhe uma...hehehe.
- Você está muito engraçadinho para quem é apenas um convidado nada bem vindo no meu casamento, monge – chamou a atenção Sesshie fazendo Miroku se calar – Jaken sabe que não pode usar as roupas da Rin. Elas são muito nobres para ele...
Jaken olhou espantado o modo como seu amo e o monge caíram na risada com a ridícula piada. Até Inuyasha, que estava acordando agora, começou a rir também, sem nem saber do que.
- E você, seu hanyou idiota – disse Jaken com raiva – Do que está rindo?
- Não sei... – respondeu Inu – Mas se o Sesshie ta rindo, o negocio deve ser mesmo muito engraçado... háháhá...
- Céus... – resmungou Jaken – Sabia que minha vida era tão desprezível, mas não tanto a ponto do Sr Sesshie deixar sua frieza de lado e fazer piadas.
- Não fique triste, Jaken – disse Sesshie parando de rir – Eu só estou feliz porque vou me casar. Amanhã eu voltarei a ser o mesmo youkai insensível e incapaz de rir de sempre.
- Eu fico muito feliz com isso, senhor – disse o servo curvando-se numa reverencia.
Jaken deixou o salão, correndo para o quarto de Rin. Sesshie voltou a bocejar, agora ainda mais entediado pelo fato do meio-irmão estar ao seu lado, acordado, ou melhor, vivo.
- Vou me deitar – decidiu ele – Me chamem quando tudo estiver pronto para o meu casamento.
Inu e Miroku fizeram que sim com a cabeça, e ficaram sentados no salão principal, olhando para os lados, e se perguntando se haveria almoço, já que nenhum dos servos parecia preocupado em preparar algo de se comer.
De volta ao quarto de Kagome...
Yuri retirou a roupa que usaria no casamento e colocou um kimono simples. Arrancou as bolotas de algodão dos pés e calçou uma sandália, disposta a percorrer um bom caminho até as flores que queria.
Saiu do quarto, procurando por Sesshie, para avisar que ia sair, mas não o encontrou. Encontrou Inuyasha e Miroku sutilmente olhando o traseiro de uma das servas do palácio e comentando sobre isso.
- Bonito, não? – disse ela pegando-os em flagrante.
- O Miroku também disse isso – falou Inu sem notar que era Yuri atrás deles – Mas para mim, não passa de uma bunda...
- Srta Yuri? – assustou-se o monge encarando-a com cara de paspalho – Nós só estávamos analisando o fator genético da composição física das mulheres do Japão Feudal.
- Hã? – fez Yuri sem entender nada.
- Eu li isso num livro de geografia da srta Kagome – explicou Miroku.
- Mas você estava dizendo que a bunda dessa serva era uma coisa muita boni... – disse Inu sendo interrompido por um croque de Miroku.
Cala a boca, Inuyasha – disse o monge sorrindo para Yuri – Podemos ajudar a srta em algo?
- Onde está o Sesshie? – perguntou ela – Eu o procurei por todos os lados, mas não o vi...
- Ele voltou para o quarto – respondeu Inuyasha passando a mão na cabeça machucada – Ele estava cansado demais de não fazer nada.
- Ah, sei! – disse Yuri – Então, eu vou apenas escrever um bilhete para ele e pendurar na porta do quarto.
- Um bilhete? – perguntou Miroku curioso – O que vai escrever?
- Desde quando eu preciso me reportar a pessoas inferiores como você? – perguntou Yuri.
- Nossa, perdoe minha pergunta... – disse Miroku murchando como um suflê retirado ainda quente do forno.
Yuri caiu na gargalhada com a acara do monge.
- Bem que o Sesshie me disse que tratar as pessoas assim magoava – disse ela rindo – Eu estava apenas brincando, monge.
- Ah, que bom! – disse o monge voltando a sorrir – Agora a srta vai dizer o que vai escrever no bilhete?
- NÃO É DA SUA CONTA! – gritou Yuri séria – E eu disse ao Sesshie que era assim que eu tratava os subordinados nas Terras do Centro-Oeste.
Miroku murchou de novo, e dessa vez foi Inuyasha que gargalhou de sua cara. Yuri deixou os dois e subiu até o quarto de Sesshie, tendo o cuidado de pegar papel e pena para escrever sua mensagem. Parou na frente da porta, apoiando o papel nela, e começou a formar seus garranchos.
"Sesshie...
Parou um pouco, pensando numa frase de aparência culta para colocar no papel, mas não conseguiu pensar em nada.
- Vou assinar primeiro... – disse ela colocando seu nome no fim do papel – Já que ainda não pensei em nada...
assinado: Yuri Tomoaki
Pensou mais um pouco, e decidiu colocar uma linda frase, que ouvira o próprio pai adotivo lhe falar antes de morrer: "Fui ali, mas logo volto. Beijos... assinado ...".
Começou a escrever, mas foi interrompida pelos gritos dos servos no salão principal. Eles diziam que logo cairia uma chuva forte, o que fez Yuri ficar com medo de não conseguir pegar suas flores na floresta. Ela largou a pena e o papel, que caíram frente à porta do quarto, sem nem ao menos terminá-lo. Correu como uma louca, deixando o palácio e entrando na floresta, disposta a achar o máximo de flores possíveis.
Enquanto isso, na Era Meiji, mais ou menos 200 anos avançados no tempo...
Naraku se sentou na escada da entrada do Dojo Kamia, esperando pelo prato de comida. Logo apareceu Megumi, com um sorriso no rosto, segurando a tigela com o alimento, e entregando ao vilão.
- Espero que aprecie essa comida, meu adorado marido – disse Megumi dando um beijo em Naraku.
- EU NÃO AGUENTO MAIS ISSO! – gritou Sanosuke que estava sentado ao lado de Kenshin há poucos metros – ELA ESTÁ FAZENDO DE PROPÓSITO!
- Algum problema, humano? – perguntou Naraku olhando feio para Sano.
- Nada, não, Sr Naraku... – disse Sano ficando quietinho – Eu estava falando de uma pulga peçonhenta que mordeu meu pescoço.
- Pulga peçonhenta? – irritou-se Megumi – Seu...
- Acalme-se, minha amada Megumi – disse Naraku – Não dê a ele motivos para duvidar que você tenha se casado comigo por amor.
- Amor? – zombou Sano – Você está há um mês aqui, e acha que ela te ama? Pobrezinho, não conhece a Megumi...
Naraku experimenta a comida, e quase morre com o gosto horrível dela. Ele tosse, engasga, cospe tudo no chão e quase vomita.
- O que demônios é isso? – pergunta ele para Megumi.
A raposa dá um sorriso dissimulado antes de responder.
- Desculpe, amado marido – disse ela – Eu pensei que você não ia perceber que não fui eu que fiz essa comida. Eu esquentei a que Kaoru fez ontem...
- Há há! – riu Sano – Viu, ela o ama mesmo.
- Esse servo humilde irá preparar o almoço – disse Kenshin se levantando – Vamos aproveitar que a srta Kaoru saiu, já que ela vai querer fazer o almoço se chegar e não tiver nada pronto.
- NÃO! – gritaram todos, incluindo Saitou que passava na rua, mas ouviu a frase também – NÃO DEIXE A SRTA KAORU FAZER A COMIDA!
- Saito... – disse Sano olhando para o infeliz parado na entrada do terreno – Por que você está aí?
- Porque eu apareço em todas as fics do Kenshin – explicou ele – Mesmo que seja só para enfeitar o ambiente...
Todos (gota).
- Enfeitar o ambiente? – riu Naraku – Você é mais feio que o Sanosuke...
- Epa! – levantou-se Sano irado – Eu posso ser feio, mas pelo menos não me casei com a maior vigarista da Era Meiji.
- Mas bem que gostaria... – retrucou Megumi mostrando a língua.
Sano fez uma cara de choro, e saiu correndo para dentro do Dojo, gritando que queria mesmo.
- Essa comida está pior do que aquela que a Kagura fazia para mim... – reclamou Naraku – E olha que ela colocava veneno nela...
- Algo contra a minha comida, Sr Naraku? – perguntou Kaoru chegando na hora.
- Aiii! – fez Naraku ao notar o fora que havia dado – Imagina, srta Kaoru, sua comida é maravilhosa, eu estava apenas brincando porque pensei que tivesse sido minha Meguminha que havia preparado...
Kaoru olhou desconfiada para Naraku, que sorria idiotamente. Depois ela olhou para Megumi, que sorria falsamente. Depois virou seu olhar para Kenshin, que sorria disfarçadamente.
- Ótimo! – disse ela – Agora, deixa eu ir fazer o almoço...
Todos os sorrisos murcharam assim que ela deu as costas. Mas voltaram quando ela se virou de novo.
- Eu encontrei esse livro de lendas quando caminhava pelo mercado – disse Kaoru tirando o exemplar de dentro do kimono - Parece que fala algo sobre a era de onde você disse ter vindo, Sr Naraku.
Naraku esticou a mão e pegou o livro, em cuja capa estava escrito: Lendas dos Nobres Youkais. Começou a folhear as páginas, até que, de repente, levantou-se, derrubando o prato de comida, a Megumi que estava sentada no seu colo, e também desviando na hora certa de uma pedra que Sano havia jogado nele pelas costas.
- NÃO PODE SER! – gritou Naraku enfurecido.
- Oro? – perguntou Kenshin sem entender o motivo de tanta irritação – O que foi, Sr Naraku?
Naraku já estava soltando fogo pelo nariz quando estendeu o braço e mostrou a lenda que acabara de encontrar no livro. Kenshin leu em voz alta, ainda sem entender o que havia de errado.
- "A Incrível Lenda de Inuyasha: O Hanyou que salvou o Japão". Qual o problema?
- Maldito Inuyasha! – bufou Naraku – Então, é só eu desaparecer por um mês e ele já se acha no direito de se tornar o hanyou mais poderoso do Japão? Eu vou matá-lo!
- Como? – perguntou Megumi cuspindo a terra que havia comido quando caiu de cara no chão – Se você está 200 anos adiantado no tempo?
- Eu tenho que voltar! – desesperou-se Naraku – Eu ainda tenho os fragmentos da jóia de quatro almas, então posso voltar pelo poço.
- E vai me deixar aqui? – indagou Megumi com raiva.
- Lógico! – respondeu o vilão – Eu falei que nosso casamento era até que a morte nos separasse, ou até que fosse preciso eu voltar para minha era...
- Eu pensei que você tivesse dito aquilo porque estava bêbado – disse Megumi.
- Sabia! – disse Sano chegando na conversa – Sabia que você tinha embebedado o vilão para poder se casar com ele...
- Quem me embebedou foi você... – disse Naraku olhando assustadoramente para Sanosuke – Você disse que eu aumentaria meus poderes na luta se bebesse aquela coisa horrível.
- Era apenas uísque! – disse Sano sorrindo – Importado...recém chegado dos Estados Unidos da América.
- Como se eu imaginasse onde fica isso – disse Naraku – E por causa daquela bebedeira, eu me casei com a Megumi, me tornei amigo do Kenshin, comi a comida da Kaoru sem sentir o gosto ruim e ainda por cima, disse na cara do Aoshi que ele era mesmo bonito.
- Bom, quanto ao fato de chamar o Aoshi de bonito... – disse Sano – A culpa acho que é da sua ligeira inclinação ao homossexualismo.Não culpe a bebida...
- Oras seu... – disse Naraku irado – Eu vou embora dessa maldita era...
Naraku correu até o poço, e sem titubear se jogou dentro dele, para espanto dos outros.
- É, parece que ele se foi – disse Sano.
- Sei que ele tem uma missão a cumprir em sua era – disse Kenshin feliz da vida, trajando seu avental e pronto para ir fazer o almoço.
- E quanto a mim? – disse Megumi – Vou ser apenas uma vadia divorciada?
- Eu não me importo de ficar com você, vadia divorciada – sugeriu Sano.
Megumi o encarou com desprezo, mas depois balançou a cabeça concordando.
- Se não tem outro jeito... – disse ela abraçando Sano – Serve você mesmo...
- HEI, EU AINDA ESTOU AQUI! – grita Naraku de dentro do poço.
- Naraku, meu marido amado! – diz Megumi dando uma bica na canela de Sano para ele se afastar – Você ficou por minha causa?
Naraku salta para fora do poço, mostrando-se bastante irritado.
- Não fiquei por sua causa – disse ele - Só não consegui atravessar o poço. Mas, agora vai!
Ele dá três passos para trás e corre de novo para o poço, dessa vez conseguindo atravessar para outra era. Megumi fica olhando da borda, esperando alguns segundos para ver se dessa vez seu ex-marido não volta. Certa de que ele se foi de vez, vira-se para Sano, com um sorriso falso no rosto.
- Sano, meu amor! – diz ela toda meiga.
Voltando 200 anos no tempo, também conhecido como a era atual do Inuyasha...
Naraku reaparece no poço come-ossos. Mas ele chega, e já é bombardeado na cabeça por um balde d'água.
- Maldição! – esbraveja – O que é isso?
Olha para cima, e vê a velha Kaede disfarçadamente se afastar do poço.
- Espero que ninguém veja que eu ando usando o poço come-ossos para jogar a água que eu uso para fazer meu banho intimo – diz a velhota baixo, mas facilmente audível para Naraku.
- NANI? – diz ele enojado.
Pouco depois, em meio à floresta...
Yuri chegou ao local onde ela havia visto as mais lindas flores de toda sua vida. Ficou irada porque não eram flores, e sim pedaços de papel colado nas árvores.
- MALDITAS CRIANÇAS QUE SABEM FAZER ORIGAMI! – gritou assustando todos os pássaros da floresta.
Resolveu caminhar um pouco, e catar qualquer flor mesmo que encontrasse pelo caminho. Encontrou um pé de crisântemos brancos, e se deu por satisfeita, pegando todas as flores. Olhou para o céu, encoberto por nuvens negras, e viu que tinha de correr se quisesse chegar seca no palácio.
- Droga... – disse ela – Por que o palácio do Sesshie tinha de ser tão longe?
- O que disse, minha jovem? – perguntou uma pessoa aparecendo detrás das árvores.
Yuri olhou com desconfiança. O homem, vestido com uma pele de babuíno, parecia um tonto qualquer, mas nunca era demais se preocupar.
- Quem é você? – perguntou ela.
- Kukuku! – riu o homem – Permita que eu me apresente. Meu nome é Nara... – ele hesitou em dizer o resto do nome, imaginando se ela não saberia quem ele é – Naraykimonuykitairô... prazer...
- Hã? – disse Yuri sem entender bulhufas do nome.
- Pode me chamar Naraykimo... – disse Naraku.
- Está bem, Sr Naray... Narayki! – disse ela simplificando ainda mais o nome.
"Droga..." irritou-se Naraku "Por fim, fiquei com meu nome quase igual!".
- Eu ouvi a srta dizer algo sobre o palácio do Lorde Sesshoumaru? – disse ele sorrindo amistosamente.
- Sim, eu disse – respondeu Yuri – Eu disse que é muito longe...
- Então a srta sabe como chegar até lá? – disse ele – É que eu procuro pelo meio-irmão dele, o Inuyasha, e a velha Kaede disse que ele estava morando lá agora.
- Morando? – riu Yuri – Deixa o Sesshie saber que ele anda dizendo isso por aí...
- Sesshie? – estranhou Naraku – Você é alguma conhecida dele?
Yuri não conteve a excitação ao responder tal questão. Estufou o peito, abriu o sorriso, fez uma pose com os cabelos voando com o vento e...
- Eu sou a noiva dele! – exclamou toda feliz – E nosso casamento é hoje!
Naraku não conteve a cara de peixe atolado na lama. Estava embasbacado com a noticia.
"Sesshoumaru? Casando?" pensou atordoado "Aquele pão?".
- Você o conhece? – perguntou Yuri desfazendo a pose.
- Hã? – disse Naraku voltando a si – Eu, er, bem, nós... Nós somos apenas...
- Amigos? – tentou ajudar Yuri.
- Quase... – disse Naraku livrando-se da pele de babuíno – Se você não contar as vezes em que tentamos nos matar, isso bem que pode ser chamado de amizade...
- Hã? – disse Yuri sem entender nada quando o Narayki a pegou pelo pescoço, chacoalhando-a até que ela perdesse os sentidos.
- Parece que eu vou comparecer nesse casamento... kukuku – riu Naraku pegando a meiga e indefesa princesa Yuri no colo – Meus deuses, essa moça pesa...
De volta ao palácio...
Kagome e Sango correram desesperadas pelo palácio, atraindo a atenção de Miroku e Inuyasha.
- Alguma coisa errada? – perguntou o hanyou.
- Sim! – respondeu desesperada Sango.
- Yuri sumiu... – completou Kagome – Já está quase na hora do casamento, e ela não está aqui!
Eles se olharam surpresos. Em volta deles, no salão principal, vários convidados começavam a chegar para o casamento. Começava a anoitecer, e assim que a lua estivesse no alto do céu, Sesshie deveria ser acordado para a cerimônia.
- Vamos falar com o Sesshie? – perguntou Inuyasha.
- Não! – respondeu junto Kagome, Sango e Miroku.
- E por que não? – insistiu o hanyou.
- Por que o Sesshie vai nos matar! – respondeu Kagome – Imagine a gente chegar lá e dizer que a Yuri não está aqui para o casamento...
- É, realmente não parece ser uma boa opção – concluiu Inuyasha ao imaginar a fúria do meio-irmão.
- Já sei! – disse Miroku tendo uma idéia maravilhosa – Vamos nos separar e procurar por ela. Você, Inuyasha, vai com a srta Kagome olhar pelo palácio enquanto eu e a Sango vamos até o nosso quarto procurar pela Yuri.
Todos olharam com cara de "fala sério" para o monge depravado.
- A situação feia do jeito que está e você pensando em sacanagem, Miroku – disse Sango – E nem que a srta Yuri estivesse mesmo lá eu iria com você para o quarto...
- Isso parte meu coração, Sangozinha... – resmungou o monge – Eu apenas sugeri procurarmos mesmo pela srta Yuri lá no nosso quarto.
- Conta outra, monge! – zombou Inu – Como se já não o conhecêssemos...
- Está bem, está bem... – conformou-se Miroku – Vamos procurar a srta Yuri. Eu vou junto com o Inuyasha, e vocês duas vão juntas.
- Certo! – disseram o resto e se separaram.
Kagome e Sango se encaminharam para a porta de entrada do palácio, mas não sabiam onde procurar primeiro.
- Não é possível que a srta Yuri tenha se perdido na floresta – disse Kagome – Será que ela já não retornou para o palácio, e está no quarto junto com o Sesshie?
- Não sei – disse Sango – Mas, vamos dar uma olhada pela floresta, já que ela pode ainda estar procurando as flores que ela falou.
- Certo...
Enquanto isso, Inuyasha e Miroku vasculhavam pelo palácio. Inu estava olhando na biblioteca, já o monge preferiu procurar no quarto de se vestir das servas, recebendo como castigo um vaso no meio da cabeça.
- Nada, Miroku? – perguntou Inuyasha quando os dois se encontraram no salão principal.
- Eu não achei nada, mas acho que esse vaso não combinou muito com minha roupa – disse o monge retirando os cacos que estavam espalhados pelo corpo.
- Onde será que as garotas foram procurar? – disse Inu.
- Hei! – disse Miroku sorrindo – Me lembrei de algo. Lembra que a srta Yuri disse que ia deixar um bilhete na porta do quarto do Sesshie?
- Sim, é mesmo! – disse Inu – Vamos até lá para ler o que está escrito e ver se descobrimos algo!
Inuyasha ameaçou sair correndo para as escadas, mas foi segurado pelo braço por Miroku.
- O que foi, Miroku? – perguntou Inu irado por quase ter seu braço arrancado pelo monge.
Olhou para o monge, que estava com o olhar vidrado, e a baba escorrendo da boca. Na frente dos dois, abaixada para arrumar um enfeite no chão, uma das servas de Sesshie. Com certeza, devia ser a serva com maior "bagagem" trabalhando no palácio.
- Miroku, deixe de palhaçada! – irritou-se Inu – Vamos logo até o quarto do Sesshie.
- Depois... – disse o monge limpando a baba – Esse é um espetáculo raro, não podemos perder.
- Oras, seu depravado... – disse Inu tentando soltar o braço, mas Miroku estava tão congelado olhando para o traseiro da serva, que todos seus músculos se paralisaram, deixando impossível para Inuyasha sair sem pelo menos arrancar o braço do amigo fora.
- Maldição... – esbravejou Inu aguardando pacientemente a alegria do monge se acabar.
Enquanto isso, na floresta...
- Pronto? Podemos voltar? – perguntou Kagome impaciente.
- Sim! – disse Sango saindo detrás de uma moita, após sua quinta parada para fazer xixi – Acho que agora terminou...
As duas voltaram a caminhar, sem ter conseguido achar nenhum rastro de Yuri.
- Ela deve ter mesmo voltado para o palácio – disse Kagome – Com certeza, se enfurnou no quarto junto com o Sesshie e nós estamos aqui, procurando como duas tontas.
- Sorte dela! – disse Sango – Sorte dela se for isso mesmo!
- Verdade! – concordou a amiga – Agora, vamos, que já anoiteceu e eles logo aparecerão.
- Ih! – disse Sango.
- O quê? – perguntou Kagome já certa do que era.
- É que me deu vontade de fazer xixi de novo...
- Háááááá´!
Meia hora depois, de volta ao palácio...
Kagome e Sango entram no palácio, e encontram Inuyasha dormindo em pé, com a cabeça apoiada no ombro de Miroku. O monge, por sua vez, olhava compenetrado para a serva que arrumava um outro enfeite no chão.
- AH, MIROKU! – gritou Sango agarrando o monge pelo pescoço e chacoalhando – EU VOU MATAR VOCÊ!
Inuyasha, que estava com o braço preso por Miroku, acaba por ser chacoalhado junto, e quase perde a esportiva e se transforma em youkai puro, de tanta raiva que estava sentindo. Só se acalmou quando ouviu as doces palavras de Kagome.
- INUYASHA, SENTA! – gritou ela, acabando de vez com a briga.
- O que aconteceu? – perguntou o hanyou levantando a cabeça – Kagome, onde está a srta Yuri?
- Nós não a encontramos... – disse Kagome – Achamos que ela está no quarto com o Sesshie. Ela ia sair para buscar algumas flores na floresta, e isso não levaria muito tempo, logo ela deve ter voltado e ficado junto com o noivo.
- Sair para buscar flores? – estranhou Miroku – Quando vimos pela manhã, ela disse que ia escrever um bilhete para o Sesshie e deixar na porta do quarto...
- E vocês já foram ler esse bilhete? – perguntou Sango.
- Não! – disse Inu irritado – Graças ao Miroku, não!
- Vocês são mesmo dois imbecis! – disse Kagome – Naquele bilhete pode estar escrito em que local exatamente a srta Yuri foi buscar as tais flores, e vocês ficam perdendo tempo olhando para as nádegas de uma serva?
- Culpe o Miroku! – disse Inu – Eu só continuo aqui porque ele me prendeu...
- Vamos lá ler esse bilhete, antes que o Sesshie acorde e descubra que sua noiva não está aqui! – disse Miroku.
Os quatro subiram as escadas numa velocidade espantosa. Chegaram na frente da porta do quarto de Sesshie e não viram nada preso nela.
- Não há nada! – disse Inu – Será que ele já acordou e pegou o bilhete?
- Glup! – fizeram os outros – Tomara que não!
De repente, Kagome olha para o chão, e vê, debaixo do delicado pé cascudo e mal-cheiroso de Inuyasha, um papel.
- Levanta a pata, Inuyasha! – disse ela – Você está pisando no bilhete!
Ao verem o papel, Miroku e Sango tentam tirar Inuyasha de cima dele, de forma sutil e gentil, virando o hanyou de ponta cabeça e jogando ele para o lado.
- Seria mais fácil pedir licença! – disse Inu caído no chão.
Eles pegam o papel, e todos lêem surpresos a mensagem escrita nele.
"Sesshie...
Fui
Assinado: Yuri Tomoaki".
Os quatro se entreolharam, sem entender muito bem o significado daquilo.
- O que ela quis dizer com "Fui" – perguntou Inu.
- Parece que ela quis dizer que "Foi" – respondeu Miroku.
- Mas foi para onde? – foi a vez de Sango perguntar.
- Embora, oras! – respondeu Miroku.
- Embora para onde? – perguntou Kagome.
- Embora para o reino dela! – completou Miroku – Isso é bem claro...
- Você está querendo dizer que ela fugiu? – disse Inu.
- Impossível! – disse Kagome – Ela só saiu para buscar algumas flores e...
- E você acha que isso não foi apenas um desculpa? – O monge continuou com suas teorias – Ela disse que ia buscar flores, mas pretendia mesmo era ir embora daqui...por isso o bilhete.
- É mesmo... – raciocinou Sango – Por isso ela recusou a nossa sugestão de mandar a Rin buscar flores para a coroa.
- Não pode ser... – disse Kagome – A srta Yuri parecia muito feliz com o casamento.
- Sei... – disse Miroku – Eu aposto que ela planejava mesmo era apenas ter um filho do Sesshie...
- Então, será que... – disse Kagome – Ela já está...
- Pode ser... – disse Inu – Não é tão certo assim o fato de que os youkais podem sentir quando suas mulheres estão esperando um filhote.
- Filhote? – repetiu todos olhando para o hanyou.
- Filho... – corrigiu o hanyou – Hehe, filho...
Nesse momento, Jaken apareceu no começo do corredor, pronto para ir acordar seu amo.
- Sujou! – disse Kagome ao notar o sapo.
- Temos que evitar que ele acorde o Sesshie – disse Sango.
- Por quê? – perguntou Miroku – Se ele vai ter que saber mesmo...
- Mas não ao acabar de acordar, não é? – disse Kagome – Já que ele não parece de muito bom humor quando acorda.
- O QUE ESTÃO FAZENDO AÍ, SEUS VERMES? – gritou Jaken se aproximando – COMO OUSAM ACAMPAR NA FRENTE DO QUARTO DO SR SESSHIE?
- Cale-se, Jaken! – disse Inuyasha dando uma bica no servo, fazendo-o voltar voando por todo o corredor – Antes que você acorde o Sesshie, e ele veja o bilhete de despedida da srta Yuri...
- BILHETE DE DESPEDIDA DE QUEM?
- Da srta Yuri... – repetiu Inu virando e dando de cara com o meio-irmão parado na porta do quarto – MINHA MÃEZINHA AMADA!
Inuyasha olhou para os amigos, que estavam colados na parede de medo. Olhou de novo para Sesshie, que a essa altura mostrava os olhos vermelhos, e não era de tanto dormir.
- Repita o que disse, hanyou imprestável! – disse o youkai – Bilhete de despedida de quem?
- Er, Sr Sesshie? – chamou por ele Kagome – O sr me permite...?
- NÃO! – gritou ele - Continue, Inuyasha!
- Não é nada, não... – tentou disfarçar o hanyou, sorrindo e sentando no chão para coçar as orelhas com os pés.
Sesshie se virou para Kagome, e com um sorriso mais para assustador que para amistoso, abriu a boca.
- Hei, humana do meu meio-irmão... – disse Sesshie – Você gostou do presente que o Inuyasha te deu?
- Glup! – fez Inu – Está certo, eu conto! A srta Yuri fugiu, e deixou apenas um bilhete!
- INUYASHA! – gritaram Kagome e Sango.
- Onde está o bilhete? – perguntou Sesshie parecendo calmo.
Kagome estendeu a mão com o papel, que foi recebido sem nenhuma demonstração de raiva por parte do youkai. Ele leu cada palavra, tentando decifrar corretamente os garranchos de Yuri, e por fim amassou o bilhete e o jogou no chão.
- Então ela foi embora? – disse ele serenamente – Tudo bem...
- O QUÊ? – estranharam todos – COMO ASSIM TUDO BEM?
- A srta Yuri não é obrigada a se casar comigo... – disse o youkai dando as costas e voltando para dentro do quarto – Agora, com licença, eu preciso me arrumar!
A porta foi batida na cara de todos, impedindo a pergunta mor.
- O que ele vai fazer? – perguntou Inu – Ele parece tão calmo e tranqüilo.
- Nem imagino – disse Kagome – Mas acho que é melhor descermos e avisarmos que o casamento foi cancelado.
Os amigos chegaram ao alto da escadaria e ficaram surpresos com a quantidade de pessoas que já estavam esperando pela festa. Muitas youkais choravam copiosamente a perda do solteirão mais cobiçado, enquanto alguns youkais machos sorriam e festejavam o aumento nas chances de conseguirem se casar com aquelas mesmas fêmeas.
Inuyasha pigarreou para limpar a garganta antes de dar a noticia, e colocou-se mais à frente dos outros três amigos.
- UM MOMENTO DA ATENÇÃO DE VOCÊS, POR FAVOR! – gritou ele sendo ignorado pela massa de seres vivos abaixo – UM MOMENTO...
- CALEM A MALDITA BOCA, SEUS INÚTEIS! – gritou Sango assustando a todos – TEM GENTE QUERENDO FALAR!
- Gente? – zombou Miroku – Desde quando o Inuyasha se enquadra nessa categoria?
Kagome não segurou a risada, e Inuyasha fechou a cara com a piadinha do monge.
- Também não vou falar mais nada! – disse Inu emburrado.
- Desculpe, Inuyasha – disse Kagome – Eu não tive a intenção de ferir seus sentimentos... hehehehe... Mas, falando sério, você é que tem de dar a noticia. Eles não prestariam a atenção em três humanos malucos tentando falar alguma coisa.
- Está bem, mas não ache que eu vou esquecer disso...
- VAI LOGO, SEU HANYOU PULGUENTO! – gritou Sango.
Todos olharam para a exterminadora surpresos.
- Desculpem a Sango – disse Kagome – Isso deve ser culpa dos hormônios...
- Dos "hormquê"? – disse Inu.
- Esquece... – disse Kagome – E dê logo a noticia...
Miroku puxou Sango de lado e jogou sua cartada final.
- Hei, Sangozita – disse ele – A gente podia aproveitar que a festa está pronta e nos casarmos, não é? Economizaria um dinheiro...
- Não, Miroku... – disse a exterminadora entristecida – Eu não ficarei feliz me casando sem algum parente presente. E eles todos já morreram...
- Mas tem um parente seu aqui, Sangozita – disse Miroku apontando para um dos cantos do salão – Veja, o Kohaku ficará feliz de vê-la se casar.
- Mas o Kohaku está mais morto que os outros parentes! – disse Sango – Olhe para ele...
Enquanto isso, no canto da sala...
- Sim, Senhor Naraku! – repetia exaustivamente Kohaku, ainda amarrado na mesma cadeira desde que aparecera no palácio.
De volta ao comunicado do fim do casamento...
Inuyasha pigarreou mais uma vez. Dessa vez todos os convidados estavam em silêncio, esperando para ver se Sango ia ter outra crise de nervosismo.
- EU QUERO DIZER A VOCES... – começou a falar Inuyasha - ...QUE POR MOTIVOS ALHEIOS A VONTADE DO MEU IRMÃO SESSHOUMARU, ESSE CASAMENTO NÃO IRÁ SE REALIZAR...
Houve um "OH!" geral pelo salão principal, e depois de algum tempo, outro "OH" de ainda mais espanto, quando Miroku rolou escada abaixo.
- ISSO É PARA VOCÊ APRENDER QUE EU NÃO GOSTO QUE PASSEM A MÃO NA MINHA BUNDA! – gritou Sango do alto da escada.
- MAS, BEM, COMO EU IA FALANDO... – continuou Inu – NÃO HAVERÁ MAIS NENHUM CASA...
- CALE SUA BOCA, SEU HANYOU SARNENTO!
Mais um "OH!" ecoou pelo salão quando todos viram Sesshie aparecer ao lado do meio-irmão, explendorosamente vestido numa roupa totalmente branca, com o único detalhe de uma faixa vermelha envolta na cintura.
- Sesshie? – disse Inu – O que está fazendo tão arrumado assim?
- Hoje é o dia do meu casamento – disse Sesshie – Eu vou me casar!
- Mas... – disse Miroku coçando a cabeça confuso – Não tem nada faltando, não?
- Tem! – disse Sesshie arrancando a bainha com a Tessaiga da cintura de Inuyasha e colocando em sua cintura – Bom, agora não tem mais!
Ele começou a descer as escadas, para espanto geral. Kagome puxou Inuyasha de lado, e cochichou ao ouvido dele.
- Será que seu irmão sabe que é preciso uma noiva para poder se casar? – perguntou ela.
- Acho que não... – respondeu Inu.
- HEI, SEU YOUKAI DE CABEÇA OCA! – gritou Sango fazendo Sesshie olhar para ela com aqueles lindos olhos dourados, onde estava marcado quanto tempo faltava para a morte da exterminadora – VOCÊ AINDA NÃO PERCEBEU QUE SUA NOIVA FUGIU?
- Sim, eu percebi, exterminadora – disse ele – Mas isso não me impedirá de me casar essa noite.
- Hã? – perguntou os quatro amigos – Como não?
- Se a srta Yuri dispensou essa honra, há muitas outras que matariam para poder se casar comigo – disse Sesshie apontando para o salão cheio de belas e loucas youkais, que começaram a se degladiar umas com as outras para provar que o que ele falava era verdade.
Logo os corpos começaram a se amontoar pelo chão, e Jaken balançou a cabeça negativamente, já sabendo que ele é quem teria o trabalho de enterrar os corpos.
- E você vai simplesmente escolher outra noiva? – perguntou Kagome – E o que você sentia pela srta Yuri?
- Eu sei fingir muito bem que não sinto nada – disse Sesshie olhando para as youkais que ainda permaneciam vivas.
- Está bem – disse Miroku jogando mais lenha na fogueira – E quem você vai escolher?
- Miroku! – brigou Sango – Ele não pode escolher ninguém! E duvido que o Sesshie vai se contentar em escolher uma noiva apenas pela aparência.
- JÁ ESCOLHI! – gritou Sesshie deixando todos pasmos – EU ME CASAREI COM...
Todas as youkais começaram a se ajeitar, limpando o sangue do rosto, e recolocando os dentes no lugar. Inuyasha, Kagome, Miroku e Sango esperavam surpresos para ver quem Sesshie escolheria.
- EU ESCOLHO... – continuou Sesshie.
De repente, a porta do salão principal foi aberta com uma grande explosão. Todos voltaram seus olhares para lá, esperando o causador da bagunça. Primeiro, apareceu uma cabeça apenas, e quando a fumaça baixou, todos viram perplexos quem era.
- SRTA YURI? – gritou Sesshie – COMO OUSA INVADIR MEU CASAMENTO DESSA MANEIRA?
- O quê? – disse ela espantada – É meu casamento também!
- Eras! – disse Sesshie fazendo bico – A srta fugiu, e eu já arranjei outra noiva para o seu lugar?
- O QUÊ? – gritou Yuri – COMO ASSIM, ARRUMOU OUTRA NOIVA? QUEM É ESSAZINHA?
- É, é, é... – disse Sesshie tentando decidir de novo quem escolheria, e por fim apontando uma youkai que estava no canto do salão – É ela!
Yuri virou o olhar para onde ele apontava. Seus olhos esbugalharam ao ver quem era a escolhida.
- O QUÊ? A YOUKAI BORBOLETA PIRANHENTA?
A youkai borboleta piranhenta começou a pular e gritar de alegria.
- SIM, A YOUKAI BORBOLETA PIRANHENTA! – disse Sesshie olhando para sua noiva – Er, desculpe, minha nova noiva...
- Chame como quiser, meu senhor! – disse a youkai borboleta piranhenta.
- E POR QUE MOTIVOS VOCÊ VAI SE CASAR COM ELA, SE EU ESTOU AQUI? – perguntou Yuri colocando as mãos na cintura.
- Você fugiu! Deixou um bilhete escrito com aqueles garranchos que você chama de letras e foi embora! Queria que eu a esperasse eternamente?
- Quem disse que eu fugi, seu tonto? – disse Yuri mostrando para todos o estranho tentáculo que a prendia pela cintura – Eu sai apenas para buscar flores para minha coroa, quando encontrei um amiguinho seu pelo caminho!
- Amiguinho meu? – disse Sesshie – Essa é a desculpa mais ridícula que eu já ouvi...
Sesshie teve sua frase interrompida por uma risada bastante conhecida.
- KUKUKU! Vejo que cheguei a tempo de desejar felicidades aos noivos...
- NARAKU? – gritaram Sesshie, Inuyasha, Kagome, Miroku e Sango.
- Sentiram saudades, meus arquiinimigos do coração? – perguntou Naraku aparecendo na porta, trajando sua pele de babuíno, deixando aparecer debaixo dela muitos outros tentáculos, que acabaram matando todos os convidados do casamento – Parece que eu tenho o presente mais valioso desse casamento... a noiva!
- VOCÊ TEM QUE SALVAR SUA NOIVA, SESSHIE! – gritou Inuyasha.
- É VERDADE! – disse Sesshie correndo para o lado da youkai borboleta piranhenta – VENHA, MINHA NOIVA, EU VOU PROTEGÊ-LA!
A youkai borboleta piranhenta estava se achando toda com o fato de ser a escolhida, e jogou-se no colo de Sesshie.
- HEI! – gritou Yuri irada – ELE QUEIS DIZER SALVAR A MIM! EU SOU SUA NOIVA!
- NÃO MAIS, SRTA YURI! – disse Sesshie correndo para a escada com a nova noiva nos braços – E QUER SABER MAIS? EU VOU DEIXAR VOCES SE MATANDO AQUI, E VOU CURTIR MINHA LUA DE MEL EM PAZ! – disse ele mostrando a língua para a princesa.
- SESSHIE... SEU... – gritou Yuri sentindo o sangue ferver.
Essa ferveção de sangue da princesa fez algo estranho acontecer com ela. O ar encheu-se com um aroma tão doce, e ao mesmo tempo tão sutil, que Sesshie parou na mesma hora. O youkai ficou paralisado, com a youkai borboleta piranhenta no colo, e com os olhos arregalados.
- O que aconteceu? – perguntou Kagome que assistia a tudo pendurada nas costas de Inuyasha, prontos para fugirem.
- O Sesshie está congelado? – perguntou Sango.
- Alguma coisa está acontecendo com ele... – disse Miroku.
- Háhá! – riu Inuyasha olhando para Naraku – Agora, ficou pequeno para você!
- Hã? – perguntaram os outros sem entender nada.
Sesshie virou o pescoço para trás, sem pressa de encarar o inimigo. Depois olhou para sua nova noiva, que o olhava com um sorriso, enquanto desfrutava do colo dele.
- Suma daqui! – disse Sesshie para a youkai.
- Como? – perguntou a youkai sem entender.
- SUMA DAQUI, SUA YOUKAI BORBOLETA PIRANHENTA! – repetiu ele com o acréscimo de alguns elogios – Eu tenho que salvar minha noiva.
- Mas? – disse a youkai.
- SUMA! – disse Sesshie jogando a youkai no chão e se virando para Naraku – NARAKU, SOLTE MINHA NOIVA!
- AGORA EU VOLTEI A SER SUA NOIVA, NÃO É? - disse Yuri – POSSO SABER O MOTIVO PARA VOLTAR ATRAS?
- É, Sesshoumaru... – disse Naraku – Dê um motivo para eu soltar sua noiva!
- Eu não pedi um motivo para ser solta, seu idiota! – disse Yuri para Naraku – Eu pedi um motivo para voltar a ser a noi...
- CALE-SE! – bradou Naraku – VOCÊ VEIO DO MEIO DA FLORESTA ATÉ AQUI FALANDO SEM PARAR! EU DEVIA DEIXAR O SESSHOUMARU SE CASAR MESMO COM VOCÊ. AGUENTAR VOCÊ TAGARELANDO O DIA INTEIRO ATRÁS DELE. SERIA O MAIOR CASTIGO DO MUNDO!
- CALE A BOCA, VOCÊ, NARAKU! – gritou Sesshie – NÃO OUSE LEVANTAR A VOZ PARA A MINHA NOIVA! PRINCIPALMENTE QUANDO ELA CARREGA UM FILHO MEU NO VENTRE!
Um ultimo "OH" percorreu o salão, mas dessa vez sem muito coro, já que os convidados estavam mortos. Apenas Yuri, Inuyasha, Kagome, Sango e Miroku é que o fizeram.
- Háhá... – disse Yuri lembrando-se da vez em que Sesshie usara essa mentira para evitar que Ajina a matasse – Entendi! – disse dando uma piscadela para o youkai.
- NÃO SEJA TONTA, YURI! – disse Sesshie – DESSA VEZ, EU FALO SÉRIO!
- HÃ? – disse Yuri embasbacada com a noticia – EU VOU TER UM FILHO?
Naraku olhava com cara de nojo para a princesa, que mais que depressa afastou seus tentáculos da barriga e começou a alisá-la como uma perfeita imbecil.
- SOLTE ELA, NARAKU! – bradou mais uma vez Sesshoumaru.
- NÃO! – disse Naraku debochando – SE VOCÊ A QUER, VENHA PEGAR!
- Oh-oh! – disse Inu notando os olhinhos do irmão ficarem vermelhinhos, e os caninos saltadinhos, numa pura expressão de ódiozinho – Acho melhor você soltá-la Naraku...
- E por que você acha isso, seu hanyou pulguento? – perguntou Naraku mostrando a língua para Inuyasha.
- Dá uma olhadinha na cintura do Sesshie... – sugeriu Inu segurando a risada.
- O quê? – perguntou Naraku olhando rapidamente para Sesshie e vendo ele com as mãos na cintura, ou melhor, na Tessaiga – AI, CARAMBA!
Sesshie sacou a Tessaiga, que saiu da bainha praticamente soltando fogos de artifício de tão emocionante que a cena era.
- Uau! – comentou Kagome – A Tessaiga não repeliu o Sesshie.
- É mesmo... – disse Miroku - E isso não é um bom sinal...
- Ai, meu paizinho... – disse Inu – Só faltava essa agora. A Tessaiga pegar amor pelo Sesshie...
- Você não ousaria me atacar com essa espada, Sesshoumaru – disse Naraku colocando Yuri no caminho – Senão você matará sua linda noivinha junto!
- NÃO! – gritou Yuri para Naraku – Você enlouqueceu? Acha que ele vai deixar de te partir no meio só porque eu estou na frente?
- É, e além do mais, o Sesshie tem a Tenseiga – intrometeu-se Shippou, que até o momento estava num canto com Rin, comendo todas as guloseimas da festa – Ele pode reviver a srta Yuri depois de novo...
- Bem lembrado, raposa! – disse Sesshie dando um sorriso diabólico para Yuri – Yuri, minha querida, espero que não leve isso a mal...
- ESPERE! – gritou Naraku soltando Yuri – EU JÁ ESTOU INDO EMBORA! PODEM CONTINUAR COM ESSE CASAMENTOZINHO IDIOTA!
Naraku transformou-se numa nuvem e sumiu do palácio, deixando para trás a certeza de uma morte dolorosa, e também Kohaku, que não pode correr atrás do amo, já que ainda estava amarrado na cadeira.
- Sim, senhor Naraku! – disse Kohaku ao ver o vilão desaparecer.
Assim que a fumaça acabou, Sesshie conseguiu visualizar Yuri, caída de cara no chão, após ser solta pelo tentáculo de Naraku, e correu para ela, tropeçando nas centenas de corpos espalhados pelo chão de mármore.
- Srta Yuri! – disse ele pegando-a no colo – Você está bem?
- Cof! Cof! – tossiu ela – Agora estou...
- Como pude pensar que você me abandonaria? – disse Sesshie.
- É verdade...
- Um youkai tão forte, inteligente, lindo e maravilhoso como eu... – continuou ele – Jamais uma mulher abandonaria este Sesshoumaru magnífico...
- Nossa, o Sesshie não é nada convencido... – comentou baixo Kagome.
- Vamos para o nosso quarto... – disse Sesshie para Yuri – Você precisa descansar, já que agora, você carrega o herdeiro das terras do Oeste no ventre.
- Eu vou ter um bebê! – começou a cantar Yuri – Eu vou ter um bebê! Eu vou ter um bebê! Yupi!
Eles estavam próximos das escadas, quando ouviram um "psiu" vindo do alto. Olharam para cima e viram Kagome sorrindo.
- Vocês não vão se casar? – perguntou ela – Armaram toda essa festa para nada?
- Como vamos nos casar, se todos estão mortos? – perguntou Yuri mostrando os convidados pelo chão.
- Eu acho que sei o que fazer – disse Sesshie colocando a princesa no chão e pegando a Tenseiga – Afastem-se um pouco...
- Espere um pouco... – disse Yuri se aproximando da youkai borboleta piranhenta que continuava estatelada no chão, com cara de trouxa – Enquanto vocês ajeitam as coisas por aqui, eu vou ter uma conversinha com essazinha...
Yuri agarrou a tal youkai pelos cabelos, e a arrastou até a porta de entrada do palácio.
- Quer um noivo, queridinha? – perguntou Yuri para a youkai – Então vai procurar em meio à lama, que é onde você vai encontrar alguém da sua laia... – completou dando uma forte bica na bunda da youkai borboleta piranhenta, que caiu de cara no chão lamacento.
Uma hora depois...
- Está gostando da festa, Lady Yuri das Terras do Oeste? – perguntou Sesshie oferecendo uma flor para ela.
- Estou adorando, Lorde Sesshoumaru das Terras do Oeste... – disse ela sorrindo, enquanto colocava a flor no cabelo – Gostou da minha coroa?
- Perfeita! – disse Sesshie – Mas, deixa eu perguntar uma coisa...
- Sim?
- Você está com uma cintura mais fina que o normal... – disse ele olhando para a roupa que ela tinha vestido ao subir para o quarto enquanto ele revivia os convidados – Há algo diferente?
Yuri sorriu e cochichou algo no ouvido dele.
- VITÓRIA'S SECRET? – gritou ele atraindo a atenção de todos no salão – O que é isso?
Yuri sorriu novamente e cochichou alguma outra coisa.
- Só vou descobrir quando formos para o quarto? – disse ele sério, depois pegando-a no colo e jogando por cima do ombro – Então, só se for agora!
Os dois subiram as escadas, deixando para trás a festa, onde todos os convidados se esbaldavam com saquê e comida.
Inuyasha aproveitou o momento para repetir seu pedido de casamento para Kagome, e a coitadinha aceitou, sem perceber que o hanyou estava mais bêbado que uma porca. Miroku, não perdeu tempo e carregou Sango para o quarto também, mas acabou se arrependendo, uma vez que ela começou a chorar, só porque ele havia dito que a roupa que ela usava estava um pouco apertada demais. Rin e Shippou resolveram desamarrar Kohaku, para deixar o pobrezinho aproveitar a festa um pouco melhor, mas o tonto preferiu sair gritando e correndo em busca de Naraku. Jaken ficou chorando por ter terminado sozinho, mas logo se alegrou quando uma youkai texugo deu bola para ele, e o levou para um canto do palácio. Para infelicidade do sapo, a youkai era hermafrodita, e só procurava um macho para engravidar (no caso, o engravidado seria o Jaken, hehe...). Kikyou botou a cabeça para dentro da janela do palácio, tentando descobrir o que estavam comemorando, mas foi confundida com um vaso e alguém furou seus olhos ao colocarem um monte de rosas espinhentas em seu rosto ( não se preocupem, ela não morreu... até porque, já estava morta, huahuahuahua!).
Por fim, essa história quase chega ao fim, mas... tchananan! Que rufem os tambores! Eu não vou deixar de mostrar o nascimento do filho, ou filha, ou filhos de Sesshie e Yuri. Então, vocês terão que aturar ainda mais um capítulo desta joça. Até lá...
