Parte III

Severus estendeu-lhe a mão, e Harry a segurou como se fosse uma criança dando a mão ao pai. Era um momento estranho para se sentir pai de Harry, justo agora que Harry o havia convencido a tornar-se seu amante.

— Venha. Vou levá-lo à minha... caixinha — disse Severus, o habitual sarcasmo mesclando-se à resignação. Severus abriu a porta para o corredor e levou Harry até uma outra porta, à esquerda. — Tire os sapatos antes de entrar.

Harry obedeceu. Severus também tirou os sapatos antes de abrir a porta para que Harry entrasse.

A cripta escura, iluminada apenas por algumas velas suspensas nas paredes em arcos, envolveu-os como um casulo.

Harry sorriu e estendeu a mão para Severus. Quando este a segurou, Harry o puxou para baixo, e ambos caíram sobre o macio colchão coberto com lençóis de cetim vermelho.

— Pensei que seriam verdes — comentou Harry.

— Prefere verdes?

— Vermelho está bom para mim. Posso... tocar em você?

— Você vai fazer só o que eu quiser — disse Severus, em tom implacável.

— Tudo bem. Isto é... eu não sei o que você quer.

— Se você fizer algo que eu não queira, eu lhe direi.

— Certo.

Severus afastou a franja de Harry da testa com mãos trêmulas, temendo encará-lo. Harry aproximou o rosto, e dessa vez Severus não o repeliu. Segurou-lhe a nuca com delicadeza e fechou os olhos. Seus lábios se tocaram, suavemente. Severus entreabriu os seus para que suas línguas se encontrassem.

Não era a primeira vez que Severus era beijado, mas era a primeira vez que gostava da experiência. Um calor intenso se concentrou na região da virilha. Sim, estava acontecendo. Pela primeira vez na vida Severus desejava alguém que estava em seus braços, e não em sua imaginação.

As mãos de Severus mergulharam nos cabelos macios e rebeldes de Harry. Lábios se mordiam e sugavam, cheios de desejo. O colchão sob eles se desfazia em flores, as pétalas envolvendo-os com sua maciez e aroma.

— Esse lugar é mágico — sussurrou Harry, quando pararam para tomar fôlego.

— Nós somos mágicos — corrigiu-o Severus.

Severus tirou os óculos de Harry e o fitou, querendo ter certeza de não encontrar medo ou desconforto em seus olhos. Harry parecia tão apaixonado, tão cheio de tesão, que o pênis de Severus pulsou ao vê-lo.

— Tire as vestes — disse Severus.

— Só se você tirar também — respondeu Harry.

Severus hesitou. Será que Harry ficaria decepcionado ao vê-lo nu? Severus quis que aquele momento passasse logo e livrou-se de suas vestes rapidamente, com um feitiço de banimento. Ao voltar-se novamente para Harry e vê-lo apenas de cuecas, sentiu o pênis pulsar outra vez. Não havia nada de atraente em Harry no sentido usual, mas ele era exatamente como Severus havia sonhado. Ele era tudo o que Severus queria.

— Venha cá — foi tudo o que Severus conseguiu dizer.

Não era preciso ter dito nada. Seus corpos procuraram um ao outro como a chuva e a terra ressequida.

— Oh, Deus, eu quero você — murmurou Harry.

Severus mapeou o corpo do jovem em seus braços, movendo as mãos com segurança. Acariciou os cabelos desarrumados de Harry, maravilhando-se com sua textura e volume. Massageou-lhe os ombros, sentindo os músculos firmes. Desceu a ponta dos dedos pelas costas — dos ombros bem definidos e salientes até a maciez das nádegas. Severus se inclinou e passou a língua por sobre um aveludado mamilo. Escutou um tímido ofegar e o corpo todo de Harry se arqueou suavemente em sua direção. Os beijos se aprofundaram. Em um delírio de prazer, eles rolaram sobre pétalas de rosas e glicínias.

— Você me deixa provar seu sangue?

— O quê? Você é um vampiro mesmo?

— Não. — Severus deu um sorriso torto. — É só uma...

— Uma kink?

— Não vai doer e, se você quiser, eu apago a marca depois.

— Tudo bem.

Ninguém podia negar que Harry era corajoso. Severus deitou-se sobre ele e cravou seus dentes no pescoço macio. Harry se contorceu e gritou, talvez de dor, talvez apenas de surpresa, mas depois relaxou enquanto Severus sugava o sangue cálido que dali brotava, mais doce e quente do que o seu.

Harry estava se remexendo sensualmente sob seu corpo quando Severus fechou o corte e insinuou uma mão por dentro da cueca de Harry para acariciá-lo. A carne sedosa moldou-se com perfeição à mão de Severus, e Severus curvou os dedos a seu redor, puxando a pele do prepúcio para cima, depois para baixo outra vez.

— Gosta, assim? — perguntou Severus, sua voz soando rouca e cheia de desejo.

— Oh... muito — respondeu Harry, e roçou a ponta dos dedos sobre a ereção de Severus através do fino tecido da cueca.

Severus deixou escapar um gemido e arqueou-se àquele toque, e Harry tirou para fora o pênis de Severus, acariciando-o com mais confiança.

— Oh, Harry, isso é tão bom — disse Severus, roçando seus membros um contra o outro. — Aperte-me contra você e não tenha medo de me machucar.

Harry mordiscou-lhe o lóbulo da orelha e lambeu-lhe o pavilhão externo. O cheiro almiscarado de Harry mesclava-se ao seu próprio, embriagando-o. Eles se comprimiam um contra o outro, mãos bombeando cada vez mais rápido rumo ao orgasmo.

Depois de alguns minutos, Harry gozou, seu corpo projetando-se na direção de Severus. Harry abraçou-o com força, puxando-o contra si, e Severus o segurou enquanto os últimos espasmos se aquietavam. Logo, Harry voltou a si e beijou Severus com ímpeto, penetrando-o com a língua, e cerrou os dedos ao redor do pênis de Severus outra vez. Não levou muito tempo até Severus derramar seu sêmen sobre a mão de Harry, apertando Harry contra seu peito.

Severus surpreendeu-se com a ternura que encontrara em Harry e em si mesmo. Quando fazia amor consigo mesmo, ele invocava plantas e visões para estimulá-lo. Com Harry... Harry era o bastante. Se soubesse que era assim, teria tentado antes. Mas talvez fosse o seu destino, e ele tivesse de esperar por alguém como Harry para compartilhar aquelas sensações com ele.

— Severus, isso foi incrível. E muito bonito.

— Eu sei. Eu sou um mestre na masturbação.

Harry riu o seu riso cristalino.

— Você é louco — disse ele, quando conseguiu parar de rir.

— Eu o avisei.

— Eu sei muito pouco sobre você, mas me sinto seguro ao seu lado.

— Você é louco também.

Eles ficaram em silêncio por um longo tempo. Harry estava pensativo demais para o gosto de Severus.

— O que foi?

— Hermione acha que eu posso ser uma Horcrux de Voldemort — despejou Harry.

Severus sobressaltou-se.

— Como assim?

— Ela acha que ele poderia ter criado uma Horcrux no dia em que matou meus pais em Godric's Hollow.

— Essa hipótese é bastante improvável.

Harry ficou calado. Severus recuou o rosto para encará-lo fixamente. Harry tinha o olhar distante.

— É por isso que você está tentando se suicidar? — perguntou Severus.

— Eu não estou tentando me suicidar!

— É bom que não esteja mesmo. Eu sou muito ciumento e cuido muito bem daquilo que me pertence.

Os olhos de Harry encontraram os de Severus outra vez. Agora eles tinham um brilho sonhador e apaixonado.

— Eu sei.

— Não se preocupe, Harry. Nós vamos resolver isso. Juntos.

Fim

Talvez eu escreva uma continuação DEPOIS da publicação do sétimo livro. Não prometo nada: isso vai depender de muitos fatores!

Ufa, consegui postar! Desculpem as respostas curtas. O máximo de palavras que consigo enviar nas respostas é 4!

Se o sistema da continuar assim, não postarei mais fics aqui. Vocês poderão ler minhas fics na comunidade do PSF (em community ponto livejournal ponto com barra potterslashfics) ou no meu site.