Djavan
Capítulo 3
Domingo, 08
Já era meia-noite. E já não era sábado. Era domingo. Um domingo que havia começado muito mal. Pois o que o Gary e o Kai viram num dos quartos do hotel, foi algo demasiado mau: a cabeça do Goki estava pendurada na parede e ao seu lado, estava escrito com sangue a seguinte lengalenga:
O Rei e a Rainha vou encontrar, para isso preciso de os peões matar. Dois na primeira jogada, um na segunda e agora um cavalo na terceira. E não tenham medo, pois isto não passa de uma simples e assustadora brincadeira…
- Isto é uma lengalenga? – Perguntou o Gary enjoado do que tinha acabado de ver.
- Parece mais uma brincadeira… - Respondeu o Kai que começava a ficar irritado com tudo aquilo.
- Pois eu estou enjoado de tanto sangue que já vi. – Disse o Gary com a cara num tom amarelo muito clarinho. – Acho que vou vomitar.
E mal acabou de dizer aquilo, começou a vomitar. Um líquido meio que amarelado saía da sua boca e produzia um cheiro demasiado horrível para se estar ali fechado naquele quarto. Por isso, o Kai decidiu sair.
- Que cheiro… - Murmurou o Kai. – Já não basta o sangue.
O Kai começou a andar para o outro quarto de onde tinha vindo o grito da Hilary e do Tyson. Ele queria, a todo o custo, descobrir onde é que os seus corpos se encontravam. Foi então que ele se lembrou que havia um sítio naquele quarto que eles ainda não tinham visto: a casa de banho.
O Kai correu, entrou no quarto deixando sempre a porta aberta e foi ver a casa de banho. Quando lá entrou apanhou um susto ao ver o Tyson sem braços sentado na sanita.
- Oh deus… - Murmurou o rapaz de cabelo bicolor.
Havia sangue naquela zona da casa de banho e… na zona onde estava a banheira! Estava lá alguma coisa e ele esperava que não fosse a Hilary. Mas enganou-se… era mesmo ela.
Ele aproximou-se da banheira e não viu mais nada sem ser água vermelha até a cima e que já escorria pelos dois lados da banheira. Foi então que, de repente, saiu de lá a Hilary com os olhos todos brancos, com os dentes afiados cobertos de sangue, toda nua e sem as duas mamas. Era realmente nojento e assustador. A Hilary começou a aproximar-se dele para tentar matá-lo. E o Kai começou a correr. Levou o corpo do Tyson com ele para mostrar ao Gary, mesmo sabendo que ele iria vomitar de novo.
Foi então que a porta do quarto se fechou à chave e ele ficou encurralado com a Hilary a aproximar se dele lenta e assustadoramente.
Como ele não sabia o que fazer para ganhar tempo para tentar fugir, atirou o corpo morto do Tyson a Hilary. Esta apanhou-o com a enorme língua verde que agora possuía e começou a comê-lo de uma maneira que mais parecia que à séculos que não comia.
Aquilo enojou o Kai, mas ele não ficou ali especado a olhar e pôs mãos ao trabalho. Retirou o machado que havia numa das paredes do quarto parta caso de incêndio ou libertação de gases tóxicos. Tirou também o extintor para o caso de precisar de se defender. Depois deu uma pancada na fechadura da porta com o machado e a porta abriu-se.
No entanto, o monstro em que a Hilary se havia tornado, ouviu o barulho e começou a correr até ao Kai. A sorte dele era ter o extintor na mão e conseguir cegar a Hilary durante algum tempo.
Depois de ter corrido mais um pouco, viu o Gary a sair do quarto mais aliviado após ter vomitado tudo o que havia para vomitar.
O Gary estranhou o facto de ver o Kai com as roupas manchadas de sangue e com um machado e uma garrafa de extintor na mão.
- Kai? – Perguntou o Gary. – O que fazes tu assim?
O Gary reparou que, de repente, o rosto do Kai tinha ficado branco.
- Gary! Atrás de ti! – Gritou o Kai quando viu que atrás do Gary tinha aparecido a Hilary pronta para atacar.
Quando o Gary virou a cara para ver o que estava atrás dele, a Hilary lançou-se à cabeça dele e começou a comê-lo.
Aquilo era nojento demais para o Kai continuar a assistir e correu deitando pequenas lágrimas dos olhos ao se lembrar dos amigos mortos.
- "Goki, Gary, Tyson… Hilary…" – Pensou ele. – "Espero que esteja tudo bem com os outros."
Mas não estava. Pelo menos com o Dunga. Quando o Kai chamou o elevador para ir ter com os outros, deparou-se com o Dunga cheio de facas espetadas por tudo quanto era sítio. Na boca, no peito, nos olhos, nos ombros, nas costas, nos cotovelos, nos pés, nas pernas, nas mãos, nos braços…
Depois de ter tido aquela péssima visão, começou a ouvir os paços da Hilary a aproximar-se. Começou então, a retirar do corpo do Dunga todas as facas. Claro que estavam todas cobertas de sangue, mas se servissem para se proteger, tudo bem.
A seguir, retirou de dentro do elevador, o corpo do amigo já morto e atirou-o ao monstro. Tinha pena ao ter de fazer aquilo, mas se alguém tinha de sobreviver a tudo aquilo, ao menos que fosse ele.
Claro que o monstro recebeu o corpo sem vida do Dunga de mãos beijadas e adorou. Começou logo a comer.
O Kai desesperou ao ver que o elevador estava encravado e correu para as escadas. Quer dizer… para a rampa sangrenta. Ao invés de estarem ali as escadas, estava uma rampa muito inclinada com um líquido vermelho por cima que o Kai sabia que era: sangue.
Mas como viu a Hilary, ou melhor, o monstro a aproximar-se, sentou-se no cimo da rampa como se faz num escorrega, e deixou-se escorregar.
- AAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHH! – À medida que o Kai escorregava, a velocidade aumentava assim como o número e o volume dos gritos de desespero do Kai.
Continua…
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Madison's Phantom
