Cap 1 – Descobertas no banheiro
Draco lavou o rosto. Não podia matá-lo. Não conseguiria fazê-lo. Levantou a cabeça e viu seu reflexo no espelho. Seus cabelos estavam molhados, os olhos vermelhos. Aliás, ultimamente, eles só andavam assim. Fitou os próprios olhos por alguns instantes, em seguida, jogou-se novamente no chão, recostado na parede. O dia estava chegando, e a coragem não vinha. "tenho que fazer." Pensava ele. Mas a coragem ainda assim não vinha. Deixou-se abater. Agora, as lágrimas já escorriam livremente pelo seu rosto. Ouviu a porta abrir-se. Não teve forças para olhar quem havia entrado. Fechou os olhos. Apesar de não querer ser encontrado naquele estado, não teve forças para levantar, muito menos, sacar a varinha. Uma voz doce veio ao encontro de seus ouvidos. Doce, porém cheia de veneno.
-O que faz aqui Malfoy? Nunca pensei que viveria o suficiente para ver um Malfoy neste estado.
-Não enche Weasley! Deixe-me em paz. – murmurou ele, abrindo os olhos
Ginevra se assustou. Já era um susto vê-lo jogado em um banheiro, e outro ainda maior em perceber que ele chorava. A menina não conteu a curiosidade. Foi até o garoto e sentou-se ao seu lado.
-Não sabia que Malfoy's choravam. – falou ela, nem gentil nem sarcasticamente.
-Não somos monstros sem alma, sabia Weasley? – falou Draco fechando os olhos novamente.
-Bom, estou sabendo agora. – falou a menina simplesmente.
Alguns minutos se passaram sem que nenhum dos dois falasse nada. Até que Draco abriu os olhos e fitou os olhos cor de mel de Ginevra.
-O que queres afinal?
Ginevra sustentou o olhar do loiro
-Porque choravas? – perguntou a menina simplesmente
-Não é da sua conta Weasley.
-Gina.
-O que!
-Gina, me chame de Gina
Draco pareceu confuso
-Porque?
-Porque este é assim que me chamam, oras. – falou a menina ainda sustentando o olhar de Draco – agora me diga Malfoy, pq choravas?
Draco arqueou a sobrancelha
-Draco, chame-me de Draco. Mas seu nome não é Gina?
-Não. – falou a menina virando-se de frente pra ele e cruzando as pernas.
-Então, qual seu nome?
-Não vou dizer.
-Porque não?
-Porque não, oras.
-Então eu adivinho.
-Dúvido.
-Gina... pode ser apelido de... Vírginia... não vc naun tem cara de Vírginia... talvez...
-Vamos lá, tente!
-Ginevra...
-EI! – fala Gina brava – não me chame por esse nome horrível!
-EU não acho horrível..
-Mas eu acho!
-É um nome bonito, Ginevra.
-OK, não vai parar mesmo né?
-Hãhã.
-Então, façamos uma troca. Deixo-lhe me chamar de Ginevra e vc me diz pq choravas.
Draco olhou pro teto. Não seria tão ruim assim desabafar com alguém.
-Algum tem uma vida boa, amigos, um natal, família – começou ele – enquanto outros, têm tarefas, deveres e, às vezes, dinheiro – completou ele sarcasticamente
-Está deprimido? – perguntou Ginevra surpresa
-Talvez esteja...
Ginevra abriu o casaco e tirou de lá de dentro uma barra de chocolate.
-Tome – ofereceu ela – é bom para quando estamos deprimidos.
Draco a olhou surpreso. Não esperava este gesto da menina. Aliás, era raro alguém eu fizesse-lhe algo gentil. Draco pegou a barra e a abriu.
-Obrigado – falou ele baixinho, ainda confuso
-Não há de que! – sorriu a menina
Ficaram em silêncio alguns minutos enquanto Draco comia. Ginevra não sabia pq estava agindo daquela forma. Mas simplesmente não tinha vontade de xingá-lo nem irritá-lo. Talvez fosse por ter presenciado o menino em um momento tão íntimo. Ou talvez, fosse pura loucura mesmo.
-Pq fez isso? – perguntou Draco quando acabou de comer, chupando os dedos sujos de chocolate.
-Isso o que? – perguntou a menina confusa, nunca esperaria ver o Malfoy tão... humano.
-Foi gentil comigo.
-Pq não tinha nenhum motivo para não ser. – falou a menina o olhando curiosa – Não costumo tratar mal as pessoas sem motivo – falou a menina, se arrependendo em seguida
-Pra vc ver o quanto somos diferentes – falou Draco abaixando a cabeça.
Ginevra olhou para o menino e viu uma lágrima escapar-lhe dos olhos.
- Me desculpe – falou ela apreensiva – não foi minha intenção magoá-lo, desculpe-me...
-Tudo bem – falou Draco enxugando o rosto. Já não se sentia mal em chorar na frente da menina.
Ginevra olhou nos olhos de Draco. Eram tristes e solitários. Ginevra se aproximou um pouco mais do menino.
-Pq está triste?
Draco desviou o olhar. Não conseguiu dizer nada. Uma tristeza imensa tomou conta de si. Abaixou a cabeça, e em segundos estava soluçando aos prantos. Não se importava mais se estava na frente de alguém. Só queria que aquela tristeza toda passasse, e para isso chorava. Ou talvez, por isso.
Ginevra viu o menino começar a soluçar. Sem muita certeza do que estava fazendo, ergueu o braço e devagar, tocou nos cabelos prateados do menino. Acariciou-os gentilmente, ainda sem entender pq o fazia.
Draco se assustou quando sentiu a mão macia da menina em sua cabeça. Porém, depois do primeiro contato, sentiu-se reconfortado e, sem pensar, deitou no colo de Ginevra, como um simples menino desprotegido e com medo. Ginevra continuou a acariciar-lhe os cabelos, até que Draco sentiu-se vazio, sem mais uma lágrima sequer. Ficou deitado por mais algum tempo. Os dois estavam assustados, apesar de não demonstrarem, com aquela situação. Como poderiam estar tão confortáveis na presença um do outro, e tão perto, tão... próximos. Draco se levantou de repente e Ginevra abaixou a cabeça corando. O que estava acontecendo? Pq estava agindo daquela maneira? Pensava a menina um pouco assustada. E Draco a mesma coisa. Até que Draco, sem saber o pq, tomado por uma súbita coragem, se aproximou de Ginevra e a abraçou. Passou o braço pelos ombros da menina, gentilmente. Ginevra se assustou com o gesto de Draco, mas gostou. Ouviu a vos do menino perto de seu ouvido.
-Obrigado, por me consolar.
Ginevra, q até agora não havia feito nenhum movimento, sorriu ao ouvir a voz do menino e passou os braços atrás do pescoço de Draco. O menino, de início, se assustou com os braços de Ginevra em volta de seu pescoço, porém depois, acho muito confortável. Passou os braços pela cintura da menina juntando mais os corpos, podendo sentir o perfume de seu cabelo ruivo.
Sentiu a menina se afastar um pouco de si e olhá-lo nos olhos, sem tirar os braços de seu pescoço. Ginevra ficou fitando os olhos prateados de Draco por algum tempo. Por algum motivo, sentiu-se bem ali, com os braços do menino envolvendo-a, protegendo-a. Sentiu a respiração de Draco em seu rosto. Estavam tão próximos...
Draco se perdeu naqueles olhos mel e sentindo o perfume doce de Ginevra. Sentiu as mãos da menina acariciando sua nuca e seus braços apoiados nos seus ombros. Não queria que aquele momento acabasse. Não agora.
Ginevra aproximou-se mais de Draco, acariciando a nuca do menino docemente. Como era bom sentir os cabelos lisos do menino por entre seus dedos. Docemente, aproximou-se mais de Draco, agora tocando os narizes, e em seguida, sentiu os lábios frios e salgados do menino, por causa das lágrimas, em encontro ao seu. Draco sentiu os lábios quentes e doces de Gina tocarem os seus. Docemente a menina ia acalmando-o do susto, acariciando sua nuca. Draco correspondeu ao beijo, puxando Gina pela cintura, e aprofundando mais o beijo. Era um beijo calmo e doce. Sentiam o coração descompassado um do outro. Ginevra sentiu um arrepio quando Draco a puxou para mais perto e a menina sentiu os lábios do menino percorrendo os seus, e suas mãos segurarem suas costas delicadamente, apoiando-a. Não sabiam dizer a quanto tempo estavam ali. Em determinado momento, ficaram sem ar e se afastaram. Sentiam a respiração ofegante um do outro. Os narizes colados, tão próximos. Ginevra sorriu corando, enquanto acariciava a nuca de Draco e respirava, com menos dificuldade. Draco viu o sorriso da menina e foi a coisa mais simples e bela que viu. Sorriu também, e a puxou para si, unindo novamente os seus lábios aos da menina. Agora em um beijo um pouco mais urgente, porém doce e agradável. Ginevra passou a mão pelos cabelos lisos de Draco, sentindo o corpo do menino contra o seu. Afastaram-se novamente. Desta vez, Draco encostou-se na parede e puxou Ginevra para o seu lado. A menina apoiou a cabeça no ombro de Draco, ainda acariciando seus lisos cabelos. Ficaram ali abraçados apenas sentindo o corpo um do outro, a respiração um do outro. Até que Gina falou.
-Estou ficando com fome. Mas não quero ir.
-Nem eu. – falou Draco puxando Gina pela cintura e abraçando-a como que para impedi-la de ir.
Ginevra sorriu e levantou a cabeça, encontrando os olhos pratas de Draco. A menina sentiu seu rosto esquentar, corando. Não estava acostumada a toda aquela proximidade, principalmente com Draco. Draco sorriu ao vê-la corar e deu um selinho na menina.
-Ficas mais linda corada sabia?
Ginevra corou violentamente com aquele comentário, o que fez Draco rir mais ainda.
-Do que ri? – perguntou Ginevra, ainda vermelha
-De tu, ruiva. – falou Draco apoiando o queixo na cabeça de Ginevra e aspirando o perfume doce de Gina
-Acho que realmente precisamos ir. Já devem de estar a nossa procura. – falou ela sem se mexer
-A sua procura ruiva – corrigiu ele
Gina se afastou um pouco, olhando no fundo dos olhos de Draco.
-Não quero que... que isso acabe aqui. – falou a menina um pouco séria
-Não precisa acabar – falou Draco tirando uma mexa ruiva do rosto de Gina
A menina colou novamente os lábios com os de Draco, em um beijo doce e calmo. Quando Gina já estava de pé, Draco se levantou puxando a menina pela cintura novamente.
-Promete-me uma coisa? – falou o menino sério, com os olhos tristes
-Fale – falou Gina passando os braços pelo pescoço de Draco abraçando-o
-Não esqueças este dia. Por favor. – falou ele com a voz um pouco embargada, os olhos meio em embaçados pelas lágrimas que teimavam em cair. Apoiou a cabeça no ombro de Gina, tentando esconder as lágrimas. Não queria que acabasse. Não assim.
-Não vou esquecer. Nunca. – falou ela abraçando-o fortemente, tentando tirar aquele pensamento da mente de Draco. Sentiu as lágrimas de Draco em suas vestes e o puxou mais para si. – Não vou abandonar-te. Não agora, que tenho a ti. – falou a menina acariciando os cabelos de Draco.
Draco ficou ali, sentindo as lágrimas caírem-lhe dos olhos e a inspirar o doce perfume de Gina. Tinha medo. Não queria perdê-la. Não queria acordar e ver que era tudo um sonho. Gina afastou-se um pouco de Draco, apenas o suficiente para olhar seus olhos. A menina passou delicadamente a mão pelo caminho que as lágrimas fizeram no rosto de Draco, enxugando-as. Em seguida, deu selinho no loiro e disse.
-Quando precisares de mim, a hora que for, manda-me uma coruja. Irei ao seu encontro, onde for. Promete-me?
-Prometo – falou Draco sentindo a mão macia de Gina em seu rosto.
Gina deu um beijo em Draco. Um beijo um pouco mais profundo, tentando fazê-lo se acalmar. Afastou-se, antes de dirigir-se para a porta do banheiro.
-Por favor, me chame. – falou a menina, antes de sair do banheiro.
Draco esperou alguns minutos e saiu também do banheiro. Viu Gina no final do corredor e sentiu-se novamente sozinho, porém agora, com um novo ar. Sabia que poderia chamar a menina se precisasse. Dirigiu-se para o Salão Comunal da Sonserina, e lá, ficou deitado em sua cama no dormitório masculino, apenas pensando na loucura que havia sido aquela tarde. Até que adormeceu.
Fim do 1° capítulo
N/A – Bom gente, aí está... o 1° capítulo... sei q ainda não completei a outra fic (Uma Nova Vida) mas não resisti em fazer uma nova... Perdoem-me.
Espero poder atualiza-la logo... estou com mil idéias na cabeça...
Espero que gostem... estou gostando muito de escreve-la.
Esclarecendo: a fic se passa no 5° ano da Gina, 6° do Draco. Contém spoilers do 6° livro. Como em breve vcs verão, a tristeza do Draco é por causa da missão q o Voldemort deu pra ele (hummmm, ces sabem né gente... matar o Dumbledore...).
E não esqueçam: Só publicarei o cap 2 se tiver no mínimo 4 reviews!
Por isso: mandem reviews pessoinhas!
