Cap 2 – Loucuras surreais
Gina saiu do banheiro e seu coração apertou-se um pouco em ter que deixar Draco. Não sabia o que havia acontecido. Nunca se imaginou tão perto do menino. Afinal, eram ou não inimigos? Seus pensamentos estavam a mil por hora. Foi caminhando calmamente para a Sala Comunal da Grifinória, pensando naquela louca tarde de sábado. Passou por ma janela e viu que já era quase noite. Tinha passado a tarde inteira naquele banheiro. Passou pelo retrato da mulher gorda e entrou na Sala Comunal, logo avistou Rony, Harry e Hermione sentados em uma mesa, provavelmente fazendo algum trabalho. Quando passou por eles, Hermione lhe chamou.
-Gina! Já estávamos preocupados! Vc sumiu a tarde inteira. – falou Hermione
-Onde vc estava? – perguntou Rony preocupado
-Está tudo bem? – falou Harry sorrindo
-Que interrogatório! – falou Gina brava – estava andando por aí, que preocupação!
E saiu andando em passos fortes para o dormitório. Chegando lá, se jogou em sua cama e ficou pensando na tarde que tivera. Em toda aquela loucura com Draco, e como ele a tinha tratado: nada de ofensas, xingamentos, nada. Sabia, ou melhor, sentia que Draco não estava bem desde o momento que entrou no banheiro e o viu sentado no chão. Mas não sabia o que era aquilo que estava sentindo. Aquela sensação de vazio e preocupação que agora se instalava em seu coração. Por mais que tentasse não pensar em Draco não conseguia. Não sabia se podia confiar no menino. Mas mesmo assim, sentia vontade de abraçá-lo e sentir seus cabelos por entre seus dedos. Até que dormiu, pensando em como se sentiu bem, abraçada ao rapaz.
DG - DG - DG - DG - DG - DG - DG - DG - DG - DG - DG - DG - DG - DG - DG - DG
Draco acorda no umas 3h depois. Estava suado e assustado. Mais um maldito pesadelo havia atormentado seu sono. Foi tomar um banho e quando saiu sentiu-se sozinho, sem ninguém para acalmá-lo, como sempre. Então, todos os acontecimentos daquela tarde lhe vieram à cabeça. Foi até sua escrivaninha e pegou um pergaminho e uma pena. Rabiscou um bilhete rápido e amarrou-o na pata de sua coruja, abrindo a janela em seguida. Pegou seu casaco e dirigiu-se para a torre leste.
DG - DG - DG - DG - DG - DG - DG - DG - DG - DG - DG - DG - DG - DG - DG - DG
Gina acordou depois de umas 2h. Por algum motivo acordou assustada. Não sabia o pq. Foi até o banheiro, tomou um banho e vestiu uma roupa quentinha. Quando saiu do banheiro viu uma coruja negra parada do lado de fora da janela. Foi até ela e pegou o pergaminho. Antes de abri-lo, a coruja já havia voado na escuridão. Gina abriu o envelope apreensiva. Não estava com um bom pressentimento. Abriu o envelope e leu.
"Ginevra,
desculpe incomoda-la. Sei que deves de está ocupada... mas... se puder depois do jantar vir se encontrar comigo... estou na torre leste, última sala.
Com carinho
D.M"
Gina pegou seu casaco e cachecol e desceu do dormitório. Agradeceu baixinho por nem Harry, nem Hermione nem Rony estarem na Sala Comunal, e seguiu o mais rápido que pode para a torre leste. Passou por várias janelas e viu a lua brilhante lá no seu. Pela sua altura, calculou que fossem umas 20h. Não estava com fome. E mesmo que estivesse, não íria conseguir comer antes de vê-lo.
Chegou ao final do corredor da torre e abriu a porta. Estava com a respiração acelerada, em parte por ter corrido quase todo o caminho, e em parte por estar preocupada. Entrou, e viu Draco sentado na janela. Fechou a porta e parou cansada. Olhou para o menino. A lua estava iluminando seus cabelos loiros. Ele estava com uma calça preta e uma blusa de gola da mesma cor. Por cima, o casaco de Hogwarts com a cobra característica da Sonserina. Quando fechou a porta, viu Draco virar-se para vê-la. Foi até o menino e sentiu ser envolvida pelos braços do rapaz. Passou o braço pelo seu pescoço e acariciou sua nuca.
-Obrigado por ter vindo – ouviu Draco falar em seu ouvido
-Disse que viria não disse? – falou Gina sentindo a urgência do abraço de Draco.
Afastou-se um pouco e passou a mão delicadamente pelo rosto do menino. Seu rosto estava frio e com uma expressão triste. Foi caminhando sua mão pelo rosto de Draco. Viu o menino fechar os olhos e passou a mão pelas suas pálpebras. Seguiu pelo contorno de seu nariz e em seguida, passou os dedos pelos seus lábios macios e frios. Voltou para suas bochechas e colocou novamente a mão em sua nuca. Viu Draco abrir os olhos e puxá-la pela cintura, fazendo os narizes se tocarem. Draco sorriu, um sorriso triste e simples, que fez Gina abraçá-lo fortemente. Podia sentir o coração do menino batendo e sua respiração em seu pescoço. Sentia-se protegida ali. Não sabia o pq, mais se sentia confortável e segura nos braços do garoto. Draco afastou-se um pouco, tocando novamente os narizes. Aqueles olhos cor de mel, aquele cabelo ruivo, tudo nela o fazia sentir-se mais calmo. Ao mesmo tempo em que uma voz em sua cabeça falava baixinho, sendo ignorada: "Mas ela é uma Weasley!"
Draco não queria ouvir aquela voz. Estava bem ali, com ela. Tirou uma mexa ruiva do rosto da menina e aproximou-se mais dela. Era como se aqueles lábios o chamassem. Queria senti-los novamente junto ao seu. E foi o que fez.
Gina sentiu os lábios frios de Draco encostarem no seu. Beijavam-se calmamente, como se nada mais importasse. E na verdade, nada importava. Draco sentia as mãos da menina acariciando sua nuca e seus cabelos. Puxou a menina mais para si, tornando o beijo mais urgente e profundo. Gina pode sentir a língua de Draco percorrendo cada cantinho de sua boca. Abraçou-o com mais força, segurando-lhe pelo pescoço.
Draco foi descendo o beijo para o queixo, em seguida beijou o pescoço macio da menina, segurando-a fortemente. Gina sentiu a boca do rapaz em seu pescoço. Um arrepio percorreu-lhe a espinha. Sentia-se anestesiada com os beijos de Draco. Levantou o rosto do rapaz e lhe deu um selinho, afastando-se um pouco.
-Mais devagar. – falou ela corando
-Desculpe. – falou Draco puxando Gina para um sofá num canto da sala.
Sentou-se ali, e indicou o lugar ao seu lado, para que Gina se sentasse também.
Gina sentou-se ao lado de Draco, segurando a mão do menino. Encostou a cabeça em seu ombro apoiando a mão em seu peito. Agora estava mais confusa do que antes.
-O que está acontecendo? – perguntou ela baixinho
Draco abraçou-a, sentindo a menina se aninhar em seu ombro. Como era bom estar ali ao lado dela.
-Não sei Ginevra, não sei... – falou ele tristemente
Gina ergueu um pouco a cabeça, puxando o rosto de Draco delicadamente com a mão, fazendo-o olhá-la nos olhos.
-O que ouve? Pq está assim? – perguntou ela preocupada
-Eu... eu não posso... – falou o menino, sem conseguir fitá-la nos olhos.
-Pode parecer estranho, mas quero ajudá-lo. – falou Gina, virando o rosto de Draco novamente, encontrando os olhos pratas do garoto
-Eu sei, é só que... é tão estranho... tudo que aconteceu hoje, aqui, no banheiro...
Gina não conseguiu dizer nada. Deitou novamente a cabeça no ombro do rapaz. Também não entendia. Não queria que fosse tudo um sonho.
-Não que não seja bom... – falou Draco rapidamente, vendo o olhar triste da menina – apenas... é estranho. – falou ele a abraçando fortemente.
Gina ergueu-se novamente, olhando nos olhos de Draco.
-Diga-me que isto não um sonho. Diga-me que está acontecendo...
-Quero que esteja! – falou Draco tristemente
Gina sentiu seus olhos marejados. E se não fosse? E se fosse tudo uma brincadeira ou um sonho? Não queria que acabasse. Não queria que aquele momento passasse. Ginevra encostou a cabeça no ombro de Draco, escondendo as lágrimas que lhe caíam dos olhos.
Draco apertou-a mais contra seu peito. Sabia o que a menina estava pensando. Não queria que tudo acabasse. Pela primeira vez em sua vida, teve alguém com quem conversar. Alguém que pudesse confiar, que lhe confortava. Draco segurou o queixo de Gina delicadamente, erguendo seu rosto. Viu os olhos vermelhos da menina e seu rosto molhado de lágrimas. Passou a mão delicadamente, secando seu rosto.
-Não vai acabar. Não vou esquecer! – falou ele secando-lhe os olhos
-E se...
-Não fale, por favor. Não chore mais. Não vou esquecê-la. Não vou deixar magoarem-lhe. Nem eu, nem ninguém. Confie em mim. – falou Draco. Abaixou a cabeça e uniu novamente os lábios em um beijo. Sentiu a mão da menina em seu peito, em seguida subindo para sua nuca. Queria protegê-la. Queria ter a certeza de que não a magoaria.
Ginevra afasta-se de repente. Não sabia o pq, mas não estava bem ali. Por mais que quisesse ficar ao lado de Draco, não podia mais.
Levantou-se desajeitadamente. Pegou seu casaco perto da janela e olhou para Draco.
-Me desculpe – falou ela se aproximando do menino e acariciando seu rosto – não posso, não agora... vou jantar... se der eu volto.. não sei...
Estava confusa. Saiu correndo pelo corredor em direção ao Salão Principal.
Draco a olhou confuso. Estava novamente sozinho. Não sentia fome, muito menos vontade de ver gente. Deitou no sofá e fechou os olhos. Ainda podia sentir os lábios doces de Ginevra nos seus. Sua mão acariciando sua nuca... Estava ficando louco, pensou ele antes de adormecer novamente.