Capítulo 5 - Esperança

No resto do dia não consegui prestar atenção nas aulas. Só pensava naquele beijo. Quem quer que tivesse aqueles lábios tinha de ser LINDO!
Se calhar foi o Draco - aquela vozinha irritante de novo
Impossível...o que é que ele ia estar a fazer ali?
Ele podia estar em qualquer lado...
Pois...e ia estar naquele momento ali e confundir-me com a Pansy para me beijar!
Talvez não tivesse confundido...talvez te quizesse beijar
Isso é ridiculo!
- Peço desculpa, Miss Granger? - disse o professor Binns. Apercebi-me de que tinha dito a ultima frase alto, de modo que toda a turma ouvisse. E estavamos a ter História da Magia com os Slytherin. ele estava ali.
- Er...perdão, professor? Passa-se alguma coisa? - tentei passar por distraída.
- Estava eu aqui a dizer que os Duendes afirmam ter descoberto a magia, quando a menina me diz que é ridículo!
- E não é, professor? Os duendes nunca iriam descobrir a magia! - Era mesmo ele. Virei-me e vi que Draco Malfoy me tinha defendido.
Eu disse! - a voz continuava a chatear-me mas ignorei-a. Estava deslumbrada. Se fosse o Ron, tinha babado naquele momento. Olhei para ele e vi a sua cara tão vermelha quando o cabelo.Mas não estava envergonhado. Estava zangado.
Saí da aula e dirigi-me ao salão comunal de Gryffindor, feliz da vida.
Foi quando cheguei e vi Romilda Vane que me lembrei que o mundo não se tinha tornado cor-de-rosa.
Mas, por estranho que pareça, Romilda não me veio chatear. Ouvi-a a contar às amigas que se ia encontrar com o Harry. Ai, como eu gostava do meu melhor amigo!
Não aproveitei as horas livres para estudar, mas deitei-me na cama, quentinha e a sonhar acordada com os milhões de beijos iguais ao do armário das vassouras que Draco lhe daria se namorassem.
Depois acho que adormeci. Sonhei que estava a ver o pôr-do-sol com o Draco mas sempre que ele me beijava transformava-se no Harry e de repente no Ron...
- Hermione...acorda - ouvi uma voz.
Era Parvati Patil.
- Que foi? - perguntei.
- O Harry e o Ron estão à tua espera lá em baixo. Precisam de falar contigo.
- Eles que venham cá!
- Eles não podem, lembras-te?
Resmungando, levantei-me, dei um jeito no cabelo e desci.
- Hermione! Precisamos de falar contigo - Disse Ron, que estava sozinho.
- Tu e mais quem? - perguntei.
- Hermione, estou debaixo do manto - ouvi o Harry a dizer - agora ponham-se aqui também e venham para outro sitio.
E assim fizemos. Fomos para um armário de vassouras. Só de ali entrar Hermione ficava com arrepios e lembrava-se daquela manhã.
- Bem, correu tudo bem - disse Harry.
- E o Ron conseguiu o Diário? - perguntei.
- Er...não - respondeu Ron.
- O QUÊ? - gritei.
- Cála-te Hermione! Queres que nos descrubram? - Harry começou a alertar - ele não conseguiu, mas eu consegui.
Olhei para o Ron, embaraçado.
- Mas...como - comecei a dizer.
- Comecei a dizer que te queria juntar com o Neville porque sendo dois totós faziam um belo par - Harry parou ao ver o meu ar espantado - Que é que querias, tinha de a convencer! E bem, depois perguntei-lhe se tinha ouvido falar de alguma coisa e ela deu-me o teu diário e disse "lê e descobres".
- E tu leste? - perguntei.
- Achas mesmo? Toma - e devolveu-me o diário. No exacto momento lancei àquele monte de papel um feitiço anti-alohomora muito eficaz, contra olhos curiosos.
A minha vida estava a correr bem, tudo estava a resolver-se.
Ou não...
Fim do capítulo