Capítulo 3

Mudanças de plano

'Passageiros com destino, Nagoya, podem entrar em seu ônibus e tenham uma boa viagem.'

'Até que enfim.' A moça pensou levantando-se e dirigindo-se com passos mais rápidos. Fazia barulho com o salto do sapato enquanto andava. "Espero que não tenha ninguém sentado ao meu lado. Detesto viajar de ônibus! Saco!" Esse pensamento revoltado fez com que ela apressasse ainda mais os passos, talvez inconscientemente pelo desejo de sair daquele aperto econômico. E a única solução que conseguia encontrar era agarrando Sesshoumaru. Mal podia esperar para entrar e fechar os olhos, descansar e acordar para pôr em prática seu plano sinistro.

Como não havia levado mala, somente a bolsa, ela logo entrou no ônibus, e se acomodou em seu acento. Estava na janela. " Até que não é de todo ruim!" Pensou com descaso.

Faltavam poucos minutos para a saída tão esperada do ônibos com destino Nagoya. Kagura estava olhando a movimentação do lado de fora do ônibus quando sua atenção foi desviada para um rapaz que transitava do lado de fora. Era alto, tipo atlético, cabelos muito claros na altura dos ouvidos. Aparentava seus 20 anos.

Kagura piscou algumas vezes diante daquela bela visão. "Nossa!!!! O vocalista da banda SEVEN!!!! Hoje é o meu dia de sorte!!!! tomara que ele sente aqui do meu lado! Definitivamente, andar de ônibus não é tão mau assim." Ela pensava exitada, um pouco abobada. "Os deuses estão sempre olhando por mim!!!! Seria tão maravilhoso se esse fosse meu namorado e não aquele arrogante, metido a esperto. E se eu......?" Ela dizia para si mesma pensando numa possível mudança de planos.

No entanto, por mais que pensasse, como ela faria, seria muito arriscado trocar o certo pelo duvidoso, afinal, ela tinha certeza do seu plano infalível em relação a Sesshoumaru. Mas a leve hipótesse de se livrar dele a fazia sorrir levemente.

Kagura estava incrivelmente envolta em seus pensamentos. Seus olhos estavam perdidos em algum lugar. Dessa maneira não ouviu o rapaz ao seu lado. Ele teve que tocá-la levemente no braço fazendo, assim, com que Kagura despertasse do emaranhado de pensamentos que atordoavam sua mente. Ela olhou interrogativamente para ele ao que ele perguntou.

'Está tudo bem com a senhorita?' Ela sorriu piscando para acordar-se dos pensamentos e disse:

'Sim. Desculpe-me, não o ouvi!' "Talvez minha idéia possa dar certo!" Kagura pensou sorrindo delicadamente para o rapaz dizendo.

'Oh! Que falta de educação a minha! Me chamo Kagura!' Ela disse estendendo a mão para ele esperando por um cumprimento à moda ocidental.

Ele segurou a mão que estava estendida mas ao invés de cumprimentá-la, levou a mão de Kagura aos lábios, beijando-a e depois dizendo. 'Encantado com sua beleza' Ele disse e Kagura acabou se derretendo com isso. Eu sou Hakudoshi!'

'Nem precisava dizer!' Ela disse sorrindo. 'Quem não o conhece nesse país?' Eles riam e Kagura continuou.

'Mas porque motivo um cantor tão famoso iria viajar de ônibus?'

'Ah sim! Não gosto de viagens de avião e quando posso evitar essas viagens, certamente eu o faço.' Ele disse sorrindo para ela.

'Mas o que uma moça tão linda faz sozinha num ônibus pra Nagoya?' Ele perguntou. Nesse momento, sem que Kagura pudesse se controlar, teve uma "iluminação divina" e começou a ter uma idéia que talvez pudesse mudar sua vida e começou a chorar desesperadamente.

'O que aconteceu?' O rapaz que estava sentado e sem saber o que fazia, abraçou a garota um gesto de consolo. Mas a moça continuava chorando sem parar. 'Acalme-se, por favor!' Ele implorou. 'Se foi alguma coisa que eu disse, peço que me desculpe!'

"Tadinho" Kagura pensou parando de chorar aos poucos. "Talvez eu possa tentar os dois, sem me desviar do meu propósito!" Ela pensou mais uma vez.

'Desculpe-me!' a garota começou a falar soluçando e limpando as lágrimas. 'Eu estava indo pra Nagoya porque meu ex-namorado me trocou por outra e terminou comigo ontem. Pelo telefone. Ele me traía na minha cara e, ontem, soube que ele estava em Nagoya. Então, eu vim para olhar nos olhos do infeliz e terminar de maneira digna.'

Depois disso Kagura e Hakudoshi começara a conversar .... e conversar. Ela se fazia sempre de vítima e sempre de boazinha se insinuando de maneira sutil para o rapaz.

Hakudoshi disse que como ele iria viajar de ônibus, então, iria chegar antes dos irmãos que viriam de avião depois. Eles iriam fazer um show em Nagoya. Contou para ela que era o irmão mais novo entre os sete da banda e que eles haviam começado nesse ramo deste cedo. Enumerou cada irmão e o que cada um fazia dentro da banda. Kagura olhava com deslumbre para o rapaz que falava de maneira desembaraçada. Ela, por sua fez, contou a ele algumas coisas a seu respeito, sempre de maneira provocativa e insinuante.

Essa brincadeira acabou desembocando em um beijo. Um beijo não, na realidade vários, e dessa forma Kagura nem se apercebeu quando chegou a cidade destino. Ela estava tão envolvida que acabou aceitando o convite do rapaz para tomar café da manhã com ele. Kagura pensava. "Sesshoumau que espere! Depois eu vou ter com ele!"

Na rodoviária de Nagoya já havia um carro a espera do cantor que os levaria para o hotel onde Hakudoshi e a banda ficariam hospedados. Ela estava tão distraída que nem percebeu que estava na entrara no hotel onde Sesshoumaru estava também hospedado, já que este era o melhor da cidade.

'Depois que tomarmos café, você poderá cuidar de seu assuntos pessoais. Só gostaria que voltasse para se despedir de mim.' Ele disse antes de sair do carro.

Hakudoshi se apresentou na recepção e logo ele já estava com as chaves do quarto. No entanto, tomando um rumo diferente do aposento, ele tomou a mão de Kagura e a levou para o refeitório. Andaram de mãos dadas entrando no local.

Sentaram-se um em frente ao outro e Kagura estava tão distraída com aquele acontecimento inusitado que não percebeu quem estava os olhando de longe, sentado em uma outra mesa.

O rapaz observava com um olhar frio e sem emoção, no entanto, era visível o desprezo que carregava. Havia um brilho nos olhos dourados que fixavam sem parar o casal recém chegado. Cruzou os braços e pensou: "Olha só!!!! Pra quem dizia que não conseguia viver sem mim me substituiu em tempo recorde! Pobre coitado do acompanhante dela. Acho que ela não consegue viver sem o dinheiro da minha família!"

'Eu tenho alguns convites reservados para o show de depois de amanhã.' Hakudoshi começou um diálogo na mesa do café. 'Gostaria de assistir?'

'Seria maravilhoso! Mas, infelizmente, eu não trouxe roupas e não tenho onde ficar em Nagoya.'

'Isso não é problema. Eu compro roupas pra você e quanto a um quarto, eu posso arrumar um jeito de você ficar hospedada aqui comigo. O que me diz?' Ele perguntou pra ela e ficou esperando uma resposta.

'Bem! Tenho que perguntar a meus pais. Como eu te disse eu tenho 16 anos e ...' Ele a interrompeu dizendo.

'Claro! Não se preocupe. Você pode perguntar com calma depois me diz. Ok?'

Enquanto isso, na outra mesa, havia um Sesshoumaru irritado que fincou seus olhos dourados nela, Kagura. A moça estava de frente pra ele mas não o havia visto. A conversa com Hakudoshi estava muito interessante. Eles já haviam trocado telefones. Além da proposta quase irresistível dele.

Ela dizia a ele que agora não se sentia mais desamparada e que aos poucos iria esquecer o antigo namorado. Ao dizer isso ouviu uma conhecida voz ao seu lado e um hálito em seu pescoço.

'Veio bem rápido, heim Kagura!?' Ela ficou paralizada, petrificada de olhos esbugalhados. "Como pude me distrair dessa maneira!" Ela pensava desnorteada. "O que eu faço agora? Calma, Kagura, mantenha a calma para pensar!" Não sabendo o que fazer começou a chorar, sem parar.

Sesshoumaru já conhecendo os ataques de choro da menina, virou os olhos pra cima, saiu de perto daquela cena.

Kagura não parava de chorar e soluçar. Mas foi se acalmando com o rapaz que estava a sua frente. "Ele não desconfiou da verdadeira história." Kagura pensava. "Mas o que eu faço com Sesshoumaru agora para continuar com meu plano. Depois eu resolvo. Tenho que me concentrar."

'Viu! Como ele é insensível?' Ela dizia limpando os olhos.

'Você não devia procurá-lo, Kagura! Fique comigo! Eu não a trocaria por nenhuma outra.' Ele disse acariciando o rosto da moça.

'Claro. Não quero mais saber dele! Mas preciso dizer umas verdades na cara dele!' Ela dizia interpretando.

'Sim você tem razão! Mas conte comigo para qualquer coisa. Se quiser posso ir com você! Não quero deixá-la sozinha com um crápula.'

'Eu sei me defender. Não há necessidade. Eu irei agora mesmo.' Ela se levantou sendo seguida por Hakudoshi. No entanto, antes que ela pudesse caminhar, ele a puxou para perto de si e abraçou-a carinhosamente, beijando-a com cuidado e perguntou: 'Estarei no quarto 1104. Depois pode ir conversar comigo?'

'Claro!' Ela disse se afastando dele e andando em direção a Sesshoumaru. Sabendo que estava sendo observada por Hakudoshi, não perdeu a oportunidade de balançar os quadris de forma provocante e sedutora. O que surtiu efeito no rapaz. "Eu a quero!" Ele pensou.

Antes de mais nada Kagura mudou os planos iniciais e ligou para os pais para alertá-los. Disse poucas palavras alertando da mudança de planos.

'Só se movimentem quando eu disser.'

'O que você fez agora, garota!'

'Depois, papai!' Ela disse desligando o telefone.

Kagura chegou a recepção e Sesshoumaru já havia deixado avisado que uma moça iria perguntar por ele. Mas o que ela não pode contar era com a sagacidade dele. Antes de qualquer palavra dela a recepcionista pediu que ela acompanhasse o rapaz vestido com um terno preto:

'Pode me acompanhar, senhorita!' Ele disse estendendo a mão para ela e mostrando-lhe o caminho. Kagura não tendo outra opção teve de obedecer ao homem. Ele a conduziu para uma sala, fechando a porta depois que a ela entrou.

'Vejo que se despistou rápido do rapaz!!!' Sesshoumaru disse atrás dela, encostado na parede com os braços cruzados a encarando friamente e com desprezo. Kagura virou o encarando. Seus olhos se encheram de lágrimas novamente.

'Pelo amor dos deuses, menina! Não vai fazer cena outra vez. Eu não caio mais nessa! Já aprendi!' Ele disse com uma sombrancelha levantada e a outra não. 'Não sei como pude ser tão estúpido de me envolver com uma vigarista como você.'

'Você está me ofendendo' Ela disse ainda com lágrimas nos olhos 'Eu vim aqui dizer que não sei viver sem você.'

'Você não sabe viver sem o dinheiro da minha família, isso sim. Acha que eu vou acreditar em alguma coisa do que me disser agora? Ainda mais depois que vi você aos amores com o rapaz lá no refeitório? Poupe-me, Kagura!'

"Estou perdida! Meu plano de engravidar dele foi pelo boeiro! E o pior é que eu mesma fui culpada!" Ela se punia de boca aberta sem falar nada.

'O que foi? Não consegue planejar nada agora?' Sesshouaru dizia de forma zombeteira. 'Então eu vou te dizer uma coisa muito importante e quero que escude muito atentamente.' Ele disse segurando o queixo dela fortemente com a mão direita.

'Não quero mais olhar pra você!' Ele disse fria e pausadamente.

'Tenho pena daquele rapaz!' Disse isso abrindo a porta e saindo imediatamente, deixando Kagura sozinha dentro da sala. Ela pensava e pensava até que resolveu ligar para os pais. Ela havia se decidido.

'Pai. O plano falhou. Eu vou ficar em Nagoya alguns dias!'

'Mas como, criatura? Eu não tenho dinheiro pra te manter aí, garota!'

'Não se preocupe, papai! Eu arrumei um substituto melhor que o Sesshoumaru!' Ela disse um pouco aliviada.

'O que? Como assim?' o pai dizia a ela.

'É isso mesmo que o senhor ouviu, agora tenho que desligar.'

Kagura tomou a direção do elevador indo em direção ao quarto que Hakudoshi lhe dissera.

Sesshoumaru andava pelo hotel se arrependendo de ter dito que estava ali. A última pessoa que ele queria ver era Kagura. Mas pelo menos agora ela estava definitivamente desmascarada aos seus olhos. "Dissimulada! Garota interesseira!" Falava consigo mesmo.

Andou até seus aposentos já decidido. Era horrível estar com alguém e descobrir que essa pessoa só estava interessada em seu dinheiro. "No fundo, eu sou muito sozinho!" O rapaz de olhos dourados pensava entrando em seu quarto.

Ele resolveu ficar ali o dia inteiro porque não queria, na verdade não podia, correr o risco de esbarrar com Kagura outra vez. Ele já tinha sofrido demais e queria se poupar de mais um desgosto. Então, resolveu permanecer o dia inteiro no quarto. Não queria mais um confronto com aquela garota. Avisou na portaria que não queria ser incomodado por ninguém. Absolutamente ninguém.

No dia seguinte muito cedo o rapaz resolveu sair daquele hotel e procurar um outro onde pudesse ficar mais confortável sem a presença de Kagura ou de seu novo amante. Para não correr risco nenhum, saiu seis horas da manhã.

Conhecendo a moça um pouco tinha certeza de que se ela fosse se hospedar ali não acordaria tão cedo, claro, se ela ainda estivesse alí. Mas como não sabia se ela ficaria no hotel ou não, ou quantos dias ela permaneceria resolveu não arriscar e ficar para saber.

Arrumou as malas e ligou para seu pai avisando que iria trocar de hotel porque Kagura estava ali o importunando. Seu pai concordou, uma vez que esta viagem era para fazer o filho parar de pensar no que ela havia feito a ele. Pegou o laptop e descobriu um outro hotel próximo.

Dessa forma Sesshoumaru saiu do hotel entrando no carro e dizendo ao motorista o nome do hotel que iria se hospedar. Estava todo o tempo pensando no que ocorrera. O carro estava andando a uma velocidade baixa e Sesshoumaru nem se importava, pois pensava na vida.

Nesse momento, o motorista freou abruptamente tirando Sesshoumaru de seu estado de letargia fazendo-o prestar atenção no que estava acontecendo.

Uma garota estava correndo apressada e distraída, não vendo o carro preto, atravessou a rua. No entanto, o motorista freou antes que alguma coisa pior acontecesse. O rapaz que estava dirigindo saiu do carro e foi ver se a menina estava bem, preocupado. Sesshoumaru reconheceu a garota. Era a mesma do dia do parque. Num impulso ele foi até ela.

'Você está bem?' Ele perguntou pra ela.

'Estou!' Ela disse baixando os olhos pois lembrara bem daquele olhar dourado.

'E o que é essa vermelhidão no seu rosto?' Ele perguntou.

'Ah! Nada!' Ela disse torcendo os dedinhos.

Rin havia saído de casa correndo pois queria ir à escola à pé e economizar o dinheiro que recebia dos tios.E ela estava atrasada para a escola. Hoje saberia o resultado da prova de matemática do dia anterior. Lembrando disso disse para os dois rapazes.

'Tenho que ir ou chegarei atrasada na escola!'

'Mas que tipo de escola é essa que faz as pessoas acordarem às 6 da manhã?' Seshoumaru perguntou.

'Não é isso. Eu vou andando para economizar dinheiro!'

Sesshoumaru ficou um pouco perplexo com as palavras da garota. Como uma criança pensava assim.

Economizar era uma coisa que nunca foi a preocupação dele. Ele nunca pensou em ir andando a qualquer lugar que seja, só para economizar.

'Então, não se preocupe!' Ele disse. 'Pelo menos hoje você não precisa ir andando. Eu te dou uma carona até sua escola. Aceita?' Ele perguntou.

Rin arregalou os olhos espantada. Nunca alguém havia tentado lhe fazer um favor. Ela estava insegura, não sabia se aceitava ou não. No entanto, Sesshoumaru continuou:

'Enquanto isso nós podemos conversar. Está bem?' ele disse.

Inconscientemente a garota fez um sim com a cabeça e todos entraram no carro.

Rin sentou-se atrás junto com Seshsoumaru. Este se atreveu a começar uma conversa.

'Quantos anos você têm?'

'12'

'Hum! E posso saber qual seu nome?

'Sukida Rin .'

'Hum! Sabe, Rin? Uma coisa me deixou intrigado desde antes de ontem.' Ele fez uma pausa olhando a garota com o canto do olho. Rin virou o rosto para ele esperando pela continuação que não tardou a vir.

'Por que disse que se você se atrasasse eles te matariam? Seus pais batem em você?' Ele perguntou por fim

Rin se encolheu no canto e disse: 'Meus pais estão mortos!'

Um minuto de silêncio se fez. Vendo que ela não queria falar no assunto perguntou.

'Bem! Então como vamos para sua escola?'

'Ah!!!' Rin levantou a cabeça animadamente e começou a apontar com o dedinho fino por onde o motorista devia ir.

'Chegamos!' Rin disse. 'Obrigada por tudo, senhor!' ela curvou a cabeça para frente em agradecimento.

'Sesshoumaru é o meu nome!' Ele disse e continuou: 'Não foi de que!'

Sesshoumaru disse olhando para ela de forma intrigante mas Rin abriu a porta do carro virando-se para agradecer mais uma vez. Ele estava pensando agora em como existem pessoas no mundo com histórias diferentes da dele.

'Arigatou!!' Rin agradeceu mais uma vez.

'Não foi nada!'

E ela saiu correndo alegremente para dentro da escola.

Como estava muito cedo, pois a viagem de carro era mais rápida do que a pé, Rin aproveitou para estudar um pouco, já que não tinha tempo pra nada por causa do restaurante. No entanto, ela ficou pensando na cor dos olhos do rapaz que a trouxera. "Nunca vi ninguém tão bonito na vida!" Mas como devia se concentrar parou de pensar no rapaz e continuou a ler o livro de história até a hora de entrar para sua sala. Ela precisava ser alguém na vida pra se livrar dos tios que a maltratavam tanto.

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