Eu sei que quase nunca falo isso, mas gostaria de lembrar que os personagens de Inuyasha não me pertencem. Aproveitem e boa leitura!

Capítulo 5

Dez anos depois

A vida é uma caixinha de surpresas. Ela é um longo caminho. Apresenta-se de formas distintas e cada um carrega consigo o aprendizado desde a idade infantil até a idade adulta. Os anos se passaram e Rin cresceu. Cresceu dentre os que a amava e viveu cada minuto intensamente. Afinal, tinha aprendido a duras penas que existem sempre situações não muito agradáveis e pessoas que estão em situações piores.

A frágil criança cedeu lugar a uma belíssima e sensual mulher de 22 anos. Os cabelos curtos deram lugar a cabelos sedosos e compridos, que lhe caíam até um pouco abaixo da cintura. A franja emoldurava o seu delicado rosto. Os olhos demonstravam calma e serenidade.

Durante esses dez anos a menina Rin pôde se dedicar exclusivamente aos estudos e de tudo o que lhe aconteceu durante a infância, retirou muita força e muita fibra para o que der e vier. Ela aprendera muito cedo que mesmo que a vida esteja lhe impondo algum obstáculo, devemos lutar para conseguir superá-lo. Devemos aprender a vencer e também a recuar para reiniciar com mais força. Devemos pedir ajuda quando temos dificuldade. As pessoas estão dispostas a ajudar. E foi isso que Kikyou fez.

Assim que Rin ingressou à família ááHigurashi a primeira coisa que fez foi perguntar como ela poderia trabalhar para pagar seus gastos. Kikyou sorriu para ela e disse que não precisaria se preocupar com isso. Os pais haviam deixado uma herança muito farta e ela poderia estudar sem se preocupar com esse tipo de coisa, principalmente porque ela agora tinha um bolsa de estudos. Eles não teriam problemas nenhum. Kikyou explicou que ela iria administrar a herança dela até ela ser maior de idade e poder ela mesma fazer isso.

Na época, Rin não entendeu direito o que aquilo significava. Ela se perguntava se aquilo seria verdade. E se fosse verdade, então, não entendia porque tinha que trabalhar para pagar a escola na época dos tios. Com o passar dos anos Rin começou a perceber perfeitamente que os tios a estavam roubando. Aquilo fez com que a moça não conseguisse nem pensar neles, tamanho o trauma.

Rin e Kagome cresceram como verdadeiras irmãs e confidentes. Começaram o 3º grau na mesma universidade e escolheram a mesma profissão. Estudavam na mesma sala, como sempre foi. Como o histórico de Rin era excepcional ela recebeu uma bolsa de estudos que lhe dava o direito de escolher para qual faculdade queria estudar. Escolheu a mesma da amiga Kagome.

Ambas se mudaram para Tóquio para estudar publicidade e começaram o curso aos 18 anos. Agora estavam no último ano. Durante o percurso universitário, Rin fazia estágio numa agência de publicidade perto da universidade. Lá, usufruía do laboratório de fotografia. Era uma agência que estava no início, e por esse motivo Rin pôde aprender muitas coisas.

Kagome fazia estágio em outra agência de Tóquio. A agência não era muito conhecida, mas era excelente.

Nas férias, entre o terceiro e o quarto ano de publicidade Kagome aceitou namorar com um rapaz que desde o começo do curso a cercava por todos os lados. No início do último ano ela acabou cedendo e aceitou os cortejos do rapaz.

Ele era alto e tinha os olhos dourados. Possuía cabelos prateados que eram compridos e rebeldes. O namorado da amiga não deixava Rin nunca esquecer do rapaz que a ajudou quando era criança, mas nunca teve coragem de tocar no assunto. Qualquer coisa que se correlacionasse com seu passado, Rin preferia não comentar.

Kagome estava adorando namorar com o rapaz. Ela dizia que se soubesse disso teria aceitado desde o começo.

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'Eu queria que já tivesse aceitado.' falava Rin, sorrindo para a meia irmã.

'É! Eu sei, mas ele era sempre tão impetuoso!' Kagome se justificava um pouco encabulada.

'Mas você nunca vai poder dizer que eu não fazia pressão pra aceitar as cantadas dele. Era tão fofo! Ele era tão tímido.'

'De tímido ele não tem nada, minha filha! Ele é bem safadinho!' Kagome corou.

Rin riu do rosto vermelho da amiga. A semelhança do namorado de Kagome com o desconhecido do parque era tão grande que Rin resolveu comentar.

'Uma vez quando eu morava na casa daquelas pessoas que eu não ouso dizer o nome, um estranho garoto me ajudou. Ele era muito parecido com o Inuyasha! Parecia até ele. Mas a idade não bate! Na época ele já era um rapazinho e eu, uma criança. Eu nunca o esqueci por causa dos olhos dourados e os cabelos compridos e prateados.'

'Sério?' Kagome franziu a sombrancelha estranhando o novo relato de Rin. Inuyasha era muito fechado. Raramante falava da família. Ela mesma nunca tinha visto os pais ou mesmo nunca ouviu o namorado falar de nenhum parente. 'Estranho!'

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Era verão, Rin acordara mais cedo do que o usual. Um professor a ligou no dia anterior dizendo que gostaria de ter com ela logo pela manhã. Tinha algo a lhe falar e era muito importante. O horário do estágio era de tarde e entrava pela noite afora. Rin chegava em casa bem tarde. Ele havia pedido para ela chegar mais cedo um pouco para não perder todas as aulas. Preocupada com o que poderia ser, a moça não dormiu direito. Ficou pensando sobre o possível teor do assunto.

Rolava de um lado para o outro pensando e criando situações tentando imaginar o que poderia ser tão importante. Não chegou a conclusão nenhuma. Acabou adormecendo.

Era manhã e o despertador tocou. Como Rin dormiu apreensiva com o que poderia estar acontecendo e para não perder o horário foi logo tomar um bom banho. Levantou-se, preparou uma roupa para usar e foi logo ao banheiro.

Vestiu-se com uma saia caque que batia nos joelhos e tinha um modelo muito modernoso. Havia um bolso que lembrava uma bolsa mas que era preso à saia como um cinto por uma faixa fina. Nessa saia havia um dragão bordado com uma linha preta. Trajava uma blusa branca com as mangas até os cotovelos. Usava uma sandália preta com um pequeno salto com tiras trançadas. Os dedos dos pés e das mãos estavam pintados com esmalte claro. Rin era um pouco vaidosa.

Rin preferia usar os cabelos soltos. Colocou um lápis ao redor dos olhos e pintou os lábios. Segurou a bolsa preta que combinava com as sandálias e pegou as chaves do carro que estavam em cima da mesa da escrivaninha ao lado da cama.

Andou em passos apressados até a cozinha. Mexia levemente os quadris de maneira sensual fazendo um leve barulho com os saltos da sandália.

Desceu as escadas, passou pela sala e abriu a porta da cozinha. Lá, já havia Kikyou e o marido que tomavam chá quente com torradas. Os pais adotivos da moça estavam passando aquela semana na casa das filhas em Tóquio. Era sexta feira. O casal voltaria para Nagoya na terça feira.

'Bom dia, minha querida!' Kikyou cumprimentou-a com um sorriso nos lábios.

'Bom dia!'

'Mas porque está saindo tão cedo pras aulas.'

'Um professor me pediu para chegar mais cedo. Disse que tinha alguma coisa muito importante para dizer.' Disse enchendo a xícara com o chá que estava posto à mesa. Separou um prato e depositou dois biscoitos nele. Passou manteiga.

'E você tem idéia do que ele quer?'

'Não! Mas confesso que estou ansiosa para saber!' Rin engoliu a bolacha de uma vez só e quase queimou a boca pois entornou o líquido rapidamente.

'Muito compreensível Mas não precise comer tão rápido!' Suikotsu comentou.

Mas Rin nem o deu ouvidos. Já levantou dizendo:

'Já estou indo. Não precisam me esperar para o jantar. Eu devo ficar no escritório até tarde trabalhando.

'Rin, minha querida...' Kikyou tomou a palavra e Rin virou-se para ela, já saindo da cozinha '.... você está se alimentando muito mal. Assim vai acabar ficando doente.'

'Não se preocupe. Assim que a faculdade terminar e eu arrumar um emprego tudo estará mais tranquilo. Até mais tarde, preciso ir.' Ela saiu e fechou a porta delicadamente.

Andou apressadamente para fora da casa e entrou no carro. Deu a partida em direção a faculdade.

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Entrou na faculdade a passos largos. Remexia os quadris e balançava os cabelos enquanto andava. Só havia alguns empregados e ela. A moça chamava atenção principalmente dos homens. Passou pelos compridos corredores e subiu a escada ao fim dele. Virou a esquerda e andou pelo outro corredor que havia lá. Passava pelas salas ainda fechadas e entrou na última.

A porta se abriu e a moça adentrou o recinto. Haviam computadores dispostos em mesas pelos cantos e ao centro da sala. Sub-divisões organizavam melhor o ambiente. Estava vazia. Nesta sala havia outras portas que levavam a outros cômodos específicos. Mas todas elas pertenciam ao laboratório da faculdade. Rin se dirigiu para uma das portas internas dessa sala e bateu.

'Entre!' Ouviu-se uma voz masculina vinda de dentro.

A moça entrou. Lá havia um homem sentado atrás de uma mesa de madeira. Do lado esquerdo havia um computador para seu uso pessoal.

'Bom dia, Rin!'

'Bom dia!' Ela retribuiu reclinando o tronco para frente.

'Sente-se! Antes de mais nada, gostaria de dizer que hoje está mais bonita do que o de costume.' Ele disse indiscretamente.

"Será que era pra isso que ele me chamou? Me dar uma cantada. Eu devia ter desconfiado!" Ela pensou e ficou calada. O silêncio dela era cortante e incômodo. Notava-se que ela não havia gostado do comentário. "Ai!!!!! Eu vou me enforcar se for por isso que eu fiquei preocupada e apreensiva a noite toda! Só me faltava essa agora! Um professor tarado!"

'Bem!' o homem continuou falando. 'A BMG está pedindo uma indicação de uma aluna para representar essa instituição. Eu indiquei você! Quero saber se aceita fazer as provas?'

'Claro!' Ela deu um salto do banco em que estava. 'Não precisa nem me perguntar.'

'Imaginei! Bem já sabendo disso eu tomei a liberdade de agilizar para você as papeladas da inscrição.' Retirou uns papeis de dentro da mesa que tinha do lado direito e colocou em cima da mesa a sua frente.

'Não os preenchi. Achei melhor deixar este prazer para você.'

'Claro. Não precisa se preocupar!'

'Você precisa entregar esses papeis hoje na rua indicada no contrato. Leia com atenção e depois entregue os papéis. Não se preocupe com as provas, se eu não achasse que você não tinha capacidade de passar não a indicaria.'

'Muito obrigada, professor!' Ela levantou-se da cadeira em que estava e reclinou o tronco para frente em agradecimento.

Saiu da sala fechando a porta. Sentou-se em uma das cadeiras vazias do laboratório e começou a ler os papéis. Eram muitas coisas pra fazer. Teria que tirar cópias de alguns documentos e todas as demais burocracias para um concurso. Rin não estava reclamando. Estava feliz. A vida realmente dá voltas. Por vezes você está por baixo e noutras está por cima. Era engraçado.

A moça leu tudo com atenção e preencheu logo em seguida os papéis. Estava sentada na mesa que era destinada a ela naquele laboratório. Abriu uma gaveta e retirou de lá uma pasta de plástico amarela. Colocou os documentos do concurso lá. Aproveitou para tirar fotocópia de todos os documentos exigidos nas cláusulas lá mesmo no escritório.

A essa hora, eram nove da manhã e Rin estava pronta para sair da faculdade. Levantou-se e arrumou a roupa. Abriu a bolsa e passou um pouco mais de batom. Pendurou a bolsa no ombro e segurou a pasta com os documentos. Na hora que ia sair, a porta do escritório se abriu e entrou um rapaz alto, moreno com os cabelos muito negros e olhos da mesma cor dos cabelos. O rapaz levou um susto ao vê-la dentro do escritório:

'Nossa! Eu trabalho aqui há três anos e nunca vi tão linda moça! É uma aluna nova?' Ele perguntou.

"Tá certo! Hoje é o meu dia! Quantas cantadas!" 'Não! Eu estou me formando e só venho aqui ao fim da tarde, mas já estou de saída, com licença!' Disse andando em direção da porta.

O rapaz a segurou pelo braço quando ela passou ao lado dele. Ele fez com que ela virasse para ele. "Que cara mais atrevido!"

'Me desculpe, mas estou com muita pressa!'

'Tão linda e tão apressadinha! Pra que tanta pressa a essa hora da manhã!'

"Ele tá pedindo um fora!" Foi a única coisa que ela conseguia pensar.

'Posso pelo menos saber o nome de tão linda senhorita?'

''Sukida Rin! Agora realmente preciso ir!' Ela disse friamente tentando se desvencilhar das mãos do homem. Mas ele a segurou um pouco mais e disse:

'Saotome Jin.'

'Muito prazer! Agora, por favor poderia soltar meu braço! Está começando a me machucar!'

'Me desculpe!' Ele disse um pouco sem graça. 'Mas você é tão linda que não consegui me controlar.'

'São seus olhos. Se me permite, estou com muita pressa. Preciso ir.'

Aproveitando que não tinha mais a mão inoportuna em seu braço, apressou-se para sair da sala o mais rápido possível. Andou rapidamente pelos corredores da faculdade para chegar a seu destino.

Rin tentou fazer tudo o mais rápido possível. No entanto, não conseguiu a tempo de chegar nem pra última aula da manhã. Assim mesmo resolveu retornar para a faculdade. Chegando lá procurou alguém conhecido dela ou que tivesse assistido as aulas para saber o que aconteceu.

Entrou na lanchonete encontrou Kagome e Inuyasha tomando um refresco. Os dois estavam sentados em uma mesinha um de frente para o outro. Depois que a garota começou a namorar com ele ficou um pouco mais relapsa e vivia suspirando pelos cantos. Rin não a recriminava. Inuyasha era lindo e tirava suspiros de muitas garotas. Estava feliz por Kagome namorar com um homem tão desejado.

Os três tinham a mesma idade. A diferença eram meses. Rin os observou um tempo pensando se atrapalhava ou não. Kagome estava tão envolvida! Seria melhor não os atrapalhar. Resolveu ir embora. Mas no momento que ia sair, Kagome fez um movimento com a cabeça. Parecia que o namorado tinha falado alguma coisa e ela olhou para o lado.

'RIN!!!!' Ela gritou acenando a mão para ela. 'Vem cá!'

Rin andou em direção aos dois. Sentou-se num banco que tinha a mesa. De certa forma, invejava a amiga. Não por querer namorar Inuyasha, mas por querer estar também apaixonada e vivendo algum relacionamento profundo. Queria vivenciar isso. Nunca teve essa oportunidade.

Quando era criança sofreu muito e depois que cresceu e se tornou uma bela mulher não conseguia se envolver com ninguém com medo de sofrer novamente. Sentia-se frágil por dentro. Tinha medo de ser machucada novamente. Não suportaria. Dessa maneira achava melhor se envolver com o homem que provasse que a amava de verdade.

'Rin! Tá tudo bem?' Kagome comentou percebendo a outra com o olhar perdido no espaço.

'Sim! Nada de mais.' Ela estava agora olhando para Kagome.

'Hum!' A moça disse dando um gole do suco. 'O professor passou um trabalho pra semana que vem. Tínhamos que colocar o nome do grupo então colocamos você conosco.'

'Eu dei idéia de fazer lá em casa!' Inuyasha comentava

'Eu o obriguei a fazermos na casa dele!' Kagome disse revirando os olhos para cima. 'Como você já sabe, Rin, eu NUNCA, vou repetir, NUNCA fui na casa do Inuyasha. Essa era a oportunidade perfeita de ser apresentada a família dele.'

'Sua bobinha! Minha família que se resume no meu irmão idiota, nunca pára em casa.

'Então, você tem um irmão?' Kagome estava surpresa.

'Tenho sim!'

'Você nunca me fala nada!' disse fazendo beicinho

'Ah! O baka do meu irmão é um ... baka!' ria-se 'Tudo bem depois te conto, sobre minha família e a empresa e tudo mais!'

'Ah!!!! Empresa?'

'É! Somos herdeiros de uma empresa de cosméticos. Mas quem manda naquilo agora é o idiota do meu irmão, eu não sei direito nada do que se passa lá dentro, muito raramente vou lá!'

'Ahhh!' Kagome disse e olhou para Rin.

'E esse trabalho é sobre o que, afinal?' Foi a pergunta dela cortando totalmente o assunto sobre o irmão de Inuyasha.

'Devemos fazer uma campanha completa sobre um perfume!' Inuyasha disse como se isso fosse a coisa mais fácil do mundo.

'Como assim fazer uma campanha completa?' A outra disse um pouco desnorteada.

'Exatamente o que ouviu! Produzir uma campanha completa sobre um perfume!' Inuyasha comentou

'Mas que tipo perfume?' Disse com uma sombrancelha levantada.

'Teremos que criar tudo! Campanha completa, incluindo propaganda para televisão! Com tudo, filmagens, edição das cenas, montagens de cenários, figurinos, atores, iluminação, maquilagem, etc... etc.... ' Inuyasha falava olhando para a moça que acabara de chegar.

'O que?' A garota deu um berro no meio do refeitório. 'Ele está ficando insano?' Ela falava articulando.

'E ele deu um fim de semana pra fazermos isso?' Kagome disse baixinho.

'Decididamente ele está insano! Está louco. Onde já se viu uma coisa dessas? Ele está pensando o quê' QUAL O PROBLEMA MENTAL DELE?' A moça estava realmente nervosa.

'Foi o comentário geral!' Inuyasha disse.

'E o que vamos fazer?'

'Sei lá!' foi a vez de Inuyasha.

'Não se estressa Rin!' Kagome tentava acalmar a irmã adotiva. 'Vamos dar conta!'

'Isso eu sei. Agente TEM que dar conta ou então eu perco a bolsa!' Inuyasha fez uma cara enrugada e Kagome uma outra, preocupada.

Os três ficaram pensando no que fariam para a tal propaganda e todo o restante da campanha. Começaram a fazer planificações de quais medias teriam que expor o produto. Precisavam correr para dar conta do recado. Rin pegou um bloco de dentro da bolsa e começou a anotar algumas idéias. Estava apreensiva. Agora... mais isso. Tinha que se preparar para as provas da agência e agora tinha que fazer esse trabalho anormal em um tempo absurdamente recorde. Era revoltante. As agências levam meses para produzir uma campanha publicitária. Eles tinham um fim semana. Mas tudo bem. Eles conseguiriam.

Precisariam improvisar atores, câmeras, estúdio. Rin comentou que poderia usar o equipamento da faculdade. Tinha tudo lá. Inuyasha disse que sua casa tinha todos esses equipamentos. E que seria melhor fazer mais descansados porque poderiam trabalhar no fim de semana.

Todos concordaram porque certamente não daria tempo para fazer tudo isso na faculdade, principalmente porque todos ali tinham outros afazeres. Kagome disse que iria ver se conseguia alguma atriz da agência dela que aceitasse trabalhar a troco de um lanche.

Combinaram ir a casa do Inuyasha na noite do mesmo dia. Seria mais proveitoso. Rin e Kagome tinham que trabalhar e só sobrava a noite. Kagome tratou de ligar pra mãe a avisar que ela e Rin iam dormir na casa de Inuyasha por causa do trabalho. Kikyou não disse nada. Aceitou a situação.

Rin pegou o endereço de Inuyasha e depois do trabalho iria a casa dele. Inuyasha iria passar no trabalho de Kagome e a levar até a sua casa. Eles combinaram de se encontrar as nove da noite.

Rin estava preocupada com a família de Inuyasha, e com o que eles fossem pensar, mas o rapaz disse que já havia avisado ao irmão e ele disse que não haveria problemas.

E assim foi.

Rin estacionou numa rua próxima ao edifício indicado por Inuyasha. Trancou a porta do carro e começou a andar em direção ao prédio. Era muito rico e grande. A portaria era enorme. Rin entrou. Caminhou elegantemente remexendo os quadris.

'Por favor, gostaria de ir à cobertura.'

'E quem eu devo anunciar?.' O rapaz disse.

'Sukida Rin!'

'Aguarde um instante!'

Enquanto o rapaz a anunciava Rin aproveitou para olhar ao seu redor. Era realmente muito rico e elegante. Não tardou muito o rapaz disse:

'Pode se direcionar ao elevador a sua direita.'

E foi isso que ela fez.

Chegou até a cobertura e apertou a campainha. Demorou um pouco, mas enfim, a porta abriu.

A figura que Rin viu do outro lado da porta, um homem alto, com os cabelos compridos presos em um rabo de cavalo baixo. Os olhos dourados. Parecia que ele tinha acabado de chegar do trabalho e estava descansando, assim, usava uma blusa branca que estava aberta até o meio do peito e as calças pretas. Segurava uma taça de vinho na mão.

Rin deixou o maxilar cair. Como aquilo seria possível? Aqueles olhos dourados cortantes e serenos ao mesmo tempo. Ela nunca poderia esquecer. Ficou parada. Estática. Imóvel. Sem nenhuma reação.

'Seja bem vinda!' Ele disse. 'Entre! Você deve ser a amiga do meu irmão.'

No entanto Rin não conseguia sair do lugar.

'Não quer entrar?' Ele falava educadamente.

Rin piscou milhões de vezes para sair daquele torpor. Depois de dez anos, ela sequer esquecera o nome dele.

Ele ficou olhando a moça a sua frente. Como ela era bonita. Seu rosto delicado transmitia muita calma. A boca era bem delineada. O nariz fino. Os cabelos muito compridos. O corpo escultural. No entanto, lhe parecia familiar.

Rin resolveu sair do torpor em que estava e aceitou entrar.

'Aceita alguma coisa para beber?' Ele ofereceu. Rin balançou a cabeça aceitando. 'O que deseja então?'

'O mesmo que você.'

Ele encheu uma taça de vinho para ela e estendeu a mão. Olhou fixamente nos olhos dela.

'Engraçado!' Ele disse ' Não sei porque parece que já vi seu rosto em algum lugar!'

'Foi..... foi....num parque em Nagoya, há dez anos atrás!'

O rapaz levantou as duas sombrancelhas. Então, aquela linda mulher era a garota que ele dera carona? Como a vida dá voltas!!!!!!

'Você é a garota que eu atropelei quando tinha 16 anos?' Sesshoumaru deu uma gargalhada. Rin ficou ligeiramente descontente com aquilo.

'Desculpe-me, mas isso é muito engraçado.'

'O que é tão engraçado?' Ela estava um pouco cabreira com a atitude dele.

'É engraçado como o destino de duas pessoas pode se cruzar tantas vezes de diferentes maneiras.'

Rin ficou sem palavras. Não sabia o que dizer. Realmente, aquilo que ele falava era verdade. Ela estava um pouco pálida. Ela o conhecera quando sua vida era um tormento e mesmo que ele tenha sido um alívio pra ela, ele a fazia lembrar dos momentos tristes que ela viveu.

Percebendo que ela estava ficando chateada, Sesshoumaru mudou o rumo da conversa. Ele nunca esquecera dela. Ele tinha certeza que ela era maltratada e não queria ser inoportuno.

'Mas me diga? Que trabalho seria esse que meu irmão disse que teriam que fazer?

'Uma propaganda para perfumes!' Os olhos de Sesshoumaru brilharam ao ouvir isso.

'Ah! Que interessante!'

'E onde infernos está o Inuyasha e Kagome?'

'A namorada dele?'

'Isso!'

'Hum!!!!! Você não adivinha?' Ele disse com um meio sorriso nos lábios. Rin caiu em si.

'Não acredito no que você está me dizendo! Eu vou embora então!'

'Não se apresse! Eu vou ligar pra ele'

'Mas vai atrapalhá-los!'

'Acha que eu vou perder a oportunidade de fazer isso com o Inuyasha? E além do mais é hora dele tomar juízo na cara.' Isso era verdade, Rin tinha que admitir.

'Só um segundo! Já retorno!'

Rin ficou na sala alguns momentos esperando o retorno dele que não tardou.

'Já estão subindo o elevador'

'Ah! Que bom!' Foi o comentário dela.

Continua.....

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