Disclamer: Saint Seiya não me pertence e esta fic não tem fins lucrativos.

Comentários da Autora: Gostaria de agradecer a todos que lerem esta fic. Uma homenagem tardia ao aniversário de nosso querido cavaleiro de gelo. Se não gostam de Yaoi, por gentileza, parem por aqui, se gostam, espero que a leitura seja agradável. Aguardo comentários, eles são sempre bem vindos.

Não disse tudo

Milo olhava para Camus com cara abobalhada. Parecia que tinha sido atingido pro uma execução aurora e estava completamente congelado. O silêncio era tão grande que seria possível ouvir o cair de uma agulha em outro cômodo. Camus esperava pacientemente a resposta de Milo, mas não era tão paciente assim.

- Eu errei. Creio que você não pensou em mais nada. De qualquer forma, muito obrigado. Nunca recebi um presente assim...

- Assim?

- Então você fala! – Camus começou a rir. Milo olhou para ele com cara emburrada.

- Não conhecia esse seu lado humorista... Não combina com você. Na realidade pensei em uma série de coisas que gostaria de fazer para continuar a comemoração... só não sei se você aprovaria, então, creio ser melhor ir embora... – Milo jogara sua cartada final, depois de voltar a ter um pouco de domínio sobre si mesmo.

- Como você pode ter certeza de que eu não aprovaria? Você não me disse o que se passa por essa sua cabeça e eu não ouso imaginar... afinal você é o Milo.

Maldito francês, eu jogo a batata quente no colo dele e ele me devolve a coitadinha mais quente ainda... Pensa rápido Milo de Escorpião. Você apostou suas fichas com um par de dois na mão e seu parceiro de jogo pagou pra ver. Mostre as cartas ou blefe novamente. (1)

- Por que você não me diz então como gostaria de terminar as comemorações de seu aniversário?

- Milo, Milo... mon ange ... – Camus leva sua mão ao rosto de Milo e acaricia levemente sua face – e se você não gostasse da forma como eu gostaria de terminar esta comemoração? E se você não quisesse me dar o presente que a tanto tempo desejo ganhar?

Decididamente eu não gosto desse jogo de meias palavras. Talvez por isso eu sempre perca para ele nas nossas rodadas de pôquer. O seguro pela nuca, sentindo um prazer indescritível ao tocar aqueles cabelos macios, aproximo meus lábios de seu rosto. Estava tão próximo que eu podia sentir a respiração dele em minha pele. Toco os lábios dele com os meus levemente. Um toque breve. Largo sua nuca e me afasto.

- Será que estamos falando da mesma coisa?

Agora foi a vez dele me segurar. Seu beijo foi profundo, erótico, sedento. Fiquei completamente sem fôlego. Meu coração parecia a bateria daquelas músicas de carnaval que Aldebaran ouvia. Sim, samba, eu tinha uma escola de samba completa dentro de meu peito. Algum tempo depois ele me solta...

- Eu creio que estávamos falando da mesma coisa. Você é o presente que eu quero. Estaria disposto a me dar este presente?

- Tudo é relativo. Depende de quanto tempo você vai querer o conservar o presente.

- Por toda eternidade seria tempo suficiente?

Não fui capas de responder. Me agarrei a ele como um náufrago se agarra a uma tábua de salvação.

- Calma, mon ange, temos todo tempo do mundo...

Ele me largou e senti uma sensação de vazio enorme. Mas agora eu tinha certeza. Ele me queria tanto quanto eu o queria. Teríamos todo tempo do mundo.