Segunda feira, 7 horas da manha. Geralmente, a essa hora, ela estaria de pé, tomando um café e se preparando para uma caminhada ao longo da praia. Mas não tinha vontade de levantar. Não conseguia achar forças para seguir com seu caminho.
Encontrar Kouga foi pior do que esperava. Chegou a pensar em como seria se um dia ele a encontrasse, mas nada do que imaginou se comparava a dor que sentiu ao ver que ele não havia mudado, que ele não havia esquecido sua promessa.
9 horas da manha. Imaginou que seu chefe já estaria na empresa. Esticou sua mão, e pegou o telefone. Ligou para avisar que estava doente, que não poderia comparecer ao trabalho por uma semana. Sua reputação era tão boa, que não fizeram perguntas. Até recomendaram que ficasse em casa por duas semanas. Afinal, Kagome sequer havia tirado férias nos dois anos em que estava lá.
Desligou o telefone, e se escondeu em baixo do edredom. Queria deitar e fingir que não existia. Apesar de seu trabalho ser a única coisa em sua vida, não queria encarar Inuyasha. Quem sabe, às vezes, a partir de sua ausência o rapaz esquecesse todo o incidente do final de semana.
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Pedir desculpas nunca foi seu forte. Não é a toa que Inuyasha passou o final de semana tentando ensaiar algumas palavras. Kagome era sua chefe, não podia deixar que birras do passado estragassem seu novo emprego.
Levantou cedo, se arrumou rápido. Queria ser o primeiro a chegar. Pelos boatos sobre a moça, sabia que ela sempre chegava um pouco antes do horário. Teve sorte, não enfrentou transito para chegar até a empresa.
Ao chegar, notou como tudo estava vazio. Não havia ninguém, nem Kagome. Ficou esperando próximo a porta da sala da moça, mas nada dela chegar. Ouviu o telefone do chefe tocar. Ele falou algo que não conseguiu acompanhar. Logo a porta dele abriu.
-Ah! Inuyasha! Faça um favor pra mim – disse Sesshoumaru, o chefe, ao ver Inuyasha.
-O que é?
- Avise a Sango que Kagome está doente e não vira pelas próximas duas semanas. E peça que passe aqui mais tarde.
-Kagome está doente? – Inuyasha tentava processar o que acabara de ouvir. Devia ser culpa de toda a chuva que tomou no fim de semana, mas não aparecer por duas semana?
-Sim. Agora, vá e avise a Sango assim que ela chegar.
-Sim, senhor.
Inuyasha achou plausível a desculpa dada por Kagome. Depois de toda a chuva que tomou no fim de semana, uma gripe seria esperada. Mas parecia ter uma voz no fundo de sua cabeça o culpando. Dizendo que ela estaria ali se não fosse a grosseria dele. Que se ela não a julgasse pelas aparências tudo estaria bem. Não podia imaginar a bagunça que se encontrava dentro do coração da jovem.
Inuyasha esperava impaciente a chegada de Sango. Eram tão amigas, e provavelmente Kagome comentaria algo pra ela. Era difícil admitir, mas Kagome não saíra de seus pensamentos em todo o fim de semana. Depois de tanto tempo vendo uma mulher forte e independente, ainda não acreditava em quão frágil ela realmente era. Acreditava que ela era apenas mais uma certinha no mundo, mas acabou se mostrando cheia de mistérios. Como poderia deixar de tentar adivinhar o que se passava na cabeça dela?
Logo Sango chegou. Inuyasha não perdeu tempo, e correu para avisá-la. Quem sabe ela não teria alguma noticia. Ou então uma bronca por seu comportamento do final de semana. Entrou no escritório da jovem sem nem bater na porta.
- Hei Sango, a Kagome não vai vir por duas semanas. – disse o rapaz encostado na parede, de frente para Sango.
- Ue, ela ta doente? – perguntou surpresa.
- Pensei que você poderia me responder isso. O chefe disse que sim, mas não to levando isso muito a serio.
- Nossa! E desde quando você passa seus dias especulando sobre a vida da Kagome? Não conhecia esse seu lado!
- Feh! Não tenho lado desse nenhum! Eu... só... queria saber. Eu a vi no final de semana e ela não parecia bem.
- Estranho. Nunca vi Kagome de mal humor, ou deprimida. Mas também ela nunca foi uma pessoa muito aberta quanto a sua vida pessoal.
- Deixando de baboseiras – disse o rapaz querendo não parecer preocupado demais – o chefe pediu pra você passar na sala dele quando você chegasse.
- Obrigada fofoqueiro!
- Feh! Ta ficando louca? – disse um hanyou um tanto furioso.
- Ai ai... vou me divertir muito com você por aqui... – Sango resmungou ao sair de sua sala.
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Há tempo não fazia isso. Levou seu edredom para a sala, e assistia TV o dia todo. Nada a fazia sentir melhor do que acompanhar todos os seriados que estavam passando. Sentia o drama de cada um, chorava, sorria. Fazia comentários sozinha. Como na ultima vez que fizera isso. Ela realmente não havia mudado, mas agora não precisa mais manter as aparências na frente de seus pais. Morava sozinha, e podia, finalmente, demonstrar o que sentia, nem que fosse apenas para a TV a sua frente.
Em um momento estava desvendando um crime, no outro acompanhava os erros e acertos de um doutor tentando criar seus filhos após a morte da esposa, em outro se envolvia nos relacionamentos de adolescentes criados em algum lugar da ensolarada Califórnia.
Entre um e outro seriado, lavava seu rosto, tomava um banho, e às vezes se lembrava de comer alguma coisa. Durante alguns comerciais não resistia a olhar um pequeno globo que mantinha em sua sala, Ficou imaginando em qual país se daria melhor. Em qual deles poderia ser mais feliz do que ali. Queria um lugar ensolarado, com belas praias. Apesar de não freqüenta-las, não conseguiria viver sem elas. Acalmavam-na.
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Kagome não conseguia lembrar de quando foi feliz. Amava sua família. Não havia nenhuma melhor do que a dela. Mas outros aspectos de sua vida deixavam a desejar. Nunca foi uma pessoa rodeada de amigos. Sempre foi muito reservada, fechada. Em dias bons, não culpava a ninguém. Tentava seguir em frente, viver cada dia. Mas nem sempre era assim, já havia perdido a esperança de uma vida normal. De um dia dormir com um sorriso nos lábios, reflexos do dia que se passou. Já estava conformada.
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Sango não poderia deixar sua amiga na mão numa hora dessas. Poderia estar precisando de algum remédio, de qualquer outra coisa. Tinha que ligar para ver como tudo estava. Ajeitou um pouco a papelada do dia e pegou o telefone. Era estranho, sempre considerou Kagome como uma amiga, mas nem sabia o numero de seu telefone direito. Eram mais colegas de trabalho. Saiam de vez em quando para algumas festas. Também não sabia de nada da vida de Kagome, só sabia que ela não nascera naquele pais.
Kagome ainda estava jogada em seu sofá. A TV agora estava um pouco entediante, mas tinha uma imaginação grande o suficiente para torná-la mais divertida. Quando ouviu o telefone tocar, ficou um tanto surpresa. Por um momento pensou ser Inuyasha para se desculpar de todo o ocorrido, mas ele era grosso demais. Nem sequer saiu de sua posição, abaixou o volume e atendeu o telefone.
- Alo – falou Kagome.
- Kagome! Oi aqui é a Sango.
- Oi Sango! Aconteceu algum problema por ai?
- Não não. Só liguei pra saber como você esta.
- Ah, estou bem. Bom... na medida do possível ne... a gente nunca ta bem quando ta doente... e...
- Ahhh sei... Kagome, você quer que eu passe ai mais tarde?
- Não. Não precisa não. Eu me viro bem sozinha.
- Mas eu insisto! Você não parece muito bem.
- Bom, então ta. Tudo bem.
- Ótimo passo ai no final do expediente ta!
- Ta!
- Até mais então.
- Até!
Sango desligou o telefone. Kagome não parecia nada doente. Mas havia um certo desespero em sua voz que a deixou preocupada. O desespero de uma pessoa desamparada, sem lugar pra correr. Não tinham uma forte amizade, mas não poderia ser um momento melhor para construí-la.
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Já eram 17 horas. O sol, aos poucos, desaparecia no horizonte. Kagome levantou do sofá e deu uma arrumadinha em seu apartamento. Abriu a cortina que passou o dia inteiro fechada e deixou que raios amarelos, laranjas e vermelhos entrassem em sua sala e trouxessem uma nova cor. Quem sabe disfarçariam o ambiente. Não quis tirar seu pijama. Afinal, iria dar a impressão de alguém doente. Ou não. Quem sabe não seria o momento perfeito pra desabafar. Seria crueldade esperar que alguém tivesse a paciência de ouvir tudo que estava preso em sua garganta, mas por que não tentar?
Sango chegou uma meia hora depois. Depois de ter falado com Kagome, o comentário de Inuyasha ficou martelando em sua cabeça. Realmente não sabia nada sobre sua colega de trabalho. Podia até ver em seus olhos um certo vazio, mas nunca se atrevera a perguntar o porque.
O interfone tocou. Era o porteiro avisando que Sango estava lá. Kagome pediu que ela subisse. No minuto seguinte, tentou imaginar o nome de uma doença que não fosse muito grave. Convenceu-se de que uma gripe seria suficiente. Ouviu a campainha tocar. Foi em direção a porta, respirou fundo e abriu-a.
- Sango! – disse Kagome com seus olhos novamente cheio de lagrimas.
- Calma Kagome. Eu to aqui. – Sango respondeu. Apenas abraçou sua amiga e fechou a porta – Pode desabafar.
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Oi pessoas! Não me matem... eu sei que demorei... mas esse capitulo foi realmente difícil de escrever. Só consegui escrever msm nesse carnaval.
A fic daqui pra frente já está "montada". Só falta escrever. Não acho que irá demorar mto agora...
Quanto a Meu Porto Seguro, eu jah comecei a escrever... e acho que não vou demorar mt também não.
Só espero que vocês compreendam, e não deixem de ler.
Faz tempo que eu não agradeço as pessoas que perdem seu tempinho comentando, então aqui vai pelo atraso:
Alexandra: é... eu acho que sou meio lenta pra escrever/o\ Brigada!
CaHh Kinomoto: Nossa! Acho que não sei descrever bem o carro... Eu pensei foi no carro que eu jogo NFS Underground... Bem completo, rosa, bem cheguei! Que bom que vc gostou, espero que ainda esteja acompanhando!
Lan Ayath: Ainda bem que eu acabei mudando algumas coisas! Mas ainda tem mt de mim, principalmente nesse capitulo. Acho que por isso foi tão difícil!
Lari-chan: Nossa! O segundo namorado da Kagome é tão figuração que eu nem pensei no nome dele! Na verdade, o problema da Kag com o Kouga é que ela o faz a amar, entende? Ele a amava demais, a colocava num pedestal, msm depois do namoro ter terminado. Espero que vc tenha entendido!
Carol Higurashi Li: Mt Obrigada! A resposta tah vindo meio atrasada tb ne!
Mel: Acho que demoro bastante pra postar ne! To tentando melhorar esse aspecto... Ahhh, o histórico, a vontade de fugir, falta de coragem... Só não sou perfeitinha como a Kagome é...Continue acompanhando!
Kagome Shinomori: Ahhhh! É a primeira pessoa que eu conheço assim... meu msn nunca aparece, Num dá certo! É Angel Matsyuama: Ihhh liga não! Eu sempre choro lendo fics! É um grave problema meu/o\ E vc comentou antes sim! Acho que meu forte não são rápidas atualizamos, mas tenha paciência que eu vou termina-la!
mc-cham: Eu sei que é difícil ver uma fic q a gente gosta sem atualizar... Mas a meu porto seguro não ta abandonada... Ela só está por um período de descanso... /o\ Eu juro que to tentando terminar de escreve-la.
Samy-Higurashi: Foi malz pela demora... Espero que ainda goste da fic! Tb quero ver o Inu e a Kag juntos... pra ela ser feliz!
Nana PaesLeme: Eu não acho a Kagome fraca... Acho que ela sofre demais pelos outros. Grande defeito meu alias.Bom, continue acompanhando a fic ok?
É isso ai gente!
Espero qu gostem desse capitulo. O próximo não vai demorar tanto!
Bjosssss
