Capítulo 4
Segredos, Desavenças, Descobertas e Audiências
Gina, Hermione e Lílian estavam mais uma vez ouvindo os gritos histéricos de Rony. E agora fora pelo Profeta:
-Eles realmente passaram dos limites! Não podem falar dessa maneira sobre o Ministério, é totalmente inaceitável!
-Rony, se acalme. Nós não podemos fazer nada mesmo – disse Hermione calmamente, afagando os cabelos do marido.
-Como eu posso me acalmar Mione? Se estão me chamando de estouvado? Que não sei controlar meus próprios aurores! Como Mione? – perguntou frustrado afundando o rosto nas mãos.
-Rony – chamou Harry – posso dar uma coletiva com a imprensa para explicar o que aconteceu, digamos que para... "amenizar a situação" – completou cuidadosamente, tentando usar as palavras certas.
-É uma boa idéia Harry! – exclamou Hermione entusiasmada – afinal você é uma... desculpe a palavra, sei que não gosta, "celebridade" para o Profeta, e não liga de sua imagem ser manchada, e você sabe falar com a imprensa, já está acostumado. Seria perfeito! – completou.
-Claro mione, eu que pensei nisso! – disse brincalhão.
-Convencido! Mas seria bom que Lílian fosse com você, Harry. Afinal, ela estava lá durante o "ocorrido" – disse para Harry e para a garota.
-Por mim tudo bem. Não sei me dirigir à imprensa como o Potter, mas isso a gente aprende – disse Lílian sorridente
-Ótimo Hermione! Harry, você leva Lílian e vai ficar tudo ótimo! – exclamou Rony mais sossegado e livre da angústia – você faria isso, não faria Harry? Por favor, me ajude. – pediu em tom de súplica.
-Claro Rony. Se bem que eu faria qualquer coisa para te ver com esse cara de peixe morto de novo – concordou brincando.
-Muito engraçado senhor "Salvador da Pátria" – Disse Rony carrancudo – mas vamos ao que interessa. Quando pode ser essa coletiva?
-Ah, isso vai ter que ficar para a segunda –respondera Hermione por Harry – Harry já tem um compromisso, não tem Harry? – Completou ela voltando-se para ele.
-Claro – disse desanimado.
-E eu posso saber que compromisso é esse? – perguntou Rony desconfiado – se for sobre aquele assunto pendente de séculos atrás, eu posso esperar.
-É aquele do departamento jurídico... – disse Hermione com descaso.
-Tá vendo como seu irmão e sua cunhada manipulam a minha vida Gina? Com esses dois por perto é impossível ter uma vida privada – disse com cara de cachorro sem dono.
-Mas isso vai ter que acabar, não? – brincou Gina.
Harry finalmente fora arrastado por Hermione para ler todo o testamento de Sirius e de seus pais, agüentara-a reclamando ao pé de seu ouvido durante oitos longos anos. Porém, numa noite, após uma exaustiva e dura jornada de trabalho, ela o fizera prometer que finalmente leria os testamentos. Estava cansado de ouvi-la falando a toda a hora, que "São seus pais e seu padrinho, Harry, você deveria ter no mínimo respeito pelo que eles lhe deixaram", mas finalmente cedera.
Não queria saber, o que mais, o padrinho havia lhe deixado. A respeito de seus pais, até que lhe batia uma certa curiosidade, mas sabendo que, quando lesse, remoeria feridas há tempos esquecidas (pelo menos que ele tentava esquecer), perdia a vontade. Não precisava de nada, tinha uma casa, a dos Black, a fortuna de seus pais, e tantos outros... soubera da casa do padrinho por meio de Dumbledore, que agora, morto, não podia simplesmente dizer-lhe o que havia nos testamentos. Agora tinha que se dirigir ao ministério, afinal uma dívida bruxa, é uma dívida bruxa. E o pior de tudo, era que tivera que acordar as sete da manhã, num lindo sábado ensolarado, para ler a p dos testamentos. Ele queria era estar em casa namorando sossegado junto a Gina, afagar seus cabelos, vê-la aconchegar-se em seus braços, isso sim era bom, não o que estava fazendo agora, rumando à sessão jurídica do Ministério, a encontro de um advogado que nem mesmo se lembrava do nome... Ah, mas que tolice a sua, nem mesmo conhecia seu advogado! Bom.. pelo menos o que cuidaria daquele caso ele não conhecia, o único com quem tinha contato era Simas, porém ele se especializara na área de família, o que Harry não tinha no momento. Pelo menos não família de sangue, ou nome, pois os Weasley eram como a sua família.
Harry passava pelos corredores largos e cheios de portas com placas douradas que especificavam as partes daquele setor do Ministério.
Parou em uma porta específica. Sempre guiado por Hermione, que conhecia aquele lugar "de trás para frente, de frente para trás". Na porta de mogno estava escrito: "Sala de leitura de testamentos e arquivo testamental do Ministério da Magia Britânico", a placa era de ouro e as palavras escritas em baixo relevo. Hermione penetrou na sala com o natural ar de superioridade que carregava desde que Harry a conhecera no trem de Hogwarts, na mesma havia dois homens muito bem vestidos, estavam sentados em uma mesa, também de mogno, com quatro cadeiras. Havia um turbilhão de papéis muito organizados entre eles.
-Harry, esses são Lucas Lartingnam o advogado responsável e Mario Plata, chefe dessa seção. Eles lerão os testamentos para nós. – os homens, ao ouvirem seus nomes, fizeram um breve comprimento com a cabeça em direção a Harry. Hermione sentou-se, e apontou uma cadeira a seu lado para Harry.
-Bem senhores... e senhora – começou Lucas Lartingnam, se corrigindo momentaneamente – estamos aqui reunidos para ler as partes dos testamentos de: Lílian Evans Potter, Tiago James Potter e Sirius Black dirigidas ao senhor Harry James Potter. Começaremos pelo testamento dos pais do dirigido – declarou.
"Nós realmente relutamos em escrever esse testamento, pensávamos que não seria necessário mesmo nesses tempos de guerra. Porém quando recebemos..."
-Por favor pode passar esse início sim? – Harry pediu triste. Sentiu um profundo aperto no peito ao ouvir as "palavras" de seus pais.
-Claro senhor Potter – respondeu o homem que lia um pedaço de papel pardo. Bem...
"Deixamos para o nosso filho Harry James Potter a nossa propriedade no interior, juntamente com a casa e tudo o que há nela; tudo que houver em nosso nome em Gringotes; duas caixas com objetos pessoais e outros; além de relíquias familiares nas mãos de outros, e em exposição em lugares temáticos."
-Por que eles não disseram simplesmente "tudo que há no cofre em Gringotes", e sim "tudo que há em Gringotes"? – perguntou Harry à Hermione quando o homem terminou.
-Porque Gringotes guarda mais que dinheiro Harry, ou de esqueceu disso? – respondeu Hermione à pergunta pessoal de Harry.
-O que você acha? – retrucou Harry sarcástico.
-Tá – disse Hermione entendendo a mensagem de que não era para ela se intrometer – o senhor pode ler agora o de Black por favor?
-Claro, senhora – respondeu o segundo homem, que até agora não havia aberto a boca – pular a parte das apresentações e explicações, senhor? – perguntou o mesmo.
-Pode pular – respondeu Harry sério.
"... Eu Sirius Black deixo para meu sobrinho Harry James Potter, metade dos meus bens. Sendo eles: Minha casa, metade de minha fortuna em Gringotes, uma caixa separada com objetos pessoais destinada à ele e somente ele; além de uma carta à parte, lacrada."
Ao terminar de ler, o segundo homem entregou a Harry dois envelopes pardos, um com remetente em nome de seus pais e outro em nome de Sirius, além de três caixas lacradas.
-Vamos Harry você vai poder abrir essas caixas em casa com calma – disse Hermione solidária. Harry podia tentar não deixar transparecer, mas se sentia perdido, triste e solitário meio aos antigos objetos de seus pais e padrinho.
-Obrigado Hermione – disse Harry se voltando para a amiga com um fraco sorriso – realmente quero ficar sozinho. Pelo menos por enquanto.
-Claro Harry, deve estar sendo difícil para você – disse Hermione consoladora.
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Harry voltou para casa nada curioso para saber o que havia nas caixas ou nos envelopes. Sentou-se sozinho no sofá da sala, deixara as caixas e o envelope ao lado da porta. Olhou-os confuso, o que Sirius poderia querer falar-lhe em uma carta a parte? Harry se aproximou das caixas ao lado da porta principal do seu apartamento, as caixas eram de papelão, tinham uma cor parda e estavam lacradas com um brasão. Nelas estava escrito o nome do dono dos objetos e seu destinatário.
Harry pegou a caixa de seu pai primeiro, tentou abri-la, mas foi inútil. Observava-a pensativo, e veio-lhe uma idéia.
-Meu nome é Harry James Potter, ordeno que abra! – disse com uma voz forte apontando a varinha para a mesma.
Nada...
Harry, nesse momento lembrou-se das cartas. Elas deviam falar como se abria a caixa. Dirigiu-se à mesa de canto ao lado da porta, nela estavam depositados dois envelopes pardos. Harry pegou o de seus pais primeiro, abriu-o. A carta era escrita com duas letras diferentes, provavelmente uma de seu pai e a outra de sua mãe. Uma era difícil de se ler, apesar de bem caprichada, era curvada e longa. A outra era redonda e bonita, lembrava muito a letra de Hermione.
(N/A: O que estiver sublinhado foi escrito por Tiago e o que estiver em negrito por Lílian)
"Harry,
Caso esteja lendo essa carta, é porque Voldemort nos pegou antes que pudéssemos contar-lhe alguns pontos importantes que fazem parte da sua história.
Nas caixas, estão alguns de nossos objetos pessoais cuidadosamente separados para você, além de segredos e tesouros.
Nelas você encontrará entre outros objetos, livros importantes, para caso seja realmente você a enfrentar Voldemort, armas (no caso do Tiago, eu fui totalmente contra) (EI! Não começa, isso é uma carta de testamento não uma briga pública!),continuando... álbuns, objetos importantes para nós, declarações, escrituras, listas de contratos, bem você vai ver...
Eu realmente espero que você tenha ficado na custódia de Petúnia, porque apesar de não parecer, ela é uma ótima pessoa, e a mais indicada para cuidar de você, custou muito para descobrir isso, mas agora que descobri, tenho total confiança nela. Há uma carta na minha caixa endereçada à ela, junto à uma pequena caixa, espero que possa entrega-los para mim.
Minha vez! Um bom maroto que se preze tem que ter objetos marotos! E há,há,há,há,há (isso foi para a sua mãe, filho) através dessa minha caixa você terá acesso a alguns deles (sorriso maroto), menos de um, que infelizmente foi confiscado por Filch (olhar de cervo com fome, Maria cadê minha comida, mulher!), mas há uma cópia do original nesta caixa, com algumas modificações e... aperfeiçoamentos. Quero ver você ler o diário da Lílian, deve estar cheio de anotações sobre as matérias (nada disso, tem a nossa história!) Se é isso, então, divirta-se, se bem que, pra mim, não foi nada engraçado!
Mas, resumindo toda a baboseira que, se eu deixar, sua mãe vai escrever: tudo o que há dentro da caixa é para que você se lembre de nós o máximo possível!
De seus queridos e amados pais,
Lílian e Tiago Potter.
Obs.: Para abrir a caixa do único maroto adulto dessa família, é só dizer: "prometo não fazer nada de bom" e para tranca-la, dizer "Malfeito feito"
Obs.: Para abrir a caixa da mamãe é só dizer o nome dos "Dragões Primários", e para tranca-la o nome do mais famoso proprietário de uma capa de invisibilidade. Boa pesquisa!
Sua mãe não sabe disso!
O nome do proprietário da capa de invisibilidade é euzinho aqui, mas se ela se adaptar a regra, é o "João Matador de Gigantes". Sobre os Dragões eu não posso ser de muita ajuda, você vai ter que procurar em Gringotes, no cofre da Família Potter... Ela tá vindo..."
Harry sentiu uma pontada de saudade no peito quando leu a carta. Divertiu-se da vitalidade dos pais, a alegria, e com a "ajuda", muito bem vinda, do pai.
-Obrigado pai – disse Harry com lágrimas nos olhos, e um tímido sorriso nos lábios – mas acho que vou recorrer a Hermione. Mas, por enquanto, vou ver a sua – disse olhando para a carta a sua frente ao pegar a caixa do pai – "Prometo não fazer nada de bom!"
A caixa destrancou com um "clic" abafado. Harry abriu-a triste, dentro, havia os mais diversos artigos, desde papéis a armas: Dois grandes álbuns de fotografias; uma pequena e rústica caixinha de madeira, que Harry nem se deu ao trabalho de abrir; alguns livros de todas as formas e tamanhos; um espelho trabalhado; pergaminhos velhos e muito amarelados; uma varinha...
Harry espantou-se ao ver uma varinha na caixa. A de seu pai havia sido velada junto ao corpo do mesmo. Mas esses não eram os únicos objetos que encontrou. Ainda havia uma grande e poderosa espada, enrolada em um manto de cetim negro; uma caixa com poções, entre elas a poção do "morto vivo" e outras; uma caixa com várias bolinhas de cristal do tamanho de bolas de golf, protegiam líquidos ou simplesmente fumaça de muitas cores e exalavam muita energia; alguns talismãs e amuletos em outra caixa, uma pequena cártula com duas plantas e outra carta.
-Outra carta? – perguntou-se Harry.
"Caro Filhão,
Ah, como é bom escrever sem sua mãe lendo tudo ao pé do meu ouvido! Sabe, ela tem medo que eu escreva exatamente o que vou escrever agora: bobagens! Ela acha que podem ser más influências, coisas que eu fiz durante a escola, e outros... Mas, voltando... Como você pode observar (nossa, to falando como a sua mãe, isso ta afetando o meu cérebro maroto, bem que o Sirius me avisou...) são duas cartas, deixa a branca de lado, era só para despistar a sua mãe, mas vamos ao objetivo dessa carta... Dentre os objetos da caixa, você viu uma pequena caixa, que é impossível de ser aberta, ela só abrirá normalmente após seus vinte anos. Pois nessa idade você já terá maturidade suficiente para saber o que há dentro do cofre nº 2 de Gringotes. Pelo menos eu espero que tenha, porque o que há nessa caixinha é a chave do cofre, que está em nome de Phil Martin Potter, seu avô, pelo menos estava na última vez que eu o vi abrir esse cofre, pode ser que ele esteja em seu nome agora, não sei.
Mas, o que tem nele é uma coisa muito séria e perigosa, bem muitas coisas para ser sincero, são objetos, livros, escrituras, e outras coisas que nem eu sei. Por isso tenha cuidado. Lá existem coisas que nenhum bruxo deve saber de sua existência. Não, estou exagerando, porque meu pai me contou quando eu tinha só 15 anos, então você pode contar, mas para o mínimo de pessoas possível, apenas as de máxima confiança, e, jamais, jamais conte ao ministro sobre o que tem lá dentro, mesmo que seja seu amigo, ele pode tentar tirar alguns objetos de você, e se esses objetos caírem em mãos erradas, nem quero pensar no que pode acontecer.
Tudo de bom de seu querido pai,
Tiago James Potter"
-Mas o que será que tem nesse cofre? – pensou alto.
Harry, antes sentado em uma poltrona na sala, estava, agora, de pé, indo rumo ao seu quarto, pensando em como contatar Rony e Hermione.
Vestiu-se com um sobretudo e se dirigiu à lareira. Decidira que falaria com Rony e Mione pela mesma. Pegou um pouco de pó-de-flu em um jarro em cima da lareira, jogou-o e enfiou o rosto em meio às chamas.
-RONY! HERMIONE! – Harry gritava tentando chamar a atenção dos dois caso estivessem em casa – HERMIOOOONE! – Gritou novamente quando ela apareceu no alto da escada.
-Harry? – perguntou confusa – esperava vê-lo apenas amanhã. Pensei que queria ficar sozinho.
-Eu estou com um problema Mione – disse objetivo.
-Que tipo de problema Harry? – ela já estava preocupada.
-Você verá. Vá chamar o Rony, por favor, eu quero que vocês me acompanhem e que você me responda uma coisa, se você não souber as coisas vão ficar complicadas – disse Harry fitando-a.
-Estou indo – disse enquanto subia novamente as escadas que lavavam aos quartos da casa.
Hermione voltou vinte minutos depois com um Rony ainda meio sonolento e totalmente vestido.
-Vocês podem vir para cá agora – disse Harry direto – podem aparatar.
No segundo seguinte Rony e Hermione estavam na sala de Harry.
-O que aconteceu Harry – nesse momento Hermione percebeu que uma das caixas estava aberta – é alguma coisa a ver com... as caixas? – perguntou receosa.
-É – respondeu – Primeiro, para abrir as caixas dos meus pais eu preciso de uma senha, meu pai deixou as senhas dele na carta, já a minha mãe queria que pesquisasse para arranjar as senhas...
-Harry, todas as caixas precisam de senhas – começou Hermione – Mas receio que esse não seja o motivo de ter nos chamado – continuou receosa do que estaria por vir.
-Foi por isso também. Precisaria de uma para abri-la e outra para trancá-la. Para trancar queria que eu descobrisse o nome do mais famoso usuário de uma capa de invisibilidade... Meu pai respondeu essa – comentou rapidamente ao ver Hermione se preparando para responder – ele disse que se não fosse ele, era "João o Matador de Gigantes". Mas disse que não sabia a senha para abri-la. Ela queria que eu soubesse o nome dos "Dragões Primários"; agora me digam, como é que eu vou descobrir isso? Foi ai que pensei em você Mione.
-"Dragões Primários"? – espantou-se Hermione – Harry tem certeza que era isso mesmo, não era o poder desses dragões?
-Não. Quer ver? – Harry se dirigiu para a mesa a sua frente e pegou a carta de seus pais – olha – disse apontando para as observações.
-Estranho – disse ela ao ler as observações.
-O que é estranho Hermione? – perguntou Rony que se mantivera calado até aquele momento.
-Em nenhum dos livros que li havia o nome deles, apenas "Dragão de ou do Gelo, Dragão de ou do Fogo, Dragão de ou da água, Dragão de ou da Terra, Dragão de ou do Ar, Dragão de ou do Magma", entre outros. – completou Hermione.
-Entre outros? – questionou Harry – existem quantos exatamente?
-Não se sabe quantos existem, até mesmo por que eles podem ter dois poderes. Mas o que realmente importa é que esses Dragões vivem muito pouco, pois para manterem ou até mesmo ganharem esses poderes, como é o caso do "Dragão das trevas"...
-Dragão das Trevas? – perguntou Rony.
-É. Bem, como eu dizia – continuou ela, claramente chateada por ter sido interrompida durante a sua narração – Para esses dragões manterem seus poderes, precisam de um hospedeiro, não há registros de que eles escolheram trouxas, porque pode ser muito perigoso, pois se seu hospedeiro morrer, o dragão também morre. Mas, ainda assim, alguns deles escolhem hospedeiros humanos bruxos, mas isso é extremamente raro. O último registro de um Bruxo Primário foram os fundadores de Hogwarts. Mas, mesmo assim, muitos nem sabem que são bruxos primários, pois são necessários: muito poder do próprio bruxo e forte influência e interesse do Dragão, que nem sempre quer dividir seus poderes com um reles mortal. Geralmente há apenas um Dragão para cada elemento natural, mas em ocasiões ainda mais raras, dois ou até mesmo três elementos se juntam em um único ser, mas eles quase nunca sobrevivem, nem mesmo chegam a nascer, na maioria das vezes, os que nascem tem sua energia vital sugada pelo infinito mais ou menos aos 13 anos, eles são chamados de Bruxos Secundários e Terciários – finalizou Hermione.
-Hermione, você disse "dividir o poder"? Como assim dividir? –perguntou Rony.
-É que esses Dragões tem que dar parte do seu poder para seu hospedeiro, então esses hospedeiros também têm poder sobre os elementos, por exemplo, um primário da água, pode retirar toda a água do lago de Hogwarts e evapora-la, deixando os animais do lago ao relento – explicou prática.
-Caraca – exclamou Rony.
-É, "Caraca" – concordou Harry – Hermione, porque você disse que o Dragão escolhe seu hospedeiro? – perguntou Harry.
-Não existem muitas informações sobre esse assunto, Harry. Tanto que dizem que esses dragões não passam de lendas, e os bruxos chamados de "primários" eram apenas mais poderosos que os bruxos comuns – completou Hermione – mas, Harry, você ainda não nos disse qual era o outro objetivo por ter nos chamado aqui – questionou Hermione.
-É que parece que meu pai tem um "tesouro cultural" em um cofre em Gringotes – disse Harry.
-Cultural? Como assim cult...? – começou Rony sem entender. Mas, ao compreender, olhou de relance para Hermione, vendo que seus olhos brilhavam com a afirmação de Harry, confirmou suas dúvidas restantes.
-É, sei que a Hermione vai gostar – disse Harry – por isso também que preciso de vocês. Mas, primeiro, temos que ver essas escrituras, e só temos até amanhã... – disse Harry.
-Droga – exclamou Hermione.
-Se bem que em alguns desses locais, possa haver casas e nessas casas, relíquias... BIBLIOTECAS... Além de descobrirmos quais são as relíquias de família em exposição – completou Harry.
-Tudo bem, vamos ver essas escrituras, quanto mais rápido for isso, mais rápido terminaremos e mais rápido iremos à Gringotes – disse Hermione – Harry onde estão as escrituras? – perguntou.
-Ah! Deixe-me ver... – disse ele mexendo na caixa do pai – bom não sei o que é escritura e o que não é, portanto teremos que separar os pergaminhos primeiro.
Harry, Ron e Hermione começaram o árduo trabalho de separar os papéis, para, só depois, verem os locais. Eram por volta de vinte escrituras de terrenos; muitos contratos com pessoas, que Harry nem imaginava que seria, alguns deles datados de um mês antes da morte de seus pais; plantas baixas e mapas das casas que haviam nesses terrenos, Hermione soltou um gritinho de satisfação ao perceber que na maioria delas havia uma biblioteca; algumas cartas endereçadas à Tiago; pergaminhos em branco e inventários dos objetos das casas.
Após separados os pergaminhos, poram-se a ler a localização dos terrenos. Foi quando Rony soltou uma exclamação surpresa.
-Caraca, Harry! Olha só onde esse terreno fica – começou se aproximando de Harry – do lado da Toca! Eu sei onde é. Lembro que Fred e Jorge especulavam, quer dizer, ainda especulam, sobre o dono daquelas terras. E é você! Caraca.
-Bom, então vamos começar por esse lugar, já que pelo menos esse, sabemos onde fica. Vamos para a Toca de lá partimos para o terreno – completou Harry.
-Gina não está na Toca – comentou Hermione com casualidade.
-O que você está querendo insinuar, Hermione? – perguntou Harry com repreensão no olhar.
-Vocês estão falando sobre o quê? – perguntou Rony desconfiado.
-Ah, meu Merlim, vocês... Vocês, não..? – Riu Hermione confusa.
-Entendeu agora sabichona? – Perguntou Harry sarcástico.
-Hei Harry! Ainda sou seu chefe, ta! Olha como fala com a minha sabe-tudo! – repreendeu Rony
-Hei! – Resmungou Hermione entre os braços de Rony.
-Mas voltando ao assunto, sobre o que mesm... – começou Rony
-Nada Rony, nada – disse Harry – vamos logo.
Dizendo isso, juntaram os papéis restantes e aparataram em frente ao portão da Toca. Passaram direto.
Era um terreno bem cuidado, com uma bela casa de madeira em meio à propriedade. Era cercada por um lindo canteiro de flores, um pomar do lado direito e uma estufa junto à casa do lado esquerdo.
Foram se aproximando da casa, notaram que um velho senhor dormia tranqüilamente em meio às flores. Harry se aproximou do homem para chamá-lo, quando ele levanta em um salto.
-Cobras! Cobras! Cobras para todos os lados – gritou, sem perceber a presença de Harry. Ele era um homem robusto, de cabelos muito brancos e olhos negros, tinha a pele morena pelo sol e usava uma roupa larga e velha. Porém quando a percebeu, deu outro grito – Ah! Maria! Temos intrusos de novo, Mari... – mas parou quando olhou novamente para Harry com a varinha levantada – "Santa madre de Dios" – ele tinha um leve sotaque espanhol – Senhor Potter, o senhor tomou uma Poção de rejuvenescimento? Parece que tem a idade de... Mas, não estou tendo alucinações, não pode ser, Maria! Mulher venha cá me traga aquele remédio, estou tendo alucinações de novo. MARIA! Venha cá mulher!
-Senhor, eu... – começou Harry tentando explicar para o homem que não era seu pai.
-Já vou homem! Custa esperar. Estava terminando seu almo... – era uma mulher parecida com a senhora Weasley: cabelo igualmente branco ao do marido, olhos castanhos, e uma aparência risonha completavam o arranjo de um rosto que parecia muito gasto pelo tempo, mas que esbanjava sabedoria. Usava um vestido florido, coberto por um avental que um dia já fora branco. Ela vinha se aproximando do local, e ao perceber a presença de Harry estacou – Santo Dios, Tiago? Não pode ser.. meu Deus é Harry, homem. O menino Potter! – ela vinha se aproximando de Harry e deu-lhe um abraço forte, digno da senhora Weasley, quando notou Rony disse: – Há, há. Quem diria, um Weasley! E pensar que sua mãe e éramos grandes amigas. Como ela está garoto? – perguntou a mulher se virando para Rony.
-Bem – respondeu simplesmente.
-Ora! Mas que educação a minha! Venham, entrem, estou preparando um almoço delicioso – disse voltando-se novamente para o velho, que já estava de pé, se dirigindo para a casa.
Entraram por uma porta lateral que dava aceso à cozinha, que exalava um cheiro delicioso. Era tudo muito bonito, limpo e preservado, provavelmente cuidaram daquele lugar a vida toda.
-Desculpem por não poderem entrara pela frente, é que estava sem a chave – disse o velho senhor com um sorriso no rosto – Faz tanto tempo que não recebemos visitas. Mais de vinte anos!
-Não se preocupe, sequer pensamos sobre isso – disse Harry.
Harry, Rony e Hermione passaram por uma cozinha com paredes de mármore rosa com acabamento em mogno lustroso. Havia um grande e rústico fogão a lenha no canto esquerdo do cômodo abaixo de uma janela de madeira, onde uma panela borbulhava, exalando um delicioso cheiro de galinha ensopada. Dividindo a cozinha em dois ambientes havia um par de colunas, juntas por uma bancada de mármore rosa e um pequeno armário de madeira abaixo da bancada. Tudo era estranhamente muito lustroso, limpo e bonito. Entraram em uma pequena sala de jantar, ela era composta por uma longa mesa talhada em madeira; um longo tapete que seguia o contorno da mesa; muitos candelabros dourados que combinavam com a cor da sala, um rosa pastel claro; haviam vários quadros, dispostos na parede, acima de cada cadeira, Harry foi andando por cada um deles e observando os detalhes de cada um. Parou ao ver o retrato de um velho rabugento e caolho que o fitava desconfiadamente, ele parecia muito presunçoso.
-Sua mãe também não gostava muito dele – Harry, no susto, se virou a retirou a varinha do bolso, mas nem chegou a aponta-la para a senhora ao seu lado.
-A senhora não devia surpreender um auror, foi por pouco que não a estuporei – disse ainda arfando.
-Ora, não parei de fazer isso com o seu pai, mesmo depois de ele ter me estuporado de verdade, porque pararia com você, arre – disse com um sorriso maroto.
-Maria, você não deveria mostrar aquilo para o garoto? – repreendeu o homem.
-Claro Lauro, às ordens – respondeu com um enorme sorriso estampado no rosto – Vamos garotos, temos que ir ao segundo andar, temos um presentinho para você Harry – disse abrindo a porta e se dirigindo ao Hall – e você, homem, não fique aí parado, vá buscar Mariana no Beco Diagonal, ela não vai agüentar trazer tudo que pedi para ela comprar e mais os materiais dos estudos. VAI! TA ESPERANDO O QUE, HOMEM? – disse indignada com as mãos na cintura.
-Igualzinha a mamãe – Rony comentou baixinho.
-Bem queridos, é melhor irmos logo, não? – disse antes de se virar para subir as escadas. Elas eram de um mármore marfim, com corrimão de madeira da mesma cor, muito luxuoso.
-Caraca cara, isso que é luxo! – exclamou Rony baixinho ao pé do ouvido do amigo – acho que nem a casa de verão dos Malfoy vai nessa.
-Não consigo imaginar meus pais nesse lugar – pensou alto.
-Nem deve pensar – disse Maria como se estivesse respondendo a uma pergunta – eles não vinha muito aqui, preferiam a casa em Hertfordshire (N/A: é a cidade onde o Rupert mora!), essa casa é mais como herança de família, uma verdadeira relíquia isso sim. Se bem que ele vinha para cá regularmente, ele e Sirius sumiam, ninguém sabia onde eles se enfiavam. Ah, pobre Sirius, só Mio Dios sabe o que ele sofreu em Azkaban – completou em tom de lástima.
-Sirius? – perguntou Harry surpreso – o que você sabe sobre o... o Sirius?
-Há, como não saberíamos alguma coisa sobre aquele moleque! Veio para cá com 15 anos, não? Ai, ai, minha memória não anda muito boa (N/A: nem a minha... Que desventura sofro!) – disse brincalhona. Porém seu rosto se tornou um pouco sombrio antes que continuasse – Que terrível fim para alguém tão jovem, e o pior é que foi para aquele lugar horrendo injustamente. Por isso que eu odeio a... bem esqueça! Vamos subir? – disse colocando outro sorriso no rosto, mas foi interrompida por outra pergunta frustrada de Harry.
-Mas se a senhora sabia que ele era inocente, porque não levou isso à justiça? – perguntou enfático.
-Harry você tem que entender: não eram tempos fáceis em que se podia ir ao setor jurídico do ministério e pedir uma audiência com a corte – disse calma, porém triste – e mesmo que fossem, nenhum juiz, em sã consciência daria crédito ao que eu e Lauro tínhamos a dizer – concluiu.
-Porque? – perguntou frustrado.
-Coisa ruim, nem queira saber – respondeu tristonha – mas agora vamos mandar essa tristeza para longe e falar de coisas mais alegres, como a coisinha que eu tenho para te entregar! – disse sorrindo.
-Mas, o que é? – perguntou curioso.
-Ora, se é um surpresa! – disse brincalhona
OOOOOOOOIIIIIIIIIIII, galera, desculpem pelo atraso, estava sem internet! Espero que gostem do novo capítulo, e a propósito, eu reescrevi o terceiro capítulo, só algumas partes, não é grande coisa, mas quem quiser ler, fique à vontade, mas eu adoraria quer lessem. E por favor comentem! COMENTEM! PLIS!
