Capítulo dedicado á Ryui-chan e á Lyocko Nitales! Vocês são dez! XD
Reviews:
Olha, esse capítulo vai estar em 1a pessoa. Não sei se ele estará todo em 1a pessoa, mas boa parte dele vai estar.
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Capítulo 7
Que estranho... Shizuka disse que iria começar nessa semana, mas de repente, diz que surge algo do trabalho pra fazer. Não vou nem questionar.
Deitei-me em minha cama, olhando para o teto. Aquela sensação de que algo iria dar errado no dia seguinte ainda não me deixou. Fiquei ali pensando por um bom tempo, até ouvir a campainha no andar de baixo. Sentei-me na cama.
-Já vai! –Gritei. Olhei para o relógio que fica em cima do criado-mudo, ao lado do telefone. Já eram 16 horas. Desci as escadas correndo e abri a porta. –Oi, Keiko!
-Vamos agora pra cidade!
-Ãhn? Por quê?
-Temos que escolher uma roupa pra você ir na sua festa amanhã!
-O que?
-Anda logo!
Olhei para ela meio desconfiada.
-Espera aí. Eu só vou trocar de roupa. Entre.
Ela sorriu de um jeito meio vitorioso, o que me deixou mais desconfiada ainda, mas não perguntei nada. Ela entrou e eu fechei a porta. Ela se sentou em um dos sofás da sala e disse que ia me esperar. Dei de ombros e subi pro meu quarto. Escolhi um vestido branco simples e me troquei o mais rápido que pude.
Soltei meu cabelo e o ajeitei rapidamente com minhas mãos. Peguei minha bolsa e desci as escadas novamente. Keiko continuava sentada no sofá, com um sorriso alegre e misterioso... Aquilo estava começando a me assustar...
-Vamos? –Perguntei, meio incerta.
-Claro.
E saímos.
-o-o-o-o-o-o-
Por Inari! Que cansaço! Keiko me arrastou por um monte de lojas de roupas e sapatos, sem contar que visitamos dois shoppings... Por duas sandálias, um vestido azul – é muito bonito, tenho que admitir – e por um colar e dois brincos! Eu sei que não devia reclamar, mas eu só cheguei em casa ás dez da noite por apenas duas sacolas e uma sacolinha que carregava as jóias, dentro da sacola que estava com o vestido. Meu pai do Céu!
A única coisa que agüentei fazer foi pendurar o vestido em um cabide dentro do guarda-roupa, deixar a caixa com as sandálias do lado da minha cama e colocas a caixinha com as jóias em cima do meu criado-mudo, ao lado da minha cama. E fiz tudo com preguiça! Me joguei na cama, fechei os olhos e dormi como uma pedra.
Acordei com o telefone tocando. Olhei para o relógio: 10h30min. Atendi o telefone, com uma voz rouca e sonolenta.
-Alô?
-Bom dia, Botan. –Era o Kurama. Foi aí que me sentei na cama rapidamente, com um sorriso.
-Bom dia! Ai, eu ia ligar pra você ontem, só que a Keiko veio aqui em casa e me arrastou pra praticamente todas as lojas que eu conheço e não conheço!
-Ah... Então, eu te acordei?
-Sim... Mas não tem problema. Eu teria que me levantar á essa hora hoje. Não tem o mínimo problema!
-Ótimo. Hey, posso te buscar aí á seis e meia da tarde?
-Ãhn? Ahhh... Claro!
-Muito bem, então. Te vejo hoje ás seis e meia.
-Ué? Não vai vir pra aula hoje?
-hoje é seu aniversário. Descanse.
-Tem razão. –Suspirei. –Até mais tarde, então.
-Até. Beijos.
-Beijos.
Desliguei. Meu coração estava acelerado e meu rosto ardia... Sorri, meio envergonhada. Bem... Como eu disse á mim mesma há algum tempo atrás, esse garoto realmente vai mudar a minha vida...
-o-o-o-o-o-o-
O tempo nunca passou tão devagar pra mim.
Como Suuichi não vinha para a aula hoje, fui 'obrigada' á passar meu dia na frente da tv. Não que eu estivesse reclamando, já que aluguei uns filmes. Mas o problema é que eu estava um pouco sozinha... Quando era a hora, subi, tomei um banho e coloquei a roupa que comprei no dia passado.
Coloquei meu relógio de pulso e olhei que horas eram: seis e meia. Kurama não iria demorar. Desci as escadas e sentei-me no sofá. Assim que olhei para o relógio de novo, ouvi a campainha. Não consegui conter o sorriso. Levantei-me e abri a porta. Era ele sim. Estava segurando um pacote vermelho não muito grande. E estava tão bonito usando aquela camiseta preta...
-Olá. –Só acordei quando ele me cumprimentou e me deu um selinho.
-Oi... –Respondi meio sem graça.
Ele sorriu e me olhou melhor.
-Você está linda. –Ele me beijou na testa. –Vamos?
-Uhum. –Entrei para pegar minha bolsa. –Espera aí.
Não demorei muito e já estava de volta. Tranquei a porta e fomos andando devagar em direção á casa de Yusuke. E aquela sensação de que algo ia dar errado ainda não me abandonou...
Até que não demoramos muito para chegarmos em frente á casa de Yusuke. Eu e Kurama ficamos conversando sobre qualquer coisa, ele comentava algo interessante que aconteceu na faculdade e eu falava sobre alguma coisa que tenha acontecido comigo de engraçado que ele não sabia. Bem... Foi divertido. Ele tocou a campainha e logo, Keiko abriu a porta com um sorriso. Ou melhor, com aquele sorriso de quem tem certeza do porque de eu estar junto com Kurama...
-Olá! –Ela nos cumprimentou. –Entrem!
-Oi, tudo bem? –Kurama cumprimentou e entrou.
-Oi, Keiko.
-Oi Botan! Feliz aniversário! –Ela me abraçou. –Por que ele veio junto com você? –Ela murmurou.
-Ele apenas me acompanhou. –Murmurei também. –Obrigada! –Gritei só pra disfarçar.
Ela desfez o abraço e piscou um olho.
-Todo mundo veio pro seu aniversário!
-Ta zuando, né? –Eu nem tinha acreditado no que ouvi. Bah! Geralmente, sei lá, acabava faltando alguém e esse alguém me procurava no dia seguinte, me dava um abraço e um presente de aniversário. Essa é a primeira vez que todos estão reunidos, sem ninguém ter dado um 'bolo'.
-Não! To falando sério! Olha, o Hiei veio, a Shizuka, a Genkai! Todos!
-Ai que ótimo!
Chegamos na sala e logo, todos se levantaram e vieram me abraçar e me dar presentes. Puxa, como fiquei feliz! Yusuke veio falando aquelas piadinhas, Hiei foi praticamente obrigado pela a irmã Yukina á me cumprimentar. Shizuka deu um sorriso e me abraçou. E por aí foi, inclusive Atsuko, Jin, Touya e os outros estavam lá.
-Nem acredito que ta todo mundo aqui! –Exclamei enquanto abraçava Genkai de volta.
-Dessa vez deu pra todos virem.
-Ai eu sei, Keiko! –Eu não pude evitar de ficar histérica. –Gente, muito obrigada!
-Calma, filhinha! –Ouvi Yusuke dizer. –Relaxa, senta aí e conversa! A noite é sua!
-+risadas+ Ta bom! Quem armou tudo isso?
-A idéia foi do Yusuke. –Keiko me respondeu. –A gente só ajudou.
-Yusuke? Tendo uma idéia! Ai seu baka! –Segurei ele e dei um soquinho no meio da cabeça dele e ri. –Pela a primeira vez você teve uma idéia decente! Trinta por cento dessa festa é em comemoração por sabermos que você ainda pensa!
-Não precisa humilhar! –Ele retrucou, rindo. –Você merece, bobinha! –Ele me deu um soquinho no meio da cabeça.
-Vou colocar uma música. –Atsuko ligou o som.
E assim a festa ocorreu bem. Todos estavam conversando, rindo, bebendo ou dançando. Consegui escapar um pouco da multidão e chamei Suuichi pra cozinha. Mal havíamos atravessado a porta e ele me puxou pela a cintura.
-Feliz aniversário. –Ele disse antes de me beijar.
-Obrigada... –Murmurei, sem graça. –Eu te trouxe aqui para ficarmos um pouco sozinhos. Eu preciso falar com você.
-Sobre...?
-Sobre suas aulas. Daqui á dois meses... Seu curso intermediário estará terminado.
-Não nos veremos mais? –Pude perceber um tom de preocupação na voz dele.
-Hey! Relaxa! Não é isso! Só estou te falando isso. Seu curso de intermediário terá terminado e você começará o avançado. Isso é uma boa notícia. Conseguiu isso em menos de seis meses!
-É que eu já tinha uma noção dos passos...
-Isso te ajudou muito. –Ouvimos alguns gritos vindo da sala; parecia que Hiei estava sendo zoado por Yusuke e Kuwabara por ser muito quieto... Não consegui me segurar e ri. –Céus! Já passa das onze e meia da noite e eles ainda estão de pé depois de tanto saquê! Incrível! –Ri mais um pouco e olhei para Kurama, parando meu ataque de felicidade aos poucos ao ver que ele me olhava com um sorriso doce. –O que foi?
-Abra o meu presente primeiro, ta?
-Ta... Mas por que ta me olhando desse jeito?
Ele não respondeu; simplesmente me abraçou e me beijou. Depois de uns três segundos, ouvi a porta ser aberta e Suuichi me empurrou não muito longe dele.
-Sábado que vem, então? –Perguntei, disfarçando. Er... Como estamos namorando escondido, é claro que tínhamos vários códigos pra esse tipo de situação!
-Claro!
-O que tem sábado? –Keiko perguntou meio desconfiada.
-Ah... Suuichi tem que repor uma aula. –Respondi meio rápido.
-ah... Ó, a gente vai cantar parabéns! Vamos lá agora! –Keiko foi me puxando pra sala e Kurama nos seguiu. Ela me arrastou até a mesa de centro onde estava o bolo – que, aliás, era de chocolate e estava escrito com chantilly "nós te adoramos!"
-Toma o isqueiro. –Shizuka acendeu o isqueiro e acendeu a vela de aniversário que ficava no meio do bolo. Olhei para a vela acesa que era composta por dois algarismos: 1 e 9. Dezenove seria a minha idade daqui para frente durante um ano... O tempo passou tão rápido...
Apagaram as luzes e começaram a cantar. Mas eu não prestava muita atenção na música, e sim nas lembranças que eu estava tendo áquela hora. Lembranças de quando eu tinha cinco anos, depois seis, sete, oito... Até que só começou a aparecer o Suuichi em minha mente. Vi ele sorrindo, rindo, falando... E foi aí que a ficha caiu: eu não estava apenas apaixonada por ele. Eu estava realmente apaixonada por ele. Ele... É a minha alma gêmea... Sorrio, faço um pedido e assopro a vela. O pessoal começa a bater palmas e a assoviar, enquanto Keiko tirava umas fotos.
Sorri ainda mais quando me lembrei do pedido: "quero apenas ser feliz ao lado de Suuichi." Tomara que se realize. Cortei o primeiro pedaço de bolo e o dei para Yusuke, já que ele havia tido a idéia da festa. Depois para Suuichi, com a desculpa de que ele era um ótimo amigo – vi que ninguém acreditou, mas fazer o que? E por aí foi indo.
Depois do bolo, insistiram para eu abrir os presentes. Sentei-me em um dos sofás e os outros se sentaram perto de mim. Peguei o embrulho que Kurama trouxe e o abri sem demoras. Meus olhos se encheram de lágrimas. Peguei a caixa preta e a abri. Havia um colar de prata muito lindo, brincos e um anel igualmente de prata e com diamantes. Havia um cartão. Abri-o e o li. "Eu te amo". Li o cartão em pensamento. Fiquei em silêncio, dobrei o cartão e olhei para o ruivo. Duas lágrimas desceram pelo meu rosto e um sorriso se desenhou em meus lábios. Ele também sorriu.
-Ele te pediu em namoro, finalmente? –Yusuke foi quem quebrou o silêncio. Acordei e limpei minhas lágrimas disfarçadamente.
-Cala a boca. –Murmurei, ainda meio sem jeito. Coloquei o presente ao meu lado, dizendo ás meninas que poderiam o ver. –Agora o próximo.
E assim foi indo. Claro que dei um jeito de esconder o cartão de Suuichi em minha bolsa; não sou tão burra. Se ele cai em mãos erradas (leia-se: se ele cai nas mãos da Keiko) eu to ferrada. Finalmente, terminei de abrir os presentes. Assim que acabei, procurei Suuichi com os olhos e vi um cabelo vermelho entrar na cozinha. Despistei os outros, peguei o cartão que ganhei do ruivo e corri até lá. Abri a porta. Meu queixo caiu e meus olhos se arregalaram. Não... Acho que bebi demais. Aquilo não podia ser real!
Suuichi e Shizuka... Estavam se beijando... E parecia que ele correspondia...
Eu nunca havia me sentido daquele jeito: meu estômago estava querendo sair pelo meu traseiro, tinha um nó na minha garganta que parecia que nunca ia sair, minhas pernas estavam trêmulas, o sangue e o pouco do saquê que eu havia ingerido subiram na minha cabeça e uma raiva e uma angústia cresciam dentro de mim e queriam explodir.
-Não... –Consegui murmurar, as lágrimas descendo pelo o meu rosto. Eles se separaram com um leve empurrão de Suuichi e me olharam.
-Botan... Eu... –Suuichi tentou falar.
-CALA ESSA SUA MALDITA BOCA! –Gritei, sem me importar. –SEU FILHO DA MÃE! E PENSAR QUE EU ESTAVA APAIXONADA POR VOCÊ! IMPRESTÁVEL! GALINHA!
Á partir daí ,eu só gritava, xingava e chorava. Não podia acreditar! Kurama e Shizuka! Logo a SHIZUKA!
Chegou uma hora que minhas pernas adormeceram e eu me ajoelhei. O resto do pessoal estava atrás de mim, perguntando o que estava acontecendo e se eu estava bem. Eu mal ouvia... Tudo o que eu queria era gritar até aquela raiva se dissipar. Consegui me levantar rapidamente, olhei para Kurama com todo o ódio que possuía e disse com uma voz baixa e mortal.
-Espero que você morra, seu infeliz. –E então, amassei e joguei o cartão que ele tinha me dado no chão. Saí dali correndo, sem me importar com os presentes: no dia seguinte, eu os pegava ou quando eu estivesse melhor. Atravessei a porta, ignorando os gritos dos outros para eu ficar e ignorando a voz que eu mais amava e odiava naquele momento: a voz de Suuichi.
Cheguei em casa, fechei a porta com força e chutei a parede e o sofá algumas vezes. Ajoelhei-me no chão, já meio cansada da corrida e dos chutes que distribui por aí e com a respiração ofegante. Era por isso... Era disso que eu tinha medo de acontecer: o meu namorado me trair. E aconteceu... Subi pro meu quarto, de cabeça baixa, olhos vermelhos de tanto chorar e a raiva toda fora substituída por uma imensa tristeza. Joguei-me na cama e chorei até dormir.
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Nhaaaaaaa! Que dó fazer isso com a Botan ç.ç De qualquer modo, eu espero que vocês tenham gostado... Essa fic está chegando ao fim! Só mais uns dois capítulos – contando com o epílogo – e pronto nn Eu num estou feliz por isso... Quem sabe eu faça uns capítulos extras? XD Só se vocês quiserem...
Á todos que estão lendo essa fic: muito obrigada! Nunca pensei que faria tanto sucesso com essa fic! Um enorme abraço á todos! Deixem reviews! o/
Kissus!
