Longe do Paraíso
Disclaimer: Personagens e lugares pertencem a J.K. Rowling e à Warner Brothers – exceptuando aqueles que foram criados por mim. Esta fanfic foi escrita sem quaisquer fins lucrativos e quaisquer semelhanças com outras histórias não passam de meras coincidências.
Spoilers: PF, CdS, PdA, CdF, OdF
Avisos: Fanfiction não apropriada para menores de 13 anos por conter algumas cenas de violência e vocabulário pouco apropriado.
Sumário: No cenário duro do pós-guerra foi cometido um horrível crime e um Devorador da Morte é preso e condenado, acusado de homicídio. Porém, existem pontas soltas que não se encaixam no puzzle e uma Auror tem agora a difícil tarefa de descobrir a verdade antes que seja tarde demais.
Capítulo I
- Afasta esta gente, se faz favor! Não há nada aqui que lhes interesse!
O chefe Gordon indicou aos dois seguranças que o acompanhavam a multidão que se aglomerava ali perto, na ânsia de conseguir saciar a sua curiosidade – por que razão se encontrariam ali tantos Aurors com ar preocupado? A resposta era óbvia: os Devoradores da Morte tinham voltado a atacar!
- Se faz favor, meus senhores, vamos lá a dispersar! – pediram os dois homens, avançando contra a enchente cada vez maior. – Minha senhora, tenha paciência! Não... não temos autorização para fornecermos quaisquer informações neste momento... eu não vos mandei chegarem-se para trás?
- Não nos obriguem a utilizar a varinha!
Um pouco afastado de tudo, Gordon estendia em redor da habitação atingida a fita que impedia a passagem de quem não estivesse ligado aos Aurors destacados para aquele caso. Pelo canto do olho, espiava o "público" do dia. Gente curiosa e bisbilhoteira, sim, mas ao mesmo tempo assustada e temerosa com aquilo a que assistiam. Sabia que ele próprio estaria ali no meio se não fosse chefe da equipa! Era apenas uma questão de paciência.
Puxou um pouco mais e deu o seu trabalho por concluído. Sacudindo as mãos de satisfação, não esperava que ninguém o interrompesse quando uma mão pousou fortemente no seu ombro. Oliver Gordon deu um salto assustadiço e virou-se repentinamente.
- Ah, Miss Granger! – exclamou ele, aliviado, ao reconhecer a feiticeira atrás de si. – Assustou-me!
- Desculpe, chefe! – a jovem apontou com o queixo para a casa à sua frente. – É a dos Vance, não é?
Gordon acenou afirmativamente e conduziu Hermione Granger até à porta de entrada, onde se encontravam já alguns dos seus colegas entregues ao trabalho.
Há alguns anos atrás, nunca passaria pela cabeça de Hermione, a melhor aluna que Hogwarts teve por sete anos, vir um dia a ser Auror. Quando chegara aos 15 anos e começou a pensar seriamente naquilo que gostaria de fazer após a escola, a sua mente inocente de adolescente que ainda não conhecia os males do mundo pensava naquilo que, naquele momento, era mais importante para si: os direitos dos elfos domésticos e a sua luta por eles. Queria seguir em frente, lutar por algo que fosse meritório, lutar pela sua B.A.B.E.! Os pais insistiam em algo maior: com a sua inteligência, que fosse para médica, nem que fosse de bruxos! Mas de que lhe servia seguir esse caminho se sabia que nunca iria resultar? Não tinha vocação para isso... esse não era o seu sonho!
Contudo, no fim do seu quinto ano, tudo mudou! A morte prematura de Sirius Black, seu amigo e padrinho de um dos seus companheiros de sempre, causada por Bellatrix Lestrange, sua prima e Devoradora da Morte leal a Voldemort, foi um choque tremendo para todos aqueles que haviam convivido com ele nos últimos meses da sua vida. Cerca de um ano após a sua morte, a guerra tornou-se oficial e foi então que Hermione percebeu que lutar por direitos iguais entre elfos domésticos e humanos não era aquilo que desejava em pleno para a sua vida: defender os inocentes e tornar aquele mundo um lugar muito melhor era bem mais importante!
E tornou-se Auror! Esforçou-se ao máximo para seguir esse desejo. Treinou sempre que podia para passar em todos os testes com distinção. Lutou contra as forças do Mal durante seis anos. Mantinha-se de olho nelas durante dois e assim teria de continuar. Será que valia a pena? Será que alguma vez receberia a recompensa pelo seu trabalho? Ou será que já a tinha recebido? Naquele momento, não existiam respostas...
- Bom dia, rapazes! – cumprimentou ela ao aproximar-se dos colegas.
- Olá, Hermione! – Harry Potter estava presente no grupo de Aurors que ali se encontrava, tomando notas num pequeno bloco. – Já estávamos a pensar que não vinhas!
- Estou ligeiramente constipada e custou-me imenso levantar-me da cama hoje de manhã, desculpem! – explicou ela, olhando para o chefe Gordon, que também esperava uma resposta. – Que aconteceu aqui?
- Temos um corpo. Devoradores da Morte... outra vez!
Jimmy Harris, um outro colega do Departamento, passou a Hermione um pergaminho com todas as informações. O olhar castanho dela caiu na fotografia da vítima: uma rapariga jovem, de 17, 18 anos no máximo, de compridos cabelos louros, vivos e grandes olhos verdes, acenava e sorria abertamente para a câmara que a fotografara. E sob a imagem, o seu nome; o nome que Hermione tanto conhecia.
- Isobel Vance! – murmurou ela, sem conseguir esconder a mágoa. –Meu Deus, que horror!
- Já avisámos Emmeline Vance sobre o que aconteceu aqui. E os pais da jovem foram levados por Aurors para ver se os acalmam – sussurrou Harry. – Estavam destroçados, é claro! Juro-te que até o meu coração se partiu quando vi a reacção de Mrs. Vance após ter entrado em casa e encontrado a filha assassinada!
- Vocês conheciam os Vance pessoalmente? – Gordon estranhou a conversa entre os dois feiticeiros. – Quem é Emmeline Vance?
- Oh, nós conhecemos Isobel no nosso último ano em Hogwarts. Tinha 11 anos e entrou pela primeira vez nessa altura. Hufflepuff... uma miúda doce e simpática. Emmeline era sua tia e... aparecia lá muitas vezes!
Hermione não contara toda a verdade, mas isso Gordon não podia sequer desconfiar. Tendo sido Chefe de Turma aos 17 anos, a jovem Auror havia possuído o poder de conhecer um pouco da personalidade de cada aluno de Hogwarts, e esse tinha sido o teu primeiro contacto com a vítima.
Porém, quando entrara na Ordem de Fénix, pudera conhecê-la a fundo. Emmeline Vance, um outro membro da associação, era a sua tia babada e não havia dia em que não gabasse a sua sobrinha de ouro. Harry e Hermione tinham chegado mesmo a conhecer Isobel pessoalmente, podendo assim confirmar que a colega não exagerara: era uma rapariga bonita, alegre, simpática e doce, se bem que um pouco ingénua também! Era uma companheira agradável, cuja maior paixão era Quidditch – sonhava um dia vir a ser chaser numa equipa de reconhecimento nacional. Esperava também um dia vir a conhecer o seu grande amor, casar, ter filhos e viver num mundo de paz e estabilidade. Mas agora Isobel estava morta, deixando para trás uma mão-cheia de sonhos por realizar. E aquela era a grande injustiça daquele mundo cruel.
Hermione podia contar esta história ao seu chefe, mas explicá-la implicava revelar o segredo da Ordem e, apesar da guerra ter terminado há cerca de dois anos, existiam ainda muitos seguidores das Trevas que andavam à solta, ansiando por vingança. Se outros soubessem da existência daquela associação secreta, a captura de Devoradores da Morte e segurança dos membros estariam em perigo – dessa maneira, ela não poderia arriscar!
- Bom – Harry tentou desviar a atenção de Gordon, pensando exactamente o mesmo que a amiga. – penso que esta é a altura de ir conversar com as supostas testemunhas! Deseja acompanhar-me, chefe? Já estão todas reunidas...
- Se não se importam, eu gostaria de ver o corpo dela!
O chefe Gordon pareceu não achar qualquer mal no pedido de Hermione e acenou afirmativamente com a cabeça, mas Harry não partilhava da mesma opinião. Levantou a cabeça do bloco onde continuava a tomar importantes notas para o caso e mirou a face do chefe e da colega, alternadamente. A preocupação nascia-lhe nos olhos verdes.
- Talvez fosse melhor se Miss Granger nos acompanhasse nas entrevistas às testemunhas! – interrompeu ele, cortando o caminho à amiga. Gordon virou-se para ele.
- Gárgulas galopantes, Potter! Acompanhe a sua colega até ao quarto do crime e não se fala mais nisso! – o velho ergueu um dedo comprido e enrugado. – A decisão é minha; exijo que não a discuta!
E, atendendo ao chamamento de um outro Auror, Gordon virou costas aos dois jovens, avançando lentamente pelo passeio até ao grupo de mantos negros que cercava umas cinco ou seis pessoas perto da multidão que os seguranças tentavam, em vão, afastar.
- Hermione – chamou Harry, num tom de voz cuidado, como quem se prepara para fazer um aviso muito sério. – é apenas para teu bem! Não vale a pena veres aquilo que aconteceu com ela porque já nada podes fazer!
- Tu preocupas-te demasiado!
Sem mais palavras, ela abriu a porta de casa e penetrou no hall de entrada, espantosamente iluminado e alegre. Como pensar que uma jovem de 18 anos apenas fora assassinada naquele mesmo lar há apenas umas horas atrás? Parecia tudo tão calmo, tão simpático, tão belo...
- Não sigas mais! – Harry seguira-a e segurava-a por um braço, impedindo-a de dar um passo em direcção ao corredor que levava ao quarto da vítima. – Por favor! Eu conheço-te, Hermione, sei como és! E veres Isobel neste momento será terrível para ti! Por favor...
Mas ela não fez caso das suas palavras! O seu olhar fulminou-o e ele viu-se obrigado a soltar as garras do braço dela, deixando-a seguir o seu caminho. Hermione seguiu em frente, em direcção ao quarto da rapariga sonhadora que conhecera um dia. Aquela cuja vida fora brutalmente tirada por alguém sem escrúpulos e com um coração mais duro e frio que a pedra.
Dois feiticeiros do Ministério tiravam fotografias por todo o local com máquinas que largavam uma onda de fumo azul a cada clique. Respeitosamente, cumprimentaram Hermione quando esta passou por eles para se aproximar do corpo. Ignatus Roxester, um colega de Gordon no Ministério, encontrava-se de cócoras junto de Isobel, observando-a cautelosamente.
- Bom dia, Miss Granger! – ela respondeu ao cumprimento do gordo feiticeiro, cujo bigode farfalhudo tremia à mínima palavra que proferia. – Temos caso aqui! Também veio tirar as suas conclusões?
- É, deixei-me dormir e perdi o "comboio"! Que se passa então?
Roxester passou-lhe um par de luvas e ela calçou-as, com uma expressão neutra, tentando ocultar a vontade que tinha de chorar a morte de Isobel.
Os olhos verdes da jovem, olhos inocentes de alguém a quem ainda faltava muito a viver, estavam abertos e o terror bailava ainda neles. Da boca entreaberta escorrera um fio de sangue, que permanecia seco no seu queixo, e os pulsos atados à cama estavam marcados, como se ela se tivesse tentado libertar das cordas que a prendiam momentos antes da morte. Estava totalmente nua e as suas roupas continuavam espalhadas pelo chão do quarto.
- Vê isto aqui? – perguntou o bruxo, apontando para as marcas rosadas que se encontravam no pescoço dela. – Que lhe parece que seja?
- Marcas de estrangulamento... Estranho, não me parece que essa tenha sido a causa de morte!
- E de facto não foi!
- Avada Kedavra! Foi isso que a matou, não foi?
Ignatus confirmou com a cabeça e palpou o ventre de Isobel. Hermione pigarreou e, discretamente, virou a cabeça para não ver aquele terrível espectáculo. Os olhos verdes da jovem pareciam continuar vivos, pareciam conseguir ainda observar os acontecimentos que tomavam lugar em seu redor. Era simplesmente macabro!
- O facto de ela se encontrar nua... será que foi abusada? Poderá ter chegado a sofrer uma tentativa de violação?
- Não, não creio! Não há quaisquer vestígios de tal no corpo! Penso que deixá-la sem roupa foi mais um capricho do, ou dos, assassinos!
Ela não aguentou e sentiu as lágrimas transbordarem-lhe dos olhos. Escondendo a cara, limpou-se à manga do manto e puxou o cabelo para trás. O companheiro reparou na sua reacção e deu-lhe um par de pancadinhas suaves nas costas. Confirmando que já haviam tirado suficientes fotografias ao corpo, Roxester estendeu uma mão e fechou os olhos de Isobel. Para sempre.
- Nunca pensei assistir a algo assim... tão cedo! – suspirou Hermione, como que a tentar desculpar-se da sua reacção. – Será que alguma vez nos habituamos a ver isto?
O feiticeiro apertou-lhe o ombro com força:
- Não, Miss Granger! Nunca nos habituamos, nunca o suportamos! Apenas o podemos encarar de frente, com forças para isso!
E quem não tinha essas forças? Hermione não queria pensar dessa maneira, mas quantas vezes não se tinha ela sentido fraca perante certos casos?
Ainda de cócoras, ela deixou cair suavemente a cabeça e desviou o olhar para a secretária perto de si. Típica de uma adolescente de 18 anos, encontrava-se repleta de tudo aquilo que era mais importante para Isobel: o espelho estava quase totalmente coberto por fotografias da família e dos amigos, que se agitavam para que todos pudessem mostrar os seus rostos; produtos de maquilhagem aglomeravam-se a um canto; livros acerca de Quidditch estavam espalhados pelo tampo; e um copo de cristal... um copo de cristal?!
- Porque deixaria uma rapariga um copo de cristal aqui, na secretária do seu quarto? – inquiriu Hermione, levantando-se subitamente, interrompendo o caminho de Ignatus.
- Que tem o copo? – o homem virou a sua cara de lua-cheia para a rapariga dos caracóis e apontou um dedo para umas folhas estendidas sobre a cama. – Vê aquilo, Miss Granger? Pelo que sabemos, Miss Vance encontrava-se aqui a estudá-las momentos antes da morte! Fichas de candidatura à ETEQ... porque não poderia ela estar a tomar uma bebida enquanto o fazia?
- Em copos de cristal?
Ajeitando a luva na mão direita, Hermione agarrou o objecto e fê-lo rodar lentamente, observando-o com toda a atenção. Atrás dela, Ignatus espreitou pelo seu ombro, também numa tentativa de encontrar algo de estranho nele. E, por fim, ela exibiu um sorriso de vitória, apontando para uma mancha de pequenas dimensões na borda.
- Que me diz a isto, Mr. Roxester?
- Que pode ser uma impressão digital da vítima ou dos donos da casa, mas... – ele agarrou o copo com as suas mãos gordas já protegidas e exibiu um pequeno sorriso por debaixo do seu farfalhudo bigode preto. – excelente trabalho, Granger!
Olharam-se nos olhos. O de Hermione adquirira um brilho especial. O recente assassínio daquela rapariga inocente, com quem chegara a partilhar tardes de folia quando o mundo não lhes dava esse prazer, marcava um novo ponto na sua carreira; sabia que não poderia descansar enquanto o criminoso – provavelmente mais um Devorador da Morte anteriormente ligado às hostes de Voldemort – não estivesse em Azkaban. Qualquer feito seu que pudesse levar à descoberta do culpado, por mínimo que fosse, era motivo de orgulho e muita satisfação.
- Não me parece que existam por aí muitas impressões digitais desconhecidas – prosseguiu Roxester, entregando o copo a um outro feiticeiro que o guardou cuidadosamente dentro de um saco de plástico. – Possivelmente, pertence a um Vance, mas não entendo o porquê de este copo ainda estar aqui! Imagine que o assassino lhe tocou sem protecção e descobrimos quem ele é...
- Tenho esperanças que ele, ou ela, se tenha descuidado neste ponto! Também não entendo o porquê de não terem examinado tudo o que estava em cima da secretária! Sabe, a minha mãe sempre me proibiu de tocar no serviço de jantar se não fosse dia de alguma comemoração especial e estas coisas ficam sempre na nossa cabeça...
Após mais umas breves palavras, Hermione e Ignatus acabaram por abandonar o quarto do crime, deixando os feiticeiros das fotografias sozinhos enquanto continuavam o seu trabalho. Espreitando pelo próprio ombro, a morena deitou ainda um último olhar ao corpo de Isobel; na sua mente, permanecia a terrível imagem dos seus olhos aterrorizados, fixos no local onde estivera o criminoso no último segundo da sua vida. Um novo arrepio subiu pela sua espinha e decidiu colocar aquela imagem de lado. Porém, como fazê-lo?
Harry esperava-a à porta de casa, com a mão esquerda no bolso do manto e uma prancheta na outra.
- Já entrevistaste as testemunhas todas? – estranhou Hermione assim que o viu.
- O Gordon está a tratar disso, vou lá agora ter com ele! – os seus olhos verdes adoptaram uma sombra escura. – Como estás?
- Mal... Nunca é agradável ver gente boa naquele estado, não é?
- Eu bem te avisei! Eu disse-te que não era bom veres o estado em que Isobel tinha ficado! Eu tinha-te avisado que não ia ser bom, mas tu és mais teimosa que uma mula, porra! De quem herdaste tu esse feitiozinho, afinal?
- Dado que nenhum dos meus pais toma estas atitudes, eu diria que é consequência dos cerca de 13 anos que convivi em más companhias! – gozou ela, de mau-humor, levando a que Harry rolasse os olhos nas órbitas. – No entanto, não sei porque estás tu tão zangado comigo, meu amigo! Ou Mr. Roxester não te contou da minha descoberta?
E perante a expressão atenta do companheiro, Hermione descreveu o copo que encontrara no quarto da vítima. Sabia que era ainda prematuro afirmar que a partir dele se podia chegar a um culpado, mas havia essa possibilidade, ainda que mínima. A análise deveria ser feita o mais depressa possível!
- O que a mim mais me espanta – confessou ele assim que a amiga terminou o discurso. – é como é que os gajos do Ministério deixaram escapar isto! Sabes que eles são fogo, Hermione! Examinam sempre tudo quase a microscópio e deixaram escapar um copo de cristal abandonado em cima de uma secretária?
- Mr. Roxester tinha a mesma dúvida que tu! E eu também não sei. O que interessa agora é que vão examiná-lo...
- Ó POTTER! – berrou Gordon do fundo da rua, enxotando a multidão que não arredava pé dali. – Mas vou ter de ir aí buscá-lo por uma orelha?
Harry deitou a língua de fora.
- Vou andando ou o velho ainda tem um ataque cardíaco! – ajeitou os óculos que lhe estavam a escorregar pelo nariz abaixo. – Posso ter o prazer da tua companhia?
- Desculpa, Harry, mas acho que vou para casa. Acho que já devo estar com alguma ponta de febre, não me estou a sentir muito bem... Avisa o Gordon que não conte comigo para hoje, está bem?
- OK! Vai lá e vê se te curas, sim? Precisamos dos teus miolos de ouro!
Ela assentiu com um fraco sorriso e viu-o afastar-se até ao seu trabalho. Tentando ignorar as perguntas do público que assistia ao macabro espectáculo do dia, virou a face para a rua que a levaria de volta ao seu lar e, inevitavelmente, uma imagem se foi formando à sua frente: uma imagem de dois olhos... dois olhos grandes, dois olhos verdes, dois olhos mortos… mortos de medo!
Continua...
N/A: nesta fanfiction, criei o maior número de personagens originais que alguma vez fiz! Não se admirem quando depararem com gente que não conhecem, mas é que eu adoro criar OC's! Emmeline Vance faz mesmo parte da Ordem de Fénix, mas não referem qualquer sobrinha amiga da Hermione... x)
JanePotter, muito obrigada pela mensagem. Quanto "àquela", ainda vais ter de esperar! (risada malvada)
Beijos a toda a gente que lê!
