Longe do Paraíso
Disclaimer: Personagens e lugares pertencem a J.K. Rowling e à Warner Brothers – exceptuando aqueles que foram criados por mim. Esta fanfic foi escrita sem quaisquer fins lucrativos e quaisquer semelhanças com outras histórias não passam de meras coincidências.
Spoilers: PF, CdS, PdA, CdF, OdF
Avisos: Fanfiction não apropriada para menores de 13 anos por conter algumas cenas de violência e vocabulário pouco apropriado.
Sumário: No cenário duro do pós-guerra foi cometido um horrível crime e um Devorador da Morte é preso e condenado, acusado de homicídio. Porém, existem pontas soltas que não se encaixam no puzzle e uma Auror tem agora a difícil tarefa de descobrir a verdade antes que seja tarde demais.
Capítulo II
- Somos enviados a este mundo com um propósito, com uma razão para tal! E cabe-nos a nós cumprir esse caminho que nos foi indicado previamente.
Hermione mirou as pontas dos pés enquanto esfregava o sapato na lama, de ansiedade e comoção. Sentia a chuva cair lentamente sobre o seu chapéu pontiagudo e apertou melhor os mantos negros contra o seu corpo. As palavras de Dumbledore, o escolhido para presidir a cerimónia, transmitiam uma paz interior especial que se manifestava em todos os presentes no funeral e ela não era excepção. A calma começava a tomar conta de si.
- Tive o prazer de conhecer Isobel Vance ainda antes de entrar em Hogwarts – continuou o professor, cada vez mais velho mas, inesperadamente, cada vez mais enérgico. – As qualidades que nela sobressaíam eram conhecidas por todos os presentes aqui: Isobel era doce, amiga, leal... E pergunto-me: qual seria o seu destino? Pensar que ela ainda não realizara a sua razão de vir a este mundo... Como pode haver humano capaz de um crime assim?
Um soluço abafado foi a única resposta, vinda de uma mulher magra na primeira fila. Um homem totalmente calvo passou um braço pelos seus ombros e deu-lhe um triste beijo na face.
Com essa imagem na memória, Hermione fechou-se do discurso de Dumbledore; não ouviu nem mais uma palavra do que ele disse e suspirou profundamente. O cheiro a terra molhada sobrepunha-se a todos os outros. Já nem sabia sequer se as gotas que lhe escorriam pelo rosto eram chuva ou lágrimas. Discretamente, provou uma e soube-lhe a sal – aí tinha a resposta!
Que se passava com ela? Desde que Isobel fora encontrada assassinada, há já três dias atrás, que notava que estava cada vez mais sensível. Aquele caso tocara-a profundamente, talvez porque era a primeira vítima sua conhecida. Chorava sempre que se relembrava dos momentos que passara com ela, tinha pesadelos com os olhos verdes aterrorizados da jovem e acordava encharcada em suor durante a noite! Em apenas três dias, a sua vida mudara com completo e não sabia quando iria regressar à normalidade.
- Hermione... – chamou Harry em voz baixa, puxando-a suavemente por uma manga do manto.
Ela despertou com a chamada de atenção do amigo e percebeu que o discurso do velho professor já acabara, sendo que todos os presentes se dirigiam agora até ao caixão que descia lentamente para a cova. Havia quem atirasse flores durante a descida e Ron, que também marcava presença no funeral, foi um deles – atirou uma túlipa branca, a preferida de Isobel.
- Agradeço a vossa vinda... – comentou Emmeline Vance, que cobrira o rosto com um véu preto, aproximando-se dos três amigos quando a cerimónia chegou ao fim. – Acreditem que sim. O meu irmão e a minha cunhada agradecem-vos também por isso!
- Nós lamentamos imenso aquilo que aconteceu! – exclamou Ron gravemente. – Todos conhecíamos Isobel e gostávamos muito dela. Teremos imensas saudades!
- Sabem...? – Emmeline retirou um lenço do manto e limpou as lágrimas que escorriam dos seus olhos negros e expressivos. – Ainda penso, apenas por vezes, que ela continua aqui comigo! Como não posso ter filhos, apeguei-me muito à minha única sobrinha. Ela também era minha afilhada, não sei se sabiam! E custa tanto pensar que a última imagem que tenho dela é naquele estado... no quarto... no seu próprio quarto... naquela... eu não... não consigo...
A mulher deixou-se levar por um choro compulsivo, gemendo e soluçando enquanto tentava, em vão, extinguir as lágrimas que lhe escorriam pela face, por detrás do véu. Ron pareceu ficar pouco à-vontade, uma vez que lhe custava ver aquelas reacções à sua frente, mas Hermione compreendeu a dor da sua colega na Ordem de Fénix e atreveu-se a dar-lhe um forte abraço. Emmeline retribui o afecto, passando também os braços em torno do pescoço da jovem.
- Obrigada, Hermione! – agradeceu ela, já um pouco mais calma, afastando-se da colega. – Desculpem-me...
- Não tem que pedir desculpas! – interrompeu Harry. – Na verdade, a sua reacção é totalmente compreensível, Miss Vance!
Ela fungou e exibiu um triste sorriso. De seguida, agarrou Harry e Hermione por um braço e, aproximando-se também do colega ruivo, segredou-lhes no seu tom de voz mais baixo:
- Tenho um favor a pedir-vos! – como os três jovens a escutavam atentamente, Emmeline fechou os olhos por um segundo antes de prosseguir. – Já estou velha e, como consequência, a minha cabeça já não funciona como antes! E sou a única da minha família que tem oportunidades, ainda que mínimas, de descobrir o que faz o Ministério para encontrar o assassino na minha sobrinha. Apenas queria pedir-vos com toda a força do meu coração... por favor, não deixem o culpado sair impune!
- Miss Vance, nós estamos já a fazer todos os possíveis...
- Por favor! – a mulher interrompeu as palavras de Harry com um tom e uma expressão angustiante e desolada, algo que o trio nunca vira nela. – Peço-vos apenas para nunca desistirem de o apanhar, mesmo quando os outros desistirem ou parecer que é uma tarefa impossível! Confio em vocês para vingar a morte dela!
Os dois rapazes entreolharam-se, como que indecisos em uma resposta. Mas Hermione parecia decidida! Olhou para trás, para a nova morada da amiga e não conseguiu deixar de sentir um aperto no coração.
ISOBEL KRISTIN VANCE (1986-2004)
Amada como filha, sobrinha e amiga.
Descansa em paz.
Tinha 18 anos e a sua vida tivera um fim terrível. Era injusto e isso nem se questionava. Por isso, a resposta ao pedido de Emmeline não poderia ser outra:
- Não se preocupe, cara colega! Vamos descobrir o culpado e ele pagará pelo que fez o mais depressa possível. E isto é uma promessa; não a enganarei!
- Miss Granger, perdoe-me, mas penso que aquilo anda à sua procura!
Hermione deixou cair o relatório que tinha nas mãos na secretária de Mr. Ginger e tomou atenção ao aviãozinho de papel lilás que voava à entrada do gabinete. Agradecendo ao chefe do Nível Quatro do Ministério da Magia a atenção e pedindo desculpas pela interrupção, recebeu nas mãos o memorando interdepartamental e leu-o num instante.
- Problemas? – questionou Ginger, encostando-se confortavelmente na sua cadeira.
- Apenas uma reunião no QG... vou daqui a pouco...
- Miss Granger – frisou ele, parecendo algo impaciente. – eu não tenciono prendê-la aqui! Adiemos a nossa conversa para mais tarde, não há qualquer problema!
- Tem a certeza?
- Absoluta! Tal como tenho a certeza que já está tão farta destas andanças como eu!
Ela exibiu um sorriso cúmplice a Jake Ginger e levantou-se da cadeira.
- Será que pode ser quinta-feira? – perguntou o chefe, abrindo a sua agenda encarnada.
- Seria óptimo!
- Quinta-feira, 16 de Novembro de 2004, às 15 horas: reunião com Miss Granger com o assunto "Rubeus Hagrid – infracção do código 275" – a pena de falcão de Jake tomou nota das suas palavras na agenda. – Então, até daqui a dois dias!
- Adeus e... obrigada!
Segurando o seu manto azul-escuro no braço direito, Hermione abandonou o gabinete e dirigiu-se para o elevador do edifício, que a levou de regresso ao Nível Dois.
No quartel-general de Aurors, encontrou a confusão de sempre: feiticeiros e feiticeiras corriam de um lado para o outro, ditavam textos às suas penas ou simplesmente conversavam com os colegas enquanto bebiam chá, sendo constantemente observados pelos olhares frios e rudes dos Devoradores da Morte cujas fotografias estavam afixadas em todas as paredes do quartel. Cumprimentando um ou dois colegas, Hermione avançou pelo meio da multidão e foi bater à porta do cubículo de Harry.
- Andavas desaparecida, mulher! – comentou ele assim que a amiga entrou e fechou a porta.
- Desculpa, estava com o chefe Ginger no Nível Quatro. Recebi o memorando e vim assim que pude.
- Que andavas tu a fazer no Departamento de Regulação e Controlo das Criaturas Mágicas? – bastou um olhar entre ambos e Harry leu-lhe os pensamentos. – Hagrid outra vez?
- Maldita a hora em que aceitei ser a representante dele nestes casos, até parece que faz de propósito, metendo-se em alhadas a torto e a direito! Oh, desculpe... não reparei que estava aqui! Boa tarde, minha senhora!
As preocupações de Hermione eram tantas que nem reparara que o seu amigo estava acompanhado. Frente à secretária de mogno que ocupava quase todo o cubículo estava sentada uma mulher. Era alta e escanzelada, de pele branca como a cal e olhos grandes. O cabelo, negro e muito liso, estava apanhado num rabo-de-cavalo no alto da cabeça e as roupas estavam largas e já um pouco velhas. O seu manto castanho apresentava algumas nódoas.
- Hermione, apresento-te Miss Katrina Vlaskova, uma das testemunhas do crime e que possui informações bastante interessantes. Achei que gostarias de ouvir aquilo que ela tem a dizer! – Harry fez sinal à amiga para se sentar numa das cadeiras de estofo esverdeado. – Miss Vlaskova, esta senhora é Miss Hermione Granger, uma das Aurors responsáveis por encontrar o assassino.
- Bom tarde!
- E o Ron? – questionou a jovem morena após retribuir o cumprimento da testemunha, sentando-se na cadeira que Harry lhe oferecera. – Pensava que ele também queria participar na busca!
- Mandei-lhe um memorando há pouco, mas tinha saído para uma missão e não sabem quando é que ele estará de volta – explicou o rapaz, ajeitando os óculos redondos. Ron trabalhava também no Ministério, se bem que o seu posto se situava no Nível Três (Departamento de Acidentes Mágicos e Catástrofes), mais propriamente no quartel-general de Obliviators.
Estendendo um pergaminho à sua frente e enfeitiçando a pena que transportava sempre consigo no bolso do manto para escrever todas as palavras que Katrina dissesse, Hermione pediu à mulher que explicasse a razão da sua presença ali. Chegada ao Reino Unido vinda da Rússia há apenas cinco meses, falava um Inglês atroz e por várias vezes a jovem teve de lhe pedir para repetir o que dizia, pois não a conseguia entender. Porém, após uma considerável meia hora, pensou possuir todas as informações que a imigrante russa tinha a oferecer. E estas, tal como Harry prevenira, eram bastante interessantes!
- Você consegue descrever com toda a clareza o homem que viu naquela noite? – atirou ela, assim que achou que Katrina não tinha mais nada a dizer.
- Eu conseguir ver homem na perfeição! Ele até dar olhos para mim!
- Desculpe... mas ele fez o quê?!
- Pelo que eu entendi – interrompeu Harry, que se levantara e puxava naquele momento uma tela branca que ocupava toda uma parede do pequeno gabinete. – ela quer dizer-nos que o tal homem a olhou nos olhos quando se cruzaram! E, assim que ele a viu, colocou algo na cara e fugiu. O que, se virmos bem, é muito suspeito, tendo um homicídio provocado por um Devorador da Morte ocorrido naquela rua!
- Por favor, Miss Vlaskova, poderá fazer de novo a descrição do homem que viu naquela noite?
Hesitante, a mulher lá começou a descrever uma vez mais a face que vira na noite do crime. À medida que dizia cada característica que se relembrava, a varinha de Harry, apontada à tela, desenhava tal nesse espaço. Quando a descrição chegou ao fim, tinham o primeiro desenho básico daquele que poderia ser o assassino de Isobel.
Agradecendo a Katrina a ajuda que tinha sido para o caso, Harry levou-a até fora do quartel-general e aí pediu a um colega que a acompanhasse até ao Átrio. Quando regressou ao gabinete, a amiga não desviava o olhar do desenho na parede.
- Pode-te parecer estranho – sibilou ela, franzindo o sobrolho. – mas eu conheço esta cara de algum lado!
- Claro que conheces! É um Devorador da Morte e a sua cara de certeza que se encontra algures por aí em algum ficheiro!
- Não, Harry. Talvez até estejas certo, mas eu conheço esta cara de qualquer outro sítio...
O rapaz fitou-a, surpreso. Mas em breve encolheu os ombros e apontou a varinha de novo à tela.
- Bom, de qualquer maneira, vou passar esta imagem a todos os Aurors para descobrirmos o seu nome. Tenho a certeza que é apenas uma questão de tempo.
Num minuto, já ele produzia cópias da imagem do suspeito. Porém, naquele exacto momento, reparou em Hermione, que continuava ainda abismada com o rosto desenhado na parede do cubículo, como se estivesse a exercer um esforço sobre-humano para descobrir a sua identidade.
- Estás bem? – questionou ele docemente, aproximando-se dela.
- Estou! Bem, vamos mas é ao trabalho, não é? Prometi encontrar o culpado e vou cumprir com a promessa, nem que seja a última coisa que eu faça!
O relógio da sala bateu as sete horas da manhã. Apesar da hora, numa altura durante a qual era raro existir muito movimento nas ruas e nas casas, a moradia de Hermione encontrava-se já bem viva. A mesa da cozinha, à qual a rapariga se sentara para iniciar aquela manhã de quarta-feira, suportava não só a louça do pequeno-almoço (chá bem quente e torradas acabadas de fazer) como um dossier recheado de informações sobre Isobel. Problemas, ajudas que lhe foram fornecidas, testemunhos e, claro, material sobre o crime que lhe roubara a vida de forma tão brutal.
Jay, a gata de pêlo negro e brilhantes olhos amarelos que substituíra Crookshanks após o seu falecimento, saltou furtivamente para o seu colo e enroscou-se, ronronando, pedindo por mimos. Porém, Hermione não tinha tempo para fazer festas à sua amiga de quatro patas. Continuava a prestar atenção ao dossier, sem ligar ao novelo de pêlo que tinha nas pernas.
- Tem de haver alguma coisa! – resmungou ela, segurando a chávena de chá numa mão. – Tem de existir algo que a ligue aos Devoradores da Morte. Porque haveria ela de ter sido assassinada se não existisse uma ligação por detrás disto?
Sabia que essa era uma das chaves para descobrir o culpado. Se Isobel estava morta, era porque sabia de algo que não devia. Os Devoradores da Morte, já mesmo no tempo da guerra, quando Voldemort estava com eles, apenas atacavam quem fosse uma ameaça ou soubesse mais do que devia. E de certeza que aquele fora o caso!
- Ela esteve na escola até Junho do ano passado, portanto, terá de ser algo recente! – Hermione falava para si mesma enquanto folheava o conteúdo do dossier para trás e para a frente. – Ora, que temos aqui? "Abril de 2001. Marianne Vance apresentou queixa devido a um ataque de Aquele Cujo Nome Não Deve Ser Pronunciado e seus comparsas..."; mas que tem isto a ver com Isobel?
Após uma leitura mais detalhada do artigo, Hermione entendeu que Marianne Vance era a mãe de Isobel – a mesma senhora magra que chorava sem parar na primeira fila durante o funeral da jovem. E então, percebeu o porquê daquele pergaminho ter sido acrescentado àquele dossier específico: quem quer que ali o tivesse colocado, achava que a sua morte se podia dever a uma vingança da queixa que a mãe da vítima apresentara. No entanto, algo não batia certo nisso: porquê assassinar alguém que não fizera nada de prejudicial? Dessa maneira, seria a primeira vez que ouvia falar de um caso assim com Devoradores da Morte, que atacavam sempre aqueles que queriam! E para quê esperar três anos por essa vingança? Seria apenas porque ela se encontrava em Hogwarts?
- Não, muito arquitectado para uma queixa sem pormenores! Procura melhor, Hermione, procura melhor! – parecia que uma vozinha tinha invadido a sua mente, repetindo constantemente as mesmas palavras que a levavam a prosseguir com a sua busca.
Subitamente, a sua mão deteve-se. Segurava uma folha de pergaminho com um aspecto mais recente que as outras, escrita com uma letra grande e espaçosa que ela bem conhecia: Jimmy Harris, o seu colega também envolvido naquele caso. Procurou a sua assinatura no final do relatório e aí encontrou o seu nome. Trincando mais um pedaço de torrada, achou que era melhor ler aquilo que tinha à frente:
«4 de Outubro de 2004. Isobel Kristin Vance, recém-formada na Escola Hogwarts de Magia e Feitiçaria, apresentou-se hoje no Ministério da Magia com uma alegada prova em como um ataque de Devoradores da Morte seria realizado dentro de três semanas no quarto andar do Hospital de St. Mungus de Doenças e Lesões Mágicas, na Enfermaria dos Doentes Incuráveis. Questionada acerca da maneira como obteve tais informações, Miss Vance manteve-se no silêncio, entregando-nos apenas um envelope e saindo apressadamente do gabinete onde fora recebida.
Em Anexo: as fotografias que nos foram entregues por Miss Vance.
Em Evidência: os possíveis Devoradores da Morte responsáveis pelo futuro ataque»
Virando a página, Hermione encontrou as quatro fotografias que Isobel entregara aos Aurors que a haviam recebido. Todas elas incolores, mostravam uma rua sombria e desconhecida onde se viam alguns feiticeiros (devido à escuridão, era impossível ver algo com clareza, mas ela quase podia jurar que eram somente três homens), que se escondiam atrás de paredes ou caixotes do lixo, como se estivessem a praticar algo de reprovável e não quisessem ser descobertos.
- Mas não houve qualquer ataque em St. Mungus! – relembrou-se ela, quase sem respirar. – Nunca existiu nada de grave no Hospital. A informação de Isobel estava errada!
Não era necessário ser um génio diplomado para entender o que acontecera ali. Aquela era a resposta, a chave para entender a razão daquele crime. A jovem descobrira algo sobre os Devoradores da Morte e revelara-o às autoridades; mas o grupo fora mais esperto e percebera a sua jogada, anulando o ataque e vingando-se dela, assassinando-a!
- Mas como é que o Jimmy nunca se lembrou disto? É importantíssimo! Agora é uma questão de ligar as peças, pois acredito que um destes homens matou Isobel... Mas qual? Quem são eles?
Totalmente atarantada, Hermione levantou-se de rompante e atirou com Jay ao chão, que fugiu para um canto da cozinha ofendida e zangada com a atitude da dona. Mas ela nem ligou: fechou o dossier com violência, meteu-o debaixo do braço e, segurando o manto na outra mão, materializou-se para o seu lugar de trabalho.
No quartel-general de Aurors encontrou a maior das confusões que alguma vez ali vivera! Os colegas corriam de um lado para o outro, escreviam pergaminhos sem parar, enviavam corujas, abeiravam-se de mapas nacionais e discutiam uns com os outros sobre onde colocar pinos, num estado de total excitação. Demasiado preocupada para atender ao que se passava, Hermione dirigiu-se até Harry e Gordon, que se encontravam a um canto a conversar com alguma gravidade.
- Chefe Gordon! – chamou ela, aproximando-se do bruxo. – descobri algo importante...
- Já descobriste há mais tempo! – interrompeu Harry, cujos olhos brilhavam como duas pedras preciosas. – Recebemos agora mesmo o resultado das análises ao copo!
- Copo?! Mas que copo?
- O copo do quarto da vítima. E tinhas razão, Hermione: a marca não era de nenhum Vance!
- Então, já têm um suspeito do homicídio?
Ela alegrou-se. O seu trabalho levara a que a sua promessa a Emmeline – ou pelo menos, metade dela – ficasse assim cumprida. Com um sorriso de vitória nos lábios, recebeu das mãos do amigo o desenho que havia sido feito na tarde anterior.
- É ele! – afirmou Harry. – E tinhas razão uma vez mais: a gente conhece-o, e bem, para além de membro do grupo de Devoradores da Morte!
- Mas quem? O nome dele, homem, o nome!!
- Podes não acreditar – Harry falava com tal ansiedade que chegava mesmo a atropelar as palavras que dizia. – mas a análise diz-nos que a impressão digital que encontraste pertence, nem mais nem menos que ao Devorador da Morte Draco Malfoy!
Continua...
N/A: peço imensas desculpas pela demora, mas é que as últimas semanas de aulas dão comigo em doida, com testes e trabalhos e o tempo não é muito para me dedicar à escrita. De qualquer maneira espero que gostem do capítulo e do mistério que se vai desenrolar em torno deste homicídio.
Agradecimentos:
Pontos de interrogação – já sabes que escrevê-los mesmo não funciona, né? Muito obrigada pela review e, de qualquer maneira, espero que continues a ler, porque, já sabes, do meu caderno não levas nada!
JanePotter – muito obrigada. Eu escrevi esse capítulo (quase) todo na piscina, não sei de onde fui a tirar a inspiração. :P Quanto ao Inglês, aquele teste foi canja, por isso...
Pandora – miguxa!! Olá. Bom, apesar de achar interessante e de ouvir muitos elogios, nunca vi CSI, prefiro extraterrestres e hospitais, uahahahahah!! Quanto ao homem do prólogo... uuuh, isso eu não posso dizer já!
Formiguinha – eh, há séculos que não te via, nina!! Eu adoro a Clarice... mas realmente nem me lembrei dela para esta fic! Beijinhos e vê se actualizas as tuas fics que eu tenho saudades!
Likeanangel – de qualquer maneira, é bom estar de volta! Obrigada pela mensagem, só espero não ter exagerado no "suspense" desta vez! E aquilo que disse sobre fics à Formiguinha, para ti: idem-idem, aspas-aspas!
