Longe do Paraíso

Disclaimer: personagens e lugares pertencem a JK Rowling e à Warner Brothers, excepto aqueles que foram criados por mim. Esta fic foi escrita sem fins lucrativos e quaisquer semelhanças com outras histórias é mera coincidência.

Avisos: fanfiction não apropriada a menores de 13 anos.

Spoilers: PF, CdS, PdA, CdF, OdF

Sumário: No cenário duro do pós-guerra foi cometido um horrível crime e um Devorador da Morte é preso e condenado, acusado de homicídio. Porém, existem pontas soltas que não se encaixam no puzzle e uma Auror tem agora a difícil tarefa de descobrir a verdade antes que seja tarde demais.

Capítulo XIV

À primeira batida, Hermione abriu imediatamente a porta de casa, como se já estivesse impaciente de tanto esperar por ela. Jay correu até Neville, atraída pelo barulho, e enrolou-se em torno das suas pernas, pedindo por atenção. Ele riu-se e acariciou-lhe a cabeça negra.

- Começava a pensar que já te tinhas esquecido! – refilou a jovem, puxando-o para dentro de casa e fechando a porta de seguida. – Estava para te mandar uma coruja a avisar!

- Hermione, passam somente alguns minutos das nove da manhã. Que querias tu que eu fizesse, que viesse às cinco ou algo parecido? – o segurança deixou cair a pasta no chão junto ao sofá assim que entrou na sala.

- Uma hora depois estava eu a acordar sem mais conseguir dormir! – ao aperceber-se do quão irritante estava a ser para o amigo, Hermione suspirou e tentou desculpar-se. – Senta-te, fica à vontade! Queres uma chávena de chá? Ou comer, queres que te prepare umas torradas?

Neville acenou negativamente com a cabeça e pegou em Jay, instalando-a no seu colo e acariciando-a com ternura. A sua colega retirou os papéis que ocupavam o outro lugar do sofá e sentou-se a seu lado.

- Ontem à noite estive com Harry – contou ele de súbito. – Depois do jantar, ele convidou-me para ir lá a casa tomar um copo. E… para falarmos também!

- Uma aposta em como foi da minha suspensão no QG?

O olhar culpado dele já dizia tudo. Ela enrolou uma madeixa de cabelo no dedo, pedindo pela continuação da conversa.

- Eu não quis falar muito sobre esse assunto! – desculpou-se ele, temendo uma nova explosão de Hermione. – Harry está ansioso pelo dia de amanhã e não suporta sequer pensar que Malfoy poderá escapar à morte. Não nos irá ajudar em nada!

- Neville, isso já eu te tinha dito há muito!

Deixando o colega entretido com a gata, a morena esticou o braço e puxou a pasta que ficara abandonada no chão ao pé de si. Tudo aquilo que lhe havia pedido estava lá dentro, o que a deixou mais animada.

- Ah, quase me esquecia! – exclamou de repente o rapaz, com os olhos abertos de ansiedade. – Já saiu o resultado das análises ao copo e à máscara que trouxeste! Quanto ao primeiro, não há nada de especial a registar, mas a outra… tiveste muito faro para aquele objecto!

- O que era o traço negro?

- Carvão! Perfeitamente normal nesta altura do ano, com as lareiras acesas…

- A casa de Malfoy não tem lareira, Neville – lembrou Hermione. – Mas a dos Vance tem. Na verdade, eu lembro-me que se encontrava ainda suja no dia em que lá passei para ajudar Emmeline. Isso significa que aquela máscara ocultava a face do verdadeiro assassino…

- Mas isso não é tudo! – Neville sorriu abertamente à amiga. – Encontrámos uma impressão digital na borda que não pertence a Draco Malfoy, o que me leva a crer que alguém a utilizou no lugar dele. Infelizmente… – colocou a gata no chão e atirou-lhe uma bolinha de plástico para brincar. – quando me avisaram da descoberta hoje de manhã ainda não a tinham identificado! Possivelmente, somente o saberemos daqui a algumas horas!

- Gárgulas galopantes, em algumas horas podemos nós descobrir o verdadeiro assassino sem a ajuda deles! – levantando-se do sofá, Hermione pegou na mensagem que recebera das mãos de Draco. – Vamos começar por aqui. Malfoy enviou-me uma mensagem aconselhando-me a falar com um colega seu que tem descoberto factos importantes sobre o homicídio de Isobel. Aqui, indica-me o número 91, no qual nós descobrimos várias pistas incriminatórias, para mais tarde me dizer que eu estava errada e que tinha visitado a casa de outra pessoa, de outro Devorador da Morte, do suposto assassino!

Neville contorceu-se no sofá.

- Já pensaste que pode ser uma armadilha?

- Ou então uma grande rasteira! – afirmou ela para grande espanto do colega. – Ouve, ainda tens aquela borracha especial que apaga manchas de água?

- Claro que tenho. Foi a minha avó que ma ofereceu para evitar problemas de cada vez que a água da chuva esborratava as páginas dos meus livros e trabalhos. Eu e a minha falta de atenção! – Neville baixou a cabeça com um sorriso envergonhado e saudoso, tal como acontecia de cada vez que se referia à sua falecida avó. – Porque precisas dela?

- Não achas estranho que, entre tanto papel, uma gota de água vá cair exactamente no sítio que nos interessava? – enquanto falava, a Auror ia apagando a mancha sobre o número 91 com a borracha que lhe havia sido passada para as mãos. – E de onde viria ela? Eu poderia dizer da chuva… mas qual chuva se eu li a mensagem pela primeira vez ainda antes de sair de Azkaban?

Neville não lhe respondeu, tão entretido estava a observá-la e a todos os seus actos. E foi surpreso que assistiu à confirmação da teoria de Hermione: lentamente, a tinta esborratada foi-se transformando num outro número. No fim da acção, ambos puderam ver claramente um legível 61 no lugar do número errado.

O rapaz assobiou de ansiedade.

- Muito bem, Hermione! De onde é que tu tiraste esta ideia?

- Da minha memória! – a jovem colocou a mensagem sobre a mesinha do café e cruzou as pernas. – Lembras-te do Exército de Dumbledore no nosso quinto ano, do momento em que a Umbridge nos descobriu?

« Foi Marietta Edgecombe quem lhe contou tudo acerca das nossas reuniões e Harry foi levado à presença de Dumbledore. Mais tarde, em conversa comigo e com Ron, ele contou-nos tudo o que aconteceu naquela sala e foi algo inimaginável: Kingsley Shacklebolt, o mesmo Auror que esteve a nosso lado durante a guerra, enfeitiçou Marietta debaixo do nariz de Fudge e de Umbridge, levando-a a negar toda a história!»

Ele abriu muito os olhos pedindo por uma continuação e Hermione somente abanou a cabeça de caracóis cor de chocolate.

- Quando Shacklebolt enfeitiçou a nossa "querida" colega, Harry contou-nos que sentiu um arrepio no pescoço, como um fio de vento que se assemelhava a um sussurro. O mesmo que eu senti no preciso momento em que abri a mensagem que Malfoy me entregara. No momento em que um grupo de seguranças passou por mim.

Neville assobiou uma vez mais.

- Mas era preciso ser um feiticeiro muito ágil para fazer uma coisa dessas…

- Passa-me o teu dossier sobre os seguranças de Azkaban.

- Tu não me vais dizer que suspeitas de um colega meu, pois não?

Não obteve qualquer resposta, porém. A sua mão permanecia estendida, esperando pelo dossier que não vinha. Torcendo os cantos da boca num trejeito de desaprovação, o segurança passou-lhe o objecto, receando ouvi-la dizer aquilo que mais temia: que um dos seus colegas era um traidor.

- Eles estão por ordem alfabética… – avisou o jovem num murmúrio.

- Por acaso não entrou nenhum segurança novo desde a prisão de Malfoy?

- Entrou sim – Neville começou a folhear as fichas até chegar ao separador que indicava a letra M. – Olha lá, Hermione, porque é que não segues antes a pista desse tal Rosier? Temos menos de 24 horas para o encontrar, a sentença foi marcada para logo de manhã.

- Primeiro quero ter certezas. Sem certezas não vamos a lado nenhum…

Neville passou-lhe o dossier aberto na ficha que interessava a Hermione. Uma fotografia e os dados básicos do segurança eram tudo o que ela podia dispor.

- O nome dele é Álvaro Montês – anunciou o jovem, enquanto ela dava uma rápida vista de olhos à ficha. – Imigrante português, fraco domínio da língua inglesa, não sabemos muito acerca da vida que deixou para trás ao vir para Inglaterra…

- … e chegou mesmo no momento em que Malfoy foi capturado! – concluiu a morena. – Que conveniente!

Havia algo de estranho nele. Não relacionado com o seu aspecto geral ou com a sua expressão neutra. Os seus poucos gestos limitavam-se a balançar o nariz como se tivesse comichão. Mas os seus olhos… Aqueles olhos cinzentos possuíam um brilho especial, uma misteriosa beleza que não era comum encontrar. Aqueles olhos… onde já teria ela visto aqueles olhos?

- Achas que ele está relacionado com Malfoy? – Neville quebrou o seu raciocínio, mas desta vez foi incapaz de se zangar com ele.

- Malfoy sabe demasiado para quem, supostamente, está afastado do mundo. E um amigo fazer-se passar por segurança era uma óptima maneira de o manter informado.

- Temos mais fotografias no fim da secção, inclusive uma de corpo inteiro. Queres ver?

Hermione quis, mas não lhe serviu de nada. A imagem de corpo inteiro apenas a informou do grande gosto de "Álvaro" por anéis decorativos e pulseiras multicoloridas. Uma pulseira igual à de Isobel!

- Olha aqui, Nev! – chamou ela, apontando para três pontos pretos no tecido de diversas cores, que mal se distinguiam na fotografia. – Achas que podem dizer PAL?

O rapaz, entretido a ler a ficha do colega, ouviu a sua pergunta.

- É bastante provável. E se Isobel já viajou até Portugal, mais certezas tenho em como acabámos de descobrir o seu significado – estendeu a folha frente aos olhos de Hermione e apontou para o nome da companhia que trouxera o segurança até Inglaterra. – Portuguese AirLines. PAL! De certeza que esta é a resposta!

A jovem leu de novo o nome da companhia e apenas essa hipótese lhe dava um sentido para as letras na pulseira da vítima. Mas será que ela já teria feito tal viagem? Perguntar a Emmeline estava fora de questão: ela não a queria ver. Além disso, o tempo estava a esgotar-se para todos eles…

- Sabes que mais? – suspirou ela, sentindo a cabeça começar a latejar. – Acho que isto não nos vai ajudar em nada! Ou muito me engano ou estamos de volta à estaca zero…


A chuva deixara de cair subitamente, o que não impedia que os passeios permanecessem cobertos por uma fina película de água. Andando com o máximo cuidado para não sofrer uma aparatosa queda, Hermione deu mais uns passos e retirou as chaves de casa do bolso do manto, segurando os sacos de compras na outra mão. Os últimos desenvolvimentos no caso de Malfoy haviam-na deixado de rastos e apenas desejava uma luz ao fundo do túnel para conseguir resolver o problema. Mas porque é que ela demorava tanto a chegar?

- Hermione! Hermione! – a voz de Neville fê-la voltar-se no segundo antes de introduzir a chave na fechadura.

- Que te aconteceu, rapaz?

Ele dobrou os joelhos e aparou as mãos neles, tentando recuperar o fôlego após a enorme corrida que tinha feito.

- Tu… tu não vais acreditar no que aconteceu! – sussurrou ele entre dois profundos suspiros. – Acabei de vir do Ministério: Harris desapareceu!

- Quem!

- Harris, Hermione, Jimmy Harris, o teu colega no QG! – Neville pareceu ficar mais recomposto e olhou a amiga nos olhos. – Foi Harry quem me contou. Não apareceu no trabalho e tem a casa virada do avesso. Os Aurors estão desconfiados que isto é obra dos Devoradores da Morte, para o utilizarem como moeda de troca pelo Malfoy.

- Mas para quê levarem Jimmy? – estranhou Hermione, que se esquecera por completo do que estava a fazer antes da interrupção. – E porquê somente hoje, na véspera da sua morte?

O segurança de Azkaban abanou a cabeça e segurou a jovem morena por um braço. Um brilho súbito de ansiedade surgia agora nos seus olhos escuros.

- Deixa as compras em casa e vem comigo ao Ministério bisbilhotar!

- Neville, não sei se te lembras, mas eu fui suspensa das minhas funções – atirou ela, abrindo a porta de casa e dando permissão ao colega para entrar. – Não posso ir meter-me nos assuntos que o idiota do Maverick nos quer esconder!

Fechou a porta e avançou até à cozinha, tendo sempre Neville atrás de si. A gata negra enrolou-se em torno das suas pernas, mas ele estava demasiado preocupado para lhe dar atenção por esta vez.

- É exactamente por causa da suspensão que eu te estou a dizer que esta é a altura ideal! – argumentou ele, andando em redor da mesa da cozinha enquanto a morena começava a arrumar as compras. – Os Aurors estão todos demasiado ocupados a tentar encontrar o Harris, não querem saber se anda alguém pelo Quartel a vasculhar informações supostamente secretas…

- Neville, a pensar coisas tão feias como coscuvilhar as coisas dos outros? – disse Hermione numa voz que misturava a advertência com o sarcasmo.

- Talvez acedendo às informações dos Aurors possamos descobrir quem matou Isobel e salvar Malfoy do seu destino! Ou… ou desististe da tua causa?

A jovem fechou a porta do armário e olhou o amigo vagamente. Como é que ela podia desistir? Pensar em tudo o que acontecera naqueles últimos dias e naquilo que se aproximava…

- Hermione – chamou Neville assim que a viu navegar por outras águas. – tu não te apaixonaste por ele, pois não?

Aproveitando a desculpa de continuar a arrumar as compras, ela não o olhou nos olhos. Se estava apaixonada? Isso não queria pensar! Malfoy era alguém tão mau, tão mesquinho, tão arrogante que lhe custava admitir que podia sentir por ele algo mais que o desprezo, o simples desprezo. Mas que era aquilo que sentia correr nas suas veias sempre que o via? Que palpitações no seu peito eram aquelas sempre que cruzava o seu olhar com o dele?

- Vamos até ao Ministério! – anunciou a morena, fingindo não ter ouvido a pergunta do amigo.

Neville preferiu não prosseguir com a sua questão e esperou que Hermione se preparasse para partir. A oportunidade era a ideal, não a podiam desperdiçar.

Assim que chegaram ao Quartel-General dos Aurors no Ministério, ambos tiveram o cuidado de reparar se o caminho até ao dossier de informações sobre os Devoradores da Morte estava livre. Tiveram sorte: o pedaço de pergaminho afixado no placar de anúncios dava a conhecer a reunião urgente de todos os Aurors para se tentar descobrir o paradeiro de Jimmy Harris.

- Temos a costa livre! – segredou Neville, deixando a colega passar à sua frente enquanto caminhavam pela enorme sala do quartel. – Procura as informações que achares necessárias que eu fico de vigia, não vá a reunião acabar ou alguém aparecer de surpresa.

Hermione acenou e avançou rapidamente até ao gabinete de Gordon, em direcção à primeira gaveta da secretária do chefe do Nível Dois. Sabia que era ali que ele guardava todas as informações acerca dos Devoradores da Morte e era isso que ela precisava neste exacto momento.

Entrar no gabinete do chefe à socapa e sem o seu consentimento faria Hermione sentir-se suja e desleal para alguém que tantas vezes adquirira uma figura paternal para consigo. Porém, daquela vez, era diferente: Malfoy seria morto dentro de doze horas e meia, aproximadamente, deixando-a numa péssima posição, se pensando que ainda não tinha um mísero suspeito sequer. Não havia mais a fazer!

O conjunto de informações que necessitava não se resumia somente a um dossier recheado de fichas ordenadas sobre cada um dos Devoradores da Morte mais conhecidos do Reino Unido. Folhas de pergaminho, fotos desfocadas, cartas e ameaças mostravam pontas para fora do dossier, apregoando a sua leitura. Hermione colocou o objecto na secretária e ocupou o cadeirão, dando início ao seu trabalho.

- Novidades? – questionou Neville após cerca de dez minutos, aproximando-se da porta do gabinete com ar preocupado. – A reunião pode acabar a qualquer momento e nenhum Auror vai gostar de te ver a bisbilhotar as coisas do Gor…

- Achei! – gritou a jovem, que não ouvira uma única palavra do segurança. – A ficha de Alfred Rosier! E a de Patrick Lottus aqui… que raio está a fazer o L logo após o R?

- Para que precisas tu da ficha do Lottus? E porque é que ele não tem fotografia?

- Possivelmente porque não há. Ou então… – Hermione franziu o sobrolho quando uma ideia lhe atravessou a mente. - … porque não sabem como é o aspecto dele!

A zona para a colocação de uma fotografia do Devorador da Morte em questão estava em branco, o que não fazia qualquer sentido: se não existiam imagens recentes, eram retiradas as imagens do ficheiro da pessoa em questão enquanto aluno no seu último ano escolar. E Patrick estudara sete anos em Hogwarts, tal como era indicado na ficha de identificação.

- Ser Metamormago! – explicou Hermione, ao reparar no olhar confuso do amigo. – Se Patrick Lottus fosse um Metamormago, não poderíamos ter uma imagem dele na nossa mente porque ele facilmente nos enganaria. Há sempre quem use os seus poderes para o mal. Basta Lottus mudar a cor e o estilo do penteado, os pormenores do rosto e vestir outro tipo de roupas e imediatamente passa despercebido no meio da multidão!

- Mas tu já estás a pensar em algo, não estás?

- Creio que uma das suas aparências é a do teu colega Montês! Facilmente se entende que alguém anda a transmitir informações a Malfoy e acho muita coincidência chegar um novo segurança exactamente no momento em que ele foi preso. Se existisse pelo menos uma imagem…

Enquanto falava, Hermione ia remexendo nos papéis do dossier, tentando encontrar algo que a ajudasse naquele momento. E foi então que, como por magia, uma fotografia saiu do seu lugar e caiu sobre a secretária. A jovem Auror pegou-lhe com pressa ao mesmo tempo que Neville olhou para a porta, receoso.

- É melhor ir ver se lá vem alguém! – murmurou ele, apavorado com a ideia de que Harry pudesse entrar e apanhar ambos a coscuvilhar no gabinete do chefe.

- Não, não, espera, Neville! – Hermione apontou para o verso da imagem, rindo de excitação.

A letra organizada de Natalie Franchise informava que aquela era uma das prováveis aparências de Patrick Lottus: um homem de pêra preta e uma enorme juba encaracolada da mesma cor, vestindo um manto axadrezado que arrastava pelo chão. Um homem que, sem duvida alguma, nada tinha a ver com a imagem de Álvaro Montês no dossier que Neville lhe trouxera sobre os seguranças de Azkaban. Ou quase nada:

- São a mesma pessoa! – Hermione desviou o olhar da foto depois de uma longa observação. – Analisa-o bem. Lembras-te dos anéis e das pulseiras do teu colega? Patrick tem os mesmos! E os olhos são iguais aos…

Um flash cruzou a sua mente como um relâmpago. Aqueles olhos! Os olhos de Patrick, os olhos de Álvaro… e os olhos dele! Sim… era a mesma beleza, o mesmo fogo, o mesmo brilho. Os três eram iguais, terrivelmente iguais. E as consequências eram demasiado terríveis para serem sequer pensadas.

- Pelas barbas de Merlin! – Hermione procurou uma lupa na segunda gaveta da secretária. – Neville, qual é o nome completo de Lottus?

- Ah… "Lottus, Patrick Andrew" – leu ele, sentindo o coração bater forte contra o seu peito. – Que estás tu à procura?

- Da pul… - a lupa parou sobre a imagem do pulso de Patrick e ela pôde distinguir três letras a preto na pulseira que se escondia na manga do manto. – Oh meu Deus!

Levantando-se de um salto do cadeirão, Hermione esqueceu os objectos sobre a secretária e saiu a correr do gabinete, com Neville a correr atrás de si, questionando-a acerca do que acabara de descobrir.

- Temos de regressar à zona dos Devoradores da Morte! – explicou ela, sem parar de correr. – Penso que acabei de descobrir o que é que aconteceu. Vamos depressa, Neville. Temos de encerrar este caso antes que seja tarde demais!

Continua…

N/A: em primeiro lugar, queria desejar um bom ano novo para toda a gente. O meu primeiro post de 2006… (chora de emoção). Em segundo lugar, como já vem sendo hábito, um enorme e sincero pedido de desculpas pelo atraso imenso que foi postar não só por este capítulo como toda a fic em si. Só mais dois capítulos, é tudo o que peço! Eu tento escrever o mais depressa possível, mas a preguiça é muita. Pode ser que agora, como assunto final, eu me despache depressa. XD

Como sempre, muito obrigado às minhas queridas preferidas: Ju (espero que não te importes que te chame assim), Lina, Jane (que beta sempre as minhas fics e nunca se cansa disso) e Pandora. Isto é tudo por vocês!

Beijinhos a todos. GoF rula muito!