CAPÍTULO DOIS
QUANDO acordei ela já não estava lá.
Na cozinha havia dois sanduíches preparados e um bilhete.
"Brigada por ontem. Pareceu os velhos tempos, né? Tem dois sanduíches aí (se o Sirius estiver dormindo, porque se ele já acordou não sobrou nada). É pasta de amendoim. Seu favorito. Qualquer brecha na agenda te mando um recado. Remarque com a Samantha Jensy. Beijos."
Já eram dez horas. Hoje peguei o turno da noite no revezamento que os aurores fazem pra sempre ter alguém a postos.
Sentei calmamente e comecei a comer meu sanduíche. Quem dera poder ter a ruivinha só pra mim, acordar todo dia com um sanduíche a minha espera. Quem dera poder levar cafés na cama pra ela e ver aquela carinha de sono com aquele brilho de felicidade nos olhos.
Aposto tudo que tenho que o Del Rio não leva café na cama pra ela. Só de pensar que eles acordariam juntos já fico arrepiado.
Melhor pensar em outras coisas, como –
'- Comida!
Não era bem nisso, mas uma voz rouca de sono veio da porta, quando Almofadinhas correu em direção a seu prato. Olhou seguidas vezes deste para mim e vice-versa.
'- Oh, Ti! Pra mim?- engraçadinho, não? Vendo ele por dez pratas, quem vai querer? Okay, cinco pratas! Ninguém? É, vou ter que me conformar...
'- Lily.- respondi impaciente. Como é que algumas pessoas conseguem a proeza de acordar de bom humor?
'- Menina de ouro... Ah, e desculpe.
'- Desculpando-se pelo que?
'- Por não ter ido embora ontem. Eu podia arranjar uma desculpa e ir dormir na casa do Aluado, mas fiquei. Quem sabe se eu tivesse ido...
'- Ia ser pior, não se preocupe. Se ficássemos só nós dois sabe-se lá o que poderia ter acontecido, o que eu poderia ter feito ou falado sem pensar. Sabe-se lá se ela ainda estaria falando comigo.- respondi perdendo a fome subitamente.
'- Cara, você tá mal... Aluado e Rabicho vão poder vir?
'- Vão, eles vêm pro almoço.- levantei e olhei a geladeira. Como eu imaginava: pão, queijo, presunto, leite, mortadela, algumas azeitonas... retiro as azeitonas, estão velhas. Tinha umas coisas estragadas também. Mas isso a gente deixa pra lá.- Vamos. Mercado.
UM CARA solteiro aprende a ir direto em determinados lugares do mercado, e pegar direto as coisas certas. É isso aí, setor de comida congelada.
'- Pontas, eu não sabia que existia "Feijão Congelado".- Sirius disse olhando de perto uma lata marrom e verde.
'- Eu também não.- tirei da mão dele e coloquei na cesta.- Mas vai servir, "Feijão Congelado" combina com "Arroz Congelado" e "Empanados de Frango Congelados".
'- Perfeito. Falta alguma coisa?- ele pegou mais três latas.
'- Macarrão e sopa instantâneos, pra de noite. E refrigerantes.
Já era quase hora do almoço. Horário estratégico que as pessoas têm para fazer compras no mercado vazio. Só há um furo nessa teoria: todo mundo a usa. Esbarrando em velhinhas raivosas, o que nos rendeu bengaladas dolorosas, e mal podendo ver as prateleiras, chegamos aonde queríamos. Pegamos as últimas coisas de que precisávamos.
Eu estava olhando para o lado distraidamente, fazendo a curva do corredor. Mas algo impediu meu caminho, fazendo ambos cairmos no chão. Ou pior, alguém.
Decididamente a última pessoa com quem eu gostaria de esbarrar. NÃO! A última é o Seboso. Okay, a segunda pior pessoa.
'- Potter?- repus os óculos e vi dois olhos pretos me encarando. Cabelos pretos cuidadosa e bregamente repartidos no meio. Extremamente sem atrativos. Se eu fosse uma mulher ele seria a minha última opção. Okay, seria a penúltima, a última seria o Seboso. Quer dizer, usar os cabelos assim estava na moda dos anos 50! Que idiota!
'- Del Rio?- ajudei ele a catar as coisas que tinham caído da cesta dele. Não porque eu quisesse, mas por educação. Ele tinha ali umas verduras, grãos crus, e coisas que um londrino da nossa idade não sabe cozinhar. Eu sabia exatamente quem iria fazer aquelas comidas, mas não gostei nem um pouco. Lily odeia cozinhar. Prefere comida semi-pronta.
'- Não está mais no Ministério?- ele perguntou levantando sozinho, enquanto Almofadinhas estendia a mão para me ajudar.
'- Troquei meu turno hoje.- levantei aceitando a ajuda do meu amigo.- E você não devia estar na África?- perguntei desconfiado.
'- É, eu voltaria amanhã, mas tive que vir antes para... resolver alguns assuntos pendentes.- tem mulher no meio. O sorrisinho sarcástico me dava certeza disso.- Já esteve na África, Black?
'- Nunca tive oportunidade.- Sirius respondeu de cara amarrada.
'- Devia se permitir. Ir lá. Faz bem seu tipo... Em alguns lugares os homens podem ter quatro esposas.- olhou o relógio.- Tenho que ir agora. Tem uma ruiva linda me esperando no meu apartamento. Até logo.
Ele se afastou. Foi bom vê-lo recebendo umas boas bengaladas e bolsadas de uma senhora particularmente estressada.
'- Tiago... Posso não ter entendido bem o papo de que a África faz meu tipo, mas seja o que for não é nada bom pra Lily.
'- Hora de brincar, Almofadinhas...- deixei a cesta escondida debaixo de uma prateleira e andei atrás daquele imbecil.
'- A gente vai suspender ele pelos calcanhares como fazíamos com o Ranhoso na escola?- ele perguntou me seguindo animado.
'- É uma boa idéia, mas não hoje. Agora é hora de algo mais sutil.
Ele estava no caixa, segundo da fila.
'- Ei, Del Rio!
'- Sim?- ele se virou com um sorriso debochado. Vamos ver até quando essa expressão vai durar.
Peguei um pacote de balas de gelatina, que estava ali por perto, acima das revistas de fofoca.
'- Leva pra Li.- estendi o pacote.- Ela adora essas balas, você sabe, não sabe?
Pela cara que fez não sabia. Ai, ai, odeio ter que dar informações que só pessoas íntimas saberiam para pessoas que se acham íntimas mas não são. Mas posso abrir uma exceção para ele.
'- Claro que sei.- ele arrancou as balas da minha mão.
'- Diga que fui eu quem mandou. Como agradecimento pelos sanduíches que ela deixou prontos hoje de manhã lá em casa.
Me virei, preferindo não olhar pra cara dele, porque rir iria estragar o efeito da frase.
Voltando para pegar a cesta, com uma sensação de dever cumprido, ouvi do Almofadinhas:
'- Caramba, Pontas, você é malvado!
'- Obrigado. Isso foi bem gratificante. Melhor do que dar um soco na cara dele.
'- É, só quero ver quando a ruivinha descobrir que você contou da noite que ela passou na casa do arqui-inimigo do namorado.
Estaquei. Pela primeira vez agradeci às forças conspiratórias do universo por não vê-la constantemente.
'- Deixemos os detalhes pra mais tarde, agora temos coisas mais importantes pra fazer.
'- Oba! Vou poder suspender o Sr. Sem Sal pelos calcanhares?
'- Não, aqui tem muitos trouxas. Deixa isso pra outro dia. Agora temos que esquentar o almoço.
MESA POSTA.
Ninguém fala nada, só se ouve o barulho dos talheres batendo nos pratos. É tradição dos Marotos não conversar durante as refeições.
Barrigas devidamente cheias, louça desleixadamente deixada para depois, pudemos nos sentar no chão para debater. Remo e Pedrinho ainda não sabiam do problema.
'- Bem...- comecei, ajeitando os óculos.- o assunto é muito importante.- olhei sério. Acho que foi um comentário redundante. Ajeitei os óculos novamente.- Como se destrói um namoro alheio?
'- Por que você quer acabar com o namoro da Lílian?- Aluado perguntou com curiosidade.
'- Como você fez isso?- perguntei assustado. Só podia ser Legilimência.
'- Ainda não perdeu a mania de mexer nos óculos quando vai contar alguma coisa dela. Desde o colégio.- riu, perspicaz. Só ele pra observar um detalhe como esse.
'- Lílian Evans de novo?- Pedrinho impressionou-se.
'- De novo não é a expressão, caro amigo. É 'ainda'.- Sirius respondeu por mim.
Um momento de silêncio. Cada um pensando com seus botões.
Remo olhou de mim pra Pedrinho e sorriu.
'- Rabicho! Está pensado o mesmo que eu?
'- Claro! Pontas, você tem que aprender a cozinhar!
Acho que não era bem isso que Aluado estava sugerindo.
'- Todo mundo diz que homem se pega pelo estômago, mas este princípio poderia ser usado com mulheres também.- ele terminou, satisfeito com o raciocínio mais lógico impossível.
Olhamos pra cara dele por um instante depois nos voltamos para o Remo.
'- O que ia dizendo, Aluado?- Almofadinhas perguntou.
'- Rabicho! Você trabalha no jornal, na mídia. Não é possível que não tenha pensado nas possibilidades...
O rosto do gordinho se iluminou de alegria, pelo entendimento.
'- Onde quer chegar?- indaguei.
'- A mídia trabalha com noticias. Sejam elas verdadeiras ou não. As pessoas que lêem jornal acham que estão lendo sempre a verdade.
'- Ah...- estava começando a entender.
'- Tudo que você tem a fazer...- ele sorriu.- é espalhar um boato. As pessoas vão recontar achando que são verdadeiros, e quem sabe até aumentam um pouco a história...
'- Isso me parece um pouco desleal...
'- O que você queria? O objetivo é atrapalhar uma relação.- Rabicho colocou.
'- Talvez você nem precise se sentir culpado, Pontas...- Almofadinhas disse com a cara que faz quando descobre uma brecha nas regras.- Só precisamos deixar vazar para a parte feminina do Ministério tudo que os homens estão cansados de saber, mas não contam para elas.
Todos fizeram cara de "Do que está falando?".
'- Vocês sabem: "Leonardo Del Rio, cada viagem uma mulher". E tem mais.- Só aquilo já era bom o bastante!- Ela pode entreouvir acidentalmente uma conversa nossa, Pontas, comentando sobre o que o Del Rio disse hoje no mercado para mim. E pode ouvir sem querer as nossas conclusões sobre o que ele disse.
Ótimo. É o plano perfeito.
DEZ horas da noite. Início do último turno no Departamento dos Aurores. Normalmente ficava um por equipe. Dez no total. Era mais para ter gente de guarda do que para o trabalho de verdade, mas alguém tinha que fazer isso.
Entrei na Sala Três com um grande copo de café e dois pacotes de biscoito recheado de chocolate. Não que os aurores costumassem visitar uns aos outros de madrugada, mas era melhor se manter acordado e bem alerta. Você não gostaria de acordar com um berro do Moody de "VIGILÂNCIA CONSTANTE!" e várias animais esquisitos andando pela sala. Nada agradável.
Havia um livro em cima da mesa. Meu não era, mas quem deixou ali deveria saber que qualquer um poderia ler. Tinha a capa vermelha escura com uns desenhos abstratos que mais pareciam manchas de vinho. O título, branco, era "Quando as Rosas choram". Deve ser um romance bem meloso e cheio de amores mal resolvidos. Me surpreendi ao ler a orelha do livro. Era um romance policial. Parecia bem interessante, na verdade. Era a história de um serial killer, que deixou viúvas três mulheres chamadas Rosa. Mais surpreso ainda fiquei quando li na primeira folha o nome do dono do livro. Ou melhor, da dona.
"Samy J."
Me repreendi mentalmente por ficar surpreso. Não era pelo fato de ela ser uma garota que leria apenas coisas fúteis e desinteressantes. A Lily, por exemplo, adora livros de suspense, que por acaso é o meu tipo favorito também.
Em todo caso, posso devolver isso amanhã pra Samy e a convido pra sair. Pensando de maneira positiva, o encontro pode não ser tão mal.
'- Tiago!- a voz de Lily entrou pela porta, que estava sendo escancarada. Agora que eu me toquei que se Lily estava almoçando com o namorado (ou melhor, cozinhando para ele), devia ter pego o último turno, como eu.
Em um primeiro momento fiquei feliz de vê-la á porta, mas logo percebi que algo estava errado.
Sua expressão era séria e bastante assustada. Me levantei na hora para perguntar:
'- O que aconteceu, Li?
'- Ataque. É num vilarejo mínimo a dez quilômetros daqui, em Saint Garamont.
'- Vamos só nós dois?
'- Ninguém sabe as dimensões do ataque. Não tem gente nas outras salas, só o Sirius, e eu o mandei buscar reforços.
Era o que mandava o protocolo noturno. Quem recebe o aviso lidera, mandando metade das pessoas presentes para o campo de batalha, enquanto a outra metade pede reforços. Parece que presentes estávamos eu, ela e Almofadinhas.
'- Dez metros da entrada do vilarejo?- perguntei se aparataríamos nessa localização.
'- Certo.
No momento seguinte estávamos no local combinado.
Andamos devagar até a plaquinha de "Bem Vindo a Saint Garamont".
Estava tudo silencioso. Silencioso demais. Meus instintos estavam gritando que algo estava muito errado.
Virei para trás para comentar isso com ela, mas não havia ninguém.
'- Li?- gritei na surpresa, antes de me bater e murmurar:- Droga!
Eu denunciara minha presença e minha posição. Eu tinha que parar de fazer isso, se não ia acabar aniquilado mais cedo ou mais tarde.
E parecia que seria mais cedo do que eu esperava.
Materializou-se na minha frente uma das criaturas mais bizarras que já vi. Parecia alguém muito saudável que adoecera rápido demais. Era um homem magro, pálido, os cabelos pretos ralos e os olhos escuros sem brilho.
Nunca tinha encontrado com ele pessoalmente, e mesmo assim era inconfundível: Voldemort, a pessoa (pessoa?) mais temida do momento.
'- Potter.- ele disse, ficando parado no mesmo lugar com os braços para trás do corpo, como se encontrasse um velho amigo no parque. E amigos era coisa que uma pessoa como ele não tem.
'- Voldemort.- respondi entredentes, em guarda.- Cadê ela?- perguntei em tom normal, tentando não me exaltar.
'- Você quer dizer... essa moça?- estalou os dedos e Lily apareceu entre nós dois, amordaçada e com cordas apertando os pulsos e tornozelos.
'- Li!- corri para pegá-la, mas quando a toquei minha mão quimou. Parecia que sua pele era feita de brasa.
'- Não, não, não.- ele disse balançando o longo dedo indicador.- Não pode tocar.
Fiquei muito frustrado com isso. Ninguém ia me impedir de tocá-la.
'- O que você quer?- perguntei com raia na voz e varinha apontada para seu rosto.
'- Sabe, tem muitos jovenzinhos que querem servir ao meu objetivo. Mas eles estão começando a me cansar. Conseguem pôr abaixo até o mais simples dos planos. Meu empreendimento vai além disso. Preciso de alguém com coragem, experiência e poder.
Eu estava começando a entender onde ele queria chegar, mas não podia acreditar em tal descaramento.
'- O que preciso, Potter, é de pessoas como você. E estou disposto a jogar todas as cartas para conseguir.
'- Solte-a!- preferi adiar o assunto para não deixá-lo contrariado e com má vontade.
'- Claro que vou soltar. Quando você tiver uma Marca Negra tatuada no braço.
Isso não estava acontecendo, não podia estar acontecendo.
Virei a varinha para ela, para tentar desamarrar as cordas com magia.
'- Tente, Potter. E ela vai ter lindas queimaduras permanentes.
Era perverso. Escolher entre meus princípios, tudo em que sempre acreditei, pelo que sempre lutei e ... a Lily.
Me armando de Oclumência, comecei a arquitetar um plano.
'- Demore mais. Demore o quanto quiser, mas saiba que as cordas podem... apertar.- com um estalo dos dedos dele, Lily gritou, o grito sendo abafado pela mordaça.
Sem pensar duas vezes lancei um feitiço nele, que se desviou facilmente com um passo para o lado.
'- Se é tudo que consegue fazer, Potter, acho que sua presença na minha causa será inútil.
Ele puxou a varinha num movimento rápido e estava começando a dizer a maldição mais famosa do momento:
'- Ava...
Fiquei estático. Minhas pernas não se moviam. Eu pensei que fosse pela perspectiva da morte tão próxima, mas não era. Ele havia lançado um feitiço silencioso pra eu não me mover.
Estava pronto para desarmá-lo quando ou vi um "Expelliarmus".
Mas não foi nele. Foi em mim.
A última coisa que lembro antes de desmaiar foi bater a cabeça numa pedra do chão, e várias luzes de feitiços passando por cima de mim, sem me acertar.
êêê! Aí está mais um!
Normalmente eu só atualizo fim de semana, me bateu um surto de inspiração, então terminei o que já tinha escrito. Como não agüento ficar com capítulo pronto parado, ai está.
No próximo capitulo: os acontecimentos que se sucederam após Tiago desmaiar e o comecinho (bem comecinho) do plano.
Outra coisa: vocês podem se perguntar como o Léo tem tanta mulher se ele é feio. É que o ponto de vista da descrição dele é o do Tiago. Então claro que ele não vai falar que o namorado da LILY é bonito, né?
RE-VI-EWS! OBA! OBA!
Mademoiselle Rouge: primeira review da fic! Que bom que achou o máximo! Vou me esforçar pra você ler até o final e gostar! Brigada pelos votos de inspiração, porque funcionaram hahaha! Brigada pela review!
-Nathi Black-: não que o Sirius não seja cachorro, mas era obrigação dele como amigo dos dois. Ele também queria se divertir às custas do sofrimento do Del Rio, né, mas a gente finge que não está vendo! Brigada pela review!
Flavinha Greeneye: você por aqui? Hahaha, que bom que gostou do primeiro capítulo, depois fala o que achou desse aí! E bem, porque a Lily ainda está com o Léo... vai ficar lá pros últimos capítulos né? Brigada pela review!
Paty Evans: nossa, quantas perguntas! Respostas: sim, a Lily vai sofrer bastante; o Del Rio não vai aparecer muito pessoalmente, mas vai ser assunto de muitas conversas; tomara que tenha gostado desse capítulo e da aparição do vilão. Brigada pela review!
Mah Clarinha: hahaha, eu tenho um problema de amor próprio pelas próprias fics. Que bom que gostou da idéia geral da fic, eu achei que ia ficar meio chato. Espero que não tenha se decepcionado com o segundo capítulo! Brigada pela review!
Beijos!
