CAPÍTULO TRÊS – OPERAÇÃO X

O QUE me fez recobrar a consciência foi uma forte dor na cabeça. O lugar onde a pedra bateu doía tanto que quase me fazia desmaiar de novo.

Queria continuar de olhos fechados, mas a curiosidade venceu a preguiça.

O lugar onde eu estava era tão branco que meus olhos doeram por causa da claridade, depois de ficarem tanto tempo fechados.

Eu me sentia quase flutuando e minha respiração estava leve e compassada.

Tentando me concentrar em coisas importantes, fiz um esforço para lembrar dos últimos acontecimentos. Aquela cobra velha do Voldemort estava começando a falar o "Avada Kedavra" quando alguém usou o feitiço do Desarmamento em mim, me impedindo de me defender. Só havia uma explicação lógica para tudo isso.

Eu morri.

Só pode ser, tudo se encaixa. Algum comensal escondido deve ter visto que eu ia me defender e tentou me desarmar, mas não contava que eu fosse desmaiar. Ai aquela coisinha asquerosa que eles chamam de Lorde deve ter me assassinado quando eu estava inconsciente.

Ele estava querendo que eu me unisse à sua causa de limpar a raça bruxa! Vê se pode! E ainda me tentou chantegear com... LILY! Golpe baixo, golpe baixo! Onde ela está agora? Será que morreu também? Meu consolo é saber que uma criatura benevolente como ela, quando morre vai direto pro Paraíso. Mas se ela está lá...

ONDE EU ESTOU?

Será que... Não, não, não. O inferno definitivamente não é tão branquinho e fresco. Será isso o Purgatório? É, não seria pra menos, afinal os anos no colégio enfeitiçando primeiranistas inocentes e o Ranhoso renderiam um bom tempo no lugar que eu supostamente estou.

Tinha uma cama, onde eu estava deitado, uma janela de cortinas brancas, uma mesinha de cabeceira branca, e uma porta. De repente, esta se abriu. Por ela entrou uma pessoa de cabelos cor-de-abóbora, olhos verdes, sorriso bonito, com um vestido também branco (essa deve ser a cor preferida do "Cara lá de Cima").

Estava tão... iluminada! Lily, o amor da minha vida, virou um anjo! Talvez os Setores Superiores tenham-na incubido da tarefa de me convocar para o Julgamento Final. Pelo menos, era o que ela vivia dizendo que viria depois da morte, e que o meu ia ser bem desagradável pra mim, já que as minhas ações não eram as melhores possíveis. Mas isso ela dizia na época da escola. E ela não está sempre certa. Okay, na maioria das vezes está, mas espero que essa não seja uma delas.

O anjo veio andando e se sentou na beirada da cama. Riu.

'- Tiago, você está bem?- perguntou ainda rindo.

'- Estou ótimo. Não há mais com que se preocupar, Li. Acabou!

'- Ih, acho que a batida da cabeça foi forte mesmo...- murmurou.- Enfim, me mandaram vir ver se você já tinha acordado.

'- É, relativamente acordei.

'- Como assim relativamente?- ficou confusa.

'- Por que não tem como acordar, Li.- falei em tom otimista.- Não dá pra voltar.

Ela me encarou com uma expressão interrogativa. Tentei desviar do assunto. Ela talvez ainda não tivesse entendido a situação em sua totalidade.

'- Mas você já deu uma volta por aí? O que tem aí fora?- a curiosidade mais uma vez me subiu à cabeça.

'- Portas e mais portas iguais a essa, o que mais teria?- perguntou com estranhamento.

Pra falar a verdade, minha imagem era um campo verde com árvores cheias de frutas, e córregos e céu azul até onde a vista alcançasse. Confesso que é uma imagem bastante esteriotipada e utópica, mas daí a ter só portas?

Ela deve ter captado algo de alucinado no meu olhar, tanto que disse:

'- Olha, tenta descansar mais um pouco, que eu vou buscar alguém.- e saiu do quarto.

Quem ela ia buscar? Talvez um anjo em algum lugar acima na hierarquia.

De todos que eu imaginava, a última pessoa possível entrou por aquela porta.

'- Almofadinhas!- oh não! Como isso foi acontecer? Só falta o Aluado entrar aqui também. Apague o último pensamento. Sempre que se diz "Só falta acontecer tal coisa", a coisa acontece.- Você... você também?

'- É, Pontas, eu tava lá ontem.- então foram os mesmos comensais que me atacaram.- E desculpe por te acertar!

'- Ahn?- mais uma pra confundir minha cabeça.

'- É que eu pensei que não ia dar tempo de você se defender. A cabeça ainda dói?

'- Um pouco...

'- Enfim, melhor isso do que...- um arrepio lhe correu o corpo.- bem, você sabe.

'- Mas do que você está falando?- morrer era melhor do que o que?

'- Tiago! Seus neurônios entraram em pânico e fugiram pelos ouvidos?

'- Sirius, o que exatamente aconteceu ontem?- eu necessitava explicações precisas.

'- Estávamos de guarda no Quartel General dos Aurores. Lily entrou toda atônita na minha sala, mandando eu chamar reforços que ela ia pra cidade vizinha por causa de um ataque. Quando cheguei lá só tinha meia dúzia de Comensais escondidos, que nós estuporamos, e quando fomos te socorrer você estava na mira do tal Voldemort. Ai eu te lancei pro lado, o Cara de Cobra fez uma careta e desaparatou rápido assim.- estalou os dedos.

Bem feito pra mim. Deve ter sido um castigo do Universo para eu aprender a não menosprezar o trabalho da noite. Juro que foi o primeiro pensamento que me veio à mente. Depois lembrei de algo mais importante.

'- Mas... mas... mas e a Lily?

'- Ela estava amarrada caída no chão, mas não tava machucada nem nada grave.

Fiquei pateticamente olhando para a janela. Se não estou no Purgatório...

'- Onde eu estou?- falei baixo, mas ele ouviu.

'- No hospital William Shekespeare. Aqui é trouxa, estranhas as instalações né?- ele olhou em volta com uma cara engraçada.

Então eu não estou morto! Cara, que coisa legal... Sinto como se eu tivesse nascido de novo!

Dei um abraço daqueles no meu melhor amigo. Pra falar a verdade, o Céu não seria a mesma coisa sem ele.

'- Acho que a batida tirou mesmo seusneurônios de circulação...

'- Eu faço de tudo pra demonstrar minha amizade e você me chama de retardado...- me fingi ofendido, cruzando os braços.

'- Não fica assim, irmão, pelo menos eu sou sincero.

De repente a porta abriu e entraram várias pessoas.

'- Tiago! Meu Tiago, Tiaguinho!- minha mãe entrou correndo e deu cinco beijos em cada centímetro quadrado do meu rosto.- Você está bem? Aquele monstro machucou você?

'- Mãe, eu só bati a cabeça...- revirei os olhos. Tem coisas que não mudam nunca. E eu que pensava que quando ela ficasse velha ia se despreocupar um pouco. Doce ilusão.

'- Deixa o menino respirar, Meg, assim é você que vai matar ele.- meu pai interveio por mim antes que eu morresse sufocado.

'- Oi, pai.- cumprimentei enquanto ele despenteava meu cabelo, do mesmo jeito que fazia quando eu era pequeno.

'- Tio Túlio! Quanto tempo!- Almofadinhas deu um abraço nele, que quem não tivesse visto antes acharia que estavam se espancando, tal a força dos tapas que se davam nas costas.

Além deles estavam ali Lily e Remo.

'- Pontas, como se sente?- Aluado se aproximou.

'- Bem, bem...

'- Mentira, ele não ta conseguindo entender nada do que eu falo, ta pior que o Pedrinho —

'- Meu filho! Esse monstro vai me pagar por ter te deixado assim!- minha mãe ia se dirigindo à porta, aí meu pai a segurou e todo mundo começou a falar ao mesmo tempo.

'- Não foi isso que eu quis dizer, tia Meg!

'- Querida, isso não cabe à você!

'- Tia Meg, não se preocupe, a gente vai cuidar disso.

'- Tia, o Pedrinho não é tão burro.

Almofadinhas, meu pai, Aluado e Lily, todos falando as mesmo tempo, não é algo muito silencioso, de modo que uma enfermeira entrou no quarto, falando rápida e desesperadamente que hospital era lugarde silêncio, e que se fossem continuar gritando ela teria que expulsá-los.

Ficaram quietos como uma classe que acabou de levar bronca da professora. Ou quando a Tia Mimips dá um daqueles olhares "vou matar o próximo que falar" pra turma.

Até a noite, alguns tiveram que ir por causa de seus respectivos compromissos, até que só restaram Almofadinhas e meu pai, o primeiro contando ao outro a história da tal Raquel.

'- A Lily disse que eu precisava de uma coisa chamada Lefetone ou algo assim...

'- Telefone?- ele arriscou.

'- Isso! Ela disse que eu podia usar o da casa dela, mas ainda não tivemos nenhuma oportunidade...

'- Eu acho que a gente tem um telefone bem velho lá em casa... Se você quiser, é todo seu, só tem que ligar nuns buraquinhos que os trouxas fazem na parede e chamam de tomada...

Os dois riram com o conceito bruxo de "tomada". Buraquinho na parede? Até uma criança trouxa é capaz de entender a comunicação por meio de fios... Mas esse não é o ponto.

'- Tem uma dessas a sua casa, Pontas?

'- Deve ter, afinal, é um apartamento trouxa, a Lily que me indicou ele, porque...

'- Filho... Por que você não volta com a Lílian? É uma moça tão boa, tão bonita, se preocupa tanto com você...

'- Pai!- cada coisa que os pais falam.- Nosso namoro acabou há muito tempo! Não tem mais nada a ver, agora somos só... amigos.- conclui com um suspiro.

'- Suspirar não vai negar, Pontas. Se você não volta, não é por falta de vontade.

'- É por que então?- Túlio Potter quis saber.

'- Pai, as coisas mudam... Ela está namorando, e eu... também.- não deu, tive que mentir pra dar credibilidade ao meu discurso.

'- Está?- os dois homens perguntaram juntos.

'- Estou, Sirius.- disse entre dentes.- Eu e Samy, agora é oficial.

'- Bem, Tiago, se é assim... Parabéns pelo namoro.

'- Obrigada.- ufa, ele acreditou.

'- Mas se um dia os dois casais desmancharem, faço muito gosto de você com a Lílian.

Não me deu tempo de responder e saiu pela porta.

'- Você devia ouvir seu pai. Nunca ouviu falar que os pais estão sempre certos?

'- Almofadinhas, já tentou aplicar essa teoria a você mesmo?

'- Ah, mas toda regra tem uma exceção. E a exceção a esta regra sou eu. Então você já pode seguir os conselhos do seu pai sem se preocupar com a margem de erro da teoria.

E ainda tenho que ouvir isso.


NO DIA seguinte recebi alta, pela manhã. O apartamento virou um chiqueiro depois de um dia sob os cuidados do Almofadinhas, que obviamente não estava em casa.

Havia um saco de batatinhas sobrevivente no armário da cozinha. Sem paciência para descongelar comida de verdade, apelei para aquilo mesmo.

'- Pontas! Está aí?- a voz do meu amigo veio da sala, seguida do barulho da porta batendo. Fui até lá e me joguei no sofá.

'- Estou.

'- Passei no hospital pra te buscar, mas você já tinha ido.

'- O que tem aí nesse pacote?- ele estava empurrando uns livros da mesa pro chão e colocando algo em cima dela.

'- O telefone que o seu pai me deu.

Ele conseguiu falar certo? Aleluia! Parece que a maioria dos bruxos tem uma dificuldade extrema para pronunciar essa palavra em particular. Cheguei perto para ver o tal aparelho que eu nem sabia que tinha lá em casa.

Tive um ataque de riso ao ver uma etiqueta colada na parte em que se segura. Letras maiúsculas vermelhas formavam a palavra "TELEFONE".

'- Pára de rir, Pontas! Tinha que ter um jeito de eu aprender a falar isso. Não posso dar um fora desse de falar errado com a Quel.

'- Agora é Quel, é?- debochei.

'- Não me obrigue a lembrar do seu amor platônico pela "Li".

Bufei. Sempre tem um comentário desse tipo.

'- E pra você saber, hoje a Operação Narciso entra em ação.

Imaginei que ele estava se referindo ao nosso plano.

'- Ei, você não vai colocar esse nome ridículo no plano do qual a minha vida depende.

'- Ai, que drama, Pontas, você devia escrever novelas mexicanas.

'- Almofadinhas, me explica qual a ligação de "Narciso" comigo ou Lily.- pedi calmamente.

'- Nenhuma.

'- Então...?

'- Quando eu tinha uns seis anos, eu tinha uma coruja preta chamada Nailiu e um corujo avermelhado chamado Narciso, e os dois se amavam. Um dia aquela Louca - (apelido carinhoso pelo qual ele se referia à mãe).- abriu a gaiola dos pombinhos, quer dizer, corujinhos. Ela ficou, mas ele fugiu. Então, toda noite antes de dormir, ela ficava olhando pela janela, como se dissesse "Volta, Narciso, volta".- ele dizia embargadamente imitando a cara de uma coruja com saudades.- Então um dia ele voltou! E viveram felizes para sempre. Até que a Louca soltou os filhotinhos deles... Mas enfim, ele voltou mesmo com todos os empecilhos!

'- E depois eu que devia escrever novelas mexicanas?- ele praticamente pediu para eu debochar.

'- Pontas! A história tem todo um significado!- ele argumentou revoltado.

'- Não quero saber. Uma Operação com esse nome está fadada a fracassar.

'- Invente você um nome melhor, então.

Bem, eu não sou bom com nomes. Qualquer coisa pra mim está bom, desde que não seja algo sobre uma história de amor entre corujas.

'- Operação X. Quanto menos revelar sobre os objetivos, melhor pra gente.

'- Você é uma pessoa de criatividade inexpressiva.- ele disse como se eu estivesse falando mal da Monalisa.

'- Obrigado.

'- Enfim, sabe aquela boate no Centro, a Fiammiferi?

'- Sei.

'- Hoje a noite, todo mundo vai estar lá, eu vou deixar a informação pairando no ar na frente das amigas da Lily. E depois é só esperar. Como era mesmo o nome delas?

'- Catharina e Clarissa.

'- Certo. Agora... vai tomar um banho ou fazer alguma coisa que eu vou ligar pra Quel, quer dizer, pra Raquel.

Expulso da própria sala pelo agregado.

Preciso de um banho.


A NOITE ia chegando e junto com ela a hora de executar o plano. Almofadinhas não me disse exatamente o que ia falar para as amigas da Lily, mas eu confio no meu amigo, ele não ia pôr tudo a perder.

'- Pontas, eu vou buscar a Quel, quer dizer, a Raquel na casa dela, depois vou lá pra boate. O Aluado vem pra cá mais tarde pra vocês irem juntos. Tchau!- falou tudo muito rápido e bateu a porta.

Pra falar a verdade, achei a noite bem chata. Não dancei com garota nenhuma. Fiquei só andando um pouco, olhando o movimento e conversando com alguns. Estavam todos lá. Marotos, umas pessoas que eu não via desde a escola, alguns amigos do Ministério, Clarissa, Catharina Lily. Del Rio.

Estavam dançando os dois, ela com uma cara de irritada. Ai ele falou alguma coisa no ouvido dela, fazendo-a abrir um sorriso.

Pra mim a noite acabou ali. Saí sem me despedir de ninguém. Perto da saída, esbarrei em alguém.

'- Desculpe.- não vi quem era, só falei.

'- Pontas!

'- Almofadinhas?- ele estava segurando a mão de uma garota.- E você deve ser a Raquel.- apertamos as mãos. Ela era um pouco mais baixa do que ele. Formavam um bonito casal. Pareciam felizes, pelo menos.

'- E você é o Tiago, certo?- ela perguntou.

'- Sou eu.

'- Pontas, posso saber porquê você está indo embora?- ele perguntou quando a garota foi ao banheiro.

'- Não to me sentindo muito bem aqui, Almofadinhas.

Ele me lançou um olhar cético.

'- Tá, não precisa inventar coisas, vai pra casa, amanhã vai tá tudo resolvido.

'- Certo. Obrigado.

'- Ah, pra que servem os amigos. Ei, aquelas não são as amigas da Lily?- indicou duas garotas que dançavam.

'- São sim.

'- Okay, eu vou lá. Até amanhã. Vai ter Picadinho de Galinha, Pontas, feito especialmente por uma certa ruivinha.- rimos.

Saiu em direção a elas e eu saí em direção à rua.


DORMINDO agitado, pulei da cama quando ouvi batidas na janela. Distingui uma cabeleira laranja em meio à noite. Levantei e andei apressado até lá. Uma rápida olhada no relógio. Ainda era madrugada, duas e vinte e oito. Ela ainda devia estar na boate. Isso não estava nos planos. Pensei que as amigas dela esperariam até chegarem em casa para contar as coisas. Ou talvez ele tenha feito alguma coisa lá, dado em cima de alguém, ou algo assim. Mas dane-se, o que quer que tenha acontecido, deve ter tido um escândalo daqueles protagonizado pelo casal. Ou deva dizer: ex-casal.

Abri a janela e passei para fora, ficando em pé na plataforma da escada de incêndio.

Mas ela não estava com uma cara furiosa de quem acaba de ter uma briga.

Chorava.

Quando cheguei perto o bastante, me abraçou como se eu fosse me desfazer no ar a qualquer momento.

Ela com certeza já sabia. Mas será que ao invés de acabar o namoro, cheia de raiva daquele infeliz, ela ficou com coração partido por causa das traições?

'- Li, vem aqui, senta.- a conduzi até os degraus mais próximos e me sentei junto com ela, que continuava a soluçar. A abracei para não ter que vê-la derramar lágrimas.- Me fala, o que fizeram com você?

Ela chorou mais forte e balançou a cabeça negativamente.

Eu queria dizer pra ela não ficar daquele jeito por alguém como o Del Rio. Queria poder dizer que eu sim me importo com ela.

Ela parou um pouco de mexer. Imaginei que tivesse parado de chorar. Levantei seu rosto na mesma altura do meu. As lágrimas ainda corriam.

'- Está melhor agora?- perguntei com mais carinho do que gostaria de deixar transparecer.

Ela não respondeu. Reprimiu um soluço e levantou-se, para descer correndo as escadas até a calçada. Fui atrás.

'- Li, me fala o que tá acontecendo, não gosto de te ver assim!

Ela chorou ainda mais, andando rápido na minha frente. Seria cômico pra quem visse. Uma mulher linda e arrumada correndo de um cara de pijamas.

Ela deu a volta no quarteirão e entrou em seu prédio. Se tivesse tido que atravessar a rua, teria sido atropelada, tal era seu desmantelo. Entrou na portaria, no elevador, e em casa, tudo isso comigo em seu encalço.

Entrou num quarto e bateu a porta antes que eu pudesse entrar.

'- Li, sai daí, você precisa conversar com alguém.

Se fechar num lugar escuro, sentar de costas pra porta e começar a chorar. Era a terapia dela.

'- Vai, abre a porta, não quero ter que arrombar!

'- Ele não presta, Tiago, ele não presta...- sua voz veio abafada desde o outro lado em meio a soluços.

Aparatei para dentro do quarto, sem me agüentar mais.

A conduzi até a cama. Ela deitou, se acalmando um pouco.

Sentei ao seu lado e fiquei até que adormecesse.

'- Tudo vai ficar bem, Li, prometo.

Por algumas horas ela ficou mais feliz, dormindo.

Não sei o que estava acontecendo, mas tudo tem seu motivo. Espero.

"Duas e meia da madrugada.Uma voz doce e delicada pela janela me pedindo pra descer. Será que ele arrumou uma briga? Ou então cantou a sua amiga e você já não sabe o que fazer?Sentada na escada você só consegue chorar, e eu te consolo ou falo logo o que eu tenho pra dizer: O que fazer se o que eu quero é você!

Você se tranca num quarto escuro, depois sou eu que sou inseguro, e você vive me pedindo pra parar. Será que isso já virou um vicio? Ele quebrou o compromisso e você tem vergonha de falar. Morrendo por dentro você só consegue dizer que ele não presta. E o que nos resta? Não sei o que dizer, o que fazer se o que eu quero é você?

Pra que chorar? Não vai ter fim. Foi o destino que quis assim. Pra que tentar se é tão ruim e acaba sempre igual pra mim?"

(Duas e Meia - Darvin)


Ooooooi! Demorou mas chegou! E BEM maior do que eu imaginava.

Bem, essa música tem tudo a ver com esse capítulo, mas eu não gosto muito de fazer song fics, então eu coloquei toda ela no final.

Espero que tenham gostado! Eu amei escrever esse capitulo!

Caso alguém queira saber, Fiammiferi é Fósforos em italiano. Como podem ver, eu não sou muito boa com nomes, portanto não estranhem, foi a primeira palavra que me veio na cabeça.

Caso ninguém queira saber, respostas das reviews:

.Miss.H.Granger.: Eu também não suporto ver ela sofrendo, mas tudo tem sua razão, e cá entre nós: ela está pagando por todos os foras que ela deu no Tiago que fizeram ele sofrer. Ma s vai ter final feliz, eu prometo! Beijos!

Flavinha Greeneye: hahahaha é uma ótima idéia! Acho que já vi esse filme, isso de amarrar ele na cama não acontece depois de uma formatura? Enfim, esta ai o começo do plano, que mesmo sendo tão simples os garotos não imaginavam que terminaria em lagrimas por parte da Lily. Mas capitulo que vem tem mais plano. Beijos!

Larii: obrigada pelo elogio! Espero que continue lendo e gostando! Beijos!

Paty Evans: Jura que você acha que eu escrevo bem? Aah! Brigada mesmo! E quanto ao final do último capítulo, desculpe pelo suspense hahaha. Tinha que ser dauqele jeitinho mesmo, mas não se preocupe, eu não costumo fazer isso sempre! Beijos!

JhU Radcliffe: hahahaha aí está o motivo do corte brusco no último capitulo. Como a fic é do ponto de vista do Tiago, não dava pra continuar narrando os acontecimentos com ele desmaiado. Espero que goste desse capitulo! Beijos!

Mah Clarinha: Ele joga muito sujo! E ainda vai aparecer mais, porque você sabe, ele e o casal de encontram três vezes. Mas dessa eles se safaram, yes! Espero que tenha gostado da continuação! Beijos!

Washed Soul: Acho que ele deve te lembrar aquele filho doente mental do Bartô Crouch. Ele me dá medo. Mas não é a mesma pessoa, até porque o Léo nem é tão horroroso, essa é só a opinião do Tiago. Espero que goste desse cap. Beijos!

Beijos!