5º Capítulo – Reflexo
- E a roda PAROU!
- E agora vamos saber quais as equipas que se vão enfrentar já amanhã!
- E é incrível! Os Bladebreakers vão enfrentar os Californianos! Os Voltaire vão combater os Koga! Os Seth lutarão com os All Starzs…
- E agora um fenómeno inédito até hoje no mundo do Beyblade! A Europa está numa grande situação de desvantagem!
- Os Death Boys enfrentarão os Majestic Boys!
- Ambas as equipas europeias se defrontarão…
……….
- Temos de ter cuidado na mesma! Não conhecemos a nossa equipa adversária. – dizia Kenny.
- Vai ser canja chefe! – insistia o Tyson enquanto caminhavam pelos corredores do estádio russo. Já era hora de jantar e estavam esfomeados.
- Mas não os devemos subestimar… – Ray não acabou a frase pois estancou a olhar para Kai que vinha na direcção contrária, sozinho.
Olharam-se mutuamente e depois sem ninguém esperar, Tyson avançou e estendeu a mão ao seu ex-companheiro. Kai correspondeu-lhe ao gesto, apertando-lhe a mão.
- Desculpa lá Kai! Fiquei um pouco nervoso quando soube que estavas na equipa do… Voltaire. Mas alguém tinha de o fazer… Mas continua tudo na mesma, não é?
- É claro! – sorriu o Kai.
- Óptimo! Então vamos comer! – os restantes colegas caíram com o choque.
Estavam a sair do estádio quando viram a Maylene. Ela caminhou na direcção deles com uma expressão bastante amuada. Dirigiu-se exactamente até o Kai e parou. Ignorou os outros rapazes, para ela eles nem existiam. Olhou dogmaticamente para Kai, pedindo-lhe satisfações mentalmente e ao que pareceu, Kai leu-lhe os pensamentos.
- Não voltarei a ser usado! – e dito isto continuou o seu caminho. Os seus companheiros detiveram-se durante momentos a olhar para a rapariga. Era realmente muito bonita mas estava ao serviço de alguém tão pérfido. Se ao menos eles pudessem fazer algo para a chamar à razão.
- Olha Maylene… – começou Ray a dizer mas ela ordenou-lhe para se calar com um gesto brusco.
- Metam-se na vossa vida e não atrapalhem o caminho do senhor Voltaire.
Percebendo que ela queria ficar sozinha, eles seguiram o Kai, deixando-a para trás.
Maylene fechou os olhos com força. Sentia que estava a falhar. Se o Kai estava com a sua antiga equipa significava que não queria ter nada haver com ela. Fora estúpida quando o evitara e agora seria tarde demais?
……….
- Adoro realmente esta especialidade russa! O melhor que alguma vez provei!
- É normal Tyson! É uma especialidade da Rússia. – respondeu o Kenny enquanto comia e teclava na sua Dizzi.
- Seus egoístas! Nem um pouco dão aqui ao bit-icho que vos faz o trabalho todo!
- Eu até te dava Dizzi… Mas depois entravas em curto-circuito. – respondeu a Hillary.
- Então deixa p'ra lá. Ao menos que o Kenny não se esqueça de me carregar a bateria assim que chegarmos ao hotel.
- Não te preocupes Dizzi.
- E tu Kai? Silencioso como sempre… – comentou o Max, enquanto se servia pela segunda vez.
- Aposto que o Kai está a pensar nela. – referiu o Tyson, provocando-o, ao que Kai não reagiu. – Vá lá Kai… admite que só foste para aquela equipa para estares com ela… Já viram malta? O nosso Kaizinho lindinho, de coração mais duro que uma pedra afinal tem o coração a derreter-se (Kai estava prestes a explodir com a raiva que Tyson estava-lhe a causar) … Ele está apaixonado!
Kai abriu os olhos drasticamente o que levou o Tyson a encolher-se. Ele não queria experimentar a fúria do seu amigo. Mas Kai não olhou para ele. O seu olhar estava virado para a porta do restaurante, pela qual Maylene e Voltaire acabavam de entrar. A rapariga trazia vestido um bonito vestido creme sem alças, com uma fita rosa a envolver-lhe delicadamente a cintura e caindo sobre os folhos do vestido que arrastavam no chão. Tinha o cabelo entrelaçado numa comprida trança, presa na extremidade por um gancho em forma de borboleta.
- Ei pessoal! Vejam só quem acaba de chegar! – avisou a Hillary que seguira o olhar de Kai até à entrada.
- Ó não! Eles não… – desesperou o Ray, mas Tyson, Max e Kenny já estavam com os olhos arregalados a olhar para a rapariga.
Kai voltou a fechar os olhos. Cada segundo a olhar para ela mais sentia-se prestes a detonar. Se era sentimento ou impulso, não o sabia dizer.
……….
- Ali estão eles. Começam a irritar-me!
- Tem calma minha querida. Ignora-os… – disse o senhor Voltaire enquanto seu copo era servido pelo garçôn.
- Mas o senhor não está preocupado? Peço desculpa! Sei que falhei… Não consegui prender o Kai à equipa e agora ele está com os seus antigos companheiros.
- Antes pelo contrário, estás a ir muito bem! Está tudo a correr muito melhor do que eu pensava.
Maylene olhou admirada para o homem. Como poderia estar tudo bem se Kai estava exactamente na equipa a que não pertencia agora.
- Não percebes! O facto do Kai estar com eles é um ponto a nosso favor. Somos nós os únicos que podemos dar o poder que o meu neto tanto anseia mas aquele bando de maltrapilhos completa o Kai sentimentalmente. Desta forma sempre que o Kai quiser poder, virá ter connosco e assim podemos ter a certeza que ele nunca nos deixará. Quando precisar deles, irá ter com eles e quando precisar de nós virá ter connosco. O Kai está numa espada com dois gumes e daqui a pouco não será capaz de se libertar dos dois.
Maylene fitou o homem. Como podia aquilo contribuir para garantir a presença de Kai na equipa? Mas limitou-se a servir-se e a comer.
……….
Se era coincidência ou não, ninguém sabia mas os Bladebreakers ficaram alojados no mesmo hotel que os Voltaire. A única explicação que encontravam foi que ambas as equipas representariam a Ásia. Isto constituía uma grande vantagem para um dos rapazes.
- Porque não ficas connosco Kai? – perguntou o Sr. Dickson olhando para o rapaz na sala da suite do hotel reservada à equipa patrocinada pela BBA. A suite era espaçosa. Uma grande sala tinha três saídas, uma que levava a um quarto médio, onde ficaria a Hillary, outra que conduzia até ao quarto bastante amplo, motivo pelo qual os rapazes tinham decidido ficar juntos, pois havia espaço para todos e havia ainda outra saída, uma grande porta de vidro que dava passagem a uma varanda em forma de meio circulo, ladeada por um corrimão de pilares trabalhados.
Kai assentiu com a cabeça concordando. Decidira ficar ali com a sua antiga equipa. Preferia isto a estar bastante próximo do seu avô.
- Óptimo! – espreguiçou-se o Tyson enquanto o Kenny estava a afinar os peões com auxilio do Max e claro… da Dizzi.
- Dá-me o teu pião Kai, para eu o afinar também. Amanhã vocês terão de combater todos.
- Como serão os combates chefe? – perguntou o Ray.
- Será à melhor de três, afinal cada equipa só tem três elementos. O único problema é que cada um só terá um combate.
- Então isso significa que cada um terá de vencer logo à primeira? – questionou a Hillary tentando perceber a regra.
- Sim. – respondeu o Kenny olhando para o Kai, tentando avaliar o efeito que esta informação poderia ter sobre ele. Mas nem uma emoção mostrou. Aproximou-se do pequeno rapaz e estendeu-lhe o seu Beyblade e depois afastou-se, dirigindo-se para a varanda.
Estava numa equipa nova que não conhecia. Podia vencer no dia seguinte mas de que lhe serviria essa vitória se os seus companheiros perdessem?
O ar frio da atmosfera pareceu cortar-lhe a face. Estava frio, muito frio. Era sempre assim naquele país. Mas Kai já não o sentia. Estava a arder por dentro… na varanda da suite do lado estava Maylene.
A rapariga olhava distraidamente para o céu, observando as estrelas. Vestia uma camisa de noite branca que resplandecia na escuridão da noite. Sobre os ombros trazia uma manta negra que se misturava com o negro dos seus cabelos soltos. Era simplesmente perfeita!
Não havia explicações para o que o Kai sentia. Pelo menos, ele não encontrava explicação. Mas também nem pensara nisso… só queria olhar para ela… só queria que a sua imagem nunca desaparece-se. Aqueles cabelos… aquela pele… aquele aroma… aquele corpo perfeito… estava tão embrenhado no seu transe que nem se apercebeu que ela lhe retribuíra o olhar.
Maylene também o olhava, não com ódio mas com um desejo bem patente nos olhos… um desejo carnal. Sentia a necessidade de o tocar, só assim é que se sentiria completa tanto por dentro como por fora.
Ambos se inflamavam por dentro, uma ânsia que os envolvia. Não sabiam dizer como mas aquilo que um sentia, o outro também experimentava. Sentiam-se mutuamente e o mais estranho é que cada um deles sabia que o outro também estava a viver o mesmo.
Caminharam ao encontro um do outro. Havia um local onde ambas as varandas se reuniam. Avançaram para esse ponto. As suas mãos tocaram-se. De novo tiveram aquela sensação do toque.
Kai ardia de desejo. Estava carente e já não conseguia resistir ao impulso que o tornava dependente dela, do seu toque. As suas mãos tocaram na cara dela e os seus olhos fixaram-se nos lábios vermelhos carnudos. Lentamente inclinaram-se as suas cabeças, aproximando-as cada vez mais. Já sentiam a respiração um do outro. As bocas começavam a encontrar-se. Era agora! Kai ia tê-la totalmente para si. A impulsão aumentava e agora era uma fome, uma fome que tinha que saciar… Um reflexo!
- Kai!
A voz de Tyson ouviu-se e trouxe Kai à realidade. Controlando a sua força interior, o rapaz afastou-se da rapariga e largou-a mesma a tempo de ver o seu amigo a entrar na varanda. Tyson ficou bastante admirado ao ver ali a Maylene.
- Maylene! Não sabia que vocês estavam alojados na suite do lado…
- Esta é a minha suite. Estou aqui sozinha e espero não ouvir nenhum barulho durante a noite. – respondeu com uma voz fria e insolente. Virou as costas aos dois e entrou dentro do seu quarto. Tinha sido interrompida no seu trabalho. Bastava-lhe apenas um toque para prender o Kai a si… Mais uma vez havia falhado na sua missão!
Kai estava irritado, mas sabia que aquilo tinha sido o mais acertado. Fora óptimo Tyson aparecer, pois estava descontrolado, prestes a fazer uma loucura… mas seria uma loucura alguém apaixonar-se? Ele não podia estar apaixonado… Ia contra a sua natureza… Kai era um insensível! Não tinha sentimentos… Logo não podia amar.
Fim do 5º Capítulo
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E aqui têm outro capítulo! Aos poucos o Kai começa a aproximar-se da Maylene, mas ainda não foi desta vez…
Ketz Malfoy Hiwatari – É verdade! Os dois rapazes juntaram-se ao Tala… hihi! Parece que desta vez o Kai teve sorte na roleta!
littledark – E as distracções continuam! Qual será o resultado delas? Daqui a pouco nem o Kai conseguirá estar um centímetro afastado da Maylene. Hihi
Dead Lady – Sweet! Apenas li a tua fic, gostei e comentei! Nada mais que isso. Até é uma maneira para te incentivar a escrever mais, porque agora descobri que realmente são as reviews que nos dão força para escrevermos, mesmo quando não estamos com paciência para o fazer.
xia-thebladergirl – Achas que o suspense foi o suficiente? Hihi (Maylene é afogada por vários leitores com pedras na mão - "Ó postas mais capítulos logo de uma vez ou acabamos contigo!"). Parece que o Kai recuperou rapidamente. Ele sempre foi tão forte!
Agora a todos os outros! Espero que também gostem deste capítulo e que comecem a prepararem-se porque vai aquecer ainda mais! E please… Vão deixando reviews, nem que sejam só a dizer "Li e não gostei!" ou "Li e pareceu gira!"! Criticas positivas e criticas negativas são aceites! Pois quantas mais reviews vocês deixarem, mais depressa postarei os restantes capítulos para vos satisfazer! E obrigado a todos os que leram e vão lendo!
