9º Capítulo – Sacrilégio
Pum!
A porta do quarto da suite do hotel bateu com um tremendo estrondo.
- Tem calma Tyson! Não podias fazer nada!
- Como te atreves a dizer isso Max! – Tyson aproximou-se do amigo e deu-lhe um murro bem no centro da bochecha do rapaz. Max caiu no chão desamparado enquanto Tyson precipitava-se de novo sobre ele. Ray deteve-o, segurando-lhe no braço.
- Acalma-te aí pá! Que merda é esta? Agora nós não pagamos!
Tyson ergueu a sua mão livre e dirigiu-a para o seu companheiro mas falhou o golpe.
- Tyson! Pára com isso! Ninguém teve culpa! Eles eram fortes demais! – gritou o Kenny já aflito com a reacção do amigo e bastante receoso. Tyson dirigiu-lhe um olhar cheio de raiva e Kenny recuou, mas Tyson limitou-se a cair de joelhos no chão a chorar.
Lágrimas rolaram pelo seu rosto e molharam-lhe a face das mãos. Vagarosamente escorreram pelos dedos, alcançando finalmente o grande tapete que se estendia por todo o pavimento.
- A culpa foi minha! Eu era o campeão! Eu devia ter ganho… mas falhei… perdi tudo… O Boris venceu! Como pude ser tão estúpido!
Kenny comoveu-se… Hillary aproximou-se dele e envolveu-o num abraço. Ray ajudou Max a levantar-se e depois fitaram o Tyson bastante horrorizados com a atitude dele. Até Kai e Maylene sentiam pena do rapaz.
- Ó Tyson… – suspirou a Hillary. – Ainda não tudo está perdido… Falta o Kai…
Tyson levantou-se num impulso, atirando a Hillary para o chão e dirigiu-se até ao Kai. Agarrou-o pela gola da camisola e puxou-o para si, com um ar ameaçador e disse entre dentes:
- Vais ganhar Kai! Vais vingar-nos e acabar com o cabrão do Boris… Só restas tu! Não te atrevas a perder…
Maylene era capaz de jurar que sentia a força com que o rapaz agarrava o outro. Levantou-se do sofá e caminhou em direcção a eles mas nesse mesmo instante a porta abriu-se e entrou o Sr. Dickson.
- Basta Tyson! Já não há nada a fazer! Já saíram as regras da final.
Tyson largou o Kai e fitou o velho homem ainda com os seus olhos inchados. Todos aguardavam pacientemente o comunicado.
- A final vai ser à melhor de três. Vai-se realizar um combate por dia e ganhará a equipa que vencer dois dos três combates. Agora preciso de saber por que ordem vocês irão participar? – esta pergunta foi dirigida à Maylene por ser a capitã da equipa. – É necessário estabelecer já os combates.
A rapariga olhou para o Kai e depois para Josh, analisando a situação e depois de pensar durante uns momentos declarou:
- O Josh irá em primeiro lugar e eu em segundo… – olhou para o Kai. – O Kai será o último!
Todos olharam para ela espantados com a escolha e até iam a abrir a boca mas o velho homem adiantou-se.
- Não é válida a distribuição. Segundo as regras, ambos os capitães das equipas terão de se defrontar e o capitão da equipa adversária já está inscrito no último round. Logo serás tu que vais em último…
- Então altera-se a equipa! – declarou firmemente. – O Kai passa a ser o capitão, afinal… ele é que é o neto do senhor Voltaire! – os seus olhos pareciam ao mesmo tempo revoltados e determinados. Era isto que ela queria e ia fazê-lo, passar o título de capitão para o Kai.
- Muito bem! Isso já é possível. Assim o farei.
Kai olhou-a curioso. Porquê aquela decisão tão precipitada? Porquê aquela mudança? Mas ela limitou-se a dirigir-se até à porta da suite e abri-la.
- Josh! Kai! Quero-vos no meu quarto! – e saiu. Josh seguiu-a imediatamente enquanto Kai se voltou para Tyson. O amigo estava num péssimo estado. Tinham acabado as esperanças! Aquele combate tão esperado já não seria possível de se realizar. Kai estava na final e Tyson não. Como era isto possível? Kai virou-se para a porta e começou a caminhar mas o seu pulso foi agarrado pelo companheiro, obrigando-o a voltar-se para trás e a olhar para os olhos do rapaz que estavam mesmo em frente dele.
- Vais ganhar, não vais Kai? Não nos deixarás ficar mal! Vais derrotar o Boris!
- Sim! – foi a resposta rouca do rapaz que libertando-se, saiu da suite.
……….
Após falarem de possíveis estratégias para o combate do dia seguinte, Josh retirou-se do quarto de Maylene. A porta fechou-se mas Kai continuou imóvel e em pé, junto ao sofá onde a rapariga estava sentada.
- Tenho a certeza que vamos ganhar! – sorriu ela levantando-se e aproximando-se do rapaz. Agora que estavam sós, voltavam a sentir aquela atracção um pelo outro. Maylene tocou na camisola de Kai escondida atrás do casaco enquanto este tocou-lhe na face.
- Tenho um mau pressentimento sobre isto Kai! – mas o rapaz já aproximava a sua boca da dela. – Acho que não devíamos… – os seus lábios estavam quase a tocarem-se quando surpreendentemente Kai recuou, deixando-a admiradíssima.
- Tens razão. Nunca devia ter acontecido nada entre nós! – ele também tivera essa sensação. Controlando o seu desejo afastou-se dela e saiu do quarto.
……….
- E AGORA VAI COMEÇAR A FINAL! OS VOLTAIRE CONTRA OS DEATH BOYS! E O PRIMEIRO COMBATE DE HOJE É ENTRE O JOSH E O CHESTER!
Ambos os combatentes subiram ao BeyStadium. Prepararam os seus lançadores e…
- LET IT RIP!
O combate durou menos de dois minutos, ao final deste tempo o Beyblade de Josh estava estilhaçado no meio do chão.
- E OS DEATH BOYS VENCEM O PRIMEIRO ROUND!
- O que lhes dá uma vantagem!
Uma figura ergueu-se da bancada. Tirou o capuz que a ocultava e sorriu maliciosamente. Boris estava radiante com a sua primeira vitória mas sabia que seria mais difícil vencer a Maylene e o Kai, mas nem isso o incomodava. Tinha um plano… mais concretamente, ele detinha a chave da vitória. Sabia o que iria fazer e que por sinal não ia ser nada bom, pois sorriu com uma tal emoção que a sua cara encheu-se toda de rugas.
……….
- A energia deles é incrível! Não sei como conseguiremos vencer tanto poder…
- Mas podes fazer algo chefe? – perguntou o Max espreitando para a Dizzi. Estavam de novo na suite do hotel e o Kai e a Maylene encontravam-se lá também. Josh não estava presente. Após o combate, tivera de ficar internado no hospital devido à gravidade dos ferimentos que recebera.
- Com o gráfico que obtive no último combate, posso adaptar os Beyblades mas não sei se será suficiente! Se o Kai e a Maylene combatessem juntos como no último combate talvez tivéssemos hipóteses. Eles os dois superaram qualquer escala estabelecida.
- Até me senti tonta com tanto poder. – anunciou a Dizzi. – Ai! Ninguém me liga…
- Eles terão de usar todas as suas forças… – ao dizer isto Kenny olhou directamente para o Kai, que retirou o Beyblade do bolso e aproximando-se dele estendeu-lho. – Vou reconfigurar os anéis de defesa e de ataque e ver o que posso fazer com o resto. Também podias deixar-me o teu Beyblade Maylene? – perguntou corando ao mesmo tempo que olhava para a rapariga.
Maylene fitou o Kai. Era do Beyblade dela que falavam! Mas se Kai confiava naqueles rapazes, talvez ela também pudesse confiar. E além disso tinham de vencer o Boris… Ela levantou-se e colocou o seu pião em cima da mesa, mesmo ao lado da Dizzi, mas tendo o cuidado de retirar a pequena peça que alojava o seu bit-bicho.
- Vou confiar em ti! Aquele homem tinha mesmo mau aspecto. Não gostei nada dele! Vamos vencê-lo… – e dizendo isto dirigiu-se para a porta, abriu-a e saiu.
Kai olhou a porta, pensando ardentemente em segui-la. Era isso que lhe mandava o seu coração! Virou-se para os amigos que estavam espantados com as semelhanças entre ambos os piões e já nem notavam a sua presença.
- Não posso acreditar! São iguais… A única coisa que muda é o anel de ataque e de defesa… – exclamava o Max.
- E as cores também estão invertidas! – acrescentava o Ray perplexo.
Mas Kai não os ouvia, dirigiu-se para a porta e abriu-a.
- Onde vais Kai? – perguntou o Tyson encarando-o. – Devias descansar um pouco!
- Vou apanhar um pouco de ar! – respondeu sem hesitar e saiu da suite.
Os passos dele não o conduziram à rua nem coisa parecida. Levaram-no até à porta da suite da Maylene. Parou diante dela, com o seu sangue a fervilhar novamente. O impulso voltara a despertar de novo. Abriu a porta sem se incomodar em bater e entrou, fechando-a atrás de si. Avistou a rapariga junto do sofá a começar a despir-se. Estava a tentar tirar o seu top quando ouviu a porta a bater e virou-se.
- Kai! Que fazes aqui?
Sem dar qualquer resposta, o rapaz trancou a porta e retirou a chave que a colocou em cima da mesa mais próxima, avançou na direcção dela e apertando-lhe a sua face entre as suas mãos, beijou-a freneticamente. Surpresa com tanta rapidez, não pode fazer nada sem ser deixar os seus lábios tocarem-se. De seguida, as mãos de Kai desceram-lhe até ao pescoço, virando pelas suas costas e começando a desapertar-lhe o top. Rapidamente tirou-lhe a peça de roupa, deixando-a com o soutien. Maylene afastou a sua boca da dele e olhou-o tristemente.
- Não o devíamos fazer Kai! Sinto que vai correr tudo mal! Que algo nos vai separar…
- O que poderá acontecer? – perguntou-lhe ele mas não a deixou responder porque de novo a beijou exaltadamente. Ele também tivera essa sensação mas o seu desejo era muito maior.
Maylene deixou-se levar também pela mesma paixão e lentamente retirou o lenço do pescoço de Kai, o qual caiu no chão aos seus pés. Seguidamente despiu-lhe o casaco e tirou-lhe a camisola, ficando a olhar para os músculos daquele que mais amava na face da terra.
Kai fitou-a durante mais um momento, antes de lhe despir o soutien e começar a escorregar com as suas mãos até à sai dela. O sangue escaldava e eles já não conseguiam parar com aquela excitação. Ele arrastou-a até ao quarto e deitou-a na cama. Tirou-lhe a saia, despiu as suas calças e de novo voltou a beijá-la. Nada o podia deter… nem Voltaire… nem Boris…
……….
Quando Maylene acordou, sentiu-se quente, estava com a sua cabeça em cima do peito de Kai e conseguia ouvir o seu coração a bater. Moveu a sua cabeça para tentar vê-lo e notou que ele olhava distraidamente para o tecto enquanto a sua mão ainda envolvia os seus ombros despidos.
Uma claridade entrava pela janela e iluminava todo o quarto. As sombras davam lugar à luz, parecia ser um óptimo dia para um excelente combate.
- Não o devíamos ter voltado a fazer! Tenho um mau pressentimento para hoje!
Kai sabia-o… ele também o sentia…
Levantou-se da cama, vestiu-se, enquanto ela ainda ficou mais um pouco tapada pelos cobertores. Mas enquanto o rapaz foi buscar o seu lenço, também se levantou e vestiu-se. Quando terminaram de se vestir entreolharam-se. Tinha sido mais uma noite maravilhosa, mas nada podia fazer desaparecer a sensação que aquele dia seria trágico.
……….
Caminharam pelo corredor do estádio, onde tudo seria decidido neste combate. Ou podiam ter uma oportunidade para ganhar ou simplesmente poderiam perder tudo. Seguravam os seus Beyblades que Kenny reformulara. Eram a última esperança. Ouviram passos caminharem em sentido contrário e depararam-se mais uma vez com Boris…
O homem sorriu-lhes sarcasticamente, o brilho dos seus olhos mostrava que procurara por eles. Chegara o momento de pôr o seu plano em acção. Tinha de garantir a vitória da sua equipa e nunca algum deles poderia vencer. Mas se aquilo que ele queria era encontra-se com eles, disfarçou muito bem:
- Olha quem são eles! O Kai e a sua namorada… – Kai reagiu nervosamente, mostrando-se desconfortável mas que Boris ignorou. - … a Maylene! Ela é muito bonita não é Kai? Uma rapariga perfeita… Maylene! Quem te deu esse nome?
A rapariga fitou-o impaciente. Aquele homem deixava-a esquisita, nem sabia definir.
- Não sei!
- Não? – os olhos de Boris brilharam ainda mais. – Então deixa-me avivar-te a memória. Não terá sido o homem que te levou para o orfanato?
Maylene arregalou os olhos e fechou a sua mão envolta ao Beyblade com força.
- Como é que sabe isso?
- Nada… Nada… Achei piada ao nome… É tão… tão… inocente! Vá lá rapazes, vamos directos ao assunto! Não me digam que ainda não se aperceberam?
O nervosismo entre ambos aumentou consideravelmente. Kai fitou-o com uma vontade de o estrangular.
- O que quer dizer com isso?
- Vá lá Kai, todas essas vossas semelhanças… o mesmo poder! O mesmo espírito! A mesma personalidade… as mesmas sensações! Não digam que nunca sentiram o coração um do outro a bater mesmo estando a milhas de distância, que nunca sentiram na vossa pele, os ferimentos que o outro sofria, que…
Kai atirou-se a Boris e pregou-lhe um murro mesmo no meio da sua cara partindo-lhe o nariz! Mas o homem, que possuía ainda mais força empurrou-o para trás fazendo-o bater contra a parede com bastante violência.
- Cuidado com o que fazes meu rapaz! Aquilo foi um incidente! Fui eu que te dei a vida quando não a tinhas…
(FLASH BACK)
- AHHHHHHHHHHHH! AIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII!
- Calma! Só mais um pouco… Precisas de fazer mais força!
- NÃOOOO CONSIGOO! AIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII!
- Ó não! Tragam oxigénio! E necessário que ela se aguente mais um pouco! Não pudemos perdê-lo assim!
- AIIIIII!
- Isso mesmo! Aqui está ele…
Uma pequena cabecinha surgiu e assim que ela foi liberta, todo o corpo de um pequeno bebé foi expelido duma só vez! A pobre mulher abafou os seus gritos mas havia algo de errado! O bebé não chorava!
- Ele não respira!
- Tragam o oxigénio! Precisamos de oxigénio para o rapaz!
(FIM DO FLASH BACK)
- Quem diria! Nunca tinha entrado uma mulher na Abadia, mas naquele dia entraram logo duas! Duas raparigas que tive de assistir… Mas consegui livrar-me delas facilmente!
Maylene afastou-se dele, tremendo. Juntou-se a Kai ainda estendido no chão e ajoelhou-se ao seu lado, amparando e ajudando-o a levantar-se. Algo dizia-lhe que não queira saber o que ela fizera às duas raparigas!
- Uma foi um problema fácil de resolver! Uma ficou tão estoirada que faleceu logo de seguida a ter o seu filho. E quanto à outra… – os seus olhos ficam vermelhos. – Bastou metê-la num… orfanato! Já agora, vocês querem saber uma coisa? – não esperou pela resposta, pois eles fitavam-no boquiabertos. – Não gostariam de saber quem é o mais velho? Muito bem! És tu… Maylene! Tu nasceste primeiro!
O sangue gelou, o coração deixou de bater durante segundos. Ambos os rapazes se largaram mutuamente, ao mesmo tempo que entravam em choque! Arregalaram os olhos e não conseguiram ver mais nada à sua frente.
(FLASH BACK)
- AIIIIIIIIIIIII! AHHHHHHHHHHHHH!
- Vá lá! Tu consegues, o bebé já se começa a ver!
Uma cabecita delgada foi puxada pelas mãos de Boris. O seu corpo foi amparado enquanto, um pequeno ser humano cheio de sangue surgia pela primeira vez neste mundo.
- Mas… Não pode ser! Uma rapariga! O senhor Voltaire não vai gostar nada disto!
- Espere senhor Boris! Algo não está bem!
A mulher ainda se contorcia com dores e estava muito agitada. O homem aproximou-se dela e espantou-se ao ver o que se passava.
- Vai nascer outra criança! Preparem-se!
……….
- O senhor Voltaire vai ficar satisfeito! Não consegui salvar a vida da sua filha, mas isto também não importa. Ele nem notará pela sua falta agora que tem o neto que sempre quisera! Mas agora… – olhou para um pequeno bebé em cima da mesa que nascera primeiro. – o que irei fazer contigo?
(FIM DO FLASH BACK)
Eles não podiam acreditar! Agora percebiam o porquê daquelas sensações todas! O porquê de tudo! O pecado que tinham cometido! O sacrilégio…
Amavam-se mais que tudo no mundo e… eram irmãos! Irmãos gémeos!
Boris desapareceu pelo corredor, deixando-os ali ainda sem reacção. Ia sorridente e muito orgulhoso de si! Acabara de ter a certeza que vencera a batalha!
……….
Maylene entrou na arena de combate. Ela e Kai haviam percorrido o resto do caminho, afastados um do outro sem sequer se conseguirem enfrentar. Não se haviam voltado tocar, aliás, o mero pensamento do toque abalava-os ainda mais. Entraram no estádio… pareciam acabados de sair de um funeral. Assim que ficaram à vista de todos, foram aplaudidos, aplausos esses que foram ignorados. Sem trocarem qualquer palavra, nem de boa sorte, Maylene avançou até ao BeyStadium, do outro lado o seu adversário aguardava-a bastante orgulhoso e exibindo um ar de felicidade, parecia que já tinha ganho o combate.
- Bem! Isto vai ser rápido! A Maylene está abalada tão psicologicamente que não irá conseguir concentrar-se, nem o Kai a poderá ajudar com aquele jogo psicológico que só os gémeos o conseguem fazer! Uma vitória fácil! – pensou Boris assistindo ao combate na sua bancada bem lá no alto, em lugar optimamente escolhido para poder avaliar todo o combate. – Nunca pensei que eles pudessem se vir a encontrar, muito menos nestas circunstâncias, mas o que foi feito está feito e agora terão de acartar com o pecado cometido…
Boris conseguia ver perfeitamente que eles se haviam relacionado de mais. Afinal tinha sido Boris a treinar o Kai durante uma boa pare da sua vida, quando ainda era criança e antes de sofrer um acidente que o retiraria da Abadia. Podia ver até mesmo pela reacção deles, que haviam ido longe demais!
Maylene retirou o seu Beyblade e preparou-o. A contagem decrescente ouviu-se e dois piões aterraram a rodar na arena.
- Não pode ser! – a rotação do pião da Maylene é muito inferior ao que tinha previsto! Assim não conseguirá ganhar!
- Mas chefe, com as alterações que fizemos no seu Beyblade, como pode isto ser? – perguntou o Max começando a ficar nervoso.
- Não entend! Era para estar tudo certo… era para girar a uma velocidade dez vezes superior… era para libertar maior poder… o gráfico desceu para os valores mínimos! Ela vai PERDER!
- NÃO! – disseram em coro.
E de facto Maylene sofria golpes atrás de golpes. Era projectada para trás, assim como o seu Beyblade, sofria imensos ferimentos provocados pela rajada de ar libertada pelo pião inimigo. Num dos golpes foi completamente atirada para o chão e o seu braço sofrer um corte bastante profundo. Kai sentado no banco sentiu o seu braço explodir de dor e ficar completamente vermelho. Era impossível ela levantar-se com uma dor assim tão forte e com o seu braço sangrando e fazendo uma grande poça, manchando o chão. Se ele sentia a dor já com uma elevada intensidade, então nem queria pensar como ela a estava a aguentar.
Mas se era impossível levantar-se, então o impossível aconteceu, pois Maylene ergueu-se e prosseguiu o combate.
Irmãos! Tinham cometido a maior loucura de todas, um dos maiores pecados condenado pelo céu, o sacrilégio do amor! Mas que culpa tinham em se amarem? Eles não sabiam a sua verdadeira natureza! Não sabiam de nada! Eram apenas dois humanos que se amavam, um amor carnal! A culpa era toda de Boris! Se ele nunca os tivesse separado…
- Acalma-te! Tu consegues… – a voz de Kai foi a única coisa que ela ouviu no meio da agitação do estádio. – Ele não pode vencer… Tens de derrotá-lo! Não tivemos culpa de nada! A culpa é dele…
- Não tivemos culpa? – repetiu fitando o seu Beyblade quase a parar, mas sabia que Kai responderia, até já conseguia ouvir essa resposta mesmo antes de ser dada.
- Não! Temos de fazê-lo pagar por tudo! Tens de vencer porque… ÉS DO MEU SANGUE! – e gritando estas palavras, as lágrimas escorreram pela face de Kai. A sua vida fora desfeita apenas num segundo, com uma única palavra! Irmãos!
Maylene voltou a si, foi invadida por uma raiva e só se ouviu o Kenny gritar: - O PODER REGRESSOU!
Kai aproximou-se o mais que pôde dela. Não podia entrar no BeyStadium senão ela era desqualificada, mas aproximou-se o suficiente para que a rapariga conseguisse perceber que ele estava com ela.
Chamou a si todas as suas últimas forças e libertou o seu bit-bicho. Uma Fénix prateada ergueu-se no ar majestosa, magnífica e bela. Muito parecida com a do Kai, mas esta era de gelo. Atacou… Boris gritou:
- NÃO PODE SER!
Um pião congelou no ar e caiu fora da arena imobilizado como uma pedra de gelo. O outro pião que ficara na arena, de onde saíra a Fénix prateada abrandou e deixou de girar. Maylene caiu desamparada no chão, sangrando de várias feridas que sofrera. Kai correu até ela e levantou-a.
- Maylene! Maylene!
Ela não respondeu. Estava inconsciente, o seu cabelo estava solto e emaranhado, os elásticos que o prendiam em dois totós tinham-se quebrado. Kai ergueu-a nos seus braços e levou-a até à maca que se aproximava para a socorrer. A última coisa que se apercebeu foi de um forte aplauso do público e de ouvir um dos comentadores gritar:
- OS VOLTAIRE EMPATARAM!
Fim do 9º Capítulo
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E finalmente aqui está o tão esperado capítulo! Aquele que vos disse que iria deixar muitas bocas abertas! Espero que o tenha conseguido! O último capítulo aproxima-se e agora só falta o combate do Kai! Mas ainda resta uma pequena surpresa que vocês não iram querer perder e depois de tudo, são capazes de ter vontade de me atirar com algo, mas paciência! Já sabem que se ferirem a escritora, não poderei escrever mais Fics do género!
Alguns poderão pensar que este capítulo foi um pouco estranho, até porque são só os irmãos gémeos verdadeiros que têm este tipo de sensações, mas mesmo assim eu acredito que existe algo que ligue quaisquer gémeos e tive de salientar isto para que pudesse ter um impulso maior!
Espero que tenham gostado!
E agora os agradecimentos:
littledark – Aqui tens a resposta ao facto de eles sentirem tudo simultaneamente! Não é necessariamente uma espécie de cópia, mas é algo muito pior! Espero que tenhas gostado mais deste capítulo! E obrigado por tudo kida! Pela atenção que me tens dado!
Dead Lady – E o penúltimo capítulo está finalmente aqui! Espero que tenha causado o impacto que queria! Este foi um dos capítulos que me deu mais gozo escrever e ao mesmo tempo foi um dos mais complicados! Será que a curiosidade foi morta ou ainda aumentou?
xia-thebladergirl – Agora descobriste o que ia na cabeça do Boris quando começou a olhar para o Kai e para a Maylene! Tão malvado que ele é! Merece mesmo ir para o Inferno! Mas o perigo dos Death Boys ainda não desapareceu… eu diria mesmo, acabou de aumentar! Agora é que o Boris se irá querer vingar mais do que tudo!
E agora queria deixar um pequeno comunicado!
Onde paras tu Ketz Malfoy Hiwatari? Já estou sentindo a falta das tuas Reviews!
Bem e agora para terminar, digam lá se não tenho cá uma imaginação! XD
Aguardo pelas Reviews! E incentivem-me para postar o mais rapidamente o último capítulo!
