Retratação: como sempre, Saint Seiya e seus personagens não me pertencem. Porém, a idéia original desse fic sim e seus personagens originais. Portanto, se você resolver usar alguma coisa daqui, eu não me importo, contanto que os créditos sejam devidamente feitos.
Créditos: Saint Seiya pertence ao tio Kuramada, só uso os personagens pra me divertir. Em algum ponto do fic, usarei o nome Carlo di Angelis, e esse nome é totalmente creditado à Pipe.
Resumo: depois de sete anos longe do Santuário, Shaka volta à Grécia, onde pretende retomar a vida, mesmo que tudo tenha mudado à sua volta. Yaoi com flashback, lemon, um pouquinho de violência. Casais: Shaka/Mu; Miro/Kamus; Máscara da Morte/Afrodite
Capitulo 2: Quando a verdade vem à tona, nem tudo são flores
Fez-se um silêncio pesado. Aparentemente, os presentes no salão não haviam reparado na incrível semelhança de Shaka e Eric, além de Aioria, que agora ria da cara de todos, disfarçadamente. O virginano sorriu, a surpresa deles era como uma gostosa brincadeira.
-Por favor, cavaleiros, vocês não haviam notado como somos parecidos? –Shaka perguntou, ainda sorrindo, olhando para o filho que estava sentado em uma das poltronas do salão. Imediatamente todas as cabeças se voltaram naquela direção. Era realmente impressionante a semelhança entre os dois.
-Mas, –Saori tentava formular perguntas.
-Onde está a mãe dele? –Máscara da Morte perguntou, antes mesmo que o virginiano pudesse responder a primeira pergunta.
-Por favor, cavaleiros, um minuto. –Shaka disse, levantando uma das mãos. –Athena, gostaria de lhe falar em particular. É possível?
-Claro, Shaka...acompanhe-me. Aproveitem a festa, cavaleiros. –Saori disse, levando Shaka para uma outra sala mais reservada.
Após a saída deles, os cavaleiros dividiram-se em observar Eric ou fazer perguntas ao mesmo. Apenas dois cavaleiros resolveram deixar a recepção e sair do salão do mestre, caminhando até o jardim, cheio de flores cultivadas por Afrodite.
-O que acha disso tudo?
O outro cavaleiro suspirou.
-Problemas. Vamos ter muitos problemas.
-Por que você só pensa nas coisas ruins? Não ficou feliz com a chegada dele? Eu particularmente adorei ter meu amigo de volta.
-Ah, mon ami, você sempre pensando nas coisas boas. Eu, por outro lado, sei que isso vai gerar problemas. Muitos problemas.
-Esquece, Kamus...não vou tentar te convencer que a vida é curta demais para pensarmos em coisas negativas.
-Acho melhor mesmo. –Kamus disse, colocando a taça de vinho que bebia em cima de uma das pilastras e saindo de perto do escorpiano.
Miro suspirou, observando o ex-namorado se afastar, com um já conhecido aperto no coração.
-Ótimo, Miro...genial mesmo. –ele disse em voz alta para si mesmo, ajeitando os cabelos antes de voltar para o salão.
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-Então está querendo me dizer que vai usar a fundação para seu próprio benefício?
-Basicamente sim, senhorita. –Shaka respondeu, receoso.
Saori abriu um largo sorriso.
-Pensei que nunca nenhum cavaleiro iria querer minha ajuda para alguma coisa relacionada à Fundação. Muito bem, Shaka...vamos procurar a mãe do Eric sem nenhum problema. Mas poderia me contar como isso tudo aconteceu?
-Isso tudo o que, senhorita?
-Como você passou de cavaleiro de ouro a pai. Acredito que essa deva ser uma história bem interessante.
-Perdoe-me a rudeza, mas quer saber a história ou apenas a fofoca, senhorita? –Shaka por um momento ficou irritado pelo tom de voz usado pela deusa. Era um misto de curiosidade com aquele típico ar de fofoca que ele conhecia bem.
-Por favor, Shaka...não sabia que esse assunto lhe traria tanta irritação.
-Não me traz, senhorita. Mas minha família é sagrada e eu não gosto quando as pessoas transformam isso em diversão.
-Mas eu...
-Eu sei e mais uma vez peço desculpas. Vou lhe contar uma versão resumida, se assim desejar.
-Gostaria muito.
Shaka sentou-se novamente à frente da deusa e começou a contar o que havia acontecido, rapidamente, naqueles sete anos que havia ficado longe do Santuário. Contou sobre a mãe de Eric e o que ela representava em sua vida. Após alguns bons minutos, ambos saíram da sala e voltaram para o salão, onde a maioria dos cavaleiros se divertia da mesma forma de antigamente. "Algumas coisas nunca mudam...", Shaka pensou, ao avistar o filho conversando com Ikki.
-Olha lá o papai....vou falar com ele. Com licença. –Eric falou, não esperando pela resposta de Ikki, que apenas sorriu, coçando a cabeça.
-Eles são muito parecidos, não é mesmo? –Shun perguntou, sentando-se ao lado do irmão.
-Assustadoramente parecidos. Você nem imagina.
Por um segundo, todos os cavaleiros que estavam prestando a atenção em seus próprios afazeres terminaram por olhar para Eric quando ele caminhava na direção do pai. Shaka, de longe já estava com uma expressão aborrecida.
-O que foi, meu filho? –ele perguntou ao menino quando este se aproximou.
-Queria ir pra casa, estou com sono.
-Claro, nós vamos sim. Só um minuto, preciso apenas cumprimentar alguns cavaleiros.
-Tudo bem... –o menino respondeu, bocejando e voltando para o lugar onde estava.
Shaka por sua vez caminhou até Miro, que conversava animadamente com Aldebaran. Puxou o amigo pelo braço, sem ao menos pedir licença.
-Ei, Shaka!! –Miro disse, surpreso.
-Ei nada. Você tem a obrigação de falar pros outros cavaleiros que eu não quero ninguém aqui olhando pro meu filho como se ele fosse um ET.
-Mas...mas por que eu?
-Porque você é o cavaleiro mais cara de pau que eu conheço.
-Shaka!!
-Tô mentindo? –Shaka perguntou, levantando as sobrancelhas.
-Droga, detesto quando você tem razão. –Miro respondeu, arrancando uma risada do virginiano.
-Faz esse favor pra mim. E amanhã aparece lá no meu templo pra sairmos pra treinar.
-Eu ouvi direito? Você quer treinar? Comigo?
-Você é surdo, Miro? É, treinar com você....algum problema?
-Não, é que...
-Então ótimo. Deixa eu voltar pra minha casa que meu filho está com sono.
E Miro observou o virginano cruzar a sala em seu habitual andar lento, atraindo para si alguns olhares. Estava tão compenetrado que não percebeu a aproximação de Afrodite.
-Ele não muda, sempreautoritário.
-Credo, Afrodite!! Quer me matar do coração? E sim, ele não muda....aliás, ele mudou mas não mudou. Me fiz entender?
-Nem um pouco, mas deixa isso pra lá... –Afrodite respondeu, apressado, percebendo um sinal discreto do outro lado da sala. –Tchau, Miro!!
-Aonde você vai, Dite? –o escorpiano perguntou, mas o amigo já estava longe. –Eu hein, só tem maluco nesse Santuário.
-Falando sozinho, Escorpião? –Saga perguntou, passando o braço pelo pescoço de Miro.
-Desgruda, Saga....e sim, eu sei que depois que você fez o que fez esse Santuário pirou de vez.
Miro falou tudo tão rápido que nem percebeu que o geminiano ficou arrasado com aquela frase. Quando percebeu, já estava com os olhos cheios de lágrimas e saindo de perto dele.
-Peraí, Saga...peraí! –Miro gritou, correndo na direção do amigo, esbarrando em Kamus no caminho. –Desculpa, Kamus...
O francês olhou-o friamente, Miro pôde sentir os pelinhos do pescoço se arrepiarem com aquele olhar.
-À vontade, mon ami. –ele disse e saiu de perto do grego.
-Saco...eu mereço isso! –Miro gritou, continuando a correr atrás de Saga.
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Shaka descia as escadarias acompanhado de Ikki e Eric, indo em direção de seu templo. Lembranças de quando ele era menor e corria por ali, enlouquecendo Shion, vieram à sua cabeça e ele pegou-se rindo daquilo tudo.
-O que é tão engraçado? –Ikki perguntou.
-Nada demais.
-Fala, pai. Ele tem mania de não contar as coisas pra ninguém. –Eric disse, olhando para Ikki, que riu da espontaneidade do menino.
-Eric!! –Shaka falou em tom reprovador, mas ainda rindo. Reparou quando o menino virou os olhos. –De qualquer forma, estava me lembrando de quando eu era mais novo e subia correndo as escadarias, fugindo do Mestre Shion.
-Você? ? Você fugia do Mestre? Não consigo acreditar...o grande Shaka de Virgem era um menino fujão!
-Engraçadinho...mas sim...eu fugia dos treinamentos físicos para....bom, deixa pra lá. –ele também lembrou-se de que seu companheiro de fuga era Mu e aquilo não o agradou muito.
-Vamos pro templo, vamos...você precisa ver a reforma que Saori fez... –Ikki disse, sabendo que provavelmente Shaka havia lembrado de alguma coisa relacionada à Mu.
Vistoriaram o templo por alguns minutos, Eric correndo como um foguete por todos os cômodos e Shaka reparando que haviam pintado as paredes de um tom marfim muito bonito e que havia móveis novos também.
-Fez uma ótima reforma, Ikki....gostei muito.
-Coisas da Saori. Não tenho nada a ver com isso. –Ikki desconversou, caminhando na direção da porta de saída. Shaka segurou o riso, sabendo da preocupação do amigo em manter seu templo sempre arrumado.
-Ainda assim, obrigado. Você é um ótimo amigo. –Shaka disse, abraçando Ikki ternamente, sabendo que ele nunca iria admitir que havia feito algo bom como aquilo.
-Tá, tá...mas vê se descansa, loiro. A viagem deve ter sido cansativa.
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Alheios a todos os movimentos de vai e vem pelas escadarias mais próximas do salão do mestre, dois ocupantes na casa de Peixes, encontravam-se muito mais ocupados, no segundo andar da mesma.
Máscara da Morte e Afrodite estavam aos beijos, o psciano imprensando o canceriano contra uma das pilastras de sua cama branca, tentando abrir os botões da camisa preta que ele usava, enquanto beijava-o fervorosamente.
Livre da camisa, ele ajoelhou-se à frente do canceriano, pronto para desabotoar-lhe as calças, quando foi puxado pelos ombros para cima. No meio do caminho, ainda teve tempo de despejar alguns beijos pelo peito do outro, que respirou profundamente.
-Vamos pra cama, Afrodite. –Máscara da Morte disse, tomando o psciano nos braços, jogando-o suavemente em cima da cama fofa de Afrodite.
Palavras não mais foram trocadas quando Afrodite deixou seus lábios serem tomados com tanta destreza por Máscara da Morte, as mãos pesadas deslizando por seu quadril agora desnudo. Soltou um gemido alto ao ter seu pescoço mordido com mais força, no dia seguinte teria uma enorme marca, ele tinha certeza, mas aquilo não importava, contanto que tivesse o italiano ali ao seu lado por toda a noite.
Todas as vezes que dormiam juntos, tinham o privilégio de desfrutar do mesmo sentimento, paixão e luxúria de sempre. Embora não admitissem em voz alta, se completavam e por mais que prometessem que aquela sempre seria a última vez, voltavam no dia ou na semana seguinte.
-Vai dormir aqui hoje? –Afrodite perguntou, aconchegando-se no peito de Máscara da Morte, depois de quase duas horas de paixão.
-Você sabe que não posso.
-Poderia se quisesse. –ele disse, logo se arrependendo.
-Sabe bem que não é isso.
-É, eu sei. –Afrodite respondeu, contrariado.
-Você ficou irritado.
-Isso não me irrita, você sabe bem.
-Sim, eu sei. Somos iguais, mas mesmo assim isso te irrita. –Máscara da Morte disse, confiante.
Afrodite tentou desvencilhar-se dos braços fortes de Máscara da Morte, mas ele foi infinitamente mais ágil, segurando-o ainda próximo de si.
-Seus olhos escurecem e a veia do seu pescoço fica mais evidente. Acha que não sei que você está irritado? –ele disse, mal-humorado, finalmente soltando Afrodite, deixando-o cair na cama macia novamente.
Levantou-se rapidamente, pegando a calça descartada anteriormente por Afrodite e colocando-a sem jeito. A camisa ia sendo abotoada enquanto ele saía do quarto. Surpreendentemente, o psciano não falara nada, não reclamara por ele estar saindo daquele jeito. "É, a chegada do Shaka realmente mudou todo mundo...", ele pensou, tentado a voltar até o quarto e beijar os lábios convidativos de Afrodite. Apagou aquele súbito desejo da mente e saiu da casa de Peixes, sem ao menos olhar para trás.
No quarto, Afrodite já estava embaixo dos lençóis. Fitava-se no espelho que tinha acima de sua cama. Mais uma vez pensava se era a maneira certa de agir. Deixar que Máscara da Morte o usasse daquela maneira e depois fosse embora.
-Bem ele não está exatamente me usando...eu aproveito tanto quanto ele... –Afrodite disse em voz alta, olhando para o espelho, que misteriosamente parecia responder: "Não se engane, Afrodite...você quer mais do que uma simples transa...".
-É verdade... –ele constatou, triste. –Mas ele nunca aceitaria isso. E eu prefiro estar assim com ele do que estar sem ele.
Mais um capítulo e as reviews ainda me surpreendem. Eu sei que já deveria saber que as minhas lindinhas não me deixariam publicar um fic sem comentar, especialmente a dona Lili, que agora fica noites no AIM me pedindo atualização do fic. Aqui vai, mais um pra sua coleção, miga. Mas sim, também não posso deixar de agradecer à Daphne Pessanha (tudo bem, como babá oficial, eu deixo você apertar as bochechas do mini Shaka), Sinistra Negra, Mikage e Tatix, que deixou uma review linda pra mim. Eu adorei receber o apoio, meninas. É muito importante!
Nos vemos semana que vem, eu acho!
