Retratação: Saint Seiya não me pertence, claro...todo mundo conhece esse bla bla bla.

Créditos e Agradecimentos: primeiramente, um beijo especial à Calíope, que betou esse capítulo, mesmo estando no trabalho, com seus três chefes carrascos; Sukhi é uma personagem original criada pela Dark Faye, portanto, os créditos são todos pra ela.


13. As Rainhas do Santuário

A manhã que sucedeu à partida de Miro para a França havia sido estranha. A notícia correu como rastilho de pólvora, pegando os que não estavam no Santuário na hora de sua partida de surpresa, causando até mesmo revolta em alguns.

Máscara da Morte tomava café da manhã no templo de Peixes. Havia dormido em seu próprio templo, conseguindo fugir das investidas de um sueco impossível durante toda a madrugada. Afrodite o provocara ininterruptamente no bar, tentando-o a ser mais ousado do que já fora naquele dia.

— É por isso que eu detesto a palavra 'R'. — o italiano disse, servindo-se de suco de laranja.

— Roupas? — Afrodite perguntou, sorrindo, voltando da cozinha com uma travessa de pãezinhos.

— Não, Dite. — ele comentou, não conseguindo não sorrir. — Relacionamentos. —completou, não entendendo como o pisciano conseguia ser engraçado em um momento como aquele. Até ele, que não tinha muito interesse nos assuntos de Miro e Kamus havia ficado surpreso com o que acontecera.

Afrodite o olhou por algum tempo, como se o analisasse. Máscara da Morte às vezes conseguia surpreendê-lo. Nunca o entenderia por completo, por mais que se esforçasse. As palavras duras saídas da boca do italiano surgiam como uma espécie de barreira diante da preocupação que ele estava querendo demonstrar.

— Bom, Kamus deveria parar com esses joguinhos ridículos. Todos sabem que ele gosta do Miro. Se ele fosse homem o suficiente, assumiria de vez isso e não sairia por aí fingindo ter uma mera preocupação de amigo, quando na verdade o que mais sente é ciúme.

Máscara da Morte observou aquela declaração de Afrodite. Procurou em seu rosto qualquer coisa que indicasse que aquilo era uma indireta para o que eles tinham, mas não encontrou nenhuma. Teve a pretensão de falar alguma coisa, mas o sueco parecia perdido em pensamentos, e continuou a divagar sobre eles.

— Kamus só vai sentir a verdadeira falta de Miro quando ele o perder, seja para um novo amor ou para algo pior.

— Você me assusta às vezes. Está sabendo se alguma coisa que eu não sei? — Máscara da Morte perguntou, curioso pelo tom misterioso do homem à sua frente.

Afrodite sorriu, focalizando-se nos olhos de Máscara da Morte novamente. Gostava de vê-lo daquela maneira, intencionado em saber algo que somente ele tinha noção do que poderia ser.

— Não, meu querido. Mas não somos imortais, todos teremos um fim, um dia. Uns mais cedo que os outros. Por isso não devemos simplesmente abusar da sorte.

— Mesmo assim, não gosto quando você fala assim. Eu vou treinar. — o italiano comentou, levantando-se da mesa, num impulso. Afrodite apenas observou-o se afastar e balançou a cabeça, negativamente. Aquele homem não tinha jeito mesmo, sempre se esquivando.


— Bom dia, meu querido. — Shaka disse, colocando a bandeja cheia de frutas, sucos e pães em cima da cama.

— Hummm...bom dia. Que horas tem?

— Quase nove. Coma tudo que hoje temos um programa agradável.

— O quê?

— Vamos passear pelas ruínas, depois andar na praia e por fim, um belo jantar. O que acha?

— Acho maravilhoso, papai. Vamos somente nós dois?

Shaka fitou o filho por alguns segundos, tentando descobrir algo encoberto por trás da pergunta que ele lhe fizera. Desde a noite anterior, quando o deixara em seu templo, sob os cuidados de Marin e Aioria, e voltara para a noitada com Mu, Eric o olhava de maneira diferente, como se quisesse lhe perguntar algo, mas tivesse algum tipo de receio.

— Por quê? Gostaria que alguém fosse conosco?

O menino sorriu, graciosamente, pegando um morango no cesto de frutas e mordendo-o. Shaka continuou observando-o, esperando uma resposta. Às vezes ele era tão parecido com Liz que o assustava.

— Não é justo. Eu perguntei primeiro. — Eric finalmente respondeu.

— Bom, vamos apenas nós dois. Mas se você quiser chamar alguém.

— Não, está ótimo só nós dois. Vou adorar.

Diante daquela resposta, Shaka calou-se, apenas observando o filho devorar todo o conteúdo da bandeja. Felizmente as coisas pareciam estar se acertando, pelo menos para os dois. Ele e Mu mantinham um relacionamento, ou o que quer que aquilo que tinham fosse, e pareciam confortáveis. Era bem verdade que em pouquíssimos dias não era possível dizer que não haveria brigas, até porque não haviam conversado sobre eles, mas tudo parecia caminhar para a normalidade. Também não podia negar que Eric havia se adaptado rapidamente à rotina do Santuário e aceitava o ariano, pelo menos como seu amigo, o que lhe facilitava as coisas.

— No que está pensando?

— O quê, filho?

— Você. Está sorridente. Estava pensando em algo bom?

— Não é importante. Vamos, tome seu café, vou resolver um probleminha mas na volta, quero encontrá-lo pronto para sairmos, tudo bem?

Eric assentiu e Shaka sorriu para o menino, levantando-se da cama logo em seguida. Saiu do templo rapidamente, um pensamento insano em sua cabeça. Já estava arrependendo-se antecipadamente, mas mesmo assim, tinha que fazer alguma coisa.

Subiu as escadarias do Santuário, em direção ao templo de Aquário.


Máscara da Morte e Shura treinavam displicentemente na arena. O italiano para fugir de um certo sueco e o espanhol para manter a forma. Algumas amazonas os observavam com discreto interesse, enquanto esperavam por sua vez com dois dos cavaleiros de ouro mais charmosos.

— Então você não falou com ele? Nem ao menos tocaram no assunto?

— O que eu vou falar, Shura? É melhor deixar as coisas como estão.

O espanhol parou um ataque pela metade para fitar o amigo. Não conseguia entender como ele simplesmente não parava com a infantilidade de ainda manter-se como o machão do Santuário e não revelar de uma vez o que sentia pelo pisciano. Pelo que pudera notar na noite anterior, o italiano estava mais do que perdido em relação ao sueco, uma vez que nem hesitara em chamá-lo para dançar, ficara ao lado dele o tempo todo, uma clara vontade de aniquilar toda e qualquer possibilidade de aproximação de outra pessoa para perto de Afrodite.

— Você vai acabar se transformando em outro Kamus, Máscara da Morte. Qualquer dia desses, ele some e eu quero ver como você vai ficar...

Máscara da Morte imitou os gestos do espanhol e ambos fitaram-se por alguns segundos. O que o outro havia dito realmente fazia sentido. Se não se cuidasse, perderia Afrodite. Mas ainda o intrigava, instigava a vontade de manter tudo às escuras, não havia maneira de ele simplesmente cair aos pés do sueco e pedir para ficar ao lado dele para sempre.

— Sabe de alguma coisa sobre ele? — Máscara da Morte perguntou, mudando subitamente de assunto.

— Não, nada. O templo de Aquário ontem estava congelado demais para qualquer alma quente que tentasse se aproximar.

— Então as coisas realmente foram sérias.

— Ele semeou o que plantou, assim como você vai colher um dia. Vamos pro revezamento, então. — Shura disse, indicando ao italiano o que eles deveriam fazer.

Máscara da Morte ficou em silêncio por alguns segundos e logo desistiu de discutir com o espanhol, resolvendo chamar uma das amazonas que os observava, aguardando sua vez. A nova lei, que não obrigava as amazonas a usarem máscaras havia sido recebida com grande entusiasmo pelos cavaleiros e aprendizes do sexo masculino e com desconfiança pelas amazonas.

— Você, é a sua vez, pode se aproximar! — Máscara da Morte gritou para uma garota de cabelos pretos, em um rabo de cavalo alto, que o observava com uma expressão séria.

Ela se aproximou no mesmo instante e fez uma reverência rápida, demonstrando respeito. Observaram-se por alguns instantes, Máscara da Morte interessado subitamente na beleza da garota e ela não sabendo o que fazer, talvez receosa para não desrespeitar um cavaleiro de ouro.

— Estamos treinando sem usar nossos cosmos. É um treino físico, não se esqueça, amazona.

Ela assentiu e colocou-se em posição de luta, assim como o italiano, que, sorrindo, preparou-se para atacá-la. A voz de Shura interrompeu-os, quando a garota partia para o primeiro golpe.

— Deixe essa comigo, Máscara da Morte.

— Por que deveria? — o italiano perguntou, mal escondendo um sorriso.

— Porque eu estou dizendo. Aquele rapaz ali. — Shura apontou para um garoto alto, de longos cabelos negros. — Pediu para que você o treinasse. Aparentemente, ele é seu fã.

— Sei sei...te cuida, espanhol. — Máscara da Morte comentou, saindo de perto do amigo e da amazona, sorrindo displicentemente.

Shura esperou o amigo caminhar até o outro lado da arena para fitar a amazona à sua frente. Sorriu em sua direção, mas ela não retribuiu o gesto.

— O treino hoje é...

— Físico, já sei. O cavaleiro de Câncer já me comunicou, cavaleiro de Capricórnio. –ela respondeu, secamente, interrompendo-o.

— Shura, pode me chamar pelo meu nome. E você seria...

— Sukhi.(1)

— Muito bem, Sukhi. Algo me diz que teremos um treino muito agradável hoje... –ele disse, sorrindo e ela não pôde deixar de retribuir.


As horas haviam passado lentas demais para Kamus. Ainda sentado no suntuoso sofá cor de vinho da sala, fitava a parede a sua frente, observando os ponteiros do relógio de vidro transparente fazerem seu caminho natural.

Embora contido superficialmente, o francês estava em ebulição no seu interior. Conflitantes imagens da discussão da noite anterior o atormentavam e o ápice era sempre o mesmo: o momento em que Miro desferiu um tapa em sua face. Aquele pequeno gesto não representara um ato de força, mas uma constatação de que estavam no fim, que não havia mais nada que pudesse fazer para corrigir aquela situação. Sim, doera, não podia negar. Mas a dor era sentida em sua cabeça, por não conter seu cérebro antes que processasse as palavras; e em seu coração, por ter agido tão levianamente.

Apoiou os cotovelos nos joelhos, inclinando-se para frente. Os cabelos esmeralda caíam sobre seu rosto como um véu, escondendo-lhe, protegendo-lhe da vergonha que sentia. Não era digno de arrepender-se, não era digno de qualquer sentimento da parte de Miro. Não era sequer digno de pensar no grego, ele chegara a essa conclusão.

As palavras...elas sempre o perseguiriam, por mais que ele tentasse esquecer.

(FLASHBACK)

Não faz idéia de como me sinto. Miro murmurou, levantando-se da cama, ainda nu, caminhando alguns passos e sentando-se em uma poltrona à frente da cama de Kamus.

O francês encostou-se nos travesseiros, cruzando os braços. Aquelas eram as primeiras palavras que trocavam, excetuando-se os gemidos e clamores pelo nome um do outro.

Haviam feito, consumado o ato, como os outros costumavam se referir. E havia sido perfeito para ambos. O templo de Aquário nunca esteve tão movimentado e quente e tudo se devia ao escorpiano que agora parecia um menino preste a revelar um segredo.

Diga, Miro. Kamus murmurou, sentindo dificuldade em pronunciar as palavras. Serviu-se de um pouco de água, da jarra de vidro na mesinha de cabeceira da cama.

Eu me sinto... ele parecia estar escolhendo as palavras. — Querido.

Kamus sorriu, subitamente desejoso de abraçar o grego à sua frente. Refreou seus impulsos, ainda conflitava-lhe a demonstração gratuita de carinhos e sentimento, então ele apenas ateve-se às quatro palavras que o outro acabara de proferir.

Você é, Miro. Deveria saber disso. o francês comentou, displicente, como se constatasse o óbvio. Como Miro podia pensar que não era querido? Aquela era o tipo de frase que nunca deveria ser dita pelo grego.

Não, Kamus. Eu sinto que sou desejado. e baixou a cabeça, corando. Não entendia como conseguia corar diante de Kamus. Aquele era Kamus! O resmungão do Santuário, o que sabia de tudo e mais um pouco. "E o homem que eu sempre fui apaixonado", ele pensou logo a seguir. — E também usado.

O que quer dizer com isso? ele agora estava sentado, na ponta da cama, fitando Miro mais de perto. Conseguiu reparar em cada detalhe do rosto dele, em cada pequena expressão bonita que o outro tinha. "Lindo...", ele pensou.

Acho que funciono como um prêmio para os outros, Kamus. Sempre conquistei muitos, mas nenhum deles me fez sentir assim... o grego concluiu, apontando para o francês e logo em seguida para ele. — Geralmente não me sinto tão amado, francês. ele sorriu timidamente.

Kamus sorriu abertamente. Não adiantava fingir para o mundo como se sentia, quando Miro o lia tão bem. Aliás, não precisava ao menos verbalizar, não quando o outro falava tudo ali, sem esconder nada, sem medo.

Mon cher... se tem a certeza do que sinto e do que sente, por que toda esse conflito que estou vendo nos seus olhos?

Tenho medo, Kamus. Medo de que você me veja um dia como um qualquer, como alguém que só sabe se divertir, que não quer...

Miro divagava tanto que não percebera que Kamus já havia se aproximado. Precisou do toque dos dedos do francês em seus lábios para que pudesse parar de falar.

Nunca, Miro. Eu nunca poderia pensar isso de você, porque sei exatamente como você é. E essa é a única verdade. A única que me importa.

(FIM DO FLASHBACK)

— Kamus?

O francês piscou algumas vezes, finalmente saindo de seus pensamentos, para somente encontrar Shaka fitando-o, curiosamente.

— Shaka? Está aqui há muito tempo?

— Algum. Queria saber como está depois do que aconteceu ontem.

Kamus enrijeceu. Não tinha que dar explicações a ninguém sobre o que acontecera e Shaka definitivamente não tinha o direito de lhe perguntar nada. Desviou os olhos do virginiano e fitou novamente o relógio preso à parede.

— Devia desconfiar que você não falaria nada. Por Buda, Kamus, o que disse para Miro sair do Santuário daquele jeito?

— Não acredito que isso lhe diga respeito, Shaka.

— Diz mais do que você pode imaginar. Miro é meu amigo, me importo com ele. Por que faz isso? Ele te ama e você o trata como um nada. É essa a sua maneira de demonstrar que sente o mesmo?

— Eu não o amo! E sai daqui, Shaka! Quem é você pra vir até meu templo me dar lições de moral? Logo você, que abandonou o homem que supostamente amava e sumiu por anos. Agora volta acreditando ser o conhecedor de todas as verdades do Santuário, achando que pode simplesmente passar por cima de tudo! — Kamus explodiu, levantando-se do sofá, ficando frente a frente com Shaka.

— Não estamos falando de mim, estamos falando de você e da burrada que você fez!

— Se não se importa, gostaria que saísse daqui. Não tenho motivos para falar com você sobre a minha vida ou meus assuntos particulares, Virgem. — Kamus disse, friamente, passando pelo loiro e caminhando pelo corredor que levava aos quartos do templo.

— Ainda vai terminar sozinho, Kamus. E não faz idéia de como isso é triste. — Shaka comentou, secando uma lágrima que ameaçava cair.

Saiu do templo de Aquário mais frustrado do que antes de entrar, porém, constatou que realmente o que quer que Kamus tivesse dito a Miro, não afetara somente o grego. O francês parecia transtornado e perdido. Infelizmente não podia fazer nada, conhecia suficientemente bem o outro e sabia que ele não falaria nada a respeito.

Resolveu não se preocupar com aquilo naquele momento. Tinha planos com o filho para aquele dia e um amante à sua espera. Não iria decepcionar ambos, não iria tornar-se Kamus, ele prometeu-se.


Mu estava limpando a armadura de Áries, agora depois das batalhas, sem função especial, a não ser decorativa, quando um foguete loiro passou correndo pela sala. Correu, apressado, atrás da manchinha, que agora saía do templo.

— Desculpa, ele está um pouco hiperativo hoje. — Shaka disse, vindo do templo pela entrada de trás.

Mu sorriu abertamente, abraçando Shaka. Percebeu que não foi correspondido com o mesmo calor, então logo se afastou. Quando olhou para o loiro, percebeu que este sorria, apesar de tudo. Sentiu-se aliviado.

— Não contei nada a ele ainda, Mu.

— Não há pressa. — o ariano disse, verdadeiramente. Tinha a ligeira impressão de que não seria uma conversa muito fácil com o menino. — Aonde ele vai com tanta pressa?

— Prometi um passeio pelo Parthenon e outros pontos turísticos. Ele conheceu alguns lugares com Shun, mas agora é um programa familiar. — ele respondeu, sorrindo.

Mu correspondeu o gesto, mas não tinha a mesma alegria. Sentiu um aperto no coração ao ouvir a palavra "familiar". Imaginou se um dia estaria ao lado de Shaka e Eric como um membro da família.

— Não vamos demorar. E não fique com esse olhar perdido, Mu. Vem cá... — Shaka chamou o ariano e quando percebeu que ninguém poderia aparecer, os gritos de Eric eram ouvidos um pouco ao longe, encostou-o em uma das pilastras e beijou-o suavemente.

— Por que fez isso? — Mu perguntou, tocando os lábios de leve com os dedos, logo após que Shaka soltou-o.

— Esqueceu que te conheço? — o virginiano devolveu a pergunta.

Mu nada respondeu e Shaka sabia que estava certo. Passou pelo ariano, tocando de leve em sua cintura e percebeu quando ele se arrepiou.

— Nos falamos mais tarde. — ele disse, saindo do templo.

Somente quando as vozes de Shaka e Eric estavam ao longe, Mu permitiu-se sorrir com vontade. Passou a mão nos lábios, como se pudesse sentir o toque macio dos lábios do virginiano. "Estou perdendo o controle...", ele pensou, gargalhando logo em seguida.


Kamus estava com uma garrafa de vinho tinto aberta sobre um dos tapetes da sala do templo de Aquário. Uma bandeja de frios o acompanhava e ele, despreocupadamente, bebericava murmurando a letra de uma suave música em francês (2) que saía do caro aparelho de som prateado.

Sentiu um cosmo adentrar o templo de Aquário e por um segundo refletiu se não deveria tê-lo congelado por completo. Desde que Shaka saíra, há duas horas, resolvera voltar ao seu paraíso silencioso e congelado, como ele mesmo gostava de descrever.

Até ser interrompido novamente.

— Não esperava sua visita. Ou talvez esperasse, mas não acreditava que viria.

— Não vim aqui lhe repreender...

— Isso é um alívio.

— ...nem encorajá-lo.

Kamus bufou, contrariado. Levantou-se do chão, ajeitando a calça preta e finalmente olhou para a pessoa que o visitava. Fez uma reverência, convidando-a logo em seguida para que lhe acompanhasse, sentando-se em um dos sofás.

— Senhorita, a que devo a honra de sua presença?

— Kamus, não apareceu para o trabalho hoje. Eu e Saga ficamos preocupados.

— Saga provavelmente sabe o motivo.

— E eu também. — Saori comentou, com um meio sorriso.

— Então? — o francês perguntou, levantando uma das sobrancelhas.

— O que pretende fazer, Kamus?

— Por que todos necessitam saber o que eu pretendo fazer? Isso já está tomando proporções astronômicas. — ele disse, sem mostrar nenhuma emoção.

Saori levantou-se da poltrona de dois lugares e sentou-se ao lado de Kamus, no sofá onde ele estava. Segurou uma de suas mãos amigavelmente, sem dizer nenhuma palavra. Podia sentir toda a angústia e arrependimento do francês e tinha vontade de ajuda-lo, mas não faria, a não ser que ele lhe permitisse.

— Eu pretendo ir à Sibéria. — ele disse, minutos depois do silêncio confortável que se instaurara.

— Como? — Saori perguntou, visivelmente surpresa com a revelação.

— Ainda é minha casa, de uma certa maneira.

— Sua casa é aqui. E fugir não vai fazer nada do que aconteceu ser esquecido.

— Pelo menos não estaria sob os olhares curiosos de meio Santuário, nem ouviria as lamúrias de cada um deles, c'est pathétique. –ele murmurou, as palavras em francês saindo baixinho.

Saori sorriu, apertando a mão bem delineada de Kamus por entre as suas. Não podia negar que era uma enorme admiradora das vezes em que seus cavaleiros falavam em seu idioma original. A reação era sempre a mesma quando Afrodite falava algo em sueco, Máscara da Morte em italiano e Shura em espanhol. E Kamus falando francês não era diferente.

— É patético sim, mas não pode impedir que eles se preocupem com o amigo.

— Pois eles que liguem para Miro na França e não venham aqui a cada cinco minutos.

— Eu estava me referindo a você, Kamus. — ela disse, percebendo que ele sorria ligeiramente.

— Não importa. Já tomei minha decisão. Mais tarde irei à minha sala e resolverei todos os assuntos pendentes. Pretendo viajar amanhã pela manhã.

— Não tem minha permissão, Kamus. –Saori disse, autoritária, pela primeira vez.

— O que quer dizer com isso, Senhorita?

Ela levantou-se do sofá, enquanto verificava as horas em seu relógio de pulso. Kamus a observava atentamente, esperando por uma resposta plausível por parte da Deusa.

— Não tem minha permissão para viajar para a Sibéria. Preciso de você aqui. — ela disse, caminhando até a saída.

— Mas...

— Se quer minha permissão, só a terá para um lugar.

Kamus fechou os olhos, em visível derrota. Sabia o que aquilo queria dizer e não precisava de nenhuma outra explicação por parte da Deusa ou de qualquer outro cavaleiro. Era um complô e ele não teria como escapar.

— Pense bem a respeito. E qualquer coisa, sabe onde me procurar.


Shaka e Eric estavam misturados às centenas de turistas que visitavam o Parthenon diariamente. O menino, deliciando-se com um enorme sorvete de três bolas, atentamente ouvia cada explicação de Shaka sobre a construção do lugar, descrita detalhadamente pelo pai.

— ...ainda ensinam sobre a maneira com a qual o Parthenon foi construído. Não existe uma linha reta sequer em toda a estrutura, Iktinos e Kallikrates, os arquitetos planejaram curvaturas sutis para que o olho humano pudesse observar a tudo sem nenhum problema de adaptação.

— Como isso foi feito?

— Mais uma das maravilhas gregas, inexplicáveis, mas ainda assim, apreciáveis.

Caminharam lentamente pelas ruínas, que foram restauradas com mais rapidez para os Jogos Olímpicos do ano anterior, até aproximarem-se de um grupo barulhento de turistas, que observava, filmava e fotografava uma árvore de aparência frágil, apesar do tronco firme.

— Uma árvore? Aqui? Eu não... –Eric começou, mas logo se calou ao ver que o pai sorria, como se esperasse por aquela reação.

— Não viu muitas árvores como essa aqui na Acrópole, certo? Vamos a um pouco mais de História? –Shaka perguntou, gargalhando ao ver que o filho não gostara muito daquela idéia.

— Tudo bem... mas eu quero um sorvete enorme depois.

Shaka assentiu e chamou o filho para sentarem no chão, sobre algumas pedras. Fitaram a árvore por alguns segundos, sem trocar nenhuma palavra. Subitamente, o virginiano pôs-se a falar.

— Estamos olhando para o Templo de Erechtheion (3), que foi construído com o propósito de abrigar cultos religiosos que o antigo templo abrigava. Diz-se que essa oliveira que observamos nasceu após Athena ter tocado o solo com sua lança durante sua batalha com Poseidon. Vamos até lá. — Shaka disse, notando que o grupo de turistas havia dispersado.

Aproximaram-se da árvore e Eric tocou em suas folhas cuidadosamente. De perto, podia reparar que apesar da aparência frágil, uma força diferente emanava dela. Não sabia se aquilo ocorria apenas com ele, mas era um tanto sagrado estar ali.

— Sim, filho. É sagrado estar aqui. Uma obra de Athena.

— Como sabe que isso é verdade?

— O quê? A existência dessa árvore? —Shaka perguntou, recebendo um sinal de positivo do menino. — A idade dela é de mais de 3000 anos e se você perceber, ela ainda dá frutos, até os dias de hoje.

— Mas isso não é...

— Possível? –Shaka sorriu. —Então me diga se não é mais interessante acreditar na versão divina do nascimento dessa oliveira. Agora vamos, ainda temos muitos lugares para visitar.

Saíram da Acrópole em direção a cidade. Shaka reparou que Eric ficara observando atentamente o lugar e aquilo o deixou contente. Mesmo que o menino não entendesse muitas das coisas que ele lhe explicara, tudo faria sentido quando ele fosse mais velho. Afinal, ele era o herdeiro de um Cavaleiro de Ouro.


Já passava das três da tarde e Máscara da Morte e Shura subiam as escadarias para seus respectivos templos, depois de um almoço nada saudável no templo de Touro. O espanhol teve que ouvir pela milésima vez as piadas do italiano sobre seu treinamento com as amazonas e os outros aprendizes.

— Mas então, Shura, agora que estamos aqui e somos amigos, pode me dizer.

— Dizer o quê, Máscara da Morte?

— Conta pra mim. Convidou ou não a tal amazona pra sair? –o italiano indagou, sorrindo.

— Zeus, você não desiste?

Máscara da Morte respondeu-o com uma risada, mas logo depois ficou em silêncio. Iria arrancar aquela resposta do amigo, especialmente por não considerar justo que ele lhe mantivesse afastado de seus assuntos pessoais. Não quando ele mesmo já o havia confidenciado alguns de seus.

— Amanhã, Máscara da Morte. Satisfeito?

— Eu sabia que você não ia deixar aquela beleza escapar!

— Mais respeito. –Shura disse, sua expressão ficando séria repentinamente.

Máscara da Morte estava começando uma nova onda de comentários picantes sobre o espanhol com a amazona quando alguns soldados responsáveis pela segurança externa do Santuário, passaram por eles, apressadamente. O italiano chamou um deles pelo nome.

— O que está acontecendo?

— O dia inteiro os alarmes estão disparando em pontos distintos do Santuário. Estamos reforçando a segurança.

— Encontraram alguma coisa?

— Nada ainda, mas deve ser algum curioso. Os manteremos avisados, nos dê licença. –o guarda disse, mecanicamente, e saindo juntamente com os outros.

— Acha que devemos nos preocupar? –Shura perguntou.

— Não. Não senti nenhum cosmo estranho e quanto à você?

— Também não. Mas de qualquer forma, vamos falar com Mu ou com Shaka mais tarde, um dos dois provavelmente pode sentir manifestações mais sutis do que nós dois.

Máscara da Morte assentiu e eles continuaram a subir as escadarias. O italiano novamente engrenou em uma conversa quase que unilateral com o espanhol a respeito da amazona e do encontro deles dois. Podia-se perceber que ele estava mais do que feliz pelo amigo ter conseguido uma possível namorada.


O cheiro inigualável de terra molhada anunciava o final da tarde e a chegada da chuva. Shaka e Eric subiam as escadarias do Santuário, com algumas sacolas nas mãos. O menino conversava animadamente com o pai, que apresentava sinais evidentes de cansaço.

— Gostei muito do dia de hoje, pai. Vou guardar as fotos com muito carinho.

— Ainda não entendi o porquê de tantas fotos. Você havia me dito que tirou fotos com Shun no outro dia.

— Essas são para quando a mamãe chegar.

Shaka parou de andar por alguns segundos. Olhou para o filho; não era a primeira vez naqueles dias que Eric falava com tanta convicção sobre Liz. Não sabia como dizer ao menino, mas a cada dia que ficavam ali no Santuário, em meio aos amigos e a nova realidade que estavam vivendo, sentia afastar-se mais de qualquer esperança de reencontrar a mãe dele.

— Eric...

— Papai, posso lhe perguntar uma coisa? — o menino disse, interrompendo-o.

— Sim, claro. O que foi?

— Você gosta do cavaleiro de Áries?

— Mu? — Shaka perguntou, surpreso. Será que havia sido tão descuidado que o filho percebera alguma coisa? — Ele é meu amigo. — respondeu, cuidadoso.

— Mas você gosta dele?

— Claro...

— Ótimo, eu também gosto dele então. — o menino disse, sorridente.

Alcançaram o templo de Leão, onde Aioria e Marin conversavam animadamente com Mu, Afrodite, Aldebaran e Ikki. Eric rapidamente correu para os braços da amazona, enquanto Shaka sorria diante da facilidade com a qual o filho havia se apegado à mulher, que era carinhosa aos extremos com ele.

— Depois você me diz que não estão preparados para os filhos... —Afrodite comentou com Aioria, sorrindo ao ver Eric sentando-se no chão, levando Marin consigo, pondo-se a contar tudo o que havia feito.

— Bom, ela está preparada, mas eu... — o leonino defendeu-se.

— Medo de ser mais infantil que a criança? —Mu perguntou, arrancando uma risada de Shaka, que se juntou a eles na conversa.

— Foram aonde? — Ikki perguntou, antes de fazer mais uma jogada no tabuleiro de xadrez, na partida que disputava com Aldebaran.

— Passeio turístico, sabe como é.

— Espero que não tenha enchido a cabeça do menino com as histórias sobre o Parthenon.— o cavaleiro de bronze murmurou e quando Shaka deu de ombros, ele sabia que o virginiano havia feito exatamente aquilo.

Mu observava com singular curiosidade a interação entre Shaka e Ikki. Sentiu ciúmes; não apenas pelo fato de o loiro estar dedicando seu tempo a outro que não ele, assim como da amizade que eles tinham. As piadas entre eles fluíam caprichosa e facilmente, como ele próprio e o loiro costumavam fazer antes que este fosse embora do Santuário.

Foi interrompido de seus devaneios quando Eric segurou a manga da camisa pólo que usava, deslocando-a um pouco. Fitou o menino com uma visível surpresa quando este lhe ofereceu um embrulho.

— Pra mim? — o ariano perguntou, antes de aceitar o presente.

— Sim. Eu e meu pai que escolhemos.

Mu abriu a pequena embalagem retangular sem muito estardalhaço, percebendo que os outros cavaleiros não haviam reparado no que ele estava fazendo. Deparou-se com uma segunda caixa, de madeira, abrindo-a logo em seguida. Sorriu, diante do que vira.

Era uma miniatura em cristal de um carneiro, muito bem talhado. Havia um apoio para que o animal não caísse, também no mesmo material e podia-se ler, gravado em letras douradas e miúdas, Para Alguém Especial. Mu sentiu os olhos encherem de lágrimas e puxou Eric para um abraço.

Um pouquinho longe dali, Shaka observava a tudo atentamente. Sorriu para si mesmo quando viu o homem que amava abraçar seu filho. Realmente, ele pensou, as coisas estão indo muito bem.


— Sigam-me, está ali! — um guarda gritou, enquanto dois outros saíam de trás de algumas pedras segurando uma pessoa.

— Finalmente pegamos! Aqui o nosso invasor!

— Me soltem, seus trastes! — a mulher se debatia, enquanto os dois soldados continuavam a segura-la por cada um de seus braços.

Ela tentava se soltar, forçando o tronco para baixo, fincando os pés no chão de terra batido, mas eles eram muito mais espertos, fortes e bem treinados para qualquer tipo de resistência por parte de qualquer pessoa, especialmente invasores.

— O que está acontecendo aqui? Fui informado de problemas na entrada.

— Senhor, essa mulher estava tentando passar... — um dos guardas falou.

— Estava mesmo, me soltem agora! Eu vou passar! — ela disse, desafiadora, repetindo os movimentos anteriores, tentando se soltar.

— Devemos levar o invasor conosco, senhor. Vamos mantê-lo preso. — o outro guarda, bem mais velho e que parecia estar no comando, falou.

— Isso é coisa do passado. Sabem muito bem que não fazemos mais isso. Podem soltá-la.

— Mas senhor... — todos protestaram ao mesmo tempo.

— Vão desobedecer a ordens minhas? — ele disse, a voz autoritária transparecendo mais uma vez. Imediatamente os guardas soltaram a mulher, fazendo uma reverência ao homem e retirando-se.

O homem e a mulher fitaram-se por longos minutos, ele avaliando-a minuciosamente, longos cabelos castanho-aloirados, com fartos cachos nas pontas, emoldurando um rosto delicado, porém firme. Precipitou-se na direção dela, quando ela fez menção de passar por ele.

— Não posso deixar você passar. — ele disse, quase segurando-na pelo braço. Imediatamente, ela puxou-o de volta, dando um passo para trás.

— Ai, que saco. Mais um... agora um mais chato que os outros dois.

— Você pode me dizer por que quer passar por aqui? — ele perguntou, ignorando o comentário anterior dela.

— Não, não posso. — ela respondeu, simplesmente.

— Deveria mostrar mais respeito. Eu salvei a sua vida. Eles iriam te matar ou talvez se aproveitar de você e depois sim, te matar. — o homem disse, contrariado, especialmente quando ela soltou uma risada.

— Eu deveria então me ajoelhar aos seus pés e agradecer por você ter poupado a minha vida? — ela perguntou, ironicamente.

— Qual o seu nome? — ele, ainda irritado, resolveu mudar de tática.

— Por que quer saber? –ela devolveu a pergunta.

Ele virou os olhos, quase decidido a desistir de qualquer contato com a estranha. Pensou se não seria melhor chamar os guardas novamente.

— Você é sempre assim tão irascível?

— Hmmm...deixe-me pensar...sim!

— Insuportável.

— Arrogante. — ela respondeu, sorrindo.

— O que você quer, hein? — sua paciência estava próxima do fim.

— Passar, não é óbvio?

— Não sabe o que tem lá em cima.

— Claro que sei, seu idiota. É o Santuário dos Cavaleiros de Athena. E eu preciso passar. É importante. —a voz dela pareceu séria e o homem, pela primeira vez acompanhou sua preocupação.

— Diga-me, o que veio fazer aqui? — ele perguntou, mostrando-se solícito.

— Vim procurar um cavaleiro. Satisfeito? Agora vai me deixar passar?

— Não estou convencido.

— Que droga! Por que diabos eu dou ouvido a você? Aliás, quem é você? — ela perguntou, aquilo parecendo ser a coisa mais apropriada.

— Sou um cavaleiro.

— Ótimo, seu imprestável, pode me levar lá em cima agora.

— Quem é o cavaleiro que você está procurando?

— Não é da sua conta.

— Lá vamos nós de novo... — ele murmurou, virando os olhos.

— O cavaleiro de Virgem. Tenho um recado para dar-lhe. Respondi sua pergunta?

— Vamos. — ele disse, finalmente saindo da entrada da estrada que levava até o Santuário e a mulher sorriu.

Começaram a subir a estrada, em silêncio. O cavaleiro desviava alguns olhares para ela, tentando descobrir daquela maneira, o que ela poderia querer com Shaka. Ela, por sua vez, não olhava para os lados, parecia compenetrada naquela caminhada, como se nada pudesse abalar sua meta.

— Você não disse o seu nome. — o cavaleiro falou, recebendo em troca o olhar dela.

— Não, não disse mesmo. — ela respondeu, voltando a concentrar-se na estrada.

— Então...

— Então o quê?

— Qual é o seu nome? — ele perguntou, sorrindo brevemente.

— Por que quer saber? — ela perguntou de volta, dando de ombros.

— Qual o seu problema? Não sabe responder nada sem perguntar alguma coisa?

A mulher sorriu, admitindo para si que adorava aquele pequeno defeito que tinha. Tirava todos do sério.

— Diana.(4)

— Humm... nome de princesa. — ele disse, desdenhando.

— É, pode fazer uma reverência, não vou me incomodar. — ela respondeu, irônica.

— A mesma arrogância, mas tudo bem. Meu nome é Saga. Saga de Gêmeos.

Ela não respondeu nada de volta e finalmente depois de alguns minutos, eles chegaram ao primeiro templo, o de Áries. Saga percebeu que ela havia se espantado com a imponência do lugar, provavelmente por nunca ter imaginado que poderia encontrar aquilo ali em cima.

Passaram pelas três primeiras casas e quando chegavam ao templo de Câncer, ouviram os comentários de Máscara da Morte e Shura, que conversavam ali, displicentes.

— Um pouco cedo pra isso, não acha, Saga? — Máscara da Morte disse, arrancando uma risada de Shura.

— Ela é bem mais bonita que a da semana passada, Gêmeos.

— Para onde será que ele a está levando?

— Aposto que para o templo do Grande Mestre, sempre soube que ele era um pervertido...

As risadas ecoaram, mas Diana nem ao menos dispensou um olhar para os cavaleiros. Saga, por sua vez, os havia ameaçado mentalmente, o que fez com que eles rissem com mais gosto.

— Sua fama é... como é mesmo seu nome? –ela perguntou, sem olhá-lo.

— Saga. E ignore-os.

Aproximaram-se dos últimos degraus que levavam ao templo de Leão. Saga foi o primeiro a notar que havia algo como uma reunião ali, os cavaleiros sentados e conversando anunciavam que ele teria problemas, especialmente com Aioria e Aldebaran.

O primeiro a vê-los foi exatamente o dono do templo em questão, que abriu um enorme sorriso e estava a ponto de comentar algo a respeito da companhia do geminiano, se não fosse, novamente, por um borrão loiro que passou por ele, quase derrubando-o no chão.

— Eric, aonde vai? — Shaka gritou, vendo o filho descer as escadarias, correndo.

O menino parecia não ouvir, ele continuou descendo os degraus e foi uma simples frase que fez com que Shaka entendesse o motivo daquilo tudo.

— Mamãe, você veio!

Continua...


Bem que eu queria me estender nos comentários, mas realmente por aqui, não tem como. Muito obrigada às reviews e elas estarão devidamente respondidas no meu blog, still(traço)angels(ponto)com(barra)fiction

Chibiusa, Bela Youkai, Faye, Anne, Litha, Ju, Calíope, Ia-chan, Akai Tenshi e Pisces Amanda, obrigada mesmo pelos comentários, passem no blog que eu respondo a tudo com mais calma!

1-Sukhi é personagem original da Dark Faye. Para mais detalhes, leiam as fics dela, todas recomendadas.

2-Homenagem sutil à Quebrando o Gelo, da Calíope; Kamus cantarolando e tomando vinho? Só poderia ser ao som de Piaf!

3-Mais informações no meu blog, senão, escreverei demais! LOL

4-Não, eu não enlouqueci. Ela tem um nome composto, Elizabeth Diana.